Diretor da OAB diz que PM errou em ação na Sé

Jornal GGN – Para o diretor da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil, a polícia militar errou na ação que deixou dois mortos na Praça da Sé, no centro de São Paulo, na última sexta-feira. Um homem armado fez uma mulher de refém nas escadarias da Catedral da Sé, e um morador de rua interferiu na ação, levando dois tiros. A mulher conseguiu escapar e o sequestrador foi morto pela polícia.

Martim de Almeida Sampaio diz que seria necessário um cordão de isolamento, o que impediria a intervenção do morador de rua. Além disso, depois do isolamento, a polícia deveria tentar a negociação com o sequestrador. ” A polícia deixou de lado o protocolo e partiu para a execução”.

Do R7

Mortos na Sé: “Polícia deixou protocolo de lado e partiu para execução”, afirma diretor da OAB
 
Suspeito foi morto por PMs após sequestro; morador de rua também acabou assassinado 

O diretor da Comissão de Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de São Paulo, Martim de Almeida Sampaio, criticou a ação da Polícia Militar que resultou na morte de duas pessoas nas escadarias da Catedral da Sé, região central de São Paulo, na tarde desta sexta-feira (4).

Um vídeo gravado por testemunhas mostra o momento em que uma mulher é feita refém por um homem armado. Em seguida, um morador de rua interfere na ação para render o bandido e leva dois tiros. Policiais que acompanhavam de longe dispararam, então, mais de 20 tiros no sequestrador. 

Para Sampaio, a PM errou desde o início da ação, pois não fez um cordão de isolamento na área, o que permitiu a intervenção do morador de rua. 

— Depois (do isolamento), teriam que tentar a negociação com o bandido para a vítima sair do local com vida. A polícia deixou de lado o protocolo e partiu para a execução, infelizmente.

Sampaio afirma que a polícia, ao efetuar  os tiros, deixou de exercer o uso legítimo da força para iniciar uma execução. O advogado alerta para o fato de que as pessoas que estavam assistindo à ação foram expostas. Ele avalia que a polícia de São Paulo convive muito mal com o Estado democrático de direito.

— [A polícia] não esclarece e não presta contas para o público. Toda semana vemos notícias de pessoas sendo executadas. A população apoia de fato, mas até ser uma vítima da execução da PM.

Para o diretor, a violência, quando parte do Estado, tende a virar um espiral em crescente.

— A cada volta, a cada movimento, ela se torna mais violenta. O próximo momento será tanto quanto ou mais violento do que esse. E quem fica no meio disso é a população.

 

Redação

6 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Mais ou menos.A PM paulista

    Mais ou menos.

    A PM paulista é uma desgraça de incompetência, violência e ruindade.

    No caso citado ela não errou ao não isolar a área. Na verdade, e isso ficou evidente nas filmagens, simplesmente não houve tempo para tal.

    “Errou” sim, porque executou o bandido com 20 tiros em plena Praça da Sé.  Prá que se dá 20 tiros em alguém se basta 1 para matar?  E o cuidado com as pessoas ao lado?

    Coloquei o errou entre aspas porque na visão da PM esse é o procedimento usual. Executa-se primeiro e depois se torce para que ninguém tenha filmado ou a vítima não seja uma PPPP…

  2. Ahi já eh demais. Os

    Ahi já eh demais. Os policiais iriam esperar o que? Que o bandido apenas se ferisse e atirasse a esmo ? Com uma multidão próxima o risco era muito grande.

  3. A PM-SP errar em serviço e

    A PM-SP errar em serviço e matar inocentes nem chega a ser notícia. Virou regra trágica. No dia em que a PM-SP começar a cumprir sua missão pública ficaremos surpresos. 

  4. Sem a OAB jamais saberíamos!
    Nada como a OAB para nós informar sobre o que é certo ou errado.
    Para assuntos não jurídicos. ..

    Sem a OAB jamais saberíamos!

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador