Em 8 meses, mais de 500 morreram após abordagem de policiais em São Paulo

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
[email protected]

Jornal GGN – Reportagem publicada pela Folha de S. Paulo nesta terça-feira (22) aponta que nos últimos oito meses, mais de 500 pessoas morreram em decorrência de abordagens de agentes da Polícia Civil e Militar, no Estado governado por Geraldo Alckmin (PSDB). Segundo o jornal, a falta de investigação sobre as mortes já é considerada um problema “endêmico” e piorou com o abandono de três projetos que criavam mecanismos para combater crimes desse tipo.

Um dos programas citados é a Comissão Especial de Redução da Letalidade, que funcionou por 11 anos com o objetivo de investigar e reduzir as mortes por intervenções policias. Até que, em 2011, o grupo formado por membros das três polícias, da Ouvidoria e de institutos de estudo da violência foi desativado. 

Há, desde a semana passada, um pedido do Conselho da Ouvidoria da Polícia do Estado para que o governo Alckmin retome os trabalhos da Comissão. A Secretaria de Segurança Pública nega que o núcleo esteja desativado.

Um outro grupo criado em 2014, também integrado por setores da sociedade civil, em parceria com a Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), para estudar os motivos que levam o policial a matar, “muitas vezes sem justificativa”. 

O grupo contava com financiamento de R$ 10 milhões, mas foi dissolvido após a aposentadoria do oficial responsável pela coordenação por parte da PM, o coronel Glauco Silva de Carvalho. O governo Alckmin não indicou substituto.

O Programa de Acompanhamento e Apoio ao Policial Militar funciona desde 2002, segundo a Folha, fornecendo “assistência psicológica a policias envolvidos em ‘ocorrências de alto risco'”. Mas entrou na lista de programas abandonados por sua fragilidade. Oficiais apontaram falhas no atendimento, que dura, em média, uma semana, ante seis meses estabelecidos em programa anterior. 

Recorde em mortes 

Segundo a Folha, a Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo informou que entre janeiro e agosto deste ano, 571 pessoas morreram entre janeiro e agosto deste ano “em decorrência de abordagens das polícias Civil e Militar. É o maior índice desde 2006 nesse intervalo de oito meses.”

A Secretaria de Segurança Pública do Estado afirmou, no entanto, que os dados são outros: “houve 442 mortes decorrentes de intervenção policial e 49 homicídios por policiais em serviço e em folga”. Ainda assim, observou a Folha, um recorde desde 2006.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

2 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Sócrates, um falastrão que
    Sócrates, um falastrão que morava na periferia de Atenas e que era casado com uma fabricante de queijos, certa vez foi preso pelos tiranos da cidade em razão de compara-los aos criadores de ovelhas que diminuíram seus rebanhos. Em São Paulo ele provavelmente seria morto a tiros por um PM. Resistência a prisão é o que constaria do relatório oficial.

  2. Isto não é fortuito ou decorrência de erros,
    É uma política deliberada do Alckmin para angariar apoio dos Paulistas, que estão convencidos de que só um Governo assim pode enfrentar marginais e lhes dar segurança. E isto está funcionando, tanto que ele se reelegeu em primeiro turno e agora se coloca como candidato a presidente. Está claro que estes números de mortos serão usados a seu favor, com apoio da imprensa, para mostrar que é um governo forte que não transige com marginais. Numa situação conflagrada como a atual, tudo o que o povo quer é um governo forte que lhes dê segurança.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador