‘Erros ocorrem sob pressão e forte emoção’, afirma Mourão sobre fuzilamento de carro no Rio de Janeiro pelo Exército

Vice-presidente disse ainda que os tiros "foram péssimos" e que se tivessem a "devida precisão" a tragédia seria "pior", não sobrevivendo ninguém da família de Evaldo

Jornal GGN – “Houve uma série de disparos contra o veículo da família. Você vê que só uma pessoa foi atingida, então, foram disparos péssimos. Porque se fossem disparos controlados e com a devida precisão, não teria sobrado ninguém dentro do veículo. Seria pior ainda a tragédia”, afirmou o vice-presidente Hamilton Mourão em entrevista à rádio CBN nesta sexta-feira (12).

“Sob pressão e sob forte emoção, ocorrem erros dessa natureza”, completou Mourão quando perguntado sobre a sua “avaliação” a respeito do crime praticado pelo Exército no Rio de Janeiro ao fuzilar o carro onde estava o músico Evaldo dos Santos Rosa e sua família, incluindo duas crianças, a caminho de um chá de bebê.

O crime aconteceu no dia 7 de abril e os militares disseram que confundiram o carro de Evaldo com o de criminosos. O argumento ainda assim assusta. Fortemente armados e em grupo, os agentes do Exército poderiam facilmente ter mandando o condutor do veículo parar e fazer a vistoria. Até mesmo criminosos não tentariam ultrapassar a barreira formada por, pelo menos, dez militares portando fuzis.

O restante da família de Evaldo sobreviveu, apenas seu sogro Sérgio Gonçalves e um homem que passava pelo local e tentou ajudar foram feridos. Nove militares estão presos e admitiram que atiraram contra o carro de Evaldo, mas alegaram terem confundido com o veículo de um assaltante, na tentativa de diminuir o impacto do crime deles mesmos.

Além de dizer que os tiros “foram péssimos” e que se tivessem a “devida precisão” a tragédia seria “pior”, não sobrevivendo ninguém da família, Mourão afirmou que se for comprovada a culpa dos militares do Exército, eles serão julgados “na forma da lei”.

“Isso aí está sendo investigado, foi aberto um inquérito policial-militar devido, aqueles que forem culpados, a gente já sabe que tem um oficial que é o comandante da tropa, toda situação dessa natureza o responsável é o comando, o primeiro responsável”, enfatizou.

“A gente não tem a mínima dúvida que, uma vez comprovada a culpabilidade dos militares que integravam aquela patrulha, eles serão submetidos ao julgamento e condenados na forma da lei, se for o caso.”

Leia também:

Pós intervenção, 80 tiros no Rio ocorrem em cenário indefinido e sem respostas

A indignação foram pelos 80 tiros e nem tanto por causa da morte de Evaldo, por Janio de Freitas

*Com informações do G1

Redação

19 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Eh…foram disparos péssimos! Uma pena né Mourão?
    Ainda bem que os inimigos eram de origem humilde. Ou seja, pertenciam a uma família de poucos recursos, não é mesmo general?…

    Orlando

  2. Um carro com uma família dentro produz forte pressão e emoção, então quem está a salvo dos militares ? Imaginem esses “soldados” em uma guerra com outro país: teriam que usar fraldas.

  3. Eu queria saber se por ventura alguns dos presentes, a esta fala do vice, se sentisse indignado pela resposta e investido de forte emoção tivesse atentado contra sua vida e descarregado um revólver ou uma pistola contra ele, qual seria a sua reação ao atentado. Testemunharia a favor do atirador ou pediria sua condenação? Isso tudo, é claro, se o vice sobrevivesse ao atentado

  4. É de se perguntar: de onde provém, ou provinha, essa ” pressão e forte emoção” que induziram essa tragédia? A partir daí, também se indaga: que tipo de preparo é dado a esses militares para que se sintam pressionados e assomados pela simples presença de um veículo civil e aparentemente sem demonstrar nenhum risco?
    Ah, conta outra, general!
    Na realidade, o que existiu, e existe, a partir da posse do novo governo é um clima de incitamento à violência do Estado. No popular: atirar primeiro e perguntar depois.
    Há, nesse sentido, os autores diretos – militares incitados e despreparados – e indiretos. Dentro estes, um presidente da República leviano e irresponsável e seus acólitos.

  5. “Sob pressão e sob forte emoção, ocorrem erros dessa natureza” afirma o vice presidente.
    Ou seja; se já estivesse valendo o pacote faz defunto do Sr. Moro a galera já estaria almoçando em casa.

  6. Vai me desculpar sub-genaral, mas 80 tiros é prazer de matar. Ou será que as forças armadas estao cag…. pelas pernas abaixo. 80 TIROS, .?? Não é forte emoção, é fraqueza mesmo. Nào é para matar brasileiros que voces ganham, é para defender nosso patrimônio. Defender Alcantra, nosso petróleo, e por que não dizer nossa dignidade como nação e Estado, voces envergonham a memória de Duque de Caxias.

  7. control c,v
    emerson57 • uma hora atrás

    “Sob pressão e sob forte emoção”… para pegar o ganchinho do projeto de lei do sejumoro?

    Falácia!

    Ficaria mais fidedigno se o vice comentário fosse: “Ordens, os soldados cumprem.”
    Aonde já se viu soldados atirarem sem ordem superior, contra o seu próprio povo?
    Trata-se de condenar quem deu a ordem, um covarde que se esconde atrás dos comandados!
    Teria sido alguém de fora da cadeia hierárquica? …Absurdo igual à terra plana!

  8. Como aparentemente em cabeça de militar não cabem o certo e o errado, quando muito apenas defeitos, só nos resta pedir a Deus que não melhorem a mira

    com 80 tiros disparados, escaparam da morte por milagre

    1. não cabe nada datado também…
      com começo e fim…………………………….pode apostar que será bem pior que no passado

      como podemos tirar do ocorrido, com 80 tiros por um talvez, não seria exagero considerar as ordens atuais como verdadeiras sentenças de morte, cruenta e perversa execução sumária

      qualquer dúvida, tire das punições que sofrerão

  9. Quando vamos dizer “basta” e quebrar tudo? Ou somos todos uns jumentos?

    Parece que nada acontece porque todos esperam algo acontecer… Um paradoxo.

  10. Ouvi com atenção e na íntegra, da boca do nosso vice e respeitável salvador da pátria que os bravos soldados que atiraram no músico eram “muito ruins de tiro”.
    “Faltou-lhes precisão” , disse o nosso governante, com o apreço que se espera de um chefe de governo pelo seu povo.
    Num frio e claro ” era pra metralhar a família toda”, tornou evidente a racionalidade e crueza com que todos serão tratados.
    Ave moro e mourão, os que vão morrer te escolheram!

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador