No RJ, moradores de Manguinhos fazem Caminhada da Paz

Da Agência Brasil

A Avenida Leopoldo Bulhões, em frente à Estação de Trem de Manguinhos, na zona norte do Rio de Janeiro, foi local, hoje (23), de uma Caminhada da Paz, feita pelos moradores da área, que cobram ações do Poder Público no bairro, composto por 13 comunidades. A principal via de circulação da localidade é chamada, popularmente, de Faixa de Gaza, por causa dos frequentes conflitos armados que ocorrem na região.
 
A líder comunitária Simone dos Anjos disse que os moradores querem a mudança de nome do local, porque a classificação Faixa de Gaza incomoda, e por muito tempo os moradores se sentiam discriminados. Simone acrescentou que isso também é uma forma de violência – não é só quando se bate em uma pessoa. “A gente quer fazer diferença, dizer para o mundo que Leopoldo Bulhões não é só violência”, apontou.

 
De acordo com o universitário e morador de Manguinhos André Luiz Lima, para a paz ser alcançada na região, os moradores precisam vivenciar todos os direitos garantidos pela Constituição. “A gente precisa ser tratado como o morador de Ipanema [bairro da zona sul] é tratado, em todos os sentidos. No acesso à saúde, à educação, nas possibilidades também de segurança pública. O nosso domicílio precisa ser preservado, a integridade física precisa ser respeitada e o direito amplo de defesa”, analisou.
 
A iniciativa da Caminhada da Paz partiu de líderes comunitários que pedem também a redução dos conflitos, por meio de esclarecimentos à população, e eventos culturais. A ideia era juntar diferentes grupos como associações de moradores, instituições locais, rede de serviços públicos, programas governamentais que atuam na área, o Conselho Comunitário de Manguinhos, o Fórum Social do bairro e a Organização Mulheres de Atitude.
 
Os participantes puderam aproveitar ainda os serviços do Departamento de Trânsito do Estado do Rio de Janeiro. Também puderam usar o sistema de internet itinerante para elaboração e impressão de currículos, agendamento para carteiras de identidade e de habilitação, emissão de carteira de trabalho, pedido de auxílio-desemprego e cadastramento no Programa Minha Casa, Minha Vida, além de serviços de atendimento à mulher e atividades para as crianças.
 
De acordo com dados do Censo 2010, os organizadores informaram que a área ocupada de Manguinhos tem cerca de 35 mil habitantes. Em 2012, a região foi ocupada pelas forças de pacificação.
Redação

1 Comentário

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  1. Melhorias em Manguinhos

    Manguinhos e imediações são objetos de gigantesca intervenção do governo federal por intermédio do PAC. Milhares de unidades residencias foram entregues e boa parte da antiga favela cujas condições de moradia eram abomináveis foi demolida.

    Manguinhos fica perto da antiga Refinaria de Manguinhos, desativada, e com a qual Eduardo Cunha parece ter tido envolvimento não muito louvável. É uma área imensa desocupada. Poderia ser usada para acabar com a favela de Manguinhos (depois da descontaminação do terreno) através da construção de novas moradias e as áreas livres com a demolição da favela poderiam ser usadas para a construção de áreas de lazer e, mesmo, de mais unidades residenciais.

    Há o que fazer, mas muito foi feito em Manguinhos pelo governo federal. Será que os moradores sabem a quem devem as melhorias que estão tendo? E aí, PT? E aí, governo?

     

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