Operação da Polícia Civil deixa 8 mortos em tiroteio na Maré (RJ)

Aumenta o já alarmante número de vítimas no Rio por homicídio policial. Operação tinha como objetivo prender o traficante Thomas Jayson Gomes Vieira

Foto: Reprodução/TV Globo

Jornal GGN – Uma Operação da Polícia Civil no Complexo da Maré, zona norte do Rio de Janeiro, deixou oito mortos, na manhã desta segunda-feira (06). Intensos disparos foram ouvidos na região da Vila do João, desde as 11h, e uma troca de tiroteios entre os policiais e traficantes ocorreu, enquanto um helicóptero da corporação sobrevoava o local.

De acordo com reportagem do G1, a operação tinha como objetivo prender o traficante Thomas Jayson Gomes Vieira, conhecido como 3N, que há pouco havia fugido do Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo.

Imagens divulgadas nas redes sociais mostram crianças, que tiveram que correr e se esconder pelas ruas da Maré, enquanto ocorria o tiroteio, para evitar serem atingidas pelos tiros. As crianças uniformizadas que foram registradas correndo são da Orquestra Maré do Amanhã e tiveram que se proteger no corredor da escola.

Crianças correm por ruas da Maré durante tiroteio e sobrevoo de helicóptero da polícia na comunidade — Foto: Reprodução / Maré Vive
Foto: Reprodução / Maré Vive

Além do helicóptero e dos policiais que estavam na Operação, a Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) também participou da ação para “capturar foragidos”, informou a corporação. A polícia disse que prendeu duas pessoas e apreendeu sete fuzis e uma granada.

Com um resultado de mais oito mortes, aumenta o já alarmante número de vítimas no Rio de Janeiro por homicídio policial. Somente a Polícia Militar, nos três primeiros meses deste ano, de janeiro a março, matou 434 pessoas em “confrontos” de intervenção policial que resultaram em mortes.

Esses dados até março revelam uma média do que seriam 7 mortes por dia pela PM do Rio. Trata-se do maior número já registrado desde 1998 neste mesmo período. Em fevereiro, foram 13 mortos somente na operação na comunidade do Fallet-Fogueteiro, em Santa Teres, no centro do Rio.

 

Redação

6 Comentários

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    1. Nem todas as vítimas eram inocentes. Mas a Polícia carioca e o Exército mataram esse ano vários moradores da periferia e favelas que eram trabalhadores, pais de família, mulheres, estudantes e crianças sem nenhum envolvimento com qualquer atividade criminosa. Além disso, que eu saiba, o tráfico de drogas não é punido com pena de morte no Brasil. Pessoas que deveriam ir a julgamento estão sendo executadas sem nenhum tipo de direto a defesa, sem que tenham a oportunidade de recomeçar. Isso não é justiça, não e política de segurança, isso é vingança, pura e simples.

      Atirar em um aviãozinho ou torturar quem está com vinte gramas de maconha no bolso é uma hipocrisia populista que só aumenta cada vez mais o clima de guerra entre o tráfico e a autoridades policiais e afasta a população das favelas de quem, supostamente, estaria do lado da lei.

      Quando os representantes da lei se colocam acima do código penal, do judiciário e de qualquer rito legal, acabam por alimentar o crime organizado.

      O principal alvo dessa política é a população mais desfavorecida, e, por isso mesmo, a mais vulnerável a ser seduzida pelas soluções fáceis apresentadas pelo crime organizado. Quando essas pessoas deixam de acreditar que esteja protegida por quem quer que seja, não existe mais referência. Quando passam a temer mais o helicóptero da polícia do que os traficantes, abre-se um rasgo no tecido social com consequências imprevisíveis.

      1. Sem provocar polemica, mas para refletir.
        Essa comunidade, outras do Rio e da baixada fluminense votou maciçamente no atual governador. Talvez acreditava que a bala só acerta bandido, ela conhece homem de bem.
        Vivem como miseráveis quando podem escolher optam pela própria desgraça.

  1. Tem q eliminar quem fornece o armamento.
    O resto é fanfarronice de governador e fla×flu ideológico, que só alimenta a matança e não vai resolver nada.

  2. estado de exceção, parem esses caras
    enquanto é tempo…
    quanto mais violencia mais eles se autojustificam no
    poder nesse estado de exceção que já criaram co golpe…
    agora só querem manter essa exceção com mais
    violencia que a tudo justifica, inclusive
    esses sobrevoos genocidas…….

  3. Quase 500 pessoas em 3 meses?? Quantos morreram nesse período na Faixa de Gaza? Massacre e genocídio no Rio, e as facções criminosas do Rio são covardes, apenas contratam às vagas que ficaram ociosas.

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