Em 1995, a economia mundial estava mudando, com as grandes multinacionais começando a espalhar suas unidades de produção pelo mundo. O Brasil seria um dos pontos de atração, mas os erros de câmbio do governo FHC mataram a oportunidade.
Em 2002, a economia mundial começava a ingressar na fase de maior pujança, como desdobramento dos movimentos do início dos anos 90. A China emergia como potência, consumindo vorazmente matérias primas, e permitindo aos países produtores saltos nas exportações.
Em 2002, Lula recebeu um presente dos céus. Por conta das eleições, e dos erros de Armínio Fraga no comando do Banco Central o dólar explodiu. Como conseqüência, houve uma volta da inflação.
Durante alguns meses, havia a necessidade de uma dura política monetária por parte do BC. Em fins de abril, a economia derretia, a inflação estava contida. Se mantivesse o câmbio nos patamares de então, com a inflação sob controle, o Brasil teria entrado na atual onda de crescimento mundial em condições excepcionais.
Mês após mês, o Banco Central de Henrique Meirelles, o Ministério da Fazenda de Antonio Palocci, o governo federal de Luiz Inácio Lula da Silva, foram trazendo o real para patamares cada vez mais valorizados. Voltaram ao nível anterior à crise, depois voltaram ao nível anterior à desvalorização cambial de 1999.
O ensaio de crescimento foi abortado. Além de comer o crescimento, os juros continuaram a comer parcelas cada vez mais expressivas do orçamento.
No futuro, FHC e Lula terão algo em comum a compartilhar: o fato de terem matado as duas grandes oportunidades de desenvolvimento que o país teve, depois da travessia dos anos 80.
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