A diplomacia de Obama

Ponto importante é a guinada de posição na política externa americana, com Obama e Hillary Clinton. Em vez da história de exportar democracia – que ajudou a desmantelar tantos países e a impor tantos ditadores -, a ênfase no desenvolvimento. Essa era a lógica do que de melhor a tradição democrática americana produziu, quando os seguidores de Roosevelt julgavam que a melhor maneira de consolidar a democracia em países mais atrasados era através da modernização econômica, da criação de uma classe média modernizada, para combater os velhos coronéis, no desenvolvimento do mercado de capitais etc.

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Luis Nassif

9 Comentários

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  1. Não se pode esquecer que nos
    Não se pode esquecer que nos países periféricos ou semi-periféricos, como o Brasil, essa política “modernizadora” (Aliança para o Progresso de Kennedy…) não está em contradição com os interesses oligárquicos dos grandes latifundiários e das coorporações exportadoras de bens primários. No momento em que alguns interesses “industrializantes” ou “modernizantes” entraram em choque com tal estrutura latifundiária, fazendo da reforma agrária um passo fundamental, veio o golpe e a ditadura, e com ela o chamado milagre brasileiro (talvez o mais absurdo eufemismo do pensamento econômico nacional).

    Diria que, nesses movimentos de modernização, os novos aliados não eram oa latifundiários, mas a nova geração de empresários, mais modernizada. 64 não foi uma revolução dominada por latifundiários, embora seus interesses fossem preservados devido ao seu poder político. Havia até a proposta do Estatuto da Terra, que não saiu por pressões. Campos, Gouvea de Bulhões, Dias Leite, Severo Gomes, Velloso, Delfim, representavam interesses industriais ou financeiros, não interesses agrários. O proprio Kennedy (que morreu em 1963) tinha aparente simpatia pelas posições de centro-esquerda da Jango. Depois é que houve a radicalização política interna e o fantasma da guerra fria, levando os EUA a apoiarem 64. Mas aí o pessoal do Kennedy estava fora do jogo.

  2. Já que Eurípedes se refere à
    Já que Eurípedes se refere à necessidade do que seria uma diplomacia interna americana e menciona o “sifu”, lembro dos paralelos que podemos estabelecer entre Lula e Obama.

    Ambos provenientes de classes que tradicionalmente estavam fora dos circuitos do alto poder pegaram um um país quebrado, e a impressão que ficou é que só foi permitido que ganhassem as eleições porque herdariam um abacaxi que não conseguiriam descascar.

    Ambos falam diretamente para o povo, utilizando uma linguagem bem popular, de forma a facilitar que a maioria da população se identifique com o presidente. Esta semana Obama falou em entrevistas “I screwed up”, a propósito da nomeação de 4 colaboradores em dívida com o fisco, uma espécie de “eu f* tudo”, que também pode ser traduzido por “eu ferrei tudo”, mas, em todo caso, bastante equivalente ao “sifu” do Lula.

    Ambos enfrentam um ‘mercado livre’ moribundo, mas que se recusa a morrer. Este vai ser um grande teste para Obama: conseguir regulamentar o mercado financeiro, que não possui pátria.

    Na minha percepção, esta guerra financeira determinará a real mudança na diplomacia externa americana com os abacaxis chamados Afganistão, Iran, Iraque e Israel, e com os países em desenvolvimento.

    As resistências que Obama vem enfrentando na mídia e no Congresso americanos já são imensas. Um jornalista republicano já declarou ao vivo na TV que deseja seu fracasso, “I want him to fail”. Aqui Lula “bebe”, lá Obama “fuma”. Podemos nos preparar para um dejá-vu.

  3. Concordo em parte e gosatria
    Concordo em parte e gosatria de seguir um pouco a conversa. Até o golpe, o processo de industrialização/modernização (outro eufemismo) gerou uma camada da burgesia nacional que se beneficiava de forma desigual de tal processo, e as classes médias tenderam a se aliar às classes menos favorecidas (trabalhadores), desenvolvendo assim um uma ação política contraditória, o que no clima da guerra fria levou à radicalização que você bem lembrou. Tudo isso gerou também o mito de uma burguesia nacional disposta a se “modernizar” e aí estavam colocados os importantes personagens que você mencionou. Enfim, somente quero chamar a atenção para o fato de que essa suposta “classe modernizante” no Brasil, se existe, não é radical o suficiente para enfrentar os interesses dos latifundiários e, claro, do capital financeiro, que hoje controla o país. Preferem a depedendência e o desenvolvimento mais desigual do mundo.

    São ciclos, né? O Brasil dos anos 50 era dominado pelos latifundiários. O dos anos 70 pela chamada burguesia industrial. O dos anos 90 em diante pelo capital financeiro. E há pouca visão moderna em cada geração.

  4. Não seria bem melhor se o
    Não seria bem melhor se o governo americano se voltasse apenas para eles mesmos?. Se Obama se preocupasse com seus súditos que estão em crise de solvência e de emprêgo e deixasse o resto do mundo se virar sozinho, sem sua desnecessária ajuda? Todos os paizes que êles disseram que iam ajudar a democratizar “sifu”.

  5. Acho que é exatamente isto
    Acho que é exatamente isto que o Lula está praticando internamente. Nunca bate de frente com as instituições legais porem anti-democráticas, e tenta o quanto pode o nosso desenvolvimento econômico ainda que para isto continue aceitando resignadamente que grande parte da riqueza produzida seja, legalmente, desviada para remuneração dos senhores da então situação. Até quando ? Até o povo brasileiro, como qualquer povo, em cuja inteligência foram colocadas todas as fichas, venha expotaneamente, se ruptura que possa entornar o caldo, faça a sua parte.
    Depois do YES, WE CAN Obama copia novamente o modelo Lula um genuíno estdista digno de entrar para a nossa história. Até mesmo nas opções que vem tomando para a sua sucessão, mostra extraordinária dicernimento. Para quem duvida e ao contrário de Lula, entra em pânico com a campanha intensa do PIG, cmo já ocorreu com mensalões e outros, verá confirmada a inabalável certeza de Lula, com o rápido crescimento das de Dilma, nas pesquisas de voto. Sempre, é claro, omitida pela grande impresa. E mais, Dilma encontrará um povo mais convencido que que podemos, e com isto avançar mais na correção das enormes desigualdades e injustiças desta sociedade.

    Vamo portanto, confiar em Lula, mas vamos também continuar fazendo a nossa parte, sem desânimos e temores. Os descaminhos que continuamos assistindo são inerentes a este processo de transformação. A popularidade recorde de Lula surpreende a oposição, ao PIG e até mesmo a nós mesmos, principalmente diante das campanhas extraordinárias negativas. Que venha a crise, que venha mais PIG, que venha mais CPIs, graças a Lula, este nordetisno iletrado, está nos dando a melhor e maior lição de nossas vidas, sem um único desvio de suas convicções e sem deixar que qualquer orgulho pessoal lhe estorve sua sensibilidade política, tem acertado na mão. Vejam o resultado se puderes também enxergar.

  6. O melhor que o Obama pode
    O melhor que o Obama pode fazer em relação á política externa é respeitar cada nação, deixando que cada povo decida o que é melhor para si.
    Esse negócio de intervir, interferir, se imiscuir na casa dos outros é que estimula atrocidades, matança, genocídio, etc.
    Espero que a ONU volte a ser respeitada.

  7. Acho que a tal preocupação
    Acho que a tal preocupação dos EUA em democratizar países de políticas chamadas “teopolitizadas”, está ligada por um extenso cordão umbilical que move a economia mundial: os recursos energéticos. Hidrocarbonetos geram o milagre do fogo e impulsionam a grande roda gigante da indústria.
    Como o nosso modelo de tecnologia industrial está ligado ainda à geração de energia através do vapor (turbinas) e combustão (motores pesados), os EUA têm que lutar pra que essa fonte de energia, já não produzida com alto-suficiência há anos, não passe a ser de uma vez por todas, a fonte da falência da hegemonia americana “dada por DEUS”.
    Hoje, o discurso pregado, é que países como Irã, Iraque, possuem ditadores no poder e que de forma autoritária se apoderam da construção política do país, e os Estados Unidos com um pensamento dito “nobre e cristão”, que já é de conhecimento de todos, vem com o único interesse de “restaurar o mundo”, todavia seu verdadeiro interesse é de obter o controle das fontes de energia do tal petróleo de grau API elevado, o mesmo que o Brasil não produz até que se inicie a exploração do Pré-Sal…
    Os Estados Unidos têm por objetivo vital encontrar desconformidades nas políticas dos países citados, e/ou qualquer outro que possuir petróleo em grandes quantidades, e não, criar uma política que os permita colocar suas mãos de controle.
    Citando o exemplo do Brasil, quando o nosso excelentíssimo presidente citou a intenção de nacionalizar o Pré-sal, situação que hoje é de um livre comércio através da ANP, que tem por lema: “produz quem vence a livre concorrência através de leilões do nosso rico subsolo marinho”, o que possibilita empresas como Chevron, Shell, Halliburton e Transocean a explorarem a camada Pós-Sal do litoral brasileiro junto com a, no passado desacreditada Petróleo Brasileiro S.A.- Petrobrás, por conter uma mão-de-obra pensante nacional, não foi nenhuma surpresa que após tal comunicado tornado público pela mídia, surgissem rumores de que uma já extinta 4ª frota americana, viria espionar a nossa Amazônia Azul. Obrigando que o Brasil colocasse em treinamento de defesa, uma tropa de fuzileiros navais, portando instrumentos bélicos, menos potentes que os armamentos dos narcotraficantes brasileiros.
    A necessidade e a dependência de petróleo dos EUA é conhecida de todos. Independente do governo seja Bush, seja Obama, o presidente dos Estados Unidos da América tem a responsabilidade “dada por DEUS”, de fazer a sua honrada nação, “eleita pelo Mesmo”, se nutrir de “fast food”, carros americanos de alto consumo de combustível e do sofrimento de povos que nada entendem de hidrocarbonetos, grau API, bolsa de valores e especulações.

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