A educação com Chalita

O leitor Marcos envia artigo da Comciência – excelente site de discussão de políticas públicas – com análise indicando migração negativa em São Paulo (clique aqui). Vamos situar direito a discussão iniciada na nota anterior.

O início da deterioração da escola pública paulista ocorreu com a explosão do fluxo migratório nos anos 70, que aumentou substancialmente a demanda sem que o poder público investisse na sua ampliação. Esse é um dado inquestionável a que, provavelmente, José Serra se referiu.

Outra coisa é o desempenho recente da educação paulista – tanto a do estado quanto a do município. No último ENEM, São Paulo ficou em oitavo lugar na prova de matemática, atrás de estados que só recentemente começaram a investir na área, como Espírito Santo e Mato Grosso do Sul. Ou seja, regrediu nos últimos anos, apesar de um gasto per capita expressivo.

Já postei algumas notas aqui indicando que o trabalho do “furacão” Gabriel Chalita ainda não foi suficientemente dissecado. A Secretaria da Fazenda de São Paulo tem um banco de dados fantástico, implantado na gestão Yoshiaki Nakano. Permite toda sorte de cruzamentos e de geração de indicadores. Segundo técnicos da Fazenda, na gestão Chalita praticamente não foi utilizado — apesar de ser uma das maiores despesas do estado.

Obviamente a campanha política impede a explicitação da deterioração recente do ensino paulista por parte do candidato da situação. Mas a nova Secretária da Educação tem deixado vazar observações assustadas sobre o que encontrou na Secretaria.

Não deixa de ser curioso que comentaristas que mantinham contato estreito com Chalita jamais tenham trazido a público a real situação de descalabro deixada pelo delfim.

Luis Nassif

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