A escala do social

Porque o governo FHC não conseguiu dar escala às políticas sociais? Havia entre seus quadros dois grandes formuladores: o sociólogo Wilmar Faria, o grande nome desse novo modelo, e dona Ruth Cardoso. Wilmar foi o primeiro a pensar a articulação das políticas sociais com outras políticas. Dona Ruth teve iniciativas pioneiras, como a Alfabetização Solidária e as Comunidades Solidárias. Mas porque não ganhou escala nacional?

Havia dois problemas no governo anterior, explica Rômulo Paes de Souza – que, em toda sua apresentação fez questão de salientar as contribuições passadas. Primeiro, não entrou na agenda de governo para ganhar escala nacional. Segundo, havia ausência de prioridade. Na disputa política por recursos no governo, existem forças centrífugas muito fortes. Se não houver uma vontade política superior, políticas sociais não ganham dimensão. Em suma, havia carência de Ruth, e excesso de Fernando.

Um outro avanço foi a incorporação das redes religiosas ao modelo. OS católicos forneceram a Pastoral da Criança, o Talher, o Programa Cisternas e as Organizações Sociais ligadas à Bolsa Família. Um segundo grupo de ONGs é leigada ao protestantismo no sentido mais amplo. Essas ONGs são importantes na cobrança, no debate de estatísticas, na definição dos registros administrativos.

Luis Nassif

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