A morte de Gilberto Dupas

Por Pedro

Lamentamos informar o falecimento, nessa madrugada, do Prof. Gilberto Dupas. O sepultamento será no cemitério Gethsemani‎, Praça da Ressurreição 1, fone: 3507-0665, às 17h00 de hoje. O velório acontecerá a partir das 14h30.

Presidente do Instituto de Estudos Econômicos e Internacionais (IEEI), coordenador Geral do Grupo de Conjuntura Internacional (Gacint) – IRI/USP, professor visitante da Universidade Paris II e da Universidade Nacional de Córdoba, co-editor da revista Política Externa e membro do Conselho Deliberativo do Instituto de Relações Internacionais da USP (IRI/USP). Foi membro do Conselho Nacional de Avaliação do Ensino Superior CONAES (Ministério da Educação e Cultura), do Conselho Deliberativo do Instituto de Estudos Avançados da USP, do Conselho do CEBRAP, do Conselho Diretor da FGV e de seu Comitê de Planejamento Estratégico. No governo Montoro foi Secretário de Estado de Agricultura e Abastecimento e presidente da Caixa Econômica do Estado. É autor de vários livros dentre eles Economia Global e Exclusão Social Ed. Paz e Terra , Ética e Poder na Sociedade da Informação Ed. Unesp , Hegemonia, Estado e Governabilidade Ed. Senac , Tensões Contemporâneas entre o Público e o Privado Ed. Paz & Terra , Renda, Consumo e Crescimento PubliFolha, Atores e poderes na nova ordem global Ed. Unesp e O mito do progresso Ed. Unesp. Tem publicado cerca de seis centenas de artigos e ensaios nos principais jornais e revistas especializadas no Brasil e no exterior. Realizou cerca de 250 conferências e palestras em Universidades, Institutos de Pesquisas e Fundações no Brasil e no exterior.

Comentário

O Brasil perdeu um grande nome e eu um grande amigo. Dupas foi um homem público exemplar. Ajudou na consolidação do governo Montoro. Quando houve a possibilidade de assumir o poder – com o Cruzado – não aceitou ir para Brasília. Prosseguiu sua carreira isolada, de consultor econômico dos melhores (os Safra que o digam) e de analista arguto da realidade brasileira.

Devo a ele o início da Dinheiro Vivo. Tinha acabado o contrato da Abril Vídeo com a TV Gazeta. O SBT queria o programa Cash (que eu apresentava, mas era da Abril), eu estava com um convite para ir para a Globo. O Dupas me telefonou perguntando o que pretendia fazer. Disse-lhe da dúvida em ir para a Globo, da vontade de montar um programa. Ele me disse que o havia procurado o Luiz Fernando Levy, da Gazeta Mercantil, solicitando o patrocínio do Crítica e Autocrítica. Na época, ele era presidente da Caixa Econômica Estadual. Mas que ele gostava mesmo era do meu programa. Então, se quisesse montar um independente, poderia contar com uma cota.

Arrisquei. O patrocínio da Caixa acabou no final do ano, quando comecei a criticar o Cruzado Dois. Os marqueteiros do Palácio Bandeirantes cortaram o patrocínio.

Nunca me esquecerei das conversas com ele, eu em início de carreira falando das possibilidades abertas pela computação, dos novos caminhos e ele, experiente, encantado com o entusiasmo de um jovem.

Por Luiz Felipe de Alencastro

Eu tinha estima e respeito intelectual por Gilberto Dupas, que nos ajudou no CEBRAP. Nos vimos vàrias vezes depois, no Brasil e em Paris, e sempre tive grande admiração por suas opiniões. Dupas foi um grande brasileiro.

Do Estadão

Morre o escritor e cientista social Gilberto Dupas

Dupas havia lançado, em 2008, o romance O Incidente, seu segundo livro de ficção

Antonio Gonçalves Filho, de O Estado de S. Paulo

SÃO PAULO – Seu último livro, O Incidente (Editora Paz e Terra, 100 págs., R$ 27), lançado no fim do ano passado, fala de turistas latino-americanos que ficam presos no topo de uma montanha por conta de uma forte nevasca e que, obrigados a passar a noite numa cabana, acabam contando histórias pessoais para depois partir, incógnitos como embarcaram na viagem, mas certos de que algo mudou para sempre. Foi a metáfora que o analista político, economista e colaborador do Estado Gilberto Dupas escolheu para deixar este mundo, às 5h30 da manhã desta terça-feira, 17, aos 66 anos, vítima de um prolongado câncer no pâncreas e de um provável acidente vascular cerebral, segundo sua filha Mariana Dupas.

Luis Nassif

12 Comentários

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  1. Tive poucos professores com o
    Tive poucos professores com o carisma e o conhecimento de causa de Gilberto Dupas. Extremamente pontual, em respeito ao tempo do aluno, seu pen-drive já estava instalado sempre antes do início dos seminários. E era dos poucos que mandava bem mesmo sem esse auxílio de luxo de hoje, o power point. Não perdoava o consumo servil ao mercado e era capaz de traduzir estratégias mundiais que estavam por trás de anúncios de gibi. Não tinha medo de navegar contra a corrente. Perdemos todos.

  2. Grande PEDRÃO:
    Grande PEDRÃO:

    Ainda estamos no ar?

    Não cortatram nossa luz e o provedor.

    Mas estamos por pouco.

    Gostei de ver vc como ”postado”.

    Porque eu já estou´PRostado.

    Mais duro que arroz de terceira. klkkkkkkkkkkkk

    Abraços!!!

  3. Que perda! Perda para o país,
    Que perda! Perda para o país, perda para nós que fomos seus alunos, perda para aqueles que não terão a oportunidade de ouvir as brilhantes idéias do Professor Dupas. Perdemos um mestre, um professor que amava o que fazia. Estou realmente triste.

  4. Meu caro anarquista,
    Sobrou
    Meu caro anarquista,
    Sobrou um pouquinho, deu pra pagar as contas, e na volta ainda passei numa banca de jornal. Levei a edição de bolso da história das idéias e movimentos anarquistas, de G. Woodcock.

    Quanto ao Dupas, sem dúvida ele me ajudou a entender um pouco mais esse Brasil. Sua erudição era impressionante.

    Muito embora minha perspectiva teórica seja diferente, não há como não reconhecer… o antagonismo é fecundo.

  5. “”Sobrou um pouquinho, deu
    “”Sobrou um pouquinho, deu pra pagar as contas, e na volta ainda passei numa banca de jornal. Levei a edição de bolso da história das idéias e movimentos anarquistas, de G. Woodcock.””

    VERDADE MESMO?

    ENTÃO abra seu exemplar na pgn 83 e leia:

    ”Se matei,em primeiro lugar foi pra sartifazer minhas necessidades pessoais;em segundo ,pra ajudar a causa anarquista,pois todos trabalhamos pra felicidade do povo.”( RAVACHOL)

    CACARAS!!

    Eu nãop sou do tipo de anarquista que mata ”pra satisfazer necessidades pessoais”.E nem impessoais( acrescento)

    portanto,caro amigo PEDRÃO,o tal de G. Woodcock.era muito extremista.

    Eu sou mais maneiro.

    Eu não gosto desse cara, não.

    Meu anarquismo é o 171, no bla bla, e esse cara quis matar o mundo…kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

    É evidente que gostaria de ler uma notícia de morte de alguns do PMDB.Principalmente do ”’imortal” deles. Mas que seja de morte natural.

    Enfim, os trocados que me sobrou não aplicarei a livros.Já li mais do que o suficiente pra formar minha opinião.Vou aplica-los em bebida.

    Assim os esqueço.KKKKKKKKKKKKKKKKKKK

    O que acha,PEDRÃO?KKKKKKKKKKKK

    ABRASSADASSO( a la MILLOR)

  6. Caro Luís Nassif
    Realmente
    Caro Luís Nassif
    Realmente uma perda, um dos poucos intelectuais que não se deixaram iludir pela onda neocom.
    Sempre elegante em suas análises, nunca deixando porém de expor com firmesa suas idéias.
    Sentirei falta.

  7. Eu tinha estima e respeito
    Eu tinha estima e respeito intelectual por Gilberto Dupas, que nos ajudou no CEBRAP. Nos vimos vàrias vezes depois, no Brasil e em Paris, e sempre tive grande admiração por suas opiniões. Dupas foi um grande brasileiro.
    Luiz Felipe de Alencastro

  8. Tive o privilégio de
    Tive o privilégio de trabalhar com o Professor Gilberto Dupas quando Secretário de Agricultura e Abastecimento do Governo Montoro. Um grande administrador com ideías sempre à frente de seu tempo, por isso mesmo foi um grande Secretario. Daqueles que servem de referência ainda que não tenha surgido propriamente da área da agricultura. Do alto de sua sabedoria não tinha medo de aprender e por isso mesmo dominava rapidamente assuntos que a pouco lhe eram estranhos. Ouvia muito, refletia e acertava na decisão. Deixa um grande legado.

  9. Lamentei profundamente a
    Lamentei profundamente a morte de Gilberto Dupas. Um pensador afrente do nosso tempo. Quando terminei de ler “O Incidente” fiquei com a nítida impressão de era uma crônica de uma morte anunciada…

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