A psiquiatria sem hospícios

Por wilson cunha junior

Gentileza era louco? Eu também quero ser.

Na Argentina em 1991 pacientes de um hospital psiquiátrico receberam um tratamento diferente: Participar de um programa de rádio.

A intenção inicial do programa era apenas recuperar o uso da línguagem cuja perda é um dos elementos associados à psicose e mostrar o perigo de reclusões psiquiátricas.

Com apoio de artistas e intelectuais, em especial o músico franco-espanhol Manu Chao, a coisa foi além.

Um exemplo: clique aqui

Por Lucas Jerzy Portela

vale ressaltar a experiência radical do PAI-PJ, de Minas Gerais, em que presidiarios com transtornos mentais sao tratados em regime totalmente aberto, nos CAPS. Não há mais manicomio judiciário em Minas, nem hospitais de custódia.

Luis Nassif

15 Comentários

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  1. Tenho uma tia que sofreu
    Tenho uma tia que sofreu horrores quando era internada em hospitais piquátricos. Ficava super mal de tanto tomar choque elétrico.
    Hoje, o tratamento , na maioria dos casos, se faz em casa, com o apoio dos familiares e amigos. O doente não é mais lateralizado, hostilizado, abandonado, como antes.
    Tenho um amigo psiquiatra que há mais de duas décadas trata seus pacientes do INSS com musicoterapia, inclusive.

  2. Em Santos houve uma
    Em Santos houve uma iniciativa parecida, quando Telma do
    Santos foi prefeita e DAvd Capistrano secretario da Saúde. A “rádio Tantan”, como ficou conhecida, foi uma das melhores experiências em Saíude Mental.

  3. O corpo médico e psicólogos
    O corpo médico e psicólogos do Hospital Pinel do Rio de Janeiro criaram, junto com os internos, a TV Pinel e um bloco carnavalesco batizado de “Tá pirando, pirado? Pirou!”, que sai nos domingos de Carnaval, com concentração em frente à Unirio.

  4. A experiência da cidade de
    A experiência da cidade de Santos antecede a esta da Argentina e foi resultado de um congresso dos trabalhadores de saúde mental, realizado em Bauru,São Paulo em 1987,e criou o lema “Por uma sociedade sem manicômios”.
    A rádio Tan Tan ,criada em 1989,tendo como secretário da saúde David Capistrano Filho,já falecido,demonstrou,além do grande poder de recuperação,a capacidade destas pessoas antes tratadas à base de choques (ou maltratadas),obtendo uma grande audiência na cidade de Santos.

  5. vale ressaltar a experiência
    vale ressaltar a experiência radical do PAI-PJ, de Minas Gerais, em que presidiarios com transtornos mentais sao tratados em regime totalmente aberto, nos CAPS. Não há mais manicomio judiciário em Minas, nem hospitais de custódia.

    (depois vem neguinho dizer que Aécio é neoliberal…)

  6. antecipando-me às criticas:
    antecipando-me às criticas: isso nao aumenta a criminalidade ou a reincidência. Antes, o contrário: paciente psiquiatrico que comete crime comete por ser doido, nao por ser criminoso.

    E é claro que os psicopatas e neuroticos graves não estão inclusos no programa PAI-PJ. Estes continuam, como devem continuar, presos.

  7. Alguém se lembra de um filme
    Alguém se lembra de um filme estrelado pelo Dudley Moore, em que ele fazia um publicitário que acabava surtando e sendo internado em um hospício? Aquele filme era muito engraçado, pois ele acabava criando uma agência de publicidade dentro do hospício e, por incrível que pareça, a agência faz um senhor sucesso, conquista um monte de contas e por aí vai.
    Não pude deixar de ver um paralelo com a tal rádio Tan Tan e a TV Pinel.

  8. Wilson, não acho que ele era
    Wilson, não acho que ele era louco, mas é preciso uma coragem louca para fazer o que ele fez! Fiz na peça A PROVA um “fora da casinha”, um matemático. Passei 3 dias num Hospital Psiquiátrico aqui no Rio, chamado Dr. Eiras. Uma experiência inesquecível, terrível. As coisas que vi me fizeram ter pesadelos durante meses, só comparáveis aos pesadelos que eu tinha quando saí da cadeia em 68. Eu não podia dormir lá, claro, só tinha autorização para entrar as 8 e sair às 18. No último dia, quando estava me despedindo dos internos, um enfermeiro me levou até o gabinete do Diretor. No caminho eu comecei a chorar, estava muito impressionado com tudo e ele me disse:
    “Você não viu nada. Precisa ver o que é isso durante a noite!”
    ps. Lu, eu também sou da paz, gosto de provocar mas não tenho talendo para a ironia fina, sou mais truculento, rsrsrs;

  9. Lucas ,

    a luta
    Lucas ,

    a luta anti-manicomial não precisa de alcunha ou registro de patente . Ela emana do povo para o povo , é democrática e ajudou na conquista da reforma psiquiátrica hoje implantada nso serviços de saúde . Acho que o Aécio vem bastante depois disso tudo funcionar , primeiro na cidade de Santos e agora tendo como modelo os serviços substitutivos em funcionamento na pref. de BH , com os Cersans , centros de convivencia e as residencias terapeuticas. Patrus Ananias , Paulo Delgado , Fernando Pimentel são nomes importantes no apoio político desse movimento .
    É um movimento tendendo a se ampliar , depende muito , ainda , da informação que ajudará no combate aos preconceitos que todo portador de sofrimento mental ainda sofre .

  10. Esse mesmo, Zé. O mais
    Esse mesmo, Zé. O mais interessante é que quem conhece um pouco que seja o ambiente publicitário sabe que aquelas doideiras que apareciam nas propagandas hipotéticas seriam perfeitamente plausíveis na vida real. Havia uma de que me lembro até hoje: “vá a Nova York. Ano passado tivemos menos assassinatos que no retrasado”, ou algo assemelhado.

  11. é trite acreditar na poética
    é trite acreditar na poética história que a psiquiatria vem sendo alvo de mudanças, é pura balela, não tem remédio, o paciente recebe alta hospitalar e não tem família e vai para as ruas e lá se torna mendigo ou criminoso pois mediante um surto e sem tratamento acaba cometendo crimes. é de tamanha indignação ouvir essa “fala sobre caps”.tenho pena da família que muitas vezes não tem nem dinheiro para comer ou até mesmo para transporte e vem o doutor nafetalina dizer que a doença é controlavel! dentro de um onibus um doente entra em surto a propria sociedade ao invés de socorrer é a primeira a correr, é muito belo o programa mais não em um país como o nosso de tamanha pobreza e onde o SUS não trata com dignidade o povo. vejo nos hospitais e caps um descaso e falta de preparo,sei de casos onde o doente não foi inetrnado e acabou se matando (surto) e quando não mata a família. a doença mental tratada em hospital é como outra qualquer como o instituto de nefrologia,leucemia,etc.. onde requer tratamento intensivo e internação.o paciente internado em psiquiatria fica sobre observação e após sua melhora é dada a alta, caso o paciente não tenha familia o paciente infelizmente continua no hospital pois o memso não pode ser posto na rua.em tempo a estatistica é altisssima de pacientes que não tem familia e que sao abandonados no hospital. a situação dos hospitais é crítica pois eu trabalhei durante anos e sei que uma diária não paga o que se gasta com esse doentes ( remedio,roupa de cama,alimentação,terapia ocupacional,exames clinicos,dentista,intercorrencia clinica,etc) e falando em intercorrencia clinica muitas vezes o paciente é levado para o pronto socorro e lá ele é rejeitado e logo dizem não ter vagas a situação não é tão simplória. colocar um paciente psiquiatrico em hospital clinico é complicado porque são doenças diferentes uma mexe com a mente e as outras com o organismo em geral,por exemplo: imagine uma pessoa sentindo-se mal e internada tendo que ouvir gritos de um paciente psiquiatrico( a lógica já existe os hospiatis são distribuidos segundo sua especialidade (cardiologia,obstetricia,pediatria,clinica geral ,etc)fico muito triste em ver a banalização que vem sendo tratado o paciente,pois ele merece tratamento especial sim e cuidados tambem é lógico que para o governo fica mais barato medicar e mandar para casa isto quando tem familia e quando não tem? e quando não tem remédio? e quando existe preconceito no proprio local onde vive?que trabalho é feito com esses moradores para aceitar uma pessoa portadora de necessidaes especiais?sería lindo se tudo fosse feito com relismo e não poéticamente.

  12. Boa Tarde,
    Senhores que é a
    Boa Tarde,
    Senhores que é a favor a liberação dos paciente dos hospitais psiquiatrico, eu não concordo vejo que a grande mairoria das familias não aceita a patologia e ainda mais cuidarem de seu pacientes um parente que moram no mesmo teto é muito dificil concordo mas é necessário de um trabalho sistematico com as familias para compreenderem e aceitarem a doença. Para se ter uma ideia a familia quando vai internar o individuo dá o nome da residencia errada. Ai eu pergunto e os pacientes graves com alucinações e delirios que ouve vozes e ve coisas que ninguem ve só ele acredita na imagem e vozes capazes de cometer algo mais perigoso. Se os que já estão internado vão para onde ficar na rua sem assistencia como faz então eu sou contra a eliminação dos hospitais, Um grande abraço, e obrigado pela vossa atenção,

  13. Acredito que temos que rever
    Acredito que temos que rever essa nova politica de quem quer que os pacientes sejam liberados para ir a rua, Hoje os hospitais psiquiatricos tem toda uma estrutura significativa ante de inclui-lo na sociedade existe um trabalho qualificado pelos profissionais como TERAPEUTA OCUPACIONAL, PSICÓLOGOS, FONO, ASSISTENTE SOCIAL, MÉDICOS PSIQUIATRICO E SÃO MUITO BONS, digo isso porque trabalhei em dois hospitais, o tratamento terapeutico e medicamentoso é fundamental por isso ele o paciente é preparado para ser incluido na sociedade, logico que faremos de tudo para que ele volte a sociedade, O que tem que pensar também é em função da socieade, ou seja necessita de informação sobre a patologia. Paciente com surto psicotico não tem condições de retornar as suas casas, quando em surto pode praticar um ato inadequado, Entendam o que é PSICOSE. Ainda sou contra a extinção dos hospitais, os psicopatas estão na cadeia então vamos também eliminar as cadeias o que acham?

  14. MUITO IMPORTANTE ESSE
    MUITO IMPORTANTE ESSE TRABALHO ,HA MUITO MAIS PESSOAS PRECISANDO SEM SABER ONDE ENCONTRAR TRATAMENTO. VOU DIVULGAR PARA TANTOS QUE CONHEÇO..PARANBENS, FABULOSO.

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