A Tata perdeu?

Enviado por Igor Cornelsen

Respeito a tua opinião sobre a CSN mas modestamente acredito que para o Brasil, os brasileiros e para a própria CSN é muito mais interessante ela investir o seu capital no Brasil.

Quanto mais caro a energia for ficando, e o dia do petróleo barato está muito perto do fim, mais sentido fará as siderúrgicas ficarem próximas das minas de ferro e o custo do transporte cair sobre o aço ou até sobre as partes já prontas. Não fará mais sentido o transporte de minério a longas distancias para siderúrgicas locadas nas economias desenvolvidas Neste dia produzir aço na Inglaterra e na Holanda será inviável, estas economias comprarão produtos já prontos ou aço em placas.

Os acionistas ingleses e holandeses venderam um mico por um bom preço e a Tata fez um mau negócio na minha modesta opinião.

Melhor faria a CSN se construisse uma usina nova em Minas Gerais, próxima de uma ferrovia e encostada na sua mina. Ganharia a CSN e os brasileiros.

Pena que a taxa de câmbio não ajuda.

Gostei de ver no seu artigo que você já reconhece as vantagens do “investment grade”.

Observação

“Investment grade” só para aquisições externas.

Luis Nassif

13 Comentários

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  1. Só uma pequena dúvida: Será
    Só uma pequena dúvida: Será que o petróleo vai continuar neste nível com esta questão ambiental, aquecimento global e substituição por fontes renováveis de energia..? Os acionistas da Tata não gostaram, assim como os da CSN, gostaram do resultado da disputa. O que será que as administrações vêem que os acionistas não conseguem ver…mistérios…

  2. Seguindo o raciocínio
    Seguindo o raciocínio apresentado, no dia em que ficar inviável produzir aço na Inglaterra e Holanda, o custo de transporte dos produtos prontos e do aço em placas tb vai subir. Que vantagem Maria leva? Do ponto de vista estratégico para a CSN, adquirir a Corus seria estar próximo do mercado consumidor.

  3. Para o bem da humanidade,
    Para o bem da humanidade, espero que o Dólar não baixe mais de 50 dólares.
    Não entendo a idéia de se criar uma usina na Índia ou na China. Mão de obra é intensiva nestes setores?

  4. Caro Tiago.
    O Brasil é o
    Caro Tiago.
    O Brasil é o maior exportador de café em grãos. A Alemanha um dos maiores no café beneficiado, ou seja, se agregarmos valor na matéria prima, eliminaremos as feitorias em redor de Hanburg. Qual o melhor chocolate? O belga, francês, italiano ou alemão?Eles produzem o fruto?
    Quanto ao aço a mesma coisa, a partir do 2 de fevereiro em Paris nada será como foi outrora. Pode apostar.

  5. Aço usa eletricidade ou
    Aço usa eletricidade ou carvão, não petróleo. A Inglaterra tornou-se a Oficina do Mundo por ter o melhor carvão, e ainda tem reservas vastas desse carvão. O problema do Brasil para produzir aço é nossa falta de carvão de coque de qualidade, mas compensamos isso em parte com energia elétrica barata.

    No caso dessa Tata, a exemplo de outras aquisições nos EUA, deve ser mais uma questão de redução as barreiras protecionistas, carteira de clientes, maior acesso a crédito e algum know-how específico (aços especiais).

    Se a CSN perdeu ou ganhou só o tempo dirá, mas invariavelmente, em leilões muito disputados verificasse a maldição do vencedor, ou seja, no calor da disputa o vencedor do leilão pode dar um lance bem maior que o realmente “justo” .

  6. E o carvão?
    Siderúrgicas
    E o carvão?
    Siderúrgicas integradas são agregados de diversas plantas. Começam com a fábrica de coque e sinter (coqueria e sinterização), depois alto-forno (ferro-gusa), acearia (aço), laminação de placas (sem lingotamento contínuo), laminação de chapas e/ou perfis, laminação de tiras a quente e a frio, e, finalmente, no caso da CSN, estanhagem, zincagem , etc.
    Em resumo, entram pedrinhas (carvão e minério de ferro) e sai chapas e bobinas de aço, perfis, trilhos, etc.
    Outros insumos são importantes como água, energia elétrica, refratários, cilindros de laminação, etc. Entretanto, a maior parte dos custos é carvão e minério de ferro.
    Os grandes lucros advém da escala de produção e boa logística. Quem tem o maior alto-forno e menor custo de de transporte de minérios irá ganhar mais.
    Inglaterra e Holanda não têm minério de ferro, assim como o Brasil não tem carvão. Uma boa infra-estrutura portuária e ferroviária compensa a distância das minas de carvão e minério de ferro.
    Portanto, talvez ainda compense manter siderúrgicas na Inglaterra e Holanda. O maior custo deve ser o impacto ambiental e a falta de fontes de água.
    Quanto ao custo de mão-de-obra, este é irrisório se comparado com os investimentos em equipamentos nas grandes plantas.
    Siderúrgicas pequenas só são viáveis quando produzem aços especiais e/ou usam sucata (não são integradas).

  7. Se a Tata perdeu ou ganhou
    Se a Tata perdeu ou ganhou ainda é muito cedo para se saber. Agora que a CSN ganhou não resta a menor dúvida; basta ver a valorização das suas ações na BOVESPA. Penso que nossas siderurgicas deveriam se unir, conseguir financiamento junto ao BNDS (basta apresentar um bom projeto, que dinheiro tem) e construir usinas maiores e ultra-modernas, em locais próximos às minas. Quanto ao câmbio, acho que este seria o momento ideal para investimentos, pois possibilita a aquisição externa de máquinas/equipamentos de ultima geração, para compor essas usinas.

  8. Nassif,
    Não sei se há alguma
    Nassif,
    Não sei se há alguma siderúrgica no mundo, que esteja perto de todas as matérias-primas de que precisa.
    Se as siderúrgicas brasileiras estão próximas do minério, por outro lado estão longe do carvão de boa qualidade. No terminal portuário da Cosipa, por exemplo, durante 25 anos, quase todo o carvão descarregado era polonês.

  9. Oi Nassif,
    Tem um ponto
    Oi Nassif,
    Tem um ponto básico: a Tata tem interesses muito mais diversificados que a CSN.
    Isso afeta a compra de maneira assimétrica. Para a CSN era a consolidar uma posição. Para a Tata é a cabeça de ponte não só para o aço, mas para seus outros produtos. No mais vantagens comparativas ainda são determinantes apesar da teoria ser centenária.
    ( )s Paulo

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