Bologna e a TAM

Em entrevista à “Folha”, o presidente da TAM Marcos Bologna sustenta que os problemas da empresa foram resultado de coincidência trágica de acidentes no final do ano. E garante que a TAM vai continuar perseguindo a meta de deixar o avião menos tempo no chão, para se aproximar da Gol.

O buraco é mais embaixo. Sob sua gestão, a TAM liquidou a imagem de atendimento e eficiência da era Rolim. Hoje em dia, a TAM sequer sabe como proceder para transportar crianças. Nos aviões, comissárias, jovens inexperientes, não sabem como se comportar quando se deparam com um passageiro inconveniente. Não há mais o sistema de captar necessidades e desconfortos dos passageiros. Levaram um ano para interromper o suplício daquela TV a bordo operando a pleno volume. E só acordaram quando as críticas começaram a se tornar públicas. Nos guichês, não há mais estratégias para reduzir a fila. E a afirmação de Bologna, de que a TAM não serve “barrinhas de cereais” (marca da Gol) não ajuda. Há pelo menos um ano, só serve sanduíche frio.

O problema é que a cultura de qualidade implantada por Rolim foi perdida. Uma construção de décadas virou pó em pouco tempo. Provavelmente, as equipes que ajudavam nessa missão foram desarticuladas, devido a essa miopia de olhar o caixa sem atentar para a estratégia.

Se a família Rolim acordar, ainda assim levará muitos anos para consertar os estragos. Mesmo assim, se conseguirem acertar na escolha do sucessor.

Luis Nassif

20 Comentários

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  1. Olá Nassif,
    Li a entrevista e
    Olá Nassif,
    Li a entrevista e achei patética. Estão, sim, repetindo as mesmas burradas que desaguaram na confusão natalina. Aproveitar mais os aviões como, se a idade média da frota é maior que a frota da GOL ?
    Mas enfim, o duopólio da aviação não dá a mínima ao que a população pensa ou precisa. Acho que mais concorrência bastaria para se mudar esta situação. Mas nossas leis e regulamentações de navegação aérea não se prestam para isso.
    Quem (sobre)viver verá.
    [ ]´s

  2. Excelente descrição do que se
    Excelente descrição do que se passa na TAM, beira a tremenda incompetência, inclusive as tarifas, como as cinco criadas há pouco, chega a ser estúpido. Aqui em Curitiba, na época que é comum o Aeroporto não abrir, como em Agosto passado a TAM vendeu passagens internacionais, saindo de Curitiba pela manhã, pois foi orientação da empresa que certamente o avião decolaria, uma vez perdido o vôo, óbvio, me disseram em off que se não fizessem isto lotariam o avião da tarde e ninguem iria comprar o bilhete da manhã.

  3. Um depoimento: 5a.
    Um depoimento: 5a. feira(25/01) fui a João Pessoa pela Tã-TAM no vôo 3104 com embarque às 20:20 hs, escala no Rio (70 minutos no chão) e chegamos a JP à 01:30, logo após o jantar… um belo ´misto frio´…. Voltei domingo (28/01) pela BRA…brrr.. pela metade do preço ($ 478 ) Recife/Congonhas.

  4. Para formar uma boa imagem
    Para formar uma boa imagem demora-se muito tempo, porem a incompetência e visão só voltada ao lucro liquida toda a história da empresa e fidelidade do cliente.
    Exemplos:
    1- A mudança do programa de fidelidade (só se pode usar a pontuação caso se adquira o bilhete com uma semana de antecedência, mesmo que a aeronave decole com assentos vazios e muitos na maioria dos casos).
    2- Como cliente fidelidade vermelho, várias vezes escrevi para TAM elogiando funcionários e procedimentos e poucas vezes reclamando ou fazendo sugestões e recebi respostas. Hoje por mais que se escreva não recebo resposta alguma.
    3- Como dito acima, o atendimento, com raras exceções de funcionários antigos, é de péssima qualidade, nem tanto pela má vontade, mas pela falta de preparo.
    Não se pode esconder o sol com a peneira Sr. Marcos. Somos clientes que pagamos e caro pelos serviços prestados pelo Sr. e pela empresa que infelizmente o Sr. representa. Não quero acreditar que a família Rolim participe da forma que conduz a empresa, a não ser que tenha aderido ao “lucro imediato e a qualquer preço”.
    VIVA A CONCORRÊNCIA, pena que, onde ela esta?.
    Rodolfo Rezende.

  5. Nassif, não posso afirmar se
    Nassif, não posso afirmar se é o caso, mas em referência a experiênias análogas, eu diria que a questão parece ser mais embaixo ainda. A verdade é que a reengenharia não saiu da cabeça dos executivos brasileiros. Gestores que se estabeleceram na cultura neoliberal tendem a destruir tudo o que era anterior a nova gestão, pra dizerem que estão fazendo algo novo e bom. Essa cultura continua muito forte. Não há respeito ao conhecimiento acumulado, às experiências, fatores tão essenciais nos momentos onde há necessidade de reação à concorrência. O fato é que cada executivo novo que entra no topo vem com uma turma de puxa-sacos, é um termo medíocre, mas é a mais verdadeira representação dessa geração de gestores. São profissionais com postura, pose, forma. Conteúdo zero. Funcionários que em uma reunião ficam calados pq não sabem o que dizer, qdo abrem a boca é pra confirmar e elogiar o que o CEO acabou de dizer. E os CEOs gostam disso, isso é que é pior. E isso é epidêmico nas corporações atuais. Daí a falta de inovação, estabelecimento de um ambiente propício à tal e que aproveite o conhecimento acumulado. Joga-se tudo fora em troca de um “novo” que ninguém sabe ao certo onde vai dar. Resultados em curto prazo são percebidos, mas esvaecem até no curto prazo, quando uma nova turma de executivos assume. O ambiente executivo brasileiro está carente de consistência, líderes, gente com vontade mas também com amor à corporação. E amor à corporação só tem quem com ela convive, gosta do time, quer ver a estrutura andar, melhorar. Quem respeita a corporação. O conhecimento acumulado nas empresas está sendo jogado na fogueira e o pior é que tem gente enchendo os próprios bolsos com isso.

  6. Oi Nassif
    Sempre acesso seu
    Oi Nassif
    Sempre acesso seu Blog. O que você acha da desmilitarização do controle de vôo? Parece ser um simples golpe dos sargentos controladores, apoiados por sindicalistas. Eles, formados em curso bancado pela FAB, passarão a ser civis muito mais bem remunerados que seus companheiros de profissão que escolheram outros cursos, alguns tipicamente militares. Ou seja, os militares que se danem e continuem ganhando mal, os sindicalistas fardados passarão a ganhar mais do que brigadeiros da aeronáutica. Onde está a justiça nisso tudo? Além disso, serão criados novos cargos para os apadrinhados politicamente pelo governo?

  7. Pseudos administradores,
    Pseudos administradores, daqueles que falam muito, bonito, aquilo que as pessoas querem ouvir, tipo do que se lê em livros de auto ajuda e que não levam a nada. A TAM foi a TAM porque o dono era quem mandava e o interesse era dele e daquilo que criou. Como toda a empresa mau administrada a TAM seguirá o mesmo caminho da VARIG.

  8. Nassif, você, mineiro como eu
    Nassif, você, mineiro como eu embora de região diferente, conhece a velha expressão: “Os olhos do dono é que engordam o boi”. O Comandante Rolim nos disse adeus muito cedo, sem condições de colocar um mini alter ego (no bom sentido. Não é um autômato) para continuar a jornada da TAM. O resultado é isto aí. Você se lembra como a Tam, com suas cotoveladas laterais abriu caminho entre Varig e outras? Pois é. O que ficou – ou melhor os que ficaram – não sabem nem para onde apontam os próprios narizes e aí vemos coisas como esta. Cuide-se

  9. Por achar o atendimento da
    Por achar o atendimento da empresa deficiente, escrevi num dos formulários de “fale com o presidente”. Isso foi há alguns meses, e nada me foi dito sobre a reclamação. Efetivamente, a imagem da empresa, pelo menos a mim, parece desgastada. Primeiro quando fui mal atendido e marcado erradamente meu vôo. Depois, por não receber qualquer comunicação pelo canal que a empresa se dispoe a abrir ao consumidor, todavia, kafkiano.

  10. Em termos de pontualidade,
    Em termos de pontualidade, preço e atendimento ao passageiro, a Ocean Air está ganhando de goleada da tam… Foram-se os tempos áureos do ”tapete vermelho”

  11. Claro. A TAM corta o
    Claro. A TAM corta o essencial, o que afeta o passageiro, desmonta os programas de qualidade interna e acha que está sendo inteligente.

  12. Nassif, esse seu post sobre a
    Nassif, esse seu post sobre a TAM veio em boa hora. Dia 20/12 fui de BH a Curitiba pela TAM. O vôo atrasou 4 horas na saída da Pampulha e tanto os atendentes da TAM em terra quanto os comissários e o piloto da aeronave afirmaram em alto e bom som que o atraso era devido à ‘greve dos controladores’. Achei estranho, pois outras aeronaves (Total – que voa para o interior de Minas – e Gol) estavam decolando, algumas com um pouco de atraso. Ao pousar em Congonhas, notei que outros aviões estavam descendo logo atrás, ou seja, era impossível ser operação padrão (que eu também enfrentei em novembro). Depois, ao chegar a Curitiba, vim a saber que o problema era mesmo com a TAM. Ou seja, além de desrespeitar os passageiros (devido ao mau planejamento – a passagem mais barata da TAM pela nova tarifa estava mais barata que a da Gol, à época – certamente houve maior procura do que o previsto), mentiram na cara dura, jogando o problema no colo dos culpados da vez, os controladores. É mole?

  13. eu enfrentei um voo da tam
    eu enfrentei um voo da tam neste mes de janeiro… alem de enfrentar 5 horas de espera na sala de embarque em congonhas, nao tive o direito por parte da empresa nem de um copo de agua… depois, em voo, me serviram um sanduiche frio e uma barra de cereias…… que recusei, pois nao gosto!

  14. As pessoas às vezes só
    As pessoas às vezes só enxergam o que querem mesmo. Ao leitor Ricardo, que disse que a TAM não possui uma frota nova e ainda passou um link do jetsite, que tal clicar em “últimas” desse mesmo site para ver que: “TAM tem a frota mais jovem do Brasil”
    A TAM Linhas Aéreas mantém a frota mais jovem de aviões no País, de acordo com levantamento exclusivo realizado pela revista especializada Avião Revue. A pesquisa publicada na reportagem de capa da edição de janeiro da revista mostra que a idade média dos aviões da TAM é de 7,1 anos, enquanto a média do setor é de 11,2 anos. O Ranking 2007 da Avião Revue leva em conta toda a frota das companhias aéreas brasileiras, identificando com detalhes o modelo de cada avião, prefixo, sua data de entrega e o dia em que realizou o primeiro vôo. O levantamento da revista, concluído em 10 de dezembro de 2006, mostra ainda que a frota da TAM cresceu de 80 para 93 aeronaves no período de um ano, enquanto a idade média recuou de 7,5 para 7,1 anos. Já a frota total do País diminuiu de 279 para 264 aviões no mesmo período.

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