Da boa entrevista de Fábio Zanini com o presidente do PT Marco Aurélio Garcia na “Folha” de hoje (Clique aqui, para assinantes).
FOLHA – Por que o sr. briga tanto com a imprensa?
GARCIA – A imprensa é que tem brigado comigo. Sempre que eu dou uma opinião que não corresponde à pergunta, que muitas vezes é uma tese, as pessoas caracterizam minha opinião como “visivelmente irritado”. (…)
FOLHA – Uma reforma da Previdência também?
GARCIA – Evidentemente. Se você examinar os débitos [das empresas] com a Previdência, é mais do que o déficit. Por que vamos mudar a idade mínima se tem gente fraudando a Previdência, sonegando? Se essas coisas não derem certo, vamos estudar outras medidas. Não vamos mexer nas regras enquanto não fizermos isso.
FOLHA – Esgotadas as medidas administrativas, pode haver mexida nas regras?
GARCIA – Se eu lhe disser isso, amanhã a Folha (…)
FOLHA – O sr. acabou de dizer.
GARCIA – (…) vai dizer: presidente do PT admite reforma. Não admito. (..)
FOLHA – Durante a campanha se falou que quatro anos não eram suficientes para o PT mudar o país. Quanto é preciso?
GARCIA – Uma mudança não se faz em oito anos, ou quatro. País com um passivo social como o nosso precisa de uma geração para encontrar a embocadura do ciclo prolongado de crescimento.
FOLHA – O sr. está repetindo o [ex-ministro das Comunicações] Sergio Motta, que queria o PSDB 20 anos no poder?
GARCIA – Não estou dizendo que o PT deva ficar [no poder]. Estou dizendo que precisamos do movimento de uma geração para transformar o país, e gostaria que o PT tivesse papel protagônico. Quem decide é a sociedade.
Manchete do jornal: “Garcia defende PT no poder por uma geração”.