Freada de arrumação em SP

Enviado por: Ricardo Pereira

Prezado Nassif, como nao vi ainda nenhum comentario seu sobre a as atitudes do Gov. Serra em pedir o recadastramento do funcionalismo e de ordenar o congelamento dos contratos e uma auditoria dos mesmos, gostaria de sua opiniao sobre o assunto…
Um forte abraço musical

Resposta

Ricardo,

É norma básica de quem chega, conferir folha e contratos. Não se trata necessariamente de desconfiança em relação à idoneidade do governo anterior; certamente é em relação à sua capacidade de gestão.

Redução de despesas é processo contínuo. Depois de cadastrar todos os contratos do governo do estado, Mário Covas convocava reuniões periódicas de todo secretariado, cobrando mais e mais redução de despesa. Quando se esmorece nessa vigilância permanente, não há organização que resista,

Em sua gestão, Alckmin terminou com esses encontros periódicos. Aliás, acabou até com as reuniões conjuntas do secretariado. Sem essa cobrança permanente, a negociação de contratos tende a ser cada vez mais leniente.

A falta de vigilância acabou permitindo à administração direta e indireta criar anti-corpos contra restrições orçamentárias, principalmente quando tirou da Casa Civil um administrador do porte de Antonio Angarita.

Por exemplo, Covas havia definido uma redução anual gradativa das dotações às fundações, como o IPT, Seade, Fundação Padre Anchieta. A idéia central era que elas começassem a gerar receita até conseguir autonomia financeira.

A maneira de driblar essas restrições era inventar projetos onerosos intra-governo. Tome-se o caso da Fundação Seade. Há uma vastíssima demanda por projetos de pesquisa. Mas a Fundação é historicamente conhecida por seu acomodamento e escassa capacidade de gestão. Então a Secretaria A encomendava um trabalho a um custo desproporcional. Desonestidade? Não, apenas uma maneira de burlar as restrições orçamentárias e repassar recursos para financiar a ineficiência. Praticamente toda a administração pública de São Paulo passou a trabalhar assim.

Em alguns momentos, algumas secretarias chegaram a empregar centenas de militantes e cabos eleitorais com empregos e sem função – como foi denunciado por alguns secretários que entravam.

Daí a importância da chamada freada de arrumação.

Luis Nassif

31 Comentários

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  1. Nassif,

    É realmente uma
    Nassif,

    É realmente uma norma básica de quem chega, conferir folha e contratos, não vejo como uma desconfiança etc, mas congelar os pagamentos é uma prática perigosa, por que a firma que já emitiu a nota fiscal paga os tributos adiantado para o governo (até o que está congelando), isso em alguns casos, mesmo no caso da gestão Covas na Sabesp, coibiu várias pequenas empresas com preços competitivos de participar das licitações e continuidade do contrato, por que com a falta de pagamento por um prazo de 90 dias, começaram a atrasar os impostos, e nesse momento a administração para pagar exige um documento de que estas firmas estão em dia com suas obrigações fiscais.
    Eu acredito que seria melhor sempre rever os contratos e pagamentos, mas dentro de uma política que também não afete seu fornecedor, como é na iniciativa privada.

  2. Corretíssimo. Não tenho cor
    Corretíssimo. Não tenho cor política. Tenho claro, para mim, quais princípios e ações são relevantes. Quando o governante toma uma ação que considero correta, elogio; quando não toma, critico. Não existe nenhum governo que seja totalmente bom ou totalmente ruim.

  3. Nassif, pretinentes os seus
    Nassif, pretinentes os seus argumentos sobre a necessidade que todos os dirigentes deveriam observar no que diz respeito não só ao aspecto político diretivo, como também ao zelo pela boa administração dos sempre escassos recursos. É básico tanto que chama-se de princípio: o da eficiência, algo que, ao que parece, a alquimia esqueceu, ou sequer ouviu falar.

  4. Nassif,
    Concordo que é
    Nassif,
    Concordo que é “natural” esse tipo de ação porém, da forma como foi divulgada ou mostra inépcia de Serra ou foi proprosital mesmo pra dar um escanteio no Alckmin
    Abs

  5. André, bem antes de sair da
    André, bem antes de sair da “Folha” já alertava que Alckmin nunca foi gestor — Covas, sim. Hoje a mídia que inventou o mito já admite que o gestor é medíocre. Quem dissesse isso antes era desqualificado, porque se trocou o jornalismo pela política. Quanto ao Serra, o momento de dizer é quando se assume o governo e se tem acesso a todos os dados.

  6. Nassif,
    Sugiro q vc que
    Nassif,
    Sugiro q vc que elabore um post bem didático a respeito do assunto “gestão” abordando temas como “choque de gestão”, gestores medíocres e gestores de verdade, dando exemplos recentes. Eu não sou economista, mas sou um curioso e creio que deva haver muitos assim por aqui. Sempre que leio algo a respeito disso sinto falta de um embasamento teórico. Obrigado!

  7. Ex-Governador do Paraná, o
    Ex-Governador do Paraná, o sr. Jaime Lerner, sempre que podia, trazia a público uma das suas máximas, que, resumidamente, era a seguinte:
    O que passou, passou. Aquilo que interessa é o que acontecerá da posse para a frente.
    Ouso complementar: Quem ficar olhando para trás, irá, desnecessariamente, consumir tempo e energia.

  8. João, o Serra criticou pontos
    João, o Serra criticou pontos que a tal imprensa vem defendendo cegamente há anos; e criticou posturas das quais o grande representante foi FHC. Entendi sua intenção como de crítica a um estilo de governar que teve em FHC o maior representante. Os jornais é que gostam de forçar a barra em conflitos.

  9. Nassif,

    É isso aí ! Gostei
    Nassif,

    É isso aí ! Gostei do seu comentário para o Daniel. Eu também penso assim.
    Não importa A COR DOS OLHOS DO GATO. O QUE IMPORTA É QUE ELE CACE OS RATOS !
    (Acho que foi Deng Xiao Ping que citou essa frase quando China abria sua economia).

  10. Oi Nassif

    OOps !!!
    Lembraram
    Oi Nassif

    OOps !!!
    Lembraram do Mário Covas ! E de como seu sucesso foi apropriado pelo Sr. Geraldo.
    Diga-se de passagem que uma das grandes derrotas de Covas foi a privatização do Banespa. Mais do que nunca efeito dos juros estratosféricos praticados.
    Mas este é outro causo …

    ( )s Paulo

  11. Corretíssimo Jonalista
    Corretíssimo Jonalista Nassif. Trata-se, simplesmente, de cientificar-se dos números da “Empresa” que se está assumindo. De mais a mais, custos são iguais as unhas , devem ser aparadas sistematicamente. Não consigo “enxergar” qualquer tipo de retaliação a Govêrnos passados, nem nas linhas nem nas entrelinhas e muito menos no que não foi escrito. Meus respeitos e até outra vez.

  12. Apesar de ser uma pessoa
    Apesar de ser uma pessoa correta, a gestão Covas foi terrível na área de Educação. Fechou escolas, demitiu professores, tudo de forma bastante autoritária. Nem mesmo deputados conseguiam conversar com a secretária da educação de que nem vale a pena lembrar o nome. Até mesmo as universidades paulistas sofreram. Bem diferente de Montoro que sim exerceu um governo democrático e participativo. O governo Covas não foi tão bom quanto às vezes querem fazer demonstrar. Vale lembrar que ele quase não vai nem mesmo para o segundo turno em 1998. Depois derrotou o Maluf, felizmente, com o apoio do PT , inclusive – que viu sua candidata ficar em terceiro, poucos votos atrás do Covas, devido a uma pregação da Folha pelo voto útil baseada em uma pesquisa que dava Rossi em segundo e Marta em quarto.

  13. Entao caro Nassif, fica a
    Entao caro Nassif, fica a pergunta, entre o Lula e o Alckimin, qual ee o pior gestor? Segundo vc ambos sao ruins, mas vc fez uma campanha contra o Alckmin (embora elogiasse o seu assessor economico), e nunca discutiu a gestao federal a fundo… Todo o onus ia para os gov. estaduais, nada para o gov. federal. Um bom exemplo foi com a onda de violencia do PCC. Segundo o seus comentarios se o gov. federal estivesse fazendo tudo era um problema da administracao estadual, e o gov. federal estava fazendo uma bela gestao na seguranca publica (nunca foi comentado q o dinheiro para a seguranca vinha do gov. federal… e q boa parte, segunda a tal midia “maldita”, nao foi repassada para os estados).

    Alias, nao me lembro desta historia de empregos de cabos eleitorais pelo Alckimin… mas, mesmo assim, ee verossimil. O duro deste tipo de comentario, ee q daa a entender q soo a Alckmin fazia isso… certamente as outras administracoes nunca fizeram isso. Fala serio…

  14. O governo Lula tem uma
    O governo Lula tem uma facilidade se quiser fazer uma freada de arrumação para o segundo mandato. Já está tudo parado.

  15. Também é freada de arrumação
    Também é freada de arrumação criar três secretarias (totalmente desnecessárias) e 141 cargos comissionados para as mesmas, como Serra fez?
    E a Globo ainda o colocou como um dos governadores cortadores de gastos.

  16. Prezado Nassif,

    Não consigo
    Prezado Nassif,

    Não consigo entender sua simpatia pelo Prefeito (ops! Governador) Serra. Para mim, ele não passa de mais um cabeça de planílha. Senão, vejamos:
    1) Na Prefeitura, fechou várias salas de aula porque estas tinham menos de 30 alunos. Como efeito, ajuntava os alunos em outras salas de aulas que passavam a contar com mais de 40 alunos.
    2) Reduziu significamente a frota e remanejou linhas de ônibus na Capital de forma a aumentar o tempo de espera nos pontos e a superlotar os veículos.
    3) Aumentou a passagem dos ônibus muito acima da inflação registrada no período (tudo bem, foram os seus bonecos que assinaram, mas todos sabemos de onde veio a diretiva).
    4) Criou uma Secretária de Estado (do Ensino Superior) apenas para acomodar seu colega “médico” Pinotti. Não vejo o menor sentido nestas aberrações (a secretaria e o secretário), quando o que mais se discutiu durante as eleições foi justamente a educação e a aproximação entre o ensino superior e o ensino fundamental.
    5) Ao invés de melhorar as condições de trabalho dos professores (incluindo aumento de salário), contratou “estagiários” (em um tipo de subemprego) para tentar amenizar as agruras por que passa o sistema educacinal municipal.
    6) Ao invés de empreender uma eficaz reforma gerencial no sistema de saúde público municipal, doou alguns poucos “filets” as tais de Organizações Sociais. Estas, por sua vez, criaram suas clinicas “particulares” com dinheiro público, atendendo somente clientela especial. A Prefeitura, por sua vez, teve que realocar seus funcionários para outras funções.
    Bom, Nassif. Parece-me, pelos exemplos, que o “gestor” Serra apenas procura deixar os gráficos do excell mais apresentáveis, escondendo a triste realidade pela qual vive a população (paulistana, e agora a paulista. e, pelo amor de Deus, sem esta coisa de “brasileiros de São Paulo”!!!)
    Um grande abraço,

  17. Afinal, Nassif, com Alkmin
    Afinal, Nassif, com Alkmin teriamos choque de gestão ou choque de congestão
    Essa freada de arrumação partindo do Serra, insuspeito, ele apoiou Alkmin em outubro, dá a entender que escapamos do segundo.

  18. Prezado Ricardo, o problema
    Prezado Ricardo, o problema não é a freada de arrumação a que se refere Nassif. Aguarde pois o que vem depois da freada é muito pior: a descarga da enxugação da máquina.

  19. Nassif,

    É muito bom ter um
    Nassif,

    É muito bom ter um blog como o seu, com opinião independente. Infelizmente, os blogs que estão por aí, são descaradamente tendenciosos, em favor de um ou outro partido político. Pretensamente informativos, são usados para desancar desafetos e destilar amarguras. Por favor, resista às pancadas dos maniqueístas e oportunistas de plantão. O país precisa de lucidez.

  20. Continuando a conversa sobre
    Continuando a conversa sobre a dificuldade dos tucanos em fazer do seu passado um presente de qualidade e um futuro com muito sucesso, como esse pessoal se esqueceu completamente de Franco Montoro…

    Lembro até de um episódio marcante da nossa história recente, o da derrubada da cerca (um cercado de ferro) do Palácio dos Bandeirantes. Quem se lembra daquilo? E o significado que a atuação do governador Montoro teve naquela situação gravíssima?

    Montoro agiu com temperança, um equilíbrio incrível. Quando todos pediam repressão, o governador saiu do Palácio para dialogar com os manifestantes. Estava ali a gênese da inconseqüência de tantos atos futuros da esquerda, com o PT logo após abarcando e cristalizando essa atitude de “ir para o pau” sem medir conseqüências e também sepultando possibilidades de entendimento em torno da cidadania e do avanço com respeito à democracia.

    A atitude de Franco Montoro é um dos episódios mais importantes da história brasileira. Existe até um livro que trata desse assunto. É do José Hamilton Ribeiro.

    Mas e os tucanos? Nada. Deixam para trás. Engavetam. Não sou tucano, não, é bom avisar pois falando dessas coisas posso parecer o que não sou, mas se eles cuidassem um pouco da sua própria história, das ações decentes e dos homens decentes que fizeram o PSDB, iriam fazer um bem danado para o Brasil.

  21. Nascif,
    Vamos imaginar só por
    Nascif,
    Vamos imaginar só por um momento (na imaginação a gente pode fazer qualquer coisa) que fosse um governo petista sucedendo outro governo petista e o eleito toma-se a mesma atitude, qual manchetes você acha que leríamos na Folha, Estadão e Veja ? é normal este tipo de procedimento entre governos de um mesmo partido ? Lembremo-nos que a pouquíssimo tempo tentou-se passar a imagem de um competente gestor ao Alckmin, e a atitude do Serra revela que no mínimo houve acobertamento de uma situação escandalosa pela mídia paulista, para não falar da nacional.

  22. Serra? Aécio? Legendas? Caro
    Serra? Aécio? Legendas? Caro Nassif, ou melhor, pobre Nassif. Responda ao Ettore, explique o boom do crescimento das dívidas da cidade de São Paulo e do estado de Minas Gerais. Enquanto os economistas, pensadores, sociólogos, planilheiros esboçam suas teorias miraculosas, o sapo barbudo, o “torneiro mecânico” faz o serviço, na mais pura realidade. Tô dizendo, o sapo virou “Príncipe”. Pra dor de cotovelo da Dinastia café-com-leite.

  23. Veja Nassif, são paulo, que
    Veja Nassif, são paulo, que representa quase 40% do nosso PIB e mais de 50% da arrecadação nacional do ICMS, está se organizando, para gastar e investir aquilo que as receitas permitem. Antes fazia novas dívidas, buscava recursos no tesouro nacional e rolava dívidas também. E olhe, é o segundo orçamento do país. Como estado mais rico do brasil, na renegociação de dívidas, transferiu p/ o tesouro nacional todos os seus problemas e a juros privilegiados.No caso específico de goiás, o estado em fase de crescimento, foi penalizado com juros de mais de 15% a.a., duas vezes mais que são paulo, estado rico, está pagando. E tem mais , da dívida mobiliária do tesouro nacional, são paulo é responsável por 14% do seu montante. O conceito da rolagem tinha que ser invertido, os estados pobres pagariam juros menores, para cumprir com pontualidade as suas obrigações e não prejudicar o desenvolvimento. Não é só goiás, vários pequenos estados estão com o mesmo problema e merecem do governo o mesmo tratamento privilegiado de são paulo, minas, rio grande do sul, etc. E o governo, para ser justo, pode fazer isso imediatamente. São afinal unidades federadas e não países independentes.

  24. Caro Nassif,

    O mais
    Caro Nassif,

    O mais interessante disto tudo é saber que o PSDB, que apoiava o “super gestor” Alckimin para presidente da República, não o acha a altura de ser presidente do próprio partido. E agora, para completar o espetáculo, vem o Serra dando a entender que o Geraldo era um governador inepto.
    Essa tucanada está realmente sem rumo.
    Se não ressucitarem logo o Montoro, o Covas e o Richa, eles estão perdidos. O Lula vai conseguir eleger até a Dona Marisa como sua sucessora!

  25. Só posso dar parábens ao
    Só posso dar parábens ao Serra pelas primeiras medidas tomadas no Governo.
    O Governador teve muita coragem, pois acaba de desafiar o PSDB.

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