Um exemplo de como se usam as estatísticas.
De Fábio Giambiagi: “Faz sentido que os trabalhadores das regiões metropolitanas, que geram novas riquezas para o país, tenham hoje um rendimento, em termos reais, inferior ao de 1994, quando foi lançado o Plano Real, ao mesmo tempo em que o poder aquisitivo de quem ganha o piso previdenciário ou assistencial (muitas vezes sem ter contribuído nunca para o INSS ou tendo realizado contribuições ínfimas por pouco tempo) caminhe com o aumento previsto para 2007 rumo a ser 100 % superior ao de 1994?”
A tabela acima (elaborado por Amir Khair e Nelson Barbosa) mostra o valor real do salário mínimo, deflacionado pelo IPCA. Repare que Giambiagi escolheu, como ano de comparação, 1994, o fundo do poço do valor do mínimo. A partir daí tirou aquele número altissonante sobre o valor atual do mínimo.
Olhando a tabela, outro economista poderia dizer que o mínimo, hoje, tem o mesmo valor que tinha em 1986, vinte anos atrás.
Entenderam como o especialista exerce seu poder? Simplesmente seleciona dados que servem à sua tese. E esses dados são apresentados como técnicos e acima da política.
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