Explicações do Henrique Meirelles ao Merval Pereira, no “Globo” de hoje, e que saíram em outros jornais, a partir de fontes do mercado:
1. A maior prova de que o Banco Central estava certo quando alterou os juros para 0,25, é que a taxa de juros de um ano era de 12,35% e caiu para 12,22%. As de dois anos caíram de 12,29 para 12,24. Explica que sempre que o BC faz uma mexida que o mercado considera errado, as taxas de longo prazo sobem.
E o povo aceita o argumento, o que fazer? Nem se tenta praticar alguns exercícios mínimos de questionamento, como, por exemplo: como se comportaria a curva dos juros se a queda da Selic tivesse sido de 0,75 ponto? Só isso. Não há mais nenhuma preocoupação em sofisticar a análise e os argumentos, porque o que se fala, se aceita como se ciência fosse. Para tudo, vale o paradigma de Eduardo Gianetti: ou o BC ou o retorno aos anos 80. É o mesmo processo ideológico emburrecedor que levou à tragédia do câmbio no Real (vide post com FHC).
2. Insiste que está sendo bombardeado por setores do PT por ter impedido o levantamento da liquidação do Banco Econômico, planejado por Marcos Valério. O episódio existiu, de fato e pode servir para desqualificar críticas de alguns setores. Agora servir de escudo para as barbeiragens do BC é demais. Qual a explicação para as críticas amplas de economistas, analistas e setores não-petistas?
3. A coluna inteira é em cima da entrevista com Meirelles. Quando entra nas acusações contra setores do PT, o colunista informa que “o presidente do Banco Central não comenta, mas seu entorno está convencido que …”. Depois da pausa para falar com o entorno, retorna ao centro, e capta essa pérola de Meirelles: “O próprio Ministro das Finanças inglês, Gordon Brown, contou-lhe (ao Meirelles) que ao ser convidado pelo primeiro-ministro Tony Blair para o cargo, fez duas exigências: ser o seu sucessor dentro do Partido Trabalhista e dar independência do Banco Central. “Mas você não tem ambições políticas”, disse-lhe Blair. “Por isso mesmo, quero dar independência do Banco Central inglês”.
Está certo. Tercerize-se definitivamente a política econômica para o BC, com papel passado.
Leia o post que coloquei sobre a entrevista com FHC e analise o momento atual à luz do que ocorreu de 1994 a 1998.
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Vamos abrir uma discussão
Vamos abrir uma discussão sobre isso, Paulo.
Acho que o site do Bacen tem.
Acho que o site do Bacen tem. Tenho na DV mas agora não me lembro a fonte à qual o pessoal recorre.
Ainda me lembro quando na
Ainda me lembro quando na década de 80 explodiu “a crise”, e veio para ficar. Primeiro tinha havido a do petróleo, em 73, como fenômeno não passageiro, obrigando a mudanças gerais dos modos de vida. Emendou-se a dos anos 80, que se tornou um “modo de governar”. Governar com crise era bom para segurar os conflitos de classe e os conflitos ideológicos.
Agora se superpõem ao modelo “das crises” as tendências monopolistas do capitalismo financeiro, de orientação monetarista: o financismo monetarista está se tornando um fator político de administrar inadequadamente os conflitos sociais.
Então, além da brutal transferência de renda dos pequenos capitais, familiares e de pequenos empreendimentos, para o mercado especulativo de grandes capitais, existe o controle monetarista para “administrar” indiretamente a sociedade, dizendo que tal coisa “agora é possível”, ou “agora não é possível, e controlando diversas condições de comportamento da população e do país.
A “terceirização” da política econômica, neste mundo profundamente interdependente e interligado, equivale a quase governar o país. Então, para que eleições? Além disso, quem semeia vento…
Essa administração pela crise, pelo caos e pelas regras de um banco central estão intimamente ligadas à encruzilhada social em que o Brasil se encontra, em várias áreas estratégicas e essenciais.
Ao que parece a opção de Lula
Ao que parece a opção de Lula pelos interesses do “mercado”, foi mesmo acertada antes das eleições. O financiamento de sua campanha pelos banqueiros não é acidental.
Nassif,
Embora sem relação
Nassif,
Embora sem relação direta com o assunto em pauta, acabo de ler no site Carta Maior uma notícia preocupante. Uma emenda do ex-Senador Ney Suassuna a um Projeto de Lei (6.272/05) que deve entrar na pauta da próxima segunda-feira (semana pré-carnavalesca) condiciona a fiscalização das contratações trabalhistas pelo Ministério do Trabalho à previa autorização da Justiça do Trabalho, o que, na prática, inviabiliza o trabalho de fiscalização. Segundo informado, o lobby de patrões poderosos, que sonham com a revogação da Lei Áurea, está atuando a pleno vapor no Congresso e o momento é adequado a uma aprovação sem estardalhaço. A emenda foi subscrita por 60 senadores e já recebeu parecer favorável do relator do Projeto de Lei, Senador Pedro Novais (PMDB/MA). Não seria oportuno discutir essa questão em seu frequentadíssimo blog? Afinal, as relações de trabalho, majoritariamente assimétricas, não podem prescindir da ação eficaz do Estado, para impedir ações fraudulentas de empregadores astutos, muitos dos quais com assento garantido no Parlamento brasileiro ou patrocinadores de campanhas para o Senado e Câmara federais. O que v. acha?
O medo da mudança.
O medo da mudança.
Menos, Mário. A médio prazo,
Menos, Mário. A médio prazo, até poderia.
Claro.
Claro.
Nassif, vc não desanima não?
Nassif, vc não desanima não? Eu e muuuuita gente votou no Lula pra mudar , mas o que vemos é uma triste continuidade. Onde está a esperança, onde estão os sonhos, onde está a história do Lula e do PT? É uma profunda decepção…
nassif, existirá mais uma
nassif, existirá mais uma consequencia para o mercado interno que poderemos espetar nas costas do senhor meirelles : a hora que esse cambio estourar, e esse dia virá com certeza, todo o setor produtivo brasileiro estará aos frangalhos, sem capacidade para suprir o mercado externo e interno ao mesmo tempo ,os preços subirão aqui dentro pela menor oferta derivada da retração do setor produtivo que estamos presenciando .A maior parte dessas pequenas e médias empresas que estavam conseguindo penetrar no mercado externo não sobreviverá, restarão os grandes grupos que conseguem sobreviver mediante os instrumentos que não são acessiveis ao pequenos (ACCs transformados em aplicações financeiras, aporte de capital multinacional, redirecionamento de produção )só para citar alguns. Este filme já está gasto e nós sabemos o seu final, só que desta vez ele virou longa metragem.
Nassif, o que vc faria com a
Nassif, o que vc faria com a taxa de juros?
Baixaria em quanto?
Até que ponto manteria as reduções?
Quais impactos tais reduções teriam no crescimento e na inflação?
Pq o FHC não reduziu a taxa como este governo está fazendo? Aliás
com ele a taxa esteve a impensáveis 42% a.a.
Nassif, vc sabe que o país não cresce mais pq herdamos uma dívida muita alta do governo FHC de tal forma que não é possível cortar impostos (medida mais eficaz para o crescimento).
Merval Pereira,com sua
Merval Pereira,com sua obsessão de terceiro turno,aborda de maneira suspeita para um jornalista de seu porte,as razões da oposição que o PT faz ao presidente do BC.Cita sem testemunho,negócios que não prosperaram ,propostos por agentes ligados ao partido,negados por Meirelles.Causando supostos prejuízos.O mais grave,é que sugere nessa fantasia, uma ilegalidade,que se houve como o descrito,o presidente do banco central é cúmplice por omissão. Parece ,que a reportagem ficou incompleta ou o colunista perdeu-se entre a intenção de colocar um “caco” acusatório, e o verdadeiro objetivo da reportagem.
.Lembra chicana jurídica,inábil.
Nassif… agora somos uma
Nassif… agora somos uma maquina de gerar dolares???!!!
Palavra do Mantega na Folha de hoje.
Autonomia em relação ao
Autonomia em relação ao mercado. Desde que começaram as loucuras do BC, em 1994, nunca cometi a loucura de propor autonomia.
Concordo 100% com o Meireles,
Concordo 100% com o Meireles, o BC deve ter autonomia operacional e deve ter como contrapartida a obrigação de atingir a meta de inflação, sendo assim o atual presidente deve pedir demissão por não ter cumprido a meta.
Na minha opinião, se houver
Na minha opinião, se houver uma baixa forte no juro, as maiores dificuldades serão o consumismo e a especulação imobiliária. Para coibir a especulação imobilaria, o governo deveria aumentar o imposto sobre o lucro imobiliario, deveria recolher antecipadamente imposto de renda nas vendas de qualquer imobel superior a vinte mil reais, como fazem com as vendas de ações
O PT é um partido tão
O PT é um partido tão corrupto quanto os outros. Dessa forma, faz todo sentido que essa onda toda contra o Meirelles seja apenas vingança de interesses contrariados. O fato é que os dados macroeconomicos do país hoje são superiores aos de 4 anos atrás. E muito se deve à atuação do BC sob o comando de Meirelles.
Para quem é incapaz de
Para quem é incapaz de entender as regras da democracia e das instituições reguladoras, a autonomia do BC só pode ser mesmo uma loucura! É por inteligencias assim que este país não sai do brejo!
A Grande Sorte do Sr. Lula
A Grande Sorte do Sr. Lula foi poder contar com o Sr. Henrique Meirelles para abrir seus olhos para com os falsos paradigmas que o rodeiam, dado que nosso Presidente não possui Diploma de Economista.
Ops, esqueci o link da página
Ops, esqueci o link da página de abertura da ONu, aí vai:
http://unstats.un.org/unsd/default.htm
Nassif, esqueci de dar esta
Nassif, esqueci de dar esta outra dica de estatísticas da ONU ao Joaquim Machado. Nesta página de abertura é possível consultar a base de dados da própria ONU.(Economis Statistics no alto à esquerda), é mais fácil e muito mais prático.
Nassif, vai aqui um dica para
Nassif, vai aqui um dica para o Joaquim Machado sobre estatísticas de outros países. Nesta página da ONU, há links para os serviços de estatísticas dos países afiliados. Vou quebrar o link para não dar problema no blog.
http://unstats.un.org/unsd/methods/inter-natlinks/ sd_natstat.htm