Meus escritores prediletos

Nem tenho a pretensão de fazer crítica literária, mas os escritores brasileiros que mais me encantaram com seu estilo foram os seguintes (de orelhada, por isso mesmo cometendo injustiças):

Graciliano Ramos, Machado de Assis, Monteiro Lobato, José Cândido de Carvalho, Pedro Nava, Gondim da Fonseca (jornalista e panfletário), Domingos Pelegrini Jr., Jorge Amado, sim, Dalton Trevisan, Gilberto Freyre.

Entre os poetas, Drummond, Bandeira,Vinicius, Carlos Penna, Patativa do Assaré, Castro Alves e Gonçalves Dias,Bruno Tolentino.

Luis Nassif

57 Comentários

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  1. Bela seleção!! Machado de
    Bela seleção!! Machado de Assis, Monteiro Lobato e o incrível José Candido de Carvalho e sua obra antológica ” O Coronel e o Lobisomem” são realmente a nata de um estilo que dificilmente veremos algo próximo dessas obras.

  2. Posso dar o meu pitaco?…rs.
    Posso dar o meu pitaco?…rs. Dentre os de língua portuguesa sou fã do Machado de Assis(ninguém é irônico da mesma forma que ele) e do Eça de Queirós. Mas gostaria de destacar uma obra que eu acho sensacional da nossa literatura: “O Tempo e o Vento”, autoria de Érico Veríssimo.

  3. Obviamente há a consternação
    Obviamente há a consternação por são Paulo. Aqui há a questão dos empreendedores trabalharem tanto para o lucro quanto para o bem-comum, como já o fazem, nas ações de responsabilidade social. Mas, no Rio, há uma força policial se deslocando para lá, e uma guerra urbana que pode se tornar declarada. Essa é uma situação que sintetiza e se projeta para o Brasil e para o mundo, e encontrar boas soluções imediatas para o Rio ajudará bastante São Paulo, para que a riqueza das narrativas das duas metrópoles volte a encantar os leitores, e novos autores brotem da atividade cultural multiplicada, em tempos de paz.

  4. Êta exercício gostoso de
    Êta exercício gostoso de fazer. Tua lista está fantástica. Meu pitaco, por enquanto, vai no rumo de Rubem Fonseca na prosa e Mário Quintana no verso. Abraços!

  5. Desculpem o possível excesso,
    Desculpem o possível excesso, mas gostaria de fazer um segundo comentário, depois de ver o “RSS”, logo após o “blog”. Deveríamos hoje pensar no Rio de Janeiro. Refletir sobre o que aconteceu com o Rio. O Rio de Janeiro é Brasil, é “o” Brasil em muitos lugares. Devíamos fazer do Rio a nossa cidade modelo. A nossa utopia. O que aconteceu com o Rio? Com o Brasil? Com o Brasil que nascia saudável e democrático nos anos 50, e logo tropeçava e tropeçava, mas deu alguns passos. O Brasil todo devia ajudar o Rio a se tornar a “cidade maravilhosa”, não é original? E depois copiá-la, só de inveja.

  6. Pobre literatura, relegada
    Pobre literatura, relegada nesta época, e pior para nós! Basicamente, quem lê hoje é a televisão, e ela depois “transmite” os textos na linguagem audiovisual. A leitura exercita e enriquece a imaginação, organiza o espaço doméstico – cria um espaço de silêncio, um lugar para os livros – conhecimento -, uma posição de busca da crítica e do conhecimento; a leitura reorganiza o tempo, recupera o tempo da existência, interrompe a sanha industrial-tecnológica; a leitura é trabalho, é produção de si mesmo e do mundo; a leitura é reencontro com o mundo, pois a ficção é um ensaio do mundo; e a realidade é feita de narrativas; o mundo acaba sendo o que se diz que ele é, e isto acaba virando “o que todo mundo diz, pensa, acha, acredita”; e quem está narrando o mundo? Os que não lêem, passam cada vez mais a apenas repetir visões e valores, esvaziam seus sentimentos e projetos, passam a viver de modelos e pacotes. Ah, leitura, leitura!

  7. Quase inclui o Mário
    Quase inclui o Mário Palmério, que li aos 15 anos. Depois, me tornei muito amigo do seu irmão, seu Zé Palmério, um dos pioneiros da Previdência Social no país.

  8. Nassif:

    Sobre o ato de ler é
    Nassif:

    Sobre o ato de ler é preciso que os educadores descubram alguma forma que torne a leitura algo atraente, prazeroso para a criança e para o adolescente.
    Pasme, Nassif, só fui descobrir o prazer da leitura não técnica e não informativa depois dos 30 anos. Lembro que minhas professoras de língua portuguesa e literatura sempre nos recomendavam, obrigavam a ler, mas nós simplesmente detestávamos.
    Machado de Assis, então, era um horror. Hoje, fico deslumbrado com a genialidade desse homem. Mas como fazer para que isso não seja descoberto tão tarde? Eu ainda descobri, mas e aqueles que não descobrem nunca?

  9. Exemplo perfeito da ironia
    Exemplo perfeito da ironia machadiana, retirada do livro “Memórias Póstumas de Brás Cubas”:

    – Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis.

  10. Cheguei atrasado na conversa,
    Cheguei atrasado na conversa, mas faltou até agora um maravilhoso conterrâneo seu, Nassif — eta terra de grandes escritores! –, que começa sua opera magna desta forma magistral (inspirada no Eça, aliás):
    “Eu sou um pobre homem do Caminho Novo das Minas dos Matos Gerais. Se não exatamente da picada de Garcia Rodrigues, ao menos da variante aberta pelo velho Halfeld e que, na sua travessia pelo arraial do Paraibuna, tomou o nome de Rua Principal e ficou sendo depois a Rua Direita da Cidade de Juiz de Fora. Nasci nessa rua, no número 179, em frente à Mecânica, no sobrado onde reinava minha avó materna. E nas duas direções apontadas por essa que é hoje a Avenida Rio Branco hesitou minha vida.”
    Pedro Nava, Baú de ossos. E por aí seguem suas memórias, ao longo de vastos volumes.

  11. Não entendi, Paulo. O Mário
    Não entendi, Paulo. O Mário Palmério recorria à linguagem dos caboclos, mas sem as licenças poéticas de Guimarães.

  12. Este é um que me
    Este é um que me persegue:

    VERSOS ÍNTIMOS

    Vês?! Ninguém assistiu ao formidável
    Enterro de tua última quimera.
    Sómente a Ingratidão – esta pantera –
    Foi tua companheira inseparável!

    Acostuma-te à lama que te espera!
    O Homem, que, nesta terra miserável,
    Mora, entre feras, sente inevitável
    Necessidade de também ser fera.

    Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
    O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
    A mão que afaga é a mesma que apedreja.

    Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
    Apedreja essa mão vil que te afaga,
    Escarra nessa boca que te beija!

    Augusto dos Anjos

  13. Desculpe, entrar por esta
    Desculpe, entrar por esta porta, mas não consigo engolir o que a midia está vendendo sobre o acidente na Linha 4 do Metrô, em Pinheiros, na beira da Marginal.
    Quem já teve oportunidade de ver fotos do rio Pinheiros antes de virar o atual canal denominado rio Pinheiros sabe do que falo.
    O rio Pinheiros, na região onde aconteceu o acidente – ou barbaragem – era uma serpente em movimento e traçaram um canal no centro para drenar e ocupar as suas margens.
    Qualquer curioso sabe que aquela área é sedimentar: depósito de “areias” (digamos assim) trazidos pela correnteza ao longo de milhares de anos. Além dos “n” aterramentos que sofreu.
    Será que precisa mais informações para saber que aquele solo é instável?
    Mais, querer culpar as chuvas do período é ridículo! Quem não tem acesso ao índice pluviométrico de Sampa?
    Sou um mortal assessor de imprensa e sei disso. Só eu?
    Fico envergonhado ao ler nas capas de jornais e sites que a chuva provocou tudo isso.
    Não teremos seriedade no tratamento do assunto? As empreiteiras e os tucanos tudo podem?

  14. Cláudia, o Sayad é homem de
    Cláudia, o Sayad é homem de cultura vasta e muito bom senso. Deve estar estudando o assunto antes de se pronunciar, mas tenho boas expectativas em relação a ele. Quanto ao Grassi, confesso que não acompanhei sua gestão.

  15. Já que o assunto é
    Já que o assunto é literatura, uma dica para quem tem filhos adolescentes(na faixa doas 12 a 16 anos), dois livros que marcaram meu início de adolescência:

    “A Hora do Amor” e “A Hora da Luta”, autor Álvaro Cardoso Gomes.

    Duas belas histórias, de leitura muitíssima agradável, que ajudam a incutir o prazer da leitura nos jovens.

  16. Nassif.
    esta é uma chaga
    Nassif.
    esta é uma chaga dolorosa e ninguém gosta de tocar no assunto. Os chefetes politicos e as milicias armadas.
    Tenorio Cavalcanti começou sua carreira política eliminando os saqueadores de mercados na década de 60. Gostaria que algum historiador desenvolvesse uma tese de DOUTORADO com o seguinte tema ” O Poder e a Criminilidade

  17. Nassif, O Gabriel teve a
    Nassif, O Gabriel teve a tola e infeliz idéia de contrapor João Guimarães Rosa a Graciliano Ramos. Pelo que sei, após o mencionado episódio do concurso, Rosa e Graciliano tornaram-se grandes amigos. Outra tolice foi dizer que Rosa era apolítico e Graciliano político-fundamentalista-comunista-alagoano. Conforme Eduardo Coutinho, citando a entrevista de Rosa a Gunter Lorenz: “. Para Guimarães Rosa, a linguagem é um poderoso instrumento de ação na medida em que, ao expressar idéias – “a língua
    serve para expressar idéias”, diz ele, em sua entrevista com Lorenz – pode atuar sobre os indivíduos, levando-os à reflexão. Mas como este poder da linguagem se
    enfraquece sempre que suas formas se acham desgastadas e condicionadas a uma visão de mundo específica, é preciso renová-las constantemente, e o ato de renovação
    se reveste de um sentido ético que o próprio Rosa explicita ao referir-se, com bela imagem, ao “compromisso do coração” que, conforme acredita, todo escritor deve
    ter. A linguagem corrente está desgastada pelo uso e, por conseguinte, “expressa apenas clichês e não idéias”; assim, é missão do escritor explorar a originalidade
    da expressão lingüística, de modo a que ela possa recuperar seu poder, tornando-se novamente apta a atuar sobre os indivíduos. É por esta razão que declara
    que a poesia “se origina da modificação de realidades lingüísticas e em seguida conclui que todo verdadeiro escritor é também um revolucionário, porque, ao restaurar
    o poder de ação da linguagem, está ao mesmo tempo espalhando sementes de possíveis transformações.
    Com a renovação do dictum poético, empreendida por Guimarães Rosa, o leitor é induzido a pensar, a refletir a todo instante, e se transforma de mero consumidor num
    participante ativo do processo criador. O autor está ciente do fato, como ele mesmo afirma através das palavras do narrador de Grande sertão: veredas, de que “toda
    ação principia mesmo é por uma palavra pensada. Palavra pegante, dada ou guardada, que vai rompendo rumo” assim, fornece ao leitor esta “palavra”, por meio das inovações
    que introduz, e, ao estimular sua reflexão e conseqüente participação na construção da própria obra, faz dele um grande questionador, um desbravador de caminhos.
    O leitor, para Guimarães Rosa, como aliás todo ser humano, é sempre um perseguidor, um indivíduo inteiramente construído sob o signo da busca, e é esta indagação
    que deve ser constantemente estimulada pelo escritor. A Rosa não basta, por exemplo, tecer, como haviam feito autores da geração anterior, uma crítica, por mais
    veemente que seja, a determinada realidade, se esta crítica não se fizer acompanhar de uma reestruturação da linguagem sobre a qual se erige. A revolução na literatura
    deve partir de dentro, da própria forma literária, se se quer atingir o leitor.”
    Dá para notar o que deseja o Gabriel. Tolices, para não dizer outra coisa. Rosa e Graciliano não comportam nenhum tipo de comparação. Conforme Rosa, em Grande Sertão: Veredas- “De seguir assim, sem a dura decisão, feito cachorro magro que espera viajantes em ponto de rancho, o senhor quem sabe vá achar que eu seja homem sem caráter. Eu mesmo pensei. Conheci que estava chocho, dado no mundo, vazio de um meu dever honesto. Tudo, naquele tempo, e de cada banda que eu fosse, eram pessoas matando e morrendo, vivendo numa fúria firme, numa certeza, e eu não pertencia a razão nenhuma, não guardava fé e nem fazia parte. Abalado desse tanto, transtornei um imaginar.”

  18. Sobre Monteiro Lobato, com
    Sobre Monteiro Lobato, com tudo – e quem sou eu para lhe tirar o mérito – dizem que uma parte da comunidade indígena reivindica a saga do Saci, que era, obviamente um indiozinho, na origem da lenda; esta diferentemente das publicações, era contada de geração para geração.

  19. Caro Nassif

    Aguardo vosso
    Caro Nassif

    Aguardo vosso parecer sobre o assunto abaixo, postado no BZD.
    O que será que o Sr. Marcelo Beraba dirá ?

    Uma renegociação corriqueira vira engodo em jornal

    Uma chamada de capa hoje na Folha, “Perdão da dívida de usineiros supera R$ 1 bi na gestão Lula”, é um engodo. Não se deixem enganar, são lágrimas de crocodilo do jornal, que não só silenciou como apoiou medida idêntica adotada no Estado de São Paulo, no apagar das luzes do governo Lembo e de comum acordo com o governador Serra.

    Em São Paulo, R$ 20 bilhões em dívidas – algumas criminosas, pura sonegação de ICMS – viraram R$ 2 bilhões, um perdão de R$ 18 bilhões. O Estadão até elogiou, e a Folha ficou quietinha, omissa.

    Não tem nada de mais na negociação do Banco do Brasil com usineiros. O governo pode até não concordar, mas todos os bancos negociam dívidas como essas e dão os mesmos descontos, é só conferir.

  20. Monteiro Lobato é um ótimo
    Monteiro Lobato é um ótimo escritor, sem dúvida, e não só pela literatura infantil, mas também pela sua produção voltada aos adultos. O que mais me impressiona nele é que ele era uma pessoa (das poucas) que realmente se preocupava com o Brasil. Não se importava em ser tachado de “direita” ou de “esquerda”, mas o que fosse bom para o país encontraria nele um grande defensor. Quem já leu “O Escândalo do Petróleo” sabe do que estou falando. Aliás, foi bom ver que na comemoração dos 50 anos da Petrobrás ele foi lembrado com um dos brasileiros que mais brigaram para que o país explorasse esta riqueza e progredisse economicamente. E, em geral, quem leva a fama pela criação da Petrobrás é Getúlio Vargas, que mais se opôs ao projeto de exploração de petróleo defendido pelo Monteiro Lobato.

  21. Nassif:
    Furo de reportagem!!!
    Nassif:
    Furo de reportagem!!! Resultado final sobre o laudo do IPT sobre a cratera do Metro: “violento recalque do solo motivado pelo peso da consciência de uma família que habita um prédio vizinho”!
    Portanto já descobriram o que abriu (com u ) o buraco do Serra!

  22. Quando eu tinha sete anos
    Quando eu tinha sete anos ganhei de presente a coleção de Malba Tahan e a também coleção “amigos da infância”, isto é, tinha que ler um volume, ser questionado sobre ele, para receber o seguinte. O mesmo acontecia no meu 1º ano ginasial que éramos obrigados a ler um livro por mes e fazer um resumo. O primeiro livro foi o “Os meninos da Rua Paulo” de Ferernc Molnar com a tradução de Paulo Ronai. podem-se passar várias encarnações, isto, não esqueço..

  23. Que bom gosto em Nassif ! é
    Que bom gosto em Nassif ! é esta boa literatura que está faltando aos nossos jovens de hoje quem sabe ainda teremos leitores iguais ou parecido com você.

  24. Para NASSIF

    Amiguinho, a
    Para NASSIF

    Amiguinho, a palavra “gamelada” é uma maneira de o mineiro do nordeste de Minas, expressar “um monte de coisas boas”. É comum, você ouvir nessa região as pessoas dizerem:
    – Eu fiz uma gamelada de biscoito!
    – Precisa de ver a gamelada de coisa boa que havia naquela festa…
    – Fizemos uma gamelada de doces…

    Sendo muito comum, também, colocar a comida (tudo que foi feito no almoço ou jantar) em uma gamela para a meninada, no mínimo 3, para comerem (penso que é para economizar pratos e talheres) com a mão.
    Nassif, eu já comi cada gamelada da mais simples e bem temperada comida mineira dessas bandas, que vc nem imagina.
    Observe que usei aspas para me referir ao termo em questão. Ele ainda não se encontra no Aurélio (assim com “deletar”). Deu para ver que sou apaixonada por termos populares. Penso que em alguns casos devo colocar a tradução, não é mesmo?
    Um abraço,
    lu

  25. Oi Nassif

    Não tão conhecido
    Oi Nassif

    Não tão conhecido , mas dono de fino humor , jornalista, radialista, e dono de crônicas saborosas : Juó Barnanére. Paulista , início do sec XX, também era politécnico se não me engano.
    ( )s Paulo

  26. Nassif,

    Monteiro Lobato é um
    Nassif,

    Monteiro Lobato é um dos gênios polivalentes da história brasileira: talentos ou dons variados e uma missão central. Escritor, empreendedor, administrador e ativista político eram alguns dos seus múltiplos talentos….Parece que o livro, especialmente aquele dirigido ao público infanto-juvenil era mesmo sua missão central na vida, algo que só a idade madura revelou.

    Como escritor produziu obras para adultos, jovens e crianças. Como empreendedor foi pioneiro no ramo editorial no Brasil. Como cidadão pro ativo e ativista político liderou inúmeras campanhas, como “o petróleo é nosso”. Seus empreendimentos comerciais alcançaram enorme sucesso e depois fracassaram. Adversidades afundam grandes homens nos mares da sorte e eles descobrem pérolas. A adversidade reforçou em Lobato a intuição de qual era sua verdadeira vocação. Ele decidiu colocar o “talento de escritor” à serviço de sua “missão do livro infantil”. No final da vida ele arrependeu-se de não ter dedicado mais tempo à essa missão. Naquela que foi provavelmente a sua última entrevista, concedida à Rádio Record, em 3 de julho de 1948, um dia antes de sua morte, perguntam-lhe: “Se pudesse voltar aos primeiros anos gostaria de ter vivido como viveu? E Lobato responde: “…As crianças revelaram o interesse por uma parte de minha alma, a parte infantil. O grande número de cartas de crianças que eu recebo, a sinceridade do que elas dizem….Não creio que em qualquer outro setor fosse possível eu ter as mesmas compensações que tenho com as crianças (…) Acho que quereria viver de novo a vida que eu vivi, escrevendo coisas mais variadas, de mais interesse para as crianças….”

    Um fato curioso, talvez pouco conhecido, é a abertura de Lobato para as questões transcendentais, para as coisas do Espírito. Recentemente recebi de uma amiga, que mora em Brasília, um livro que contém um conjunto da “atas de reuniões espíritas” coordenadas por Lobato, demonstrando que sua naturalidade e habilidade na comunicação com os homens era tão boa nos diálogos com os vivos e com os mortos. Tenho também cópia de tópicos de uma carta dirigida ao educador Anísio Teixeira, cujo original estaria arquivado no CPDOC-Centro de Pesquisa e Documentação da Fundação Getúlio Vargas, datada de 3.6.1944, em que Lobato recomenda a leitura da obra A Grande Síntese, do médium italiano Pietro Ubaldi, que neste livro reforça a tese “ut %!@$&@# do Brasil como Nova Civilização do Terceiro Milênio e apresenta conceitos que integram Ciência e Espiritualidade. Nesta carta demonstra a sensibilidade refinada, equilíbrio e sabedoria de um homem maduro quando diz para na Anísio: “Leia-o como estou fazendo: sem pressa nenhuma, com a simpatia aberta como a flor…Se acaso seguires meu conselho e leres A Grande Síntese, não quero que me escreva logo após a leitura- e sim um ano depois; isto é, depois que a leitura amadurecer, como os vinhos…” Sem entrar no mérito do livro recomendado, Lobato revela a humildade das grandes almas e a paciência dos homens de ciência.

    Mas dessa rica personalidade de Lobato o que mais me emociona é o que sua vida transmite de Amor pelo Brasil. Numa época em que muitos percebem a necessidade de levantar a auto-estima do povo para construir uma Grande Nação, Sua Razão admirava a América empreendedora mas seu Coração sonhava um Brasil Desperto. Lobato merece ser lembrado como um Exemplo que inspira.

    Abs.

    Antonio Carlos A. Telles

  27. Para SANCHO
    Para SANCHO BRANCALEONE

    Amiguinho, o Nassif é o Miguel de Cervantes das letras e eu, sou apenas a insossa camponesa Dulcinéia que, somente, existe na cabeça do atormentado Dom Quixote, portanto uma miragem virtual.
    Vou agora pegar uma carona, com o meu Cavaleiro da Triste Figura, na garupa do pangaré Rocinante. “Inté o próximo comentário!”. Abraços.

    “Todas as coisas humanas têm dois aspectos… para dizer a verdade todo este mundo não é senão uma sombra e uma aparência; mas esta grande e interminável comédia não pode representar-se de um outro modo. Tudo na vida é tão obscuro, tão diverso, tão oposto, que não podemos nos assegurar de nenhuma verdade.”
    Erasmo – Elogio da Loucura, 1509

  28. Chefia, sei que é uma questão
    Chefia, sei que é uma questão de gosto pessoal, mas não achas que incluir Mario Quintana na tua listinha não te deixaria um pouco mais iluminado do que és? Te cuida

  29. Vidas Secas me impressionou
    Vidas Secas me impressionou muito. Também colocaria o Graciliano Ramos em primeiro lugar. O Machado de Assis é um mago das letras: o melhor. Mas Vidas Secas é um livro para ler, reler e reler e reler…O capítulo da cadela Baleia é inesquecível.

  30. Sabe que até cheguei a compor
    Sabe que até cheguei a compor uma música em que meu parceiro-letrista, o Joao Cleber Jurity, empregava o estilo Guimarães. Mas nãos sei porque, não consegui embalar no estilo dele. Adoro Palmério, Suassuna, José Cândido, mas apenas admiro o Guimarães.

  31. Lu, como estamos falando de
    Lu, como estamos falando de literatura (notei, no seu post, a ausência do Sancho Pança, o fiel escudeiro), vou transcrever uma quadrinha do Guimarães Rosa, que é a abertura do conto “Minha gente”, em Sagarana:

    “Tira a barca da barreira,
    Deixa Maria passar:
    Maria é feiticeira,
    Ela passa sem molhar.”
    (cantiga de treinar papagaios)

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