O concurso na UFMA

Por Jeferson Francisco Selbach

Nassif, dá uma olhada na polêmica aqui na Universidade Federal do Maranhão, onde o único candidato de um concurso recebeu ótimas notas de dois membros da banca e quase zerou com o terceiro. Uma das professoras se recusou a assinar a ata, alegando fraude, que queriam reprovar o candidato só para o concurso baixar pra mestre e poder passar conhecidos, muitas vezes ex-alunos.

Sites:
http://www.ufma.br/noticias/noticias.php?cod=5221
http://www.ufma.br/noticias/noticias.php?cod=5228

No blog de Décio Sá tem vários comentários de leitores nas três postagens:http://colunas.imirante.com/decio/

Luis Nassif

22 Comentários

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  1. Nassif, pegando este eixo, vc
    Nassif, pegando este eixo, vc poderia colocar esta questão dos concursos públicos para professores e seus conchavos. A tradicional Faculdade Nacional de Direito de UFRJ está passando por um problema parecido. Realizado o último concurso para professor de Teoria do Direito, a candidata aprovada pela banca e real merecedora da vaga, Prof. Ana Lúcia Sabadell por que a Diretora da Instituição, Prof. Juliana Neuenschwander Magalhães quer que entre seu orientador de Mestrado, Prof. Leonel Severo Rocha, por ter mais afinidade acadêmica e política.
    Por conta disto há o risco da não homologação do Concurso.
    O Centro Acadêmico Cândido de Oliveira – CACO, vem fazendo um forte trabalho pela homologação do concurso.
    A questão é que o caso demonstra o quanto de apadrinhamento existe ainda nas nossas universidades. http://www.cacofnd.org.br/ vale a pena confrir o link.

    Abraços.

  2. Nassif, pegando este eixo, vc
    Nassif, pegando este eixo, vc poderia colocar esta questão dos concursos públicos para professores e seus conchavos. A tradicional Faculdade Nacional de Direito de UFRJ está passando por um problema parecido. Realizado o último concurso para professor de Teoria do Direito, a candidata aprovada pela banca e real merecedora da vaga, Prof. Ana Lúcia Sabadell por que a Diretora da Instituição, Prof. Juliana Neuenschwander Magalhães quer que entre seu orientador de Mestrado, Prof. Leonel Severo Rocha, por ter mais afinidade acadêmica e política, corre o risco de não ver homologado seu concurso.
    O Centro Acadêmico Cândido de Oliveira – CACO, vem fazendo um forte trabalho pela homologação do concurso.
    A questão é que o caso demonstra o quanto de apadrinhamento existe ainda nas nossas universidades. http://www.cacofnd.org.br/ vale a pena confrir o link.

    Abraços.

  3. Pois é. É triste. Mas isso
    Pois é. É triste. Mas isso não acontece apenas no Maranhão. Ainda mais agora que há muitas vagas sendo abertas nas Federais Brasil afora. Antigamente, era ainda pior, pois famílias inteiras dominavam as cátedras. Infelizmente, nas federais do Norte e Nordeste essa cultura ainda persiste.

    É realmente desanimador, para mim em especial. Não é à toa que ninguém acredita muito na idoneidade dos concursos para docentes. Façamos justiça, no entanto, pois há exceções; ainda que raras.

  4. Taí um caso com potencial
    Taí um caso com potencial para boa discussão sobre as dificuldades de manutenção de um quadro docente de Instituições de Ensino Suérior (IES) distantes de centros urbanos.
    Ocorre que muitos docentes oriundos de centros urbanos são aprovados em concursos em pequenas cidades Brasil afora e, logo que surgem oportunidades melhores, desistem e migram para grandes cidades.
    Não é fácil mater um quadro especializado em cidades sem uma infraestrutura mínima necessária para vivier (serviços, cultura etc).
    Dada minha função numa IFES, presenciei coordenadores de cursos à beira de um ataque de nervos em virtude da desistência de docentes recém-chegados, onde o segundo colocado era da cidade sede da IFES e que ficou a poucos décimos do primeiro lugar no concurso.
    Não sei se essa observação se aplica ao caso da UFMA, mas os coordenadores de cursos, ou diretores de faculdades, têm atentado para essa dificuldade. Daí, às vezes, a preferência pelos contrerrâneos.

  5. não é só até aí o
    não é só até aí o apadrinhamento. mesmo com mérito e passando por todasas fases, em certas universidades e cursos quando se pleitea vaga no mestrado ou doutorado so aceitam egressos de lá ou apadrinhados.
    não é dito oficialmente, ms o candidato é barrado na entrevista.

  6. Por essas e outras que eu não
    Por essas e outras que eu não entendo como a sociedade ainda vê a academia como um baluarte da seriedade e da honestidade…
    []´s

  7. Meus caros,

    Depois de anos
    Meus caros,

    Depois de anos na academia nada mais me surpreende. Já vi de tudo. E desse tudo posso tirar algumas conclusões.

    A academia não é um mundo a parte. Os acadêmicos no Brasil não estão imunes às nossas mazelas. São como os demais, com suas qualidades e seus defeitos.

    As vagas de docentes são ativos importantes nas disputas de poder nas universidades, escolas, institutos e departamentos. Quando os recursos financeiros são pequenos, os únicos espaços de exercício real de poder que restam são justamente as vagas de docentes.

    Dado o alto grau de especialização, os concursos se prestam a manipulações de todo o tipo: área de concentração, conteúdo, escolha da banca examinadora, etc. E isto independentemente do concurso ser para professor titular ou para professor auxiliar.

    Já vi armações serem bem-sucedidas, assim como malsucedidas. Já vi armações em grandes instituições e concursos limpos em pequenas, e vice e versa.

    Já vi beneficiados manterem uma fidelidade canina aos seus bem feitores durante toda a vida e outros traírem esses bem feitores no dia seguinte.

    Houve uma melhora, fruto da maior cobrança por parte da própria comunidade acadêmica e da própria sociedade, assim como do aumento de doutores e mestres, que tornou os concursos mais competitivos.

    Para resolver este problema não tem muita escapatória: maior democracia, transparência, e exercício da cidadania. Na medida em que a sociedade brasileira desenvolver instituições mais vigorosas, o espaço para esse tipo de prática irá se reduz.

  8. Os concursos para professores
    Os concursos para professores de universidades públicas são uma caixa-preta repleta de conluio, fraudes, trapaças. E não se trata de casos isolados, não: ilegalidades são a regra. Dezenas de candidatos viajam milhares de quilômetros, gastando o que não têm, para, de boa fé, prestar concursos nos quais não têm a mínima chance de passar – não por falta de méritos, mas por tratar-se de um jogo de cartas marcadas. É preciso acabar com o poder decisório de professores doutores que não honram o cargo que ocupam e, nas bancas, agem como os políticos corruptos que com frequência criticam. A situação é gravíssima. Até quando o MEC e o Ministério Público Federal vão fingir desconhecer o problema?

  9. Caro jornalista Nassif

    OS
    Caro jornalista Nassif

    OS ZEROS DE MATEMÁTICA DO CONCURSO/SP SÃO MAIS DOS ELABORADORES

    Infelizmente depois que quase toda mídia entrou atravessada – e por toda culpa da Secretaria de Educação que não divulgou isso publicamente, mas por subterfúgios – na história dos zeros no concurso docente de São Paulo, pouco da verdade pode ser recuperada.

    Embora não tenha sido divulgado isso por disciplina, o fato é que zero na prova de matemática não se justifica só pelo diploma, acho. Assim como, pelo mesmo motivo, a prova em si não deveria ser da qualidade tão vergonhosa que foi. Afirmo isso por haver feito estudo técnico nesta e um dos fatos é a seguinte questão:

    17. Em um determinado condomínio, paga-se atualmente um salário mensal de R$ 1418,00 para um zelador. Com todos os encargos, esse funcionário custa ao condomínio R$ 2392,00. Após uma análise de mercado e algumas reflexões junto à associação de trabalhadores que representa essa classe, a empresa administradora concluiu que deveria atualizar esse salário em 4,5% referentes ao ano de 2007, e mais 4% referentes ao ano de 2008.

    A taxa de reajuste do salário do zelador, após essas atualizações, será:
    a) 8,5%.
    b) Maior que 8,5%.
    c) 16,5%.
    d) 18%.
    e) Maior que 18%.
    Fonte: http://drhu.edunet.sp.gov.br/eventos/Provas/Matemática_Final_210x270mm_CG_211108.pdf

    A resposta que acham ser correta, b), é apenas uma das possibilidades, não uma certeza matemática. Pois, não ficou definido que o salário de 2007 seria primeiro corrigido em 4,5%, o que gera obrigação de pagar todas as diferenças decorrentes, e depois aplicar sobre este valor o percentual de 4%. O comum em tais casos é um acordo, como ocorre até em negociações com o Estado, que consiste em aplicar um percentual de 8,5% de aumento, ficando as partes cientes o quê disto corresponde a qual defasagem. Ou seja, o mais correto, coisa inválida em prova, é o item a).

    Em tudo e por tudo, não estou surpreso pela baixa qualidade da avaliação de matemática já que no Brasil esse é o fator mais terrível que as nossas pesquisas provam haver e pela qual pouco fica para delinear algo da qualidade dos candidatos, são inocentes de fato. Nos dois seguintes link’s há ¨pequenas¨ amostras da desgraça educacional do que estão chamando de avaliação no Brasil.

    http://www.cespe.unb.br/vestibular/Arquivos/2005-2/RAZOES_PARA_ALTERACAO_DE_GABARITO.PDF

    http://www.nce.ufrj.br/concursos/escs2009/Gabarito%20após%20recursos.pdf

    Belém –Pa, 17/02/09

    Assina: Prof. João Batista do Nascimento, Mat. UFPa, [email protected]

  10. Quanto ao ocorido no concurso
    Quanto ao ocorido no concurso para UFMA, tanto para prejudicar quanto para beneficiar, são as coisas mais comuns em tais concursos de universidade pública. Há casos em que até o marido é quem de fato faz todo o programa e ainda indica os membros da banca. Pesquiso isso também, e já fiz relatório ao MPF- Pa dos casos. Que há forças poderosas nesse órgão atuando a favor dos caras, é bem possível.

    Uma proposta fetia pela SBPC ao MEC, e pela qual já luto por vários anos, é haver concurso nacional para docente das federais, para tentar acabar um pouco com a bandalheira que reina nisto. Leia em http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=43656

  11. Não vejo novidade
    Não vejo novidade alguma…isso é normal nas Universidades Públicas: professores dão aula nos mestrados,…, ai surge um concurso para professor na mesma área. Você acham que aquele professor que dá aula no mestrado vai “arriscar” pôr alguém que ele não conhece qual linha de pensamento, sabendo que um ex aluno seu de mestrado ajudou-o em alguma pesquisa? É troca de favores mesmo que ocorre…

  12. Concurso público tem de tudo.
    Concurso público tem de tudo.
    Tem muita gente boa sendo contratada e tem muito gente incopetente sendo absorvida no lugar de outros mais experientes e mais produtivos.
    Mas isso é de responsabilidade das bancas, que são indicadas pelos diretores e pelos conselhos das IES. Tem caso de rir e de chorar por todo o Brasil, incluindo-se USP, UNICAMP, UNESP, UFABC, UFRJ etc…

  13. UFMG: no departamento de
    UFMG: no departamento de desenho da EBA (escola de belas artes) há 3 professores da mesma família. Dois irmãos e um primo. Recentemente houve várias denúncias de irregularidades na FUMP (órgão da universidade). Meu sonho é que comecem a fuçar na caixa preta.

  14. Já ví caso em que havia
    Já ví caso em que havia exigência no edital de que os candidatos teriam que ter feito tese sobre determinado tema, só que era tão específico, tão específico que haviam apenas duas teses no Brasil todo que atendiam à exigência. Uma na própria cidade e outra uns 3000 kilômetros de distância. Só faltou colocar o RG e o CPF do amigo no edital.

  15. Ano passado teve também uma
    Ano passado teve também uma outra confusão na UFMA envolvendo o seu quadro de professores. Uma professora, Doutora em Cuba, publicava artigos na revista “Ciências Humanas em Revista” que eram cópias INTEGRAIS de textos de outros autores publicados em outros veiculos acadêmicos.

    A nota de esclarecimento, publicada pela Comissão Editorial, explica o caso:

    “NOTA DE ESCLARECIMENTO

    Caros leitores, autores, pareceristas e conselheiros de Ciências Humanas em Revista, a Comissão Editorial, a bem da verdade, vem informar que os artigos abaixo relacionados foram apresentados pela profª Telma Bonifácio dos Santos Reinaldo como sendo de sua autoria. No entanto, constatou-se que:

    1 – O artigo COMPETÊNCIAS NO DISCURSO OFICIAL DA FORMAÇÃO DE PROFESSORES NO BRASIL, publicado nessa revista em seu v.2, n.2, de dezembro de 2004, é de autoria de Rosanne Evangelista Dias, publicado em DATA GRAMA ZERO – Revista de Ciências da Informação, v.4, n.6, de dezembro de 2003.

    2 – o artigo A PRÁTICA REFLEXIVA: UM ELEMENTO ESTRUTURADOR NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES, publicado também em Ciências Humanas em Revista, v.3, n.2, de dezembro de 2005, é resultado de dois textos: o primeiro de autoria de Claudia Cristina Vasconselos, da Escola Superior de Educação de Viseu, publicado na revista Millenium, n.17, em 2000, com o título A REFLEXÃO: UM ELEMENTO ESTRUTURADOR DA FORMAÇÃO DE PROFESSORES; o segundo é parte da tese (pág. 40 a 52) A PRÁTICA DOCENTE REFLEXIVA NA DISCIPLINA DE ADMINISTRAÇÃO EM ENFERMANGEM HOSPITALAR: UMA EXPERIÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DE PROFESSORES-PESQUISADOR, de autoria de Josimerci Ittavo Lamana, defendida na USP de Ribeirão Preto, em 2003.

    Lamentavelmente, este problema só foi detectado recentemente, razão por que só agora a Comissão traz à tona esse grave episódio e registra sincero pedido de desculpa aos autores dos textos acima citados, bem como a todos que fazem CiênciasHumanas”

    Mesmo com as provas apresentadas e com a denúncia feita ao Ministério Público, professora Telma Bonifácio assume ser inocente. O Ministério Público comprovou plágio. Entretanto, como a denúncia precisa ter sido feita pelos autores, o processo foi arquivado.

  16. 17/02/2009 – 14:25 Enviado
    17/02/2009 – 14:25 Enviado por: iara

    Esqueceu do alinhamento ideológico, também necessário ao ingresso nos mestrados e doutorados, julgado na entrevista.

  17. Há dois fatores diferentes no
    Há dois fatores diferentes no “direcionamento” dos concursos. Um é a velha corrupção mesmo, favorecimento a amigos, até a professores que se aposentam da Instituição e voltam. Outro, diferente, é a tentativa de professores de uma dada linha teórica manterem-se majoritários e barrarem a entrada de professores de outras linhas. Esse é um fenômeno mais complexo, e que pode ingessar o desenvolvimento do pensamento e das áreas, fazendo com que apenas algumas correntes teóricas “ocupem espaços” e evitando-se novas idéias que possam perturbar os quadros dominantes.

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