O peso do pedágio

Do advogado Ives Gandra da Silva Martins, em “O Globo” de ontem:

“A Ministra Dilma Rousseff, com o apoio entusiástico do governador Roberto Requião, informou que é intenção do governo federal não privatizar as rodovias federais, apesar do fantástico sucesso que foi a privatização das principais rodovias estaduais, especialmente de São Paulo”.

Observação

Não existe uma só declaração da Ministra no sentido de não privatizar as rodovias. Aparentemente, o Dr. Ives não se ateve às provas dos autos.

Aliás, grande parte dos tiros que Dilma vem recebendo nos últimos dias se explica pela decisão de impor redução nas tarifas de pedágio.

Quem poder ser contra pagar menos pedágio pelo mesmo serviço? Ninguém. Então toca atribuir afirmação que ela não fez, ou criticar super-poderes que até agora, pelo menos, foram exercidos com discernimento.

Luis Nassif

40 Comentários

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  1. A ministra Dilma com certeza
    A ministra Dilma com certeza vem exerndo o cargo com muita competência. Tanto que será nome forte do partido a sucessão presidencial. Redução de tarifa de qualquer tipo até parece palavrão, nem tem o devido destaque. Certas coisas só não enxerga quem não quer de tão òbvio.

  2. “…apesar do fantástico
    “…apesar do fantástico sucesso que foi a privatização das principais rodovias estaduais, especialmente de São Paulo.”
    Bota fantástico nisso hein Nassif? Esse tema já foi largamente discutido aqui, mas sempre aparece um iluminado pra defender o indefensável. A Ministra Dilma mostra, desde que começou a aparecer na administração pública, grande bom senso e profissionalismo. Enquanto uns e outros por aí vivem de defender interesses bastante obscuros.

  3. Esta parte é boa:

    ” apesar
    Esta parte é boa:

    ” apesar do fantástico sucesso que foi a privatização das principais rodovias estaduais”

    Será que moramos no mesmo país??

  4. Aconteceu mesmo isso, Nassif.
    Aconteceu mesmo isso, Nassif. Parece brincadeira. Será que os “machos” temem a Dilma? E a prezada dama é casada? Estou de olho nela. Tem até gente do PT que também deve estar. Veja, meti-me numa disputa quase amorosa. Apenas não me coloco em cima do muro. Desfilo de Dilma no Carnaval. Por enquanto, pois ninguém é de ferro. Tomara que a dama conduza bem o PAC, sem piriPAC’s ou periPAC’s, concretamente.

  5. Melquíades,
    Desfila de
    Melquíades,
    Desfila de Tiazinha, é o apelido dela no sul, pois vem com o relho na mão. Estamos precisando disso, o relho, para lidar com as concessões ( todas ) e o Banco Central.

  6. Aliás, se há algo que se pode
    Aliás, se há algo que se pode contestar no tal “sucesso” da privatização das rodovias paulistas é o preço do pedágio. Paga-se um pedágio muito alto, e no caso de rodovias que receberam investimento privado na ampliação das pistas, como a Imigrantes e a Castelo Branco, paga-se um pedágio extorsivo. A situação só não é pior porque a concessionária pública de rodovias no estado, a Dersa, consegue superar seus pares privados em termos de custo.

  7. Nassuf,
    vc pode comentar os
    Nassuf,
    vc pode comentar os resultados anunciados hoje pela FIESP.

    Crescimento de 3,1% na indústria, mas vendas.”saltam” 7,5%.

    Como se explica essa aparente contradição?

    Os comentários da turma da FIESP são incomprensíveis. Aparentemente eles não entenderam bem os motivos.

  8. Dona Claudinha Falante, só
    Dona Claudinha Falante, só uma pequena correção: o Ives é tudo isso o que você falou. Mas não tem o nível intelectual do velho Miguel Reale, que é um dos filósofos e juristas do século. Talvez do Realinho.

  9. Para um texto mais
    Para um texto mais aprofundado sobre o assunto mídia, vale a pena ler um artigo do Observatório de Imprensa ( http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=418IMQ001 ) – trecho:

    “De modo geral, se observarmos a sociedade brasileira atual, percebe-se que estamos imersos num caldeirão de conservadorismo, especialmente quando colocamos o foco nas classes médias, ainda os clientes típicos da mídia. Esse conservadorismo é induzido e reforçado pela própria imprensa, que procura estabelecer os limites, a linguagem e os valores dentro dos quais a sociedade busca interpretar suas realidades. (…)

    O que se pode afirmar é que a escolha da imprensa por esse espectro inflexível de paradigmas decorre de falta de ambição intelectual. A imprensa, em geral – aqui representada por seus líderes e principais ideólogos -, é intelectualmente covarde pelo fato de se negar a questionar seus próprios paradigmas.

    Existe outro fator a limitar e condicionar essa escolha retrógrada: a intelligentsia da imprensa se mantém sempre alguns passos atrás do conhecimento científico, do conhecimento que nos permite compreender melhor o ser humano e suas sociedades. Essa definição acontece pelo simples e irrefutável fato de que, conhecendo e aplicando a realidade demonstrada pela ciência, a imprensa teria que rever seus paradigmas e adotar uma posição de flexibilidade, que a obrigaria a admitir uma diversidade de interpretações da realidade tão ampla que, em pouco tempo, teríamos uma imprensa absolutamente nova.”

  10. Ué, Adauto, o Ives colocou
    Ué, Adauto, o Ives colocou como se fosse uma declaração pública. E ele é suficientemente cavalheiro para não se encontrar com uma ministra às 4 da manhã e ficar espalhando confidências.

  11. Se a Ministra Dilma conseguir
    Se a Ministra Dilma conseguir um valor menor para o pedágio, como é que a “elite perversa” de SP vai justificar o “fantástico sucesso” do “furto legalizado” nas estradas paulistas ?

  12. Colocaram no Youtube o
    Colocaram no Youtube o prefeto Kassab fazendo um comentário jocoso (tá na moda esta palavrinha) sobre o susto que o acidente do Metrô causou no motel vizinho da obra. Lamentável, inclusive porque o alcaide não tem a mínima vocação para contar piada. Aliás, deveria herdar, com méritos, o título de picolé de chuchu. Êta cara sem graça.

  13. Caro jornalista, a formação
    Caro jornalista, a formação de capital das grandes empreiteiras, décadas atrás, daria um interessante documentário.

  14. Meus parabéns a essa senhora.
    Meus parabéns a essa senhora. Defendeu tarifas de eletricidade mais justas e compatíveis com a realidade brasileira. Agora, quer fazer o mesmo em relação aos pedágios. Com bom senso, determinação e educação, itens em falta na política brasileira.

  15. “Quem poder ser contra pagar
    “Quem poder ser contra pagar menos pedágio pelo mesmo serviço? Ninguém”. O Ives Gandra parece ser. Também, dando pareceres que nào saem por menos de 100 mil, o pedágio nao é nada…..

  16. Ives Grandra, como
    Ives Grandra, como futriqueiro político é um ótimo constitucionalista e tributarista. mas, na area politica solta cada uma que é de doer….

    Igual ao Fabio Ulhoa, que é um belo comercialista (os mais novos falam em direito empresarial),mas dá um palpites políticos piores que aqueles de boteco…..

  17. Discordo, Nassif e Weden, de
    Discordo, Nassif e Weden, de que, quando na oposição, o PT exercia a crítica de modo semelhante à oposição de hoje. Criticavam sem ler? Sim, em diversas vezes. Eram “Xiitas”? Talvez, em diversas vezes. No entanto, a agressividade do discurso era proporcional ao eco que produzia na mídia. Gritavam para serem ouvidos, assim como, no século passado, os trabalhadores desligavam as máquinas para conquistarem alguns míseros aumentos salariais.
    A mídia foi conivente com Fernando Henrique durante a campanha para o FHC II. Pode-se dizer que alguns setores importantes foram contrários e até fizeram oposição ao segundo mandato. Porém, o engajamento da mídia contrária foi macio, pífio e discreto. Tome-se como exemplo a compra de deputados para a emenda da reeleição, a mídia e os setores responsáveis pelas investigações foram somente até a metade do caminho e voltaram cambaleantes, sentavam-se à beira do caminho, com garrafas de cachaça embaixo dos braços, cantando carinhosamente Pixinguinha+Braguinha: Oh! Se tu soubesses como eu sou tão carinhoso e o muito muito que te quero.
    FHC, feliz e sorridente, respondia, a la Gardel, Por uma cabeza: “Por una cabeza, todas las locuras, su boca me besa, borra la tristeza, calma la amargura”. (hahahahahahha…..). Ao mesmo tempo, e com diversas previsões ocultadas, FHC preparava a desvalorização do real. O Valerioduto tucano, em pleno vapor desde 1998, prostrava-se inerte, mas duro, sob os escombros tenebrosos do governo tucano.
    Eu teria ainda muito a dizer para demonstrar que, a meu ver, a mídia tenta sim derrubar os governos, mas que há graduações. Jamais um governo foi tão desesperadamente perseguido quanto este. O exemplo em pauta, Ives. Serra sem falar do buraco e atacando o PAC na mídia que lhe é amante. A mentira deslavada de que o Pres. Lula pretende mais um mandato. As críticas descabidas contra o PAC. A posição do mercado sobre ele. Etc etc etc………………………………….

  18. Os “ataques” contra a
    Os “ataques” contra a ministra Dilma só estão no começo. A oposição (Ives G. Martins é PSDB de carteirinha) sabe que a ministra tem potencial para enfrentar qualquer candidato seu nas próximas eleições presidenciais. Muito em breve os ataques da oposição também passarão a ser desferidos contra o governador do Rio, Sérgio Cabral, e, mais adiante, contra Ciro Gomes. O embate não será na área técnica, mas sim na política.

  19. Nassif, é óbvio que as
    Nassif, é óbvio que as pricipais rodovias privatizadas de SP estão em melhor estado do que as federais, por exemplo. Mas até que ponto compensa pagar R$ 9,20 de pedágio pra ir até Araçariguama (48 km de SP pela Castelo), viagem que faço com frequência ? Isso sem falar quando pego a Anhanguera que a cada 20 e poucos km nos deparamos com uma praça de pedágio.
    Em Curitiba, quando vou à praia, posso escolher entre a BR-277 (paga) ou a Estrada da Graciosa (não paga).
    Por que em SP não temos escolha ?

  20. A mídia, principalmente a
    A mídia, principalmente a televisiva, esforça-se pra passar uma imagem de louca da ministra Dilma. Quem assiste o Jornal Nacional e companhia não vê diferença entre ela e o Hugo Chavez. Pelo menos ela não é indígena, não é, Aracruz?

  21. Nassif, acho que vou me
    Nassif, acho que vou me repetir, mas não achei um comentário que fiz pela manhã, pois não sei onde o postei, falando em pedágio, sobre o Requião, coloco abaixo reportagem da FSP. Pelo menos este governador serve para alguma coisa. Vou me sentir na Europa, cheio de alternativas..pagar ou não pagar..eis a questão…

    PARANÁ

    Requião gastará R$ 200 mi em estradas para “furar” pedágio
    DA AGÊNCIA FOLHA

    O governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), anunciou ontem que vai investir R$ 200 milhões em rodovias sem pedágio no Estado. O “Estradas da Liberdade” tem a intenção de criar até 2010 cinco corredores alternativos a estradas onde há pedágio. O plano era uma promessa feita na última campanha eleitoral.
    Um dos eixos, entre Curitiba e Londrina, faria com que o motorista evitasse quatro praças de cobrança na estrada convencional. Outro corredor vai ligar a capital paranaense a Foz do Iguaçu, desviando de rodovias onde o pagamento é obrigatório.
    O secretário estadual de Transportes, Rogério Tizzot, argumenta que o pedágio no Paraná foi mal concebido. Para ele, a cobrança prejudica a economia. “A contribuição embutida no preço do combustível [Cide] é o melhor pedágio.” Ninguém foi encontrado na Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias ontem para comentar o tema.

  22. Caríssimos,
    só uma
    Caríssimos,
    só uma informação. Em todos os lugares sérios do mundo (na França, na Alemanha, na Espanha, etc) é INCONCEBÍVEL obrigar o motorista a pagar para uma concessionária por falta de alternativas gratuitas (i.e., públicas) viáveis para um dado itinerário. Nesses lugares, os motoristas pagam os pedágios por livre escolha (e aí está o capitalismo em sua essência) não porque são obrigados pela falta de opções. Experimenta, por exemplo, dizer a um francês que daqui por diante se ele quiser ir, digamos, de Paris a Lille, com seu peugeotzinho, ele está obrigado a pagar 10 ou 15 euros porque só existe uma alternativa que foi privatizada. Experimenta, e você vai ver as sáidas de Paris pararem na mesma hora. Ele pode até pagar, como de fato paga, mas apenas se ESCOLHER por mais conforto, mais velocidade, enfim, pelas vantagens que só o serviço rodoviário privado é capaz de oferecer. Agora, quem conclui a partir dessa superioridade do serviço privado que SÓ pode existir ele, não está raciocinando direito. O que o Requião está querendo fazer é simplesmente o óbvio ululante; não passa de obrigação básica do estado. É que no Brasil a gente está acostumado a agüentar tanta coisa que, quando alguém reage, ganha fama de subversivo ou excêntrico. Mas o fato é que o governo não tem necessidade e não deve privatizar as estradas federais. Oferecer uma alternativa gratuita é uma obrigação sua e um direito do cidadão que deve sempre ser mantida (até porque, se vocês não sabem, é inconstitucional tolher o direito básico de ir e vir quando só se pode ir e vir por um ÚNICO caminho). O que o governo pode e deve fazer é incentivar com todos os meios que estiverem ao seu alcance a construção de novas vias pela iniciativa privada, que aí, e somente aí (e, claro, caso existam também vias públicas para o mesmo itinerário) terão legitimidade para administrá-las e cobrar do consumidor tanto quanto quiserem. É falsa, não se enganem, a alternativa que divulgam por aí entre estradas privadas e nenhuma estrada. Não é assim que a coisa deve funcionar.

  23. Aliás, falando em
    Aliás, falando em superpoderes, acabei de ver na tevê que o Chávez ganhou superpoderes na Venezuela.
    Ou seja: agora não é mais Chávez, é Chapolin Colorado!

  24. É mais do que evidente que a
    É mais do que evidente que a sórdida campanha continua. Mas a ministra Dilma continua e continuará incólume. Esses golpistas, tal como a Miriam Leitôa con tinuarão, paulatinamente a serem desmoralizados e com a cara mexendo quando falam na TV. Dá pena ou ódio vê-los, desfrutando largo espaço na mídia sem conseguirem atingir seus sinistros objetivos golpistas.

  25. Talvez, a ministra não seja
    Talvez, a ministra não seja contra a privatização das rodovias, mas o PT é.
    Se o PT tiver um pouquinho de lucidez, a Dilma será a candidata em 2010.

  26. Parabéns ao Elcio pela
    Parabéns ao Elcio pela lucidez do comentário. Aproveitando o tema,, o Nassif ou algum entendido no assunto poderia me tirar uma dúvida: por que a pista descendente da Imigrantes é de concreto e não de asfalto? Concreto é mais durável que asfalto? Supondo que seja, qual seria a diferença de custo entre um e outro?

  27. Não se deve fazer o que foi
    Não se deve fazer o que foi feito em São Paulo. Deve-se pegar dinheiro público, arrebentando-se com o FGTS. Depois aumentar os impostos contra as classes privilegiadas. Pega-se o novo dinheiro arrecadado e some-se com ele. Quem quiser pegar estrada que se dane. Ninguém mandou sair de casa. Dinheiro privado tem que ir para países confiáveis como por exemplo a China comunista, lugar onde seu capital estará protegido de coisas tipo requião e ladras de residências. Dane-se o povo.

  28. Se for assim, parabéns à
    Se for assim, parabéns à ministra Dilma. Tomara que essa diminuição de tarifa chegue aqui em São Paulo também. Precisamos moralizar de imediato essa máquina de fazer dinheiro que são os pedágios de SP.

  29. Estou aposentado e um pouco
    Estou aposentado e um pouco desatualizado. Me perdoe. Mas lá no início da década de 80, também escrevia e comentava em veículos de comunicação que um fator decisivo para as contas da Previdência era a transparência. Dei um exemplo: se o Custo de Vida era um índice publicável mensalmente, as contas do INPS também deveriam ter a mesma atenção da imprensa e dos estudiosos. Em Caxias do Sul, poderia todos os meses ser publicado o “Boletim de Caixa” e outros dados estatísticos. Isto evitaria muitos desvios… Mas era uma idéia não compatível com os “grandes” administradores da Previdência…

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