Coluna Econômica – 1/10/2006
Dia desses participei de um debate em que um ex-Ministro tecia loas ao poder disciplinador dos mercados. Basta criar uma vulnerabilidade externa, que o mercado impedirá qualquer tentativa de governante de cometer loucura.
Nesse dia histórico, de mais uma eleição presidencial, salve o poder regenerador do voto. Em 1989 foi o voto que colocou um desvairado na presidência, Fernando Collor, que com seu desequilíbrio regenerador rompeu com os impasses da política econômica e lançou as bases do novo.
Em 1994 o voto consagrou a estabilidade como valor maior. E em 2002 expulsou a financeirização excessiva da economia, a falta de sensibilidade para o social que caracterizava o governo Fernando Henrique Cardoso, ainda que à custa de um enorme equívoco: o candidato mais bem preparado para acabar com a herança de FHC, era seu próprio candidato, José Serra.
Mas foi a perspectiva do voto que fez Lula, mesmo com todas as concessões ao mercado, mesmo com uma política de juros escorchante e regressiva, investir pesadamente no Bolsa Família e, agora, colher os frutos dessa escolha.
A emergência desse novo ator, o eleitor das classes D e E, coloca no jogo, agora de forma irreversível, a questão do desenvolvimento. O mercado não é mais o senhor absoluto, com suas elucubrações esotéricas, criando álibis continuados para postergar indefinidamente a queda de juros. Há uma multidão batendo à porta da política, começando a modelar sua opinião, com clareza sobre o que é bom ou ruim para ela.
Agora, esse eleitor vota no Bolsa Família, e cumpre mais uma vez o papel regenerador. Há um alarido injustificável dos que consideram os juros como única despesa legitima, sustentam que programas sociais esfrangalham o orçamento, atrapalham os investimentos, impedem o crescimento.
A estabilização econômica, com o Real, era apenas o passo intermediário, preparando o salto fundamental que seria a inclusão das novas classes ao mercado de consumo e político. Fernando Henrique não teve visão para entender esse processo, encarou a abertura e a internacionalização com superficialidade, permitiu uma enorme oligopolização na economia. Mas, mesmo as grandes empresas beneficiadas, depois de um determinado momento, esbarraram na falta da um mercado interno dinâmico.
A inclusão social é fundamental por vários motivos. De um lado, amplia substancialmente o mercado de consumo. De outro, lança as bases para o grande pacto nacional em torno do desenvolvimento. As empresas modernas já sabem que a inclusão social é fundamental para assegurar a construção de um grande país. Os recém-incluídos sabem que uma economia dinâmica e moderna é básica para a garantia de novos empregos.
Ciência tem municiado teses sobre quem teria sido Jesus, e ajudado a reduzir influência eurocêntrica…
Pedido foi feito antes de vir à tona o caso sobre a estadia de Bolsonaro…
Só após receber o parecer da Procuradoria, que o ministro do STF vai analisar o…
Cinco motivos que reforçam a importância de fazer dos 60 anos do golpe militar, uma…
Inverno garante boa safra, mas vai impedir que brincadeira aconteça
O Primeiro de Abril lembra logo o 31 de março... 31 de março de 1964...…