O problema é a “governança”

Na aba de ECONOMIA, uma discussão sobre um velho vício nacional: discutem-se mais os “modelos” do que as práticas modernas. Agências reguladores ou administração direta, podem ter vícios ou virtudes, dependendo dos instrumentos de controle, que independem do modelo adotado.

Luis Nassif

10 Comentários

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  1. Olá Nassif,
    Mais uma vez foi
    Olá Nassif,
    Mais uma vez foi foi direto ao ponto. Parabens.
    Acho que uma das causas destas discussões sobre os modêlos (ao invés das práticas) é a vontade de politizar todo tema que é intrinsecamente complexo e técnico. É mais uma forma que os “críticos” usam para encobrir a própria falta de compreensão destas práticas, jogando uma cortina de fumaça onde deveria haver clareza. Alguns o fazem por falta de informação, outros já o fazem por puro interesse na mesmice deste debate, ou seja, quanto mais difuso, melhor.
    [ ]´s

  2. Uma sentença de Marx pode
    Uma sentença de Marx pode ser usada para definir a situação política brasileira, como foi usada para definir a tática de cooptação de líderes negros e hispânicos pelos donos do poder ( “ruling class”) nos Estados Unidos , na obra “The next American nation” de Michael Lind, Free Pess Paper backs.

    Traduzindo da citação no livro acima :

    “Quanto mais uma classe dominante ( “ruling class” ) consegue assimilar os homens mais proeminentes das classes dominadas , o mais estável e perigosa é sua gestão ( “its rule”).

    Eu creio que isto explica todo o jogo político e econômico no Brasil . Os proeminentes assimilados são FHC e Lula , junto com suas tropas. Coloco intelectual e “líderes” sindicais como homens proeminentes das classes dominadas , na realidade gestores aposentados das “classes perigosas” , como bem coloca Immanuel Wallerstein, enquanto foram charmosos executores do papel da velha esquerda.

    Foi uma cooptação magistral pois retirou das “classes perigosas” a capacidade de reação ao capitalismo de quadrilha ( termo cunhado no livro o Relatório Lugano , de Suzan George , que tive o prazer de ler) , que ganhou grande impulso com a dona de casa Margaret Thatcher e Ronald ( “filmes B” ) Reagan,e ao mesmo tempo os colocou como executores da pilhagem . Mas o Barão Banqueiro não precisa nem quer aparecer. Os verdadeiros donos do poder não precisam de marqueteiro o e muito menos devoto

    Na porta do inferno de Dante tinha uma inscrição que dizia ( terrível ) , “Abandonem toda esperança os que aqui entram ” . Esta é a nossa realidade : sem esperança.

    O enforcamento de Saddan dá o recado para os que ousarem desafiar esta jogada Ou seja, o genocídio , como o controle do fluxo das moedas , é também privilégio dos que controlam o sistema mundo.

    A Espanha da Inquisição e do Fascismo de Fran co, de Guernica, sem ter punido seus assassinos , prendeu Isabelita Perón, e arvora-se como guardiã dos direitos do homens, após abocanhar muita coisa no Brasil à preço de banana. . Enquanto o Ditador Eterno Fidel é quase que herói , Pinochet que aliou-se aos EUA nas lutas típicas da década de 60 na América latina, é criminoso isolado . Os heróis de nossa democracia são os que se venderam junto com nossa soberania , aos inimigos de nossa emergência.

    Os processos dialéticos são assim, um embate entre as contradições que os habitam, sem previsõa de resultado . O mais triste e nauseante é que a esquerda brasileira deixou seu papel de administradora das classes perigosas , onde conseguia aqui e ali uma esmola, para a de executora do Capitalismo de Quadrilha ( Lugano) , ou se preferem Capitalismo Bandido ( Soros) .

  3. Nassif.Pois o Sr.agora foi
    Nassif.Pois o Sr.agora foi fundo na questão:Numa recente discussão sobre gestão,desesperado eu afirmei: ”Como paciente que precisa de uma cirurgia,não me interessa se
    o cirurgião é concursado ou terceirizado, isto é irrelevante,secundário e absolutamente sem sentido.É isto que o público tem que entender e é isto que tem de ser divulgado de forma didática até a exaustão.A constituição de 88 permite a contratação de pessoal fora do regime estatutário p/ suprir necessidades imediátas.A proposito Sr.Nassif,aqui no Rio tem um hospital público de ótima qualidade é o H T O- Hospital de Traumaortopedia-, onde a fila para uma cirurgia demora até ,ou mais de 3 anos. É simplesmente desumano.

  4. Nassif, o problema é
    Nassif, o problema é competência. Pensaram que a tinham quando abriram a porteira, esquecendo que toda porteira que é aberta, um dia tem que ser fechada. O resultado está aí. Investimento que cria desenvolvimento são os brasileiros que estão fazendo lá fora porque não são loucos de investir aqui dentro com esta carga tributária insana que temos.

  5. Oi Nassif
    Gostaria de ter sua
    Oi Nassif
    Gostaria de ter sua opinião sobre os últimos acontecimentos no que concerne à ética empresarial.
    Como as empresas atualmente estão hipnotizadas pela busca do lucro e descomprimissadas com a ética corporativa. A grande maioria das empresas não compreende seu papel de ente social. Vejamos o que ocorreu recentemente.
    As maiores empreiteiras do país não fornecem sequer uma condição digna aos familiares que esperam notícias sobre as vítimas do acidente do Metrô, deixando-os dormir ao relento, sem sanitários, sem acompanhamento psicológico, etc. Quando questionadas sobre o acidente, disseram que isso é normal, pois trata-se de obra de risco 4 na legislação trabalhista.
    No mesmo acidente uma marca de energético faz promoção de seu produto, aproveitando uma tragédia, dizendo que procuram sempre pessoas em estado de estresse físico e mental (você viu na Folha de hoje?).
    Não é o fim da picada. Onde foi parar a ética corporativa.
    Se possível, escreva sobre isso.
    Um abraço

  6. Cláudio Silva, a esta altura
    Cláudio Silva, a esta altura do campeonado, se o problema do Brasil for de gerência, o mais premente é o da gerência da moral. E, num estágio de desenvolvimento do capitalismo, onde o presidente da nação mais poderosa e paradigmática do Ocidente promove uma guerra (Iraque) proferindo aqueles argumentos que Bush proferiu, sinceramente, fica difícil crer que o problema maior não seja o da degradação ética e moral imposta pelo próprio capital, com sua lógica egoísta, cínica e autorreferente (lógica que se espraiou pelo corpo social).

    No caso dos modelos de gestão, que estão em debate, Nassif propõe uma saída pela ampliação das formas de fiscalização e controle social. Só que, do jeito que as coisas estão, eu me pergunto: quem vai fiscalizar o fiscal? O problema aqui se amplia porque o Brasil não é Suécia, não é Alemanha, não é Holanda… Somos, historicamente, um país com elites de rapina e uma população que aprendeu que a rapinagem e a malidicência fazem parte do negócio, da ascensão social e da sobrevivência. O problema é que estamos vivendo um momento onde ninguém representa mais ninguém, apenas apresenta os próprios interesses. E esse é um problema seríssimo, que perpassa a moral de forma endêmica porque é uma questão de cultura.

    Quando o Nassif também diz que precisaríamos de uma imprensa mais técnica, eu até concordo, mas dentro de certos limites. Pois de que adiantam argumentos técnicos quando a técnica se confronta com a malidicência? Não foram os técnicos que disseram que o problema das rachaduras das casas nada tinha a ver com as obras do metrô? E se os técnicos da imprensa compactuarem com o mesmo grupo de interesse desses que diziam que “nada tinha a ver”? Em casos assim, a técnica só cria autoridade e burocracia.

    E aí voltamos ao problema de cunho moral e cultural, e que a lógica do capital aprofunda cada vez mais: o de que ninguém representa mais ninguém, só apresenta o interesse próprio.

    O problema é que a maioria das pessoas não enxerga a problemática em que a sua própria cultura está envolta. Não reconhecem onde e como essa lógica egoísta se reproduz. As pessoas rotineiramente caem nos simulacros do mundo que ela mesma critica com veemência. Isso porque a estrutura de reprodução se conforma a discursos sem precisar modificar coisa alguma . Mas como sair de dentro da caverna e olhar pra fora pra ver o mundo a partir de um novo ângulo?

    Então vamos de Nassif. Vamos tentar ampliar as formas de controle social… o jeito é esgotar as alternativas possíveis e historicamente viáveis…

  7. As paixões na esfera
    As paixões na esfera política, os segnatários de modelos acadêmicos prontos sem falhas,
    as malfadadas geografias políticas que compram pacotes fechados x outros mesmos pacotes, geram isso, o jogo do puxa-puxa e o país não anda, está agarrado no trânsito das verdades absolutas. Isso é uma praga que cega muita gente neste pais!! Perfeita a sua colocação.

  8. Ao decretar que a culpa pelo
    Ao decretar que a culpa pelo desastre na obra do metrô de São Paulo é do consórcio de empreiteiras que a executa, o governador José Serra mostrou o quanto a tal “teologia da privatização” constitui uma ameaça. Vejam só a teoria do governador: como o governo do Estado (durante a gestão Geraldo Alckmin, é bom dizer, porque não está sendo dito com a devida ênfase) organizou um consórcio monstro que agregou todas as grandes empreiteiras nacionais e empresas de capital estrangeiro numa PPP (Parceria Público-Privada) do tipo “turn key” (“porteira fechada”), na qual o preço total da obra é fechado antes de sua execução e a fiscalização dessa obra fica por conta do tal consórcio, quem fica incumbido de fiscalizar uma empresa privada prestando serviço ao Estado, é ela mesma. É como se fosse delegada aos motoristas a obrigação de fiscalizarem se eles mesmos estão cumprindo as leis de trânsito. Assim, no caso de alguém ser tragado para dentro de uma obra pública terceirizada e morrer asfixiado lá dentro, a responsabilidade é das empresas privadas que a executam e não de quem contratou essas empresas. É a privataria total. Você elege um governante, ele faz uma PPP e, se você lhe cobrar alguma coisa, ele diz que não é com ele. AS PPPs, se dermos crédito a Serra, tornar-se-ão o paraíso da classe política. Vocês acham ruim? Que nada! Se o PSDB tivesse retomado o poder federal, seria pior.

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