O software made in Brasil

Na aba de ECONOMIA (clique aqui) a Coluna Econômica fala do mais novo sucesso internacional brasileiro: as empresas de software, que começam a incomodar os indianos.

Luis Nassif

33 Comentários

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  1. Olá Nassif! Eu sou
    Olá Nassif! Eu sou desenvolvedor. Trabalho duro desde os 17 anos de idade, quando saí do meu estado (RJ) para trabalhar em SP, a convite. Antes disso, eu era estagiário. Hoje tenho 26 anos, com 9 anos de experiência acumulada no setor.

    O que vejo é uma imensa diminuição do valor do profissional desta área. Uma oferta muito grande, porém nem sempre bem qualificada. Há uma febre no setor por “certificações”. Uma forma de prevenir-se de que determinado profissional é realmente conhecedor de determinada ferramenta.

    Com isso, as empresas americanas “vendem” cursos oficiais no Brasil e provas de certificação. Somente com uma certificação consegue-se brigar por um salário mais atraente. Formação acadêmica, às vezes, parece menos importante que uma certificação.

    O bom profissional,conquista formação acadêmica e depois fica refém das empresas americanas, procurando obter cada nova certificação que aparece. Um bom desenvolvedor C será bom desenvolvedor em qualquer outra linguagem, mas não é assim que o mercado pensa. Então, além dos baixos salários, nós arcamos com o alto custo da formação contínua em “ferramentas específicas”.

    Este reconhecimento de qualidade de que você fala ainda não chegou (e acho que nunca vai chegar) ao bolso dos desenvolvedores.

  2. Olá Nassif! Sou um
    Olá Nassif! Sou um desenvolvedor de software desde 1979. Achoq eu preciso saber melhor onde estão e para que são estes desenvolvedores. Será de páginas, será de software para Call Center? Preciso achar onde está esta demanda toda!

  3. Luis bom dia,

    Sempre achei
    Luis bom dia,

    Sempre achei que o “brasileiro” tem um grande potêncial, é fácil de ver isso nos esportes (basta um pouco de estrutura e incentivo).
    Nós (Brasileiros), na sua grande maioria não temos incentivos governamentais e nem situação financeira muito boa, e mesmo assim, corremos atrás e nos capacitamos. E o resultado disso é que apesar de todas as adversidades o nosso trabalho é reconhecidos como uns dos melhores do mundo!!!.
    Agora imagine você meu caro Luis, se nós (brasileiros) tivéssemos incentivos gorvernamentais como uma boa base escolar pública (municipal, estadual e federal) acho que já estariamos nesse patamar a muito mais tempo!!!

  4. Não vai conseguir redução de
    Não vai conseguir redução de encargos trabalhistas. Neste país não consegue! Imposto ZERO prá exportar soja, que quase não emprega ninguém, é fácil. Ninguém reclama. Mas pro setor de serviços, onde os fatores de produção são basicamente trabalho, nem pensar. E olha que é para exportar! Que não se produza nada e que se demita a rôdo mas reduzir encargos nunca!
    Eita país atrasado!

  5. Nassif, trabalho na área há
    Nassif, trabalho na área há vários anos e posso garantir: não temos qualificação suficiente para poder enfrentar a Índia ou outros competidores. Ainda que existam algums exemplos de excelência, elas nadam mais são do que exceções que confirmam a regra. Temos um bom potencial, porém é preciso com urgência qualificar os desenvolvedores brasileiros, que na maior parte dos países seriam considerados “power users”, mas não verdadeiros cientistas da computação. Use sua influência como porta voz das alas menos moderadas do governo para pedir uma mudança radical no quadro educacional brasileiro, uma reforma tributária que ajude o setor de software e a famigerada revisão da CLT para a área.

  6. Nassif,
    Há um certo exagero
    Nassif,
    Há um certo exagero nessas tuas projeções e comparações. Infelizmente não tem nenhuma revolução nessa área, nada além do necessário para atender o mercado doméstico.

    Aliás, não sabia que as softwares houses estavam fazendo todo esse lobby pela precarização das relações trabalhistas. 99,9% delas contrata PJ, manda os garotos abrir empresa e dar nota fiscal. É cada um por si, a molecada tem que pagar os próprios cursos, estuda por conta. É claro que eles se mandam quando receben outra proposta. Quem quizer fidelidade, que pague por isso! Pague os impostos, as contribuições sociais, como fazem as empresas sérias. Querer se desenvolver explorando o trabalhador para concorrer com a India? Vão para o inferno! Essa informacao de que o custo da mão de obra aqui é menor que na Índia é interessante. Essa é a única razão pela qual esses gringos vem terceirizar aqui: preço! Não tem revolução coisa nenhuma. Nada disso, a coisa é bem mais simples: nenhum europeu aceita queimar suas pestana 15 horas por dia por 600 euros, como se faz aqui. O seguro desemprego lhes paga o dobro disso. Como estamos explorando mais que os indianos, eles vêm “costurar o Nike” aqui.
    almir

  7. Nassif,

    Sou desenvolvedor e
    Nassif,

    Sou desenvolvedor e acredito que o problema trabalhista não existe. As grandes consultorias gostam de empregar via PJ, mas embolsam a diferença dos impostos que deixam de arrecadar ao invés de repassar ao profissional. O que sobra é uma legião de gente com salários que parecem altos à primeira vista, mas sem segurança econômica (já que contribuem com o mínimo p/ o INSS e não poupam p/ uma previdência privada).

    Não acho que o Brasil deva querer competir com a Índia em custos e sim em qualidade. Existe um problema grave no setor que é a falta de profissionais que falem inglês. A quantidade de gente que não consegue sequer ler um texto técnico é muito grande. Basta entrar em qualquer fórum internacional ou lista de discussão da área p/ ver como a presença de brasileiros é baixa em comparação com indianos, russos e europeus do leste.

  8. As empresas deveriam tentar
    As empresas deveriam tentar junto ao governo, dar autonomia ao trabalhador, aceitar ou não, redução dos encargos trabalhistas conciente que teria reduzido alguma vantagem nahora da demissão. em contrapartida poderia ter um salário maior na mão, quem sabe?

  9. Já trabalhei com empresas
    Já trabalhei com empresas gringas e européias e sei que os nossos técnicos são muito melhores que os deles. Mesmo com os encargos trabalhistas, um programador brasileiro ainda ganha muito menos que um europeu ou que os gringos . Ainda, os 80% de que falas valem até 2500 reais, depois a curva desce, porque se passa do limite do INSS. Em resumo, se é para ganharmos como indianos e trabalhar sob condições mais precárias das que já temos, só vamos ver mais bons técnicos indo para o Canadá. Enquanto isso ficam os empresários espertalhões que só sabem ganhar dinheiro se for recebendo em dólar, pagando em real e sonegando encargos.

  10. Você podia detalhar prá nós o
    Você podia detalhar prá nós o pacote de incentivo ao software adotado pela Argentina… assim, mesmo sem saber, já tá dando vontade de me mudar prá lá…

    Eu já gosto dos vinhos, do Tango e de Bariloche… Duro vai ser aguentar o Dieguito…

  11. Nassif, volto a comentar o
    Nassif, volto a comentar o mesmo post. Percebi que eu não sou o único que acha que a demanda não está assim tão grande como dizes.

    Na verdade, o mercado é voraz. O que o Almir falou acerca dos PJ’s [ (…)manda os garotos abrir empresa e dar nota fiscal. É cada um por si, a molecada tem que pagar os próprios cursos, estuda por conta(…) ] é a mais pura verdade.

    Eu vivi isso. Eu sou parte dessa molecada, tenho apenas 26 anos. Desde 2003 trabalho como CLT, consegui meu lugar ao sol, mas antes disso, com 18 anos eu trabalhava em cooperativa, com 21 anos eu já tinha minha empresa. Até hoje tenho dívida de alguns impostos dela…

    É meu caro Nassif, a vida é dura prá nós… Aonde está toda esta bonança???

  12. Nassif, estou há 33 anos
    Nassif, estou há 33 anos nesta estrada, e assim como a maioria dos profissionais que postaram aqui também não vejo este céu de brigadeiro não. O que houve realmente nestes últimos anos foi a chegada de grandes empresas de TI ao país, mas basicamente para manutenção, e muito pouco desenvolvimento, de sistemas em mainframe, muitas delas atraídas pelo salário menor que nos pagam e também pela falta de profissionais neste ambiente, os “dinos”, nos países de origem. Se estivesse realmente bom a formalização não seria considerada atrativo, seria a regra.

  13. Acho que no futuro vai
    Acho que no futuro vai ocorrer uma revolução dos Nerds. Nos países de primeiro mundo, ninguém quer seguir carreira na área de engenharia, ciencias da computação ou pesquisa na área de exatas. A demanda por profissionais tem aumentado consideravelmente, a ponto da India e o Brasil não conseguirem atender, já que por aqui, um engenheiro ainda mantem um certo status social. É notório as campanhas das empresas americanas, como a Raytheon, de incentivo a procura por carreira na área de exatas. No Brasil, nas melhores faculdades de engenharia, é comum muitos deles escolherem consultorias estratégicas, bancos, etc e largarem a engenharia. Pra quê sofrer 5 anos, ganhar uma merreca, ver os executivos ganharem bonus de performance indecentes por um bom produto que um engenheiro Nerd desenvolveu se um bom aluno pode escolher um curso de medicina?

  14. Nassif,

    Pelo visto, tb
    Nassif,

    Pelo visto, tb nessa área a conversa é outra quando as declarações são feitas por quem está do outro lado. Até agora, a maior parte dos comentários é de desenvolvedores e não de empresas contratantes de seus serviços. As informações dessa outra fonte desenham um quadro diverso do cenário cor-de-rosa pintado originalmente pelo presidente da Brasscom e da CPM. Olha aí a grande importância de blogs como o seu: permitir que desinformados, como eu, tenham acesso a informações e posicionamentos divergentes sobre um tema específico. Muito diferente do “samba de uma nota só” que vemos na abordagem de qualquer questão feita pela mídia impressa e televisiva que, geralmente subordinada a grandes interesses, não expõe o contraditório.

  15. É o ponto central para a
    É o ponto central para a constituição de um esforço nacional. No final da vida Celso Furtado se deu conta disso. Vamos bater nessa tecla sim.

  16. Nassif,
    Há muito que leio o
    Nassif,
    Há muito que leio o seu blog mas é a primeira vez que comento seu artigo. Depois que leio os comentários de bom nível, já falaram tudo e ficou claro. Somos desenvolvedores do nosso software e temos representação nos EUA. Não por ajuda do governo mas por nossa própria iniciativa. Tentei BNDES diversas vezes. Não tem com quem falar. Contratamos um Consultor para fazer a ligação e NADA. Não se chega a lugar nenhum. O problema é que os jornais publicam os factóides como se fossem verdades e nós acreditamos. Se os jornais só publicassem as inaugurações teria metade das páginas.

  17. Um fato que considero
    Um fato que considero relevante, relacionado a formação dos profissionais graduados em computação, é o conhecido “canto da sereia” do mercado que atrai os ainda estudantes nos cursos de ciência e engenharia de computação. É fato corriqueiro que alunos ainda nos primeiros semestres darem pouca importância a sua formação acadêmica em detrimento a 6/8hs horas de “estágios” semanais em muitas empresas de informática que os usam como forma mais barata de desenvolver software. A remuneração parece atraente para um rapaz de 19/20 anos recém-ingresso na universidade e ainda dependente dos pais. O fato é que muitos alunos tendem a não priorizar sua formação, contentando-se com um currículo medíocre na graduação que dificultará seu ingresso em programas de mestrado/doutorado (em especial), especializações de alto nível, ou mesmo de empresas sérias do setor que levam em consideração a formação fundamental do estudante de computação (elas existem sim). A longo prazo, é isso que explica a insatisfação de muitos desses profissionais, embora a oferta de empregos não seja tão ruim, e, comparado com muitas áreas, os salários também não são tão baixos. Em uma área profundamente imersa em mil e uma tecnologias atraentes, é muito difícil para um estudante enxergar o valor do estudo das teorias por trás destas para sua formação. Em outras áreas, como a medicina e engenharias mais tradicionais, isso parece mais claro. A universidade não forma profissionais de computação para tecnologias específicas, como muitos estudantes mal-informados esperam e assim como exigem as certificações tão valorizadas no mercado (para mim, lixo), mas capazes de compreender os fundamentos que estão por trás destas e serem independentes de um contexto tecnológico…. infelizmente, a maioria só descobre o valor disso 10 anos depois de formado.

  18. Por que os auspiciosos
    Por que os auspiciosos indianos estão sendo rejeitados?Por que ,a rotatividade?Por serem indianos? Se o custo dos indianos é menor que os desenvolvedores nacionais,ainda que se utilize dos artifícios de pessoa jurídica,essa explicação fica incompleta.Essa escolha não se dá pelo talento incomum pátrio.Não será porque a uniformidade da técnica,a linguagem cibernética homogênea, e os padrões industriais se igualaram,tornando tudo isso uma imensa indústria de calçados? É a rotatividade,agora na TI.

  19. Nassif,

    Pelo que temos lido,
    Nassif,

    Pelo que temos lido, não há muito a fazer, sem alguma audácia. Semana passada o Paulo Baptista Jr. criou uma expectativa ao escrever metade de um artigo na Folha em que prometia para hoje uma série de descobertas de como deveria o Bacen agir para desvalorizar o real. Hoje ele deu uma de Lula, decepcionando todo mundo e recomendando baixar a Selic. No final do artigo, meio envergonhado, falou que se tudo não funcionasse, aí sim, se deveria impor pedágios, prazos, etc. ao influxo de dólares. Já está claro que a queda dos juros não está desvalorizando o real. E pode certamente trazer inflação, se exagerada. As tais restrições ao influxo, com faz a Argentina, Lula não tem coragem de impor, por temer o mercado. Se as finanças externas vão tão bem, porque temer o mercado, que suponho seja o externo? Se nada for feito, nada mudará. Esta é a única certeza que temos, até o momento. Podemos até piorar um pouco mais até que as importações crescentes comecem a fazer algum efeito no câmbio, o que levará uns dois anos, ou mais.

  20. Nassif,

    Não sou da área e
    Nassif,

    Não sou da área e estou pensando em dar graças por isto. Ao ler o post fiquei exultante com a posição e as perspectivas do Brasil. Já estava meio cansado de contatar a Amazon e ser sempre atendido pelo telemarketing de indianos com nomes estranhos. Agora, ao ler os comentários fiquei decepcionado. Grande parte deles contradiz o otimismo do post, de maneira até cabal. Nassif, acho que precisamos tirar isto a limpo. Além da Brasscam, quem mais acha que o Brasil já superou a Índia nessas tecnologias? Quanto estamos faturando com o desenvolvimento de software para o exterior anualmente, ano a ano? Quanto a India fatura? O nível do inglês dos indianos é muito superior, e dos Irlandeses sem comparação evidentemente. Isto não atrapalha os brasileiros? E essa questão dos incentivos argentinos, como funciona? Mudar a legislação trabalhista apenas para os programadores parece meio insólito. Será que nem ganhando a miséria que os brasileiros ganham mesmo considerando os encargos, isto ainda assim nos tira competitividade? Quantos engenheiros de software tem e forma por ano a Índia? E o Brasil? Quantas empresas se dedicam a isto na Índia e no Brasil? Esta é uma parte das questões que precisaríamos saber do presidente da Brasscam, ou de quem pudesse responder, para que o post tenha mais substância.

  21. Nassif,

    trabalho nos Estados
    Nassif,

    trabalho nos Estados Unidos e minha opiniao sobre outsourcing e os temas envolvidos mudaram um pouco desde que sai do Brasil.

    Tecnicamente o desenvolvedor de software brasileiro eh mais dinamico que um profissional americano., na maioria das vez nao por vontade propria mas por necessecidade, ja que as empresas nacionais tem pouco capital para contratar profissionais especializados nas diversas areas (Rede, Software, Banco de Dados, Analise de Requisitos, etc). Como em qualquer lugar do mundo ha bons e nao tao bons profissionais.
    Na minha opiniao a grande barreira para a entrada de nossas empresas de software no mercado internacional nao eh a falta de capacidade tecnica e sim a falta de estrutura, profissionalizacao e experiencia de nossas empresas com outsourcing.

    Software nao pode ser produzido da mesma forma que produtos manufaturados. Simplificando, software eh criacao, manufatura eh repeticao. A qualidade do software da India vem caindo pela dificuldade de manter qualidade e volume. Mas eles ainda tem muito mais experiencia que nos neste mercado.

    O Brasil tem todo o potencial para ser qualquer coisa que queira (o tal gigante adormecido) mas nao eh tao facil como acordar, eh preciso trabalhar. As empresas que querem competir em outsourcing vao precisar investir em treinamento e capacitacao. Gerencia de projetos (prazo nos EUA eh prazo), conhecimento falado e escrito do ingles e processos formais de producao de software sao algumas areas cruciais para o sucesso nesta empreitada.

  22. Dante, minha empresa compete
    Dante, minha empresa compete com empresas da India, Russia, Republica Checa e China. O que ouço dos meus clientes é que o modo de desenvolvimento de software que a India usa (modelo linha de produção, waterfall) quase nunca produz resultados esperados.

    Apesar do preço baixo, o projeto tende a custar muito mais do que o estimado.

  23. Nassif,

    Sugiro que veja o
    Nassif,

    Sugiro que veja o seguinte site:
    http://www.debian.org/devel/developers.loc

    Trata-se de um mapa da localização geográfica dos desenvolvedores de uma das maiores distribuições de Linux, o Debian. Cada ponto assinalado no mapa mundi representa um desenvolvedor do projeto. A partir deste mapa, podemos tirar algumas conclusões (algumas até muito superficiais).

    – fica absolutamente evidente que estamos anos-luz atrás da europa e américa do norte (não só EUA, mas também Canadá);
    – entretanto, se analizarmos apenas a américa latina, a quantidade de desenvolvedores no Brasil é bem representativa. Somos comparáveis com outras regiões do planeta, como Austrália e China;
    – se concentrarmos a análise (repito, superficial) no mapa do Brasil, vemos que ainda há uma clara concentração na região sul e sudeste. Mas há um ponto ao norte da região nordeste!

    Por que a representatividade desde mapa é fraca? Pois ele representa apenas os desenvolvedores oficiais dessa distribuição. Não estão cadastrados os desenvolvedores não oficiais (que colaboram por intermédio dos oficiais), nem os desenvolvedores “autônomos”, que não estão vinculados a nenhuma distribuição.

    Ainda assim, acho que o mapa pode mostrar que, em se tratando exclusivamente de massa cinzenta, lugar onde imposto nenhum pode alcançar e nenhuma máquina de governo pode frear, o Brasil possui um enorme potencial produtivo.

    E, claro, não podemos esquecer que há um feliz havaiano que, entre uma onda e outra, escreve seus softwares livres.

  24. Luis, pelo que entendi no
    Luis, pelo que entendi no site da tua empresa, vocês possuem uma Ferramenta Case que usam para desenvolver aplicações independentes de plataformas. Esse parece ser o diferencial tecnológico da tua empresa., e não as aplicações em si. Gostaria de saber sua opinião, como empresário, sobre a inovação no nível da APLICAÇÃO, e não no processo do desenvolvimento. Uma certa intuição me diz que falta ainda imaginação ao setor de software brasileiro para produzir inovação no nível de novas aplicações.

  25. Pena não termos um fórum, mas
    Pena não termos um fórum, mas vamos lá…
    Resposta ao Dante.

    Na minha opinião, as atividades de analise e desenvolvimento de software, infelizmente, ainda estão longe de ser uma indústria de calçados, com padrões industriais.

    Por melhores que sejam as ferramentas de programação, metodologias, procedimentos, sistema de qualidade, gestão do conhecimento, e outros mecanismos; essas atividades ainda são muito dependentes do capital humano intelectual.

    Com relação a analise:
    Cada pessoa tem diferentes capacidades de abstração de dados, conhecimento, experiência, e repasse de informação.

    Com relação a programação:
    Cada pessoa tem uma lógica de programação diferente. Empresas maiores investem em treinamentos, já as menores, contratam os autodidatas.
    Tem pessoas que resolvem o mesmo problema com 10 linhas de programação, e outras com 500.

    E não é só isso.
    A cada ano, fabricantes atualizam e modificam ferramentas (windows vista, .net, softwares livres, …)
    Existem atividades de testes, correções, e melhoria de softwares;
    Trabalho em equipes, rotatividade de funcionários, ou seja, um colocando a mão na análise e código do outro…
    Existe muita coisa envolvida atrás da telinha do seu software, que até Deus duvida.

  26. Não podemos desvalorizar os
    Não podemos desvalorizar os contratos de suporte e fábrica de software como algo “inferior” como vejo aqui em alguns comentários. Penso que eles são uma excelente oportunidade de cobrir um “gap de cultura de negócios” no treinamento da nossa força de trabalho. Acho que as tecnologias nós dominamos, mas precisamos de mais exposição e experiência dos nossos profissionais a relações internacionais de negócios, negociações, prazos, contratos, se um dia pretendemos competir em um nível de valor agregado superior, onde não vendemos “braço” mas sim produto, tecnologia. Hoje há excelência para isso por aqui, mas somente em nichos e não massificada.

    Em contrapartida (ou até contradição) a isso, acho que nunca seremos competidores sérios para Índia e China nos serviços de software mais padronizados e de baixo valor agregado. Simplesmente não temos nem escala e nem estrutura tributária pra isso. Nossas escolas colocam no mercado um número extremamente baixo de profissionais por ano, nada remotamente perto do que precisaríamos para atender a contratos globais de serviços de grande escala. Neste ponto gostaria de convidar o professor que comentou abaixo a nos mostrar quando e como a academia pretende se mobilizar para ajudar o país a enfrentar este desafio, em vez de se ater às lamentações de sempre. Quanto à estrutura tributária, câmbio e CLT já foram bem cobertos por aqui.

    Sendo assim, talvez a alternativa seja suar sangue e suportar todos os esforços para se manter nos contratos de terceirização – remando contra a maré de câmbio e CLT – e atacar agressivamente cada oportunidade de se mover para cima em contratos de maior valor agregado.

  27. É Nassif, parabéns! O nível
    É Nassif, parabéns! O nível dos comentários é altíssimo. Aqui não se vê com frequência os atentados ao nosso idioma oficial, que se vêem tão frequentemente em quase todos os outros blogs.

    Há alguns comentários muito bons, que abrem nossa visão do meio, a destacar: o do Rogério Acquadro e do Heron.

    Concordo com o Heron de que a formação acadêmica é que é a fundamental. Eu estou participando de processos seletivos para mestrados, mas há uma escassez de oportunidades. O Rio de Janeiro até que não está tão mal servido assim…

    Achei muito bom o comentário do Rogério, não sabia que o Brasil estava tão bem representado no ambiente Linux (se compararmos com Índia e China, estamos muito bem).

    Mais uma vez, parabéns!

  28. Wallace, interessante é que a
    Wallace, interessante é que a oferta de programas de pós-graduação em computação tem crescido bastante nos últimos anos e há bons programas espalhados no Sul, Sudeste e Nordeste. Se minha fonte é segura, a ciência da computação é uma das áreas que mais tem formado mestres e doutores no Brasil. Só para sua informação, e contradizendo um pouco o que tu disseste, atualmente há uma queda anual do número de inscrições nesses programas. Não pelo aumento de oportunidades, como já constatado, mas por algum tipo de desinteresse dos profissionais …. os programas tem tentado descobrir os motivos disto. Porém, devo ressaltar Recife como um contra-exemplo: este programa tem aceito aproximadamente 170 alunos de mestrado de todo o Brasil em um único ano. E uns 25 para doutorado. Neste estado, a academia tem tido um papel preponderante no incentivo ao setor de software (Cesar, Porto Digital, etc).

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