Os cargos universitários comissionados

Enviado por: josé antonio martins

Caro Nassif,

alguns dados para suas análises. Não informarei a universidade por uma questão ética, mas saiba que se trata de uma universidade pública. Outra coisa, posso assegurar que proporção que se apresentará não é uma exclusividade dessa universidade.

Nesta universidade há eleições diretas, onde o colégio eleitoral tem como peso nos votos em 70% para os professores, 15% funcionários e 15% alunos. A universidade tem em torno de 1200 professores. O total de cargos em comissão para esses, que recebem um adicional no salário (também conhecido como “função Gratificada”, chega a 300. Desse cargos, apenas a metade ou um pouco mais é eletiva, o restante é tudo nomeação, que obedece a melhor regra “brasiliense” de escolha.

Se me perguntares se há algum critério mais “técnico”, devo dizer que não, muito ao contrário. O compadrio talvez explique melhor.

Outra coisa, há um Big Brother chamado TCU ou TCE, depende do caso, mas que todos sabem quais são as regras para burlar qualquer problema. Não há prestação de contas nem ao próprios pares acadêmicos. Dinheiro de departamento é um mistério que só a Santíssima trindade do chefe, vice-chefe e secretário sabem como, quando, quanto e onde foi gasto. Transparência é uma condição da água ou da cachaça, mas não dos dados financeiros de uma universidade.

É nesse ambiente “democrático, igualitário, republicano” que é administrada quase todas as universidade públicas brasileiras. Pesquisem a relação quantidade de professores versus função gratificada exclusiva de docentes e começaremos a entender um pouco o mundo acadêmico brasileiro.

Luis Nassif

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