SDE e competição

Recentemente, a Secretaria de Direito Econômico (SDE), resolveu se insurgir contra decisões do MDIC (Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior), de estabelecer barreiras à produção de importados. Alegou que prejudicava a concorrência. Defesa da produção nacional, em caso de flagrante distorção econômica (como é a apreciação do câmbio) é estratégica nacional. Há uma interferência indevida na questão.

Aliás, é o fim da picada o SDE defender fabricantes chineses de pneus de bibicleta contra os fabricantes nacionais.

Luis Nassif

18 Comentários

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  1. Sou contra dar reservas para
    Sou contra dar reservas para indústria nacional que não se desenvolveu em termos de qualidade e onde não há concorrência. Competição também é bom, desde que haja um mínimo de igualdade de condições. Mas abrir para produtos de qualidade duvidosa (a SDE testou?) e sem que haja obrigações de cuidados ambientais é irresponsabilidade. Bom, as empreasa aqui enrolaram para não dar destinação ambiental aos seus produtos, se tivessem sido responsáveis e não empurrado com a barriga poderiam usar isso. Miopia de empresas e governo dá resultados ruins para todos.

  2. Caro Nassif

    Na visão do
    Caro Nassif

    Na visão do consumidor o custo do importado chines não é mais interessante que o nacional ?
    No meu entendimento o empresariado ganancioso brasileiro tem que aprender a esfolar menos o povo desta patria desvalida.

  3. A matéria é espinhosa. O
    A matéria é espinhosa. O antidumping busca estimular, em todo o mundo, a diminuição das barreiras tarifárias ao comércio internacional. A lógica é: permitir a imposição uma sobretaxa contra o setor que exporta a preço de dumping, porque se beneficia de proteção em seu próprio país de origem. Da perspectiva da concorrência, o antidumping é uma forma de proteção, que reduz a concorrência parcial ou totalmente.

    E aí? Para um resposta mais informada, sugiro ler (ainda não li) o artigo da Dra. Andrea Macera, da Seae: A Interação entre Antitruste e Antidumping: Problema ou Solução?

  4. É surpreendente como há
    É surpreendente como há ingenuidade no trato com os chineses.
    A China é emergente como o Brasil, busca mercados para seus produtos, faz guerra de preços, tem diplomacia comercial agressiva…
    Caramba! A China é nossa concorrente e como tal deve ser tratada.

  5. Nassif,

    neste ponto discordo
    Nassif,

    neste ponto discordo totalmente de você. Muito se fala sobre as desigualdades de distribuição de renda no país. A renda não é só mal distribuída entre pessoas físicas, é também mal distribuída entre as pessoas jurídcas: os oligopólios Brasileiros ficam com quase todo o lucro corporativo do país. Para mim o episódio mais escandaloso foi o das siderúrgicas em 2005. Estava eu numa apresentação de uma empresa siderurgica (agora não me lembro qual), quando um analista perguntou se a empresa estava preocupada com a taxa de câmbio impactando os preços domésticos. Com toda a arrogância do mundo em janeiro de 2005 o sujeito declarou: o câmbio é três. O analista, ingênuo, retrucou: eu entendo que você queira projetar o câmbio em 3, mas as condições do mercado parecem favoráveis a uma valorização. O sujeito interrompe o analista e diz: não, você não entendeu, o câmbio pelo qual vamos vender o aço doméstico é três, pouco importa onde a taxa de câmbio vai estar. O oligopólio do aço acabou prejudicando toda a cadeia industrial dos usuários do produto. Eu gostaria muito bem que naquele dia a SDE tivesse mandado recomendação ao MDIC de reduzir a zero a tarifa de importação do aço! Não para defender os fabricantes chineses de aço (naquele ano a china aumentou sua produção de aço no montante de toda a produção brasileira), mas para defender a indústria doméstica. Sou só eu, ou você está também ouvindo a indústria siderúrgica reclamando alto por maiores taxas de importação de aço? A cara-de-pau não tem fim! O discernimento de caso a caso, o MDIC e a SDE tem que ter juntos: louvo que um discorde do outro em público!

    Ruben

  6. BB e Bradesco vão
    BB e Bradesco vão compartilhar terminais

    http://www.vlad.blog.br 27/02/2007

    O Banco do Brasil e o Bradesco assinaram acordo para compartilhamento dos seus terminais de auto-atendimento. Do ponto de vista do custo a medida será boa para os bancos pois não será necessário instalar um terminal onde o outro banco já tenha.

    Mas ao se pensar numa estratégia competitiva o BB sai perdendo e muito. Vejamos…

    Os grandes bancos sempre consideraram a rede de auto-atendimento um diferencial.
    A rede de agências e terminais do BB cobrindo boa parte do território sempre foi um grande diferencial negocial do Banco do Brasil.

    O BB disponibilizará cerca de 5.000 terminais de auto-atendimento para os clientes do Bradesco e em troca o Bradesco vai disponibilizar seus 2.500 terminais. Só que os terminais do Bradesco estão concentrados nas grandes cidades enquanto a capilaridade da rede do BB é muito maior.

    O cliente não vai sair ganhando nessa. Os bancos no Brasil agem como um cartel, assim, uma redução de custo dificilmente será repassada para o cliente (lembrem-se que mesmo com a SELIC caindo, as taxas para os clientes não estão caindo, o spread vem aumentando).

    Ao invés de ficar favorecendo a banca privada (o BC já o faz), o BB deveria agilizar a integração com a rede da Caixa Federal e de outros federais.

    Vladimir M Coutinho

  7. É a velha estupidez de achar
    É a velha estupidez de achar que o consumidor é um ente isolado que vive de renda e não precisa de emprego. Se importarmos tudo podemos baratear a oferta graças ao câmbio valorizado mas não haverão consumidores para comprar porque estarão todos desempregados. O sistema brasileiro de defesa da concrrência será furado como uma peneira enquanto não puderem defender o consumidor cliente dos bancos, seguradoras e financeiras.
    Porque não copiam os EUA nisso, se copiam em tanta coisa? Lá o cliente do sistema financeiro é defendido por um organismo federal (OCC) e por cinquenta sistemas estaduais (Commissioners of Banking, Insurance Commissioners), nada a ver com o Banco Central. Enquanto ficam brincando com pneus, deixam a concentração bancária ir ao infinito e as tarifas serem multiplicadas por dez vezes alem da inflação e os spreads serem vinte vezes maiores do que em paises civilizados.

  8. Nassif, por favor, para esse
    Nassif, por favor, para esse ignorante (que sou EU), quais as relações trabalhistas existentes na China, na India e na Casa da Mãe Joana, que no entendimento dos analistas superiores, são melhores que o Brasil. Me explique como é pago o trabalhador desses países para eles cresçam tanto em tão pouco tempo.

  9. Protegemos a indústria
    Protegemos a indústria automotiva por longos anos, e com isso éramos obrigados a comprar carros nacionais caros e ruins. O mesmo vale para a indústria eletrônica. Alguém lembra a diferença de preços nos anos 80 entre um video-cassete no Brasil e em algum outro país que não cobreasse tantos impostos? QUando vejo num shopping que um Play Station 3 custa umas três vezes mais que nos EUA, fico assustado. Alguém aqui viu que o I-Pod no Brasil é um dos mais caros do mundo? POr mais que o câmbio esteja valorizado, incidem mts impostos sobre os produtos importados. O empresário brasileiro tem que estar preparado para competir com um câmbio de R$ 2,00 ou R$ 3,50.

  10. Com o PIB Brasil crescendo
    Com o PIB Brasil crescendo próximos dos 5% anuais vai ser díficil para os setores mais prejudicadospelo atual patamar do cambio conseguir alguma coisa do Governo.

    Esta na hora da ousadia e colocar na mesa propostas de possam vingar nas mesas de negociações comum Governo de origem sindicais. Propondo em troca de ajustes tanto de impostos com de financiamentos que possam compensar as perdas provocadas pelo atual cambio uma maior participação dos trabalhadores nas decisões das empresas, comissões de fábricas independentes, aperfeiçoamento educacional e profissional, maior participação nos lucros, etc.. Creio ser este o caminho a se seguir nas negociações…..

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