A vitória do homem massa

Encontro um velho conhecido, neurologista célebre e retomamos conversa de quase uma década atrás.

A Internet começava a voar e, com ela, as redes sociais. Conversávamos sobre o tema e eu era o lado otimista. Achava que, ao abrir as comportas da informação, a Internet exerceria um papel libertário e pedagógico. Ele, o pessimista, julgava que seria dominada pelos baixos instintos, pelos grupos de pedófilos e de rancorosos da pior espécie.

Recentemente, ele atendeu a uma professorinha de colégio de segundo grau. Estava em depressão. Dois pais de alunos não se conformaram com observações colocadas por ela em provas dos filhos e fizeram um BO (Boletim de Ocorrência) na delegacia, acusando-a de destruir a autoestima dos filhos.

Ele lembrava seus tempos de Itália, em um pós-guerra em que se reconstruíam os ideais humanistas destroçados pelo fascismo. A escola era o local para se formarem alunos integrais, com conhecimento, formação e valores. E a autoridade do professor um pressuposto da boa educação.

Hoje em dia, diz ele, o opinionismo mais desvairado tomou conta de todos os poros da sociedade. Os economistas que escrevem em jornais são oraculares, diz ele, comportam-se como o Oráculo de Delfos. Não trazem ideias, mas certezas.

Em outros campos, a celebração do individualismo exacerbado criou um exército de individualistas perdidos e, sem saber como se colocar, tornando-se manada conduzida facilmente pelas manchetes do dia.

Lembro as fotos dos deputados BBBs (Bíblia, Bala e Boi) saindo aos berros do plenário da Câmara, como um bando de bêbados que deixa o bordel celebrando a surra dada no grupo contrário.

Para animá-lo, conto as conversas com minhas caçulas contando que, na sua escola, há preconceituosos, mas que se escondem porque não são bem vistos pela maioria. Diz ele que esses ambientes são minoritários, que na maioria massacrante dos ambientes vigora o primado do homem-besta.

São tempos bicudos, concordo, mas ainda tenho fé de que a luz vencerá a escuridão, a solidariedade derrotará a intolerância. Em que me baseio, me indaga ele. Na fé apenas, nas diversas fases de intolerância que foram superadas, nas crises profundas trazendo o novo.

Mas é tudo questão de fé. Por enquanto, é tourear a besta que está à solta.

Luis Nassif

56 Comentários

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  1. Humanismo já!

    O Brasil precisa de um banho de humanismo, urgente!

    Precisamos ingressar, finalmente, no Iluminismo.

    O feudalismo e as cruzadas já cansaram…

  2. “Dois pais de alunos não se

    “Dois pais de alunos não se conformaram com observações colocadas por ela em provas dos filhos e fizeram um BO (Boletim de Ocorrência) na delegacia, acusando-a de destruir a autoestima dos filhos.”

    Não acredito … a que ponto chegamos.

    1. Pois acredite

      Caro Didico,

      compartilho contido tua perplexidade. Sou professor, mas já não dou aulas no ensino médio faz um pouco mais de 15 anos…. e já naquele tempo havia uma razoável intromissão dos pais nos assuntos escolares, mais do que a boa prática educacional aconselharia. Lembro da pedagoga da escola (particular) falando da “concepção moderna de pedagogia”, onde a educação é um PRODUTO e o cliente (pais e alunos) têm que estar satisfeitos com ele. Eu ouvi isso, ninguém me contou. Neste dia decidi que meu tempo no ensino médio tinha terminado. Sou professor de terceiro grau (público) e espero sinceramente que este “espírito de modernidade” (tá mais para encosto) não pegue no ensino público superior. Um abraço,

      Adriano

    2. Sim Didico,

      a geração do “eu mereço” cresceu e procriou.

      Eles estão agora faixa de idade próxima aos 35 anos, alguns já tem filhos na escola, mas continuam sendo os baixinhos da Xuxa.

  3. “no entanto …

    … lutamos mal rompe a manhã”, anuncia Drummond. Contra a bonomia de Rousseau, que acredita no “bom selvagem”, creio mais na afirmação judaica que a má inclinação é uma possibilidade para todos os humanos. 

  4. Tamo junto!

    Nassif, mais uma vez humano, demasiadamente humano.

    Porem é melhor que se deixar arrebatar pela besta, pela barbárie; Tamo junto!

  5. Debatedores,
    dizer o que

    Debatedores,

    dizer o que sobre o texto do r. jornalista? Nada. Só bater palmas mesmo.

    Clap, clap, clap.

    Saudações 

  6. Besta fera
    Caro Nassif,sou um pouco pessimista.A Internet,embora com todas as iniciativas do governo,ainda privilegia os mais afortunados.Os links mais rápidos,Os conhecimentos das ferramentas de acesso,uso de robôs,etc ainda estão nas mãos da elite deste PAÍS.

  7. Estes que hoje comprometem a

    Estes que hoje comprometem a educação dos filhos na Escola provavelmente foram educados pelos jogos eletrônicos de primeira geração. Eles desdenham a missão civilizatória da educação e ficam satisfeitos ao comprar consoles modernos e jogos virtuais ultra-violentos de última geração para “educar” seus filhos como foram “educados” pelos pais. Talvez acreditem que, se jorarem muito e se relacionarem pouco com “outras” pessoas (e por “outras” eu estou me referindo aos meninos pobres, remelentos e escurinhos que vão à Escola) seus filhos serão tão bem sucedidos como eles mesmos são.

    Destruir professores como se fossem bonequinhos virtuais é gostoso? Deve ser… Impossível esquecer que Nero Richa foi aplaudido por “brasileiros bem nascidos” justamente porque massacrou mestres nas ruas de Curitiba. Ouso supor que, no momento em que pai e filho denunciam um professor à Polícia, eles finalmente conseguiram jogar o mesmo jogo. No mais eles continuarão se separando pela inevitável renovação e obsolescência programada da cultura que os educou.

    Os professores, contudo, são seres humanos querendo formar seres humanos. Talvez venha daí sua intensa frustração. Fracassam com ajuda de pais fracassados que se acreditam bem sucedidos. E os consoles de jogos antigos? Onde estão? 

    https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1047825075241320&set=a.345737828783385.85599.100000415136357&type=1&theater

     

  8.    Pô Nassif, o que você quis
       Pô Nassif, o que você quis dizer com o diminutivo de professora (“ele atendeu a uma professorinha de colégio de segundo grau”)? Ela era baixinha? Ou professora de segundo grau é menor que de terceiro? E se seu amigo tivesse atendido uma professora do primeiro grau, seria uma “professorinhazinha”? Tempos bicudos…

    1. Poxa Jairo….

      …. só de você já inferir que houve preconceito ou desprezo por parte do Nassif quando ele utiliza o termo “professorinha” já dá para ver que você não está em sua praia ou então não acompanha o blog do Nassif há tempos. Mas, se ainda achar que tens razão, denuncie também a música do Ataulfo Alves “Que saudades da professorinha”….. Um abraço,

       

      Adriano Martins

  9.  Para  justificar a sua fé,

     Para  justificar a sua fé, Nassif esqueceu-se do exemplo das filhas. No meu caso a crença de que a intolerância será superada baseia-se nisso aí. Mesmo no período de maior predominância da intolerância política e preconceito social e racial recentes eu assisti minhas filhas e parte de seus amigos entrarem de peito aberto nas redes sociais discutindo idéias e valores com os preconceituosos. O exemplo mais bonito foi de um dos amigos da minha filha que  teve a coragem de denunciar para a direção da empresa onde trabalha o email de um colega que pregava a morte dos haitianos. Perguntou para o RH se era aquele tipo de funcionário que eles queriam ver divulgando o nome da empresa. Estava em minoria entre os companheiros de serviço, recebeu ameaças, mas não se deixou render. 

    O futuro é deles e se estão respondendo à intolerância ao menos tem uma luta a ser travada.

    Agora essa questão dos pais que não aceitam críticas aos filhos é um caso sério. Uma amiga, cujo filho de 6 anos estuda em escola particular e estava desrespeitando a professora na sala de aula foi chamada pela direção da escola para saber se ela queria apoio psicológico para correção do filho. Surpresa respondeu que sim e indagou o porque da pergunta. Lhe responderam que tem pais que não aceitam sequer apoio psicologico para correção dos filhos. Na escola pública tive um amigo professor concursado que foi demitido do estado porque um aluno veio lhe bater e ele respondeu a agressão. 

    A impressão que tenho é que no futuro tenhamos muito caso de violência em escolas, como ocorre nos Estados Unidos, por aqui.  

     

     

  10. Caro Nassif,
    A ‘malta’ é

    Caro Nassif,

    A ‘malta’ é barulhenta e verborrágica. Mas ela não é maioria entre os leitores. Certamente não é possível controlar o que escrevem os “comentaristas” nesse universo que é a internet. Mas os preconceituosos, os odientos, os intolerantes, os que cometem crime de injúria, calúnia e difamação com quem não compartilha a mesma opinião sectária deles, esses só conseguem notoriedade porque foram e continuam a ser estimulados por veículos da grande mídia comercial, através de certos pitbulls e hotweilers que assinam como colunistas.

    O que seria das bestas-feras se os grande veículos de mídia, em vez de apoiá-los, os denunciassem, fizessem uma devassa na vida dos que escrevem comentários agressivos na rede, os expusessem nas páginas criminais dos jornais e os mostrassem no noticiário policial dos telejornais em rede nacional?

    O maior aliado da intolerância e do ódio irracional e o maior inimigo da democracia tem sido a mídia comercial brasileira.

    1. É o que eu também acho. O

      É o que eu também acho. O homem-besta é minoria, mas como faz muito espuma, fica parecendo que é muita gente. Como eles não têm  consistência, aos poucos vão desaparecendo. Se não fossse pela mão da mídia, passava despercebido.

  11. Falta o respeito. Aquele que

    Falta o respeito. Aquele que aprendíamos com os nossos pais, a educação de berço.  Respeitar os mais velhos, os professores e o próximo. Parece que esse conceito está fora de moda. O argumento é substituído pela agressão, o diálogo pela ofensa e assim chegamos a essa intolerância generalizada. A liberdade sem responsabilidade prevalece na educação atual e as redes sociais contribuem na formação dessa geração individualista. Concordo com o Nassif, é preciso muita fé…

    1. Caro Geraldo…

      permita-me discordar parcialmente de você: há sim esta educação de berço, os pais de hoje, como os de ontem, se esforçam para passar seus valores aos seus filhos. Porém, estes valores mudaram: canso de ver aqui em meu condomínio filhos mimados, individualistas e intolerantes – tais quais seus pais. A questão que devemos colocar é: que valores são universais, esses sim dignos de serem passados adiante? Penso que o respeito ao próximo em todas as vertentes, o senso de justiça (para evitar futuros bullings) e o clamor por ser “educado e afetuoso” com os outros devem ser valores sempre a serem cultivados. Um abraço a ti e outro ao Nassif, por colocar este post que instiga boas reflexões.

       

      Adriano Martins

  12. Meu pouco otimismo se baseia

    Meu pouco otimismo se baseia em que a humanidade avança, mesmo aos trancos e barrancos. Tá certo que existem casos de exploração e até escravidão por aí, mas a escravidão não existe mais na lei; em tempos passados aceitava-se não só  a pena de morte, mas também coisas bárbaras como esquartejar uma pessoa e expor seus membros em público. Sem falar na morte por crucificação, nas torturas da Inquisição; o racismo definido com normas, como aquelas que estabeleciam a segregação… Muita atrocidade ainda se comete, muitas deixaram de serem cometidas e outras já não tem respaldo em leis. Hoje não se pregam pessoas em cruzes ou esquartejam seus corpos com apoio do estado, por exemplo. Só tem um problema para os indivíduos no meio disso: sobreviver a períodos de bárbarie. Sei lá, não sou estudioso em nada, é só opinião de uma pessoa comum.

  13. Imagino que a internet trouxe

    Imagino que a internet trouxe informação demais e o cérebro desta geração que ainda não está preparado para assimilar tanto conhecimento. Talvez, isso provoque dissonância e a violência seja fruto desta falta de compreensão. Mas as novas gerações virão dentro deste ambiente tecnologico. Hoje, tem muita criancinha que antes de aprender a falar,já aprendeu manusear o touch screen do smartphone dos pais.

    Achismo meu.

     

  14. Sou também um otimista,

    Sou também um otimista, apesar de me indignar com o protagonismo (que creio estar minguando) da extrema direita, dos intolerantes e fanáticos religiosos.

    Creio que sempre de um momento turbulento tiramos uma lição para a calmaria.

    O que seria da humanidade sem a lição aprendida?

    A tendência é que os tais “Revoltodynhos” Online e assemelhados voltem a ser grupos marginais. Creio que já tenha enchido o saco do povão essa overdose de pessimismo da mídia, esses extremismos bestas, e a piora da crise no país por conta de setores irresponsáveis e mau perdedores.

  15. Humano!

    “… mesmo com quem você não concorda no global pode-se concordar no específico. O fato de Nietzsche ser contra a religião, aliás, ter sido um dos maiores inventores de patacoadas sobre a religião, não me obriga a repelir tudo que ele disse, seria canalhice intelectual o fazer. Ai o filósofo com o maior número de consoantes juntas acertou na mosca. Aliás, adoro ler Schopenhauer, ainda que não seja nada cristão. (Algum rad-trad eurasiano já me chamaria agora de infiltrado maçônico-judaico-muçulmano-gnóstico-*.* por isto). São Tomás lia Avicena e Averróis, virou muçulmano? Não somos tão tolos a ponto de sermos esponjas descerebradas absorvendo qualquer filosofia que nos toca a superfície do cérebro. “

    http://www.freirojao.com.br/2014/03/nietzsche-sobre-o-socialismo.html 

    1. Caso alguém leia, Erramos…

      Como todo mundo erra.

      Não era este texto que eu ia colocar.

      Concordo apenas com tal de “rojão” , que Nietzsche não disse coisas muito certas sobre religião (religar). 

       

       

  16. Fé e ateísmo

    Gostei do artigo. No senso comum, ateísmo seria oposto a fé, crença, esperança, mistério. Vou tocar num outro mito, numa outra preconcepção, o pacifismo, a alegria do povo hindu:  Nesses dias vi uma tabela sobre a violência na Índia: é assustadora (e não me refiro aos casos de estupro), está em 1º lugar no mundo (não me lembro exatamente em que tipos de crimes, mas eram de morte).

    1. Violência nos países de altíssimas diferenças econômico-sociais

      A Índia acima. E Brasil: outro mito muito alastrado, e de que até nos orgulhamos e ajudamos a difundir, uma interpretação equivocada de “o homem cordial”, ou no popular brasileiro bonzinho, ou nos nordestinos mais abertos, mais liberais, mais amistosos, ou no gaúcho menos abertos, menos amistosos. Pena que tendemos a nos basear em aparências, primeiras impressões, e nas propagandas. E em palavras (“palavras são palavras, nada mais do que palavras”, personagem de Chico Anysio). O que vale é a ação.

      1. minha descrença (Sob o post-título “O descarrego do ódio…” )

        Sob o post-título “O descarrego do ódio…” todo o mundo vira bonzinho e apóia o texto. (Até quem… dou um doce). Daí que oscilo entre minha fé na humanidade (uma fé não em divindade, em religiões, mas é fé ). Portanto, crente e descrente. O autor Nassif e seu amigo ambos têm bons motivos. Esta minha própria postagem é sinal de oscilação, de contradição. (como ponho na assinatura automática abaixo: não tenho a segurança da certeza, nem quero, prefiro a dúvida – mas que não se confunda com o que chamamos de niilismo ). Opinar neste blog é uma das crenças minhas, por exemplo.

  17. Sou uma irremediável

    Sou uma irremediável otimista. Assim como você Nassif, creio no homem e que o bem vencerá o mal, todos os dias levo na cara por crer no que creio, mas não aprendo.

    Amém

  18. … e por se falar em Itália, pós-guerra, fascismo, nazismo,

    … e por se falar em Itália, pós-guerra, fascismo, nazismo,goebbels joão santana, baixos instintos, rancorosos da pior espécie, humanismo de mercado, escola da vida besta, crítica da razão cínica, lulopetismo, totalitarismo, escravidão, o horror! o horror!…

    um exempla (medieval) É isto um homem? de Primo Levi:

    “Nesse mundo, cada dia sacudido mais profundamente pelos estremecimentos do fim próximo, entre novos terrores e esperanças e intervalos de escravidão exacerbada, aconteceu-me encontrar Lourenço.

    A história de minha ligação com Lourenço é, a um tempo, longa e breve, simples e enigmática; é a história de uma época e de uma situação já canceladas de qualquer realidade atual e portanto creio que não será compreendida a não ser, talvez, como se compreendem as lendas e os tempos mais remotos.

    Em termos concretos, essa história restringe-se a bem pouco: um operário italiano me trouxe um pedaço de pão e os restos das suas refeições, cada dia, durante seis meses; deu-me de presente uma camiseta cheia de remendos; escreveu por mim um cartão-postal à Itália e conseguiu resposta. Por tudo isso não pediu nem aceitou compensação alguma, porque ele era simples e bom e não pensava que se deve fazer o bem a fim de receber algo em troca. 

    Tudo isso pode parecer pouco; não era. O meu episódio não foi o único; já disse, vários entre nós lidavam com trabalhadores externos e assim conseguiam sobreviver; eram, porém, relações diferentes. Nossos companheiros falavam delas da mesma maneira ambígua e cheia de subentendidos com a qual os homens mundanos falam de suas relações femininas, ou seja, como de aventuras das quais a gente pode se orgulhar e pelas quais deseja ser invejado, mas que, até para as consciências mais indiferentes, ficam no limite do lícito e do honesto, de modo que não seria correto nem conveniente falar disso com excessiva complacência. Do mesmo modo os Haftlinge falam de seus protetores e amigos de fora: com evidente reserva, sem nomeá-los para não comprometê-los e, principalmente, para não dar lugar a rivais indesejáveis. Os mais experimentados, os sedutores de profissão como Henri (notório prisioneiro judeu de Auschwitz, junto com Primo Levi, que sabia levar vantagem, para se salvar se dar bem, em tudo que fosse oportuno de sucesso, com sua inteligência, astúcia, sedução, calculismo, assédio moral e passional), nem piam; rodeiam seus sucessos com uma aura de ambíguo mistério, limitam-se a acenos, alusões calculadas de modo a suscitar nos ouvintes a lenda vaga e perturbadora de que eles gozam de favores de “externos” extremamente poderosos e liberais. E isso, com uma finalidade específica: a fama de boa sorte (como já dissemos) resulta de utilidade essencial a quem sabe consegui-la.

    […]

    … Porque nós, para os de fora, somos os intocáveis. Os trabalhadores externos, mais ou menos claramente e com todos os matizes entre o desprezo e a comiseração, acham que, se fomos condenados a esta nossa vida, se estamos reduzidos a esta condição, deve ser porque temos a mancha de alguma misteriosa, gravíssima, culpa. Eles nos ouvem falando muitas línguas diferentes que não compreendem e que lhes soam grotescas, como gritos de bichos; veem-nos escravizados ignobilmente, sem cabelo, sem honra nem nome, a cada dia espancados, a cada dia mais abjetos, e nunca leem em nosso olhar uma luz de revolta, de paz, ou de fé. Sabem que somos ladrões e indignos de confiança, sujos, esfarrapados, esfomeados, e, trocando o efeito pela causa, julgam-nos merecedores da nossa abjeção. Quem poderia distinguir nossos rostos? Para eles, somos Kazett (Kazett vem de KZ (Konzentrations-Zentrum, Campo de Concentração)).

    Obiviamente, isso não impede que muitos deles nos joguem, de vez em quando, um pedaço de pão ou nos confiem (após a distribuição da “sopa para trabalhadores externos”, na fábrica) as suas gamelas para raspar e devolver limpas. São levados a isso para não continuar sentindo sobre si algum importuno olhar faminto, ou por um momentâneo impulso de humanidade, ou pela simples curiosidade de nos ver disputando um com o outro o naco de comida como bichos, sem pudor, até que o mais forte engula e os demais vão embora frustrados, claudicantes.

    Bem, entre mim e Lourenço não aconteceu nada disso. Não sei se tem sentido tentar identificar as causas pelas quais a minha vida, só a minha entre milhares de vidas equivalentes, pôde resistir à prova; em todo caso, creio que devo justamente a Lourenço o fato de estar vivo hoje. E não só por sua ajuda material, mas por ter-me ele lembrado constantemente (com a sua presença, com esse seu jeito tão simples e fácil de ser bom) que ainda existia um mundo justo, fora do nosso; algo, alguém, ainda puro e íntegro, não corrupto nem selvagem, alheio ao ódio e ao medo; algo difícil de definir, uma remota possibilidade de bem pela qual valia a pena conservar-se.

    Os personagens destas páginas não são homens. A sua humanidade ficou sufocada, ou eles mesmos a sufocaram, sob a ofensa padecida ou infligida a outros. Os SS maus e brutos, os Kapos, os políticos, os criminosos, os “proeminentes” grandes e pequenos, até os Haftlinge indiscriminados e escravos, todos os degraus da hierarquia insensata determinada pelos alemães estão, paradoxalmente, juntos numa única íntima desolação.

    Lourenço não. Lourenço era um homem; sua humanidade era pura, incontaminada, ele estava fora desse mundo de negação. Graças a Lourenço, não esqueci que eu também era um homem.”

     

     

     

  19. Vitória aparente

    Na perspectiva do tempo é a derrocada do homem médio.  Queda que pode encerrar uma esperança (a vida é o mundo ensinam) se o exercício da liberdade e a experimentação produzir sabedoria e conceitos. Jogo arriscado que pode embruteçer e aviltar aquele pródigo que cresce num ambiente nada exemplar, sem estrelas para guiar seus passos.

    Investimentos em infraestrutura, tecnologias avançadas, desenvolvimento econômico e crescimento de renda são uteis.  Mas o que são se nos comportamos apenas como consumidores, clientes, e não como cidadãos? Alem do mais,  prosperidades e facilidades tendem a acomodar, formar indivíduos moles e infantis ao enfrentamento da vida. 

    Tempo liberal e permissivo (dê uma nota de R$100,00 para um infante e veja o que ele faz com a sua liberdade).

    Responsabilidade? A culpa é do outro, é do governo…

    Temos o Prouni, que beneficia e já beneficiou milhares de estudantes brasileiros. Agora, o que as crianças e adolescentes necessitam urgentemente é de programas de educação para a vida (adulta): o ProPai, PraMãe e ProsFilhos. 

    O predador está solto.  Em tempo de lava-jato, sábia a parábola dos três “porquinhos”. 

     

     

     

  20. Ao que tudo indica, o Nassif

    Ao que tudo indica, o Nassif _estava_ certo e agora o amigo dele _está_ certo…

     

    Não suporto esses pais que jogam toda a responsabilidade nas costas das escolas e professores.

     

    Esses dias li uma frase bem interessante na… Internet:

    “Atualmente, os pais acham que as escolas são depósitos de crianças…”

  21. Complemento

    Há pairando na opinião pública uma assertividade que não abre margem para disposições em contrário. Não existe espaço para o contraditório, para ponderações divergentes. Não há margem para que a via de sentido contrário flua. Esse tipo de autoritarismo da maioria é sentido nos comentários dos veículos de comunicação em massa, onde o bom senso é descartado de início. A reflexão saudável e equilibrada é ausente.

    Esse clima de ameaça constante, de repreensão do contrário, parece verter a partir de um setor da sociedade que desde as eleições passadas vive ainda o clima de disputa eleitoral. Veio no lastro dessa insatisfação de parte da sociedade (artificialmente introjetada e inflamada diariamente pela imprensa alarmista e irresponsável), uma propaganda dirigida. A manipulação do noticiário, tendencioso, repleto de omissões e meias-verdades, fez com que aflorasse o sentimento de intolerância desse público consumidor de manchetes. Arrisco dizer que ele representará a maioria dos participantes das manifestações do dia 16.

    Em tempos “facebookianos”, tornaram-se típicas as divulgações de verdades incontestáveis. Normalmente em textos simples ou, mais comumente, em imagens acompanhadas de textos curtos. Tornou-se amiúde um certo tipo de pensamento maniqueísta e simplório. Óbvio que tal expediente independe dos sabores idelógicos e partidários – é uma constatação universal. Porém, o maior dano é causado por aqueles que se arrogam uma espécie de crédito ou autorização para difundir o ódio, pois abundam exemplos de representantes deste tipo em específico. Creio que essa espécie de licença para difamar e aviltar seja resultado de dois fatores: uma inerente disposição para o combate contra seja lá qual for a bandeira e a propaganda diuturna do catastrofismo pela imprensa. Esta última parece justificar o primeiro.

    Há juntamente com essa sensação de imposição, a supressão da voz contrária, que discrimina o oposto. O fato de acreditar em certas causas e bandeiras, apropriar-se de certos preceitos e pensamentos, cuja atribuição de legitimidade (se é que ela cabe) é totalmente subjetiva e pessoal. Entretanto, parece que isso tem sido convertido em uma espécie de confissão de crime, de conivência com o que a opinião majoritária atribui como inquestionavelmente condenável e deplorável.

    Quer essa mesma opinião majoritária e despótica, dizer que se você não é favorável a ela, automaticamente você passará para o lado dos reprováveis. Não ouse ameaçá-la com racionalidade ou contragolpeá-la com suas contradições e incoerências. Não há argumento racional, ponderação ou apelo à razão que vençam a brutalidade da ignorância.

  22. Tomando como referência

    Tomando como referência sociedades as quais admiro, e aqui incluo Dinamarca, Suécia, Noruega, Cuba, Uruguai, uma parte dos EUA, uma parte apenas, Inglaterra, e uma parte do Brasil, porque não lembrar das coisas boas desses país com as quais podemos fazer mais, mas tomando como referência essas sociedades, e levando-se em conta que me imponho o dever de acreditar no Brasil, acreditarei firmemente nele quando o professor e a escola tornare-se as referências de educação de qualidade mas também de disciplina civil, e não miltiar nem policial, dos jovens nas periferias. Nesse país, diferente das opiniões que vejo por aqui, os jornalistas são e foram os principais agentes culturais, junto com os religiosos, de uma população que, até o século XX, foi um país majoritariamente de analfabetos e de um Norte-Nordeste faminto. Os baixos instintos sempre dominaram o país, e acho mais adequado pensar que com a maior participação de todos na cultura, aumentaram as disputas culturais, mas uma parte dos combatentes muito superficialmente formados, espiritualmente e cientificamente, desdobraram disputas culturais superficiais, mas efetivas, pois esses são a maioria. Dia bom será quando houver maior participação do professor de escolas públicas bem formados na vida cultural do país, reequlibrando papéis com jornalistas e Igreja, mas nenhum jornalista vai assumir isto. Até mesmo porque não existe apenas jornalismo de economia influente. Jornalismo policial, sobre religião, sobre política, de esquerda e direita, são assim, tendentes a polarização e explicações esquemáticas. Mas esquemático e simplório é o outro, não é mesmo?

  23. Apoio aos professores.

    Quando converso com pessoas mais simples, elas falam mal do governo, mas em seguida ouvem meus argumentos. Quando o assunto política e economia é com a Classe média, nem consigo abrir a boca, de tanto que vociferam.

    A esperança é que essa volta à “idade média” passe e voltemos a ser um país a evoluir, mas para isso, precisamos de um governo forte, que enfrente os fundamentalistas e o MEC possa oferecer uma educação plural e sem preconceitos aos alunos e fortelaça a figura do professor perante a sociedade.

  24. Decepção

    A situação é preocupante hoje, mas devemos nos preocupar com o amanhã.Às vezes o novo pode trazer o terror. Ontem, no canal Futura, assisti um belo documentário sobre um cambojano que conseguiu entrevistar o último líder vivo do regime de Pol Pot. O cinegrafista, que perdeu pai, mãe e irmão, assassinados pelo regime do Khmer Vermelho, teve o sangue frio de esperar dez anos até que o número dois do regime confessasse que mandou eliminar os adversários. O que prometia ser um regime inovador, eu mesmo era defensor deles, se transformou em uma das maiores matanças do século, com a morte de 25% da população cambojana. O futuro pode ser mais cruel do que imaginamos.

     

  25. O novo

    Só a antropofagia nos une.

    Só o samba nos salva …

    Quando entenderemos que a floresta é uma universidade?

    Quando aprenderemos que debaixo do chão da pista onde se dança pulsa um país poderoso que deseja ardentemente, apesar de tudo, nascer depois de enterrar 500 anos de história maldita?

     

     

     

     

  26. A vitória do amor

    O versículo mais conhecido da Bíblia diz: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu filho unigênito, para que todo que Nele crê não pereça, mas tenha vida eterna” Jo 3: 16.

    É interessante que justamente em outro texto de João temos o cumprimento dessa história: “Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu sua vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos.” João 3:16

    A transformação do homem por esse projeto é que sejamos células vivas para salvação eterna.

    No meio da massa humana está o projeto de vida para cada um de nós: o amor ao próximo.

     

    1. No futuro também louvaremos

      No futuro também louvaremos os que hoje poderias ser bilionários com apartamentos de luxos em Londres, Paris, New York, etc, se tivese ficado ao lado do PIG

    1. É um quase nada!

      Muito bom, “um” quase nada!*

      No nada é o tudo! Lembrou-me a velha senhora.

      Chegando do mestrado com a cabeça há mil e encontrei a senhora preparando a comida. Amigos não falam não se comunica e são como crianças que falam com fantasma, assombrações e animais. Indaguei o que estava acontecendo. Desmoronou um temporal de verão daqueles que não dá tempo de nada e como as crianças é deixar molhar, tomar banho de chuva e brincar com a agua. A senhora virou e olhou direto em meus olhos. Engasguei e cuspi não sei de onde está. É a senhora que têm a religião e a fé, eu não e onde fica a sua “fé” aquela sempre viva e significou seu cajado em sua existência. Uma única vez na minha vida, em seus quase cem anos de vida, o vi abaixar a cabeça, sai da cozinha. Nunca mais falamos sobre os problemas que foram resolvidos normalmente e também sobre o assunto.

      Às vezes gostaria de ser um homem de fé, só uma única fé acertada e sem duvidas a coisa nenhuma!

      *Junior desculpe-me! Queria escrever alguma coisa e usei a sua bela ideia e sei que sabes a dimensão dela!

  27. Certos pais alimentam tanto a

    Certos pais alimentam tanto a autoestima dos filhos, que acabam criando parasitas sociais. Essas crianças, quando adultas, pensam que a sociedade vai tratá-las do mesmo jeito que seus pais a tratavam. Despreparadas, não conseguem competir em igualdade de condições com aqueles que aprenderam desde cedo a lidar com os reveses. Sem entender o que acontece, culpam a sociedade pelos seus fracassos. 

  28. NASSIF,NÃO CONHECIA ESSE SEU

    NASSIF,NÃO CONHECIA ESSE SEU LADO SENSÍVEL/OTIMISTA, NESTE MOMENTO

     RECONHEÇO QUE É NECESSÁRIO ,BOA SORTE A NÓS BRASILEIROS!!!!!!!

  29. o homem-massa é a predominância no “sistema”

    e é difícil não se enquadrar. A individualidade, a autonomia no pensar, no livre-pensar, nas vestes, nos gestos,  uma amostra são os corredores dos templos de consumo, shopping-centers. Ao invés de cidadãos e cidadãs, transformam, e gostamos… de sermos , de nos reduzirmos a consumidores. Quem não se enquadra é ovelha-negra, fora da tal normalidade. É fogo. E há a tendência nos grupos quanto à homogeneização, quae todo omundo opina, pensa, de um mesmo jeito (ou quase). As diferenças são tidas como adversárias, meros provocadores, e ás vezes um jogo de palavras, uma brincadeira, ou rapidamente não é bem compreendida, pela rapidez de nosso tempo, a correria, nós, autômatos.

  30. A vitória do homem massa

    O meu lado pessimista é maior que o otimista. Gostaria de pensar como você, Nassif, mas infelizmente para mim sou pessimista. Acho que vamos desta para pior. Infelizmente está dificil crer no ser humano. Estamos a passos largos virando bestas-feras. 

  31. Hoje ouvi de uma pessoa, pela

    Hoje ouvi de uma pessoa, pela enésima vez na minha vida, que Lula tinha sete aposentadorias e o filho dele era dono da Friboi. 

    Juro que senti vontade de chorar; senti um cansaço existencial profundo, a sensação de que a luta é desigual, injusta e impossível de ser vencida. Meu sentimento não foi em solidariedade a Lula, mas de estarrecimento quanto à facilidade de transformar mentiras em verdades. 

    Tenho tendências mais realistas-pessimistas. Nào sou uma pessoa de fé. Não guardo muitas esperanças de melhores dias. Mas sou resiliente, não sei como. Simplesmente, não desisto.

  32. Mas…

    Não nos esqueçamos que nós ganhamos algumas eleições destes bandidos; e

    Nunca esqueçamos que os que pensam o contrário, respeitemo-los, mostram que um dos lados está completamente desinformado. Humildemente saio na frente porque não leio a revistinha do esgoto.

    Lá fora eles destruiram paises. Por pior que aconteça ainda, ainda, não estamos tão ruim.

    E acumulamos muita coisa boa.

  33. Estamos mesmo é no fio da navalha

     “..na maioria massacrante dos ambientes vigora o primado do homem-besta”. Gostaria de discordar da opiniao do seu conhecido mas é exatamente issso que eu penso também. Se for uma questao fé[no humanismo], acho que perdi a minha faz tempo. 

    Nao consigo entender – quanto maior é o acesso às informaçoes mais medíocre está se tornando a sociedade. Deveria ser o contrário. Há uma “onda ” estranha, velada, um quase-consenso, de que a dignidade, a honestidade e a ética, sao valores que devem ser deixados de lado quando se quer atingir um objetivo próprio, seja ele relacionado à um negócio, uma vantagem qualquer ou até mesmo em defesa de uma idéia, uma ideologia etc… Para mim, a relativizaçao desses valores é o que mais grita aos olhos nos dias de hoje,e acho que a sociedade meio que já ultrapassou, flexibilizou o suficiente esses limites terminando por renunciar quase que por completo a crítica em relaçao à eles. 

     

     

     

     

     

     

  34. professorinha, Nassif?
    Apesar do diminutivo, este termo é usado como um depreciativo. Melhor nos acostumarmos com o uso do Professora com P maiúsculo.

    1. Menos, por favor…

      Que tal pararmos de enxergar pelo em ovo?

      O texto do Nassif fala justamente sobre o tipo de situações que vemos a cada dia mais, com o surgimento de novas patrulhas cada vez mais cheias de preconceitos e de barreiras, em nome de suas pretensas individualidades e direitos. Não que individualidade não seja importante, mas daí a considerar um termo pejorativo per si… Há que se observar o contexto, sempre!

      Desde quando professorinha é depreciativo? Onde vc leu isso no texto acima? No texto acima, em nenhum momento o termo foi usado com esse sentido. Tradicionalmente o uso de diminutivo na lingua portuguesa leva a um tom carinhoso (pode ter outros tons, mas sempre, não esqueça, há um contexto!)

      Se não tomarmos cuidado, daqui a pouco vai ser proibido falar, escrever, manifestar qualquer ponto de vista, opinião ou sentimento, porque tudo vai ser acusado de “preconceituoso” ou “ofensivo à auto-estima” de alguém.

       

      Por isso, respeitosamente digo: menos, por favor.

      Mais amor e menos mau-humor!

      abs 🙂

  35. Ah se eu soubesse partitura…

    Nassif, eu queria tanto ser músico, saber partitura para compor as músicas que costumo ouvir em sonhos…nesta noite vi-me sendo conduzido para o espaço da arte e, no final, deparei-me com uma música de Tom Jobim saindo do interior de uma sala. A sala estava fechado mas isso não foi problema pq fui embalado pelo sonho sic som…ah se eu soubesse partitura….

    Tom Jobim, spin músico compositor cantor pai irmão filho….

     
     
    Nesta noite sonhei com uma música de Tom Jobim saindo de uma sala fechada. Ao pesquisar achei isso:


       

    Antônio Carlos Jobim (Tom Jobim) – a última entrevista

     Antonio Carlos Jobim (Tom Jobim) – foto: (…)(“Tom Jobim a última entrevista”, Rio de Janeiro – Jardim Botânico, 30/11/94 – Quarta-feira, das 10p0 às 13p0 – manhã ensolarada. Repórter: Walter de Silva e Fotógrafo: Carlos Mancini – para a Revista Qualis)
     por Walter de Silva(*)
     Desde a primeira semana de novembro eu estava aguardando uma oportunidade para a entrevista com Tom Jobim. Ligações freqüentes para Gilda Mattoso, no Rio, empresária e amiga pessoal dele e da família, e para o Marquinhos Vinícius se sucederam. Como editor, seria prudente não me incumbir pessoalmente da entrevista, exatamente para não me sobrecarregar na parte executiva da editoração de todas as matérias da edição – um pouco a contragosto, talvez. Havia pedido então ao amigo e jornalista Marcio Gaspar que se incumbisse da honrosa missão. Nos dias de espera, conversávamos sobre o Tom e o seu último e excelente álbum. Uma primeira data foi marcada para a terça-feira do dia 22 de novembro, mas não houve nenhuma ratificação e assim a entrevista não aconteceu. O silêncio de vários dias que se seguiram levou o Marcio Gaspar a achar que a entrevista poderia não sair. Mas da minha parte me recusava um pouco a contar com essa possibilidade. 

    Continuidade no dia 8 do calendário spin 

    http://josecarloslima8.blogspot.com.br/2015/08/tom-jobim-spin-musico-compositor-cantor.html          
     

     

  36. Otimismo

    Estou com o Nassif. Desesperar jamais. O sufoco é conjuntural. Estamos naquela fase de realinhamento da realidade em razão das novidades, da falta de perspectiva histórica de uma grande parte da população que entrou na vida cívica há pouco tempo. De outros que querem manter privilégios insustentáveis. Mas “privilégio insustentável” é pleonasmo. Logo esse caos passa para um novo projeto se estabelecer, e não será conservador, pois a direita não tem resposta para as indagações de hoje. O novo virá, porque, no fundo, o que todo mundo quer é ser feliz. É sempre assim. Pode demorar, mas vem.

  37. O Reino da Delação tem seus dias contados….

    No mundo só existe dois tipos de gente: os que delatam depreciam o outro nas ruas ou lares ou locais de trabalho para se mostrarem grandes…e os que relatam com base na verdade dos fatos a título de serem felizes ou sorrir ou amar…o ódio vs amor….o Reino da Delação vs Reino da Verdade dos Fatos….só há um pecado: o da depreciação do outro a partir da familia enquanto local de trabalho ou será que vc pensa que não estamos a trabalho neste planetinha desde quando ainda no útero…então tá…continua se enganando e delatando com sua bocarra nojenta….

     

    Uma péssima notícia para o “confortável” Reino dos Bocudos da Delação Gratuita ou Premiada, tanto faz…

     

    Polícia se organiza para caçar “grupos de ódio” no Facebook

     

    Segue link para texto na íntegra

    http://josecarloslima80.blogspot.com.br/2015/08/policia-se-organiza-para-cacar-os.html

     

     

     

     

  38. Mais uma chacina em SP. Minha esperança está acabando

    Publicado em 15/08/2015 no Coversa Afiada

    Chacina: crise
    institucional na SP tucana

    A “Paz do Marcola”: o PSDB diz que o PCC acabou e o PCC governa o crime !

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    O PiG deu moderada cobertura à maior chacina da história de São Paulo.

    Policiais de São Paulo – aqui também chamada de Chuíça (ver no ABC do C Af) – são suspeitos de matar 18 pessoas em dez diferentes ataques, ao longo de duas horas, em Osasco e Barueri, na Grande São Paulo, no Estado governado pelos tucanos desde 1983.

    (É sempre bom lembrar que o Padim Pade Cerra foi o Secretário do Planejamento do primeiro tucano governador, Franco Montoro. E daí nasceu a denúncia de que Cerra tinha enriquecido no cargo, segundo o Ministro Flavio Bierrenbach, que entende corrupção).

    A chacina seria uma vingança pela morte de um policial militar, em Osasco, e de um agente da guarda municipal de Barueri.

    Os policiais tucanos chegavam encapuzados nos bares, perguntavam quem tinha passagem pela polícia, e matavam à queima roupa.

    Navalha

    Trata-se de uma crise institucional na São Paulo tucana.

    Uma crise se profundas repercussões.

    Como se sabe, a Segurança da São Paulo tucana se sustenta numa aliança com o PCC, Primeiro Comando da Capital.

    São Paulo, como se sabe, é o ÚNICO lugar do mundo em que o crime é dirigido DENTRO da cadeia, pelo PCC.

    Essa aliança foi sagrada no Governo tucano de Geraldo Alckmin, para suspender a tomada da capital pelo PCC, em 2006.

    Fez- aí a paz.

    Ficou conhecida como a “Paz do Marcola”!

    Estabeleceu-se esse vínculo institucional: os tucanos dizem que o PCC acabou e o PCC governa o crime.

    Dentro e fora da cadeia.

    Depois, é só administrar as estatísticas de criminalidade…

    Essa chacina na noite de quinta-feira 13 de agosto, porém, rasgou o pacto.

    A polícia matou dezoito.

    Quantos, em represália, o PCC chacinará?

    Quantos dos dezoito eram do PCC?

    Quantas vidas de policiais valem um único quadro do PCC, morto?

    A elite de São Paulo – a pior do Brasil, segundo o Mino Carta – corre o risco de não poder desfilar na marcha golpista de amanhã, domingo.

    Já imaginaram se o PCC resolve se vingar, ali, em frente às câmeras da Globo, na Avenida Paulista?

    As dondocas cheirosas, que transformaram panelas em penicos – como disse o José de Abreu – terão coragem de chegar perto de um PM para fazer um selfie?

    É uma crise das instituições tucanas!

    Gravíssima!

    Só comparável ao lançamento do “Privataria Tucana”, do Amaury Ribeiro Jr, que, breve, produzirá devastadores resultados.

    Não é isso, Dr Moro?

    Já identificou quem é o “tarja preta”?

     

    Paulo Henrique Amorim

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