Ion de Andrade
Médico epidemiologista e professor universitário
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O “Pobre de direita” é o bode expiatório perfeito, por Ion de Andrade

O “Pobre de direita” é o bode expiatório perfeito

por Ion de Andrade

Tradicionalmente a esquerda política se entende como portadora da visão política do povo e entende que a eventual não adesão ideológica desse povo  aos valores políticos que o beneficiariam como decorrente de uma alienação política que provem da própria dominação. Já dizia Marx que as ideias dominantes numa sociedade são as ideias da classe dominante, razão porque o voto dos oprimidos, pela própria razão de que são oprimidos é comumente um voto conservador. A “alienação política” é parte integrante do problema que deve ser solucionado.

Historicamente a esquerda se entende, portanto, como força emancipadora, cuja missão é justamente a de enfrentar a dominação política da direita e de contribuir para a emancipação do povo, entendido aliás como o protagonista das transformações sociais.

Teoricamente um golpe de Estado, como o atual, é a ocasião incontornável para a compreensão de fenômenos difíceis de serem percebidos em tempos de normalidade política, fenômenos que, no entanto, poderão ter contribuído para viabilizá-lo, razão porque a “autocrítica” não é nenhum tipo moderno de haraquiri e sim um componente importante do processo de aprendizagem política, cujo principal benefício é o de evitar que o erro cometido se repita.

Tudo muito simples, exceto se tivermos alguém em cima de quem jogar a culpa, papel que ocupa a figura mitológica do pobre de direita, o bode expiatório perfeito.

É bom nos precavermos porque o fascismo, que produz uma espécie de redemoinho que termina por envolver contingentes gigantescos da sociedade, muito além do que poderíamos imaginar, é um fenômeno que envolve sempre a satanização de um terceiro, responsabilizado, então, por todos os males da sociedade. Hoje a esquerda está sendo satanizada, agora o mitológico “pobre de direita”.

É fato histórico muito conhecido que, desde sempre, a direita no Brasil responsabiliza e pune os pobres, sobretudo os negros, pelas mazelas sociais as mais diversas, como a violência, as más condições de saúde e higiene, a feiura das ruas, a ignorância, etc.

Atenção, o fascismo, nos estende a sua ideologia totalizante e totalitária a todos e essa se amolda a ambientes culturais bastantes variados, como um camaleão que, sem perder a forma, toma a cor de onde está.

Vamos reconhecer também que diferentemente das camadas médias mais cerebrais, o povo se politiza pela experiência vivida do projeto de sociedade e se despolitiza por sua ausência. Os nordestinos, por exemplo, são leais a Lula em virtude de que o a experiência do Projeto de Sociedade foi mais clara para eles que saíram da miséria mais profunda aos milhões.

Em contraste com o caráter cerebral da politização da classe média, a politização do povo é visceral. Essa politização não é inferior por não ser cerebral, ao contrário, ao que parece ela tende a ser mais profunda e mais difícil de ser revertida pelo fato de que não está sujeita ao convencimento das narrativas circenses, pois fala de uma verdade experimentada e vivida e entende que o discurso que não a reconhece é que é manipulatório e mentiroso. A esquerda das camadas médias vive um universo bizantino onde as ideias são fugidios pirilampos.

Tempos de autocrítica, onde falhamos? Entendo que falhamos em não ter oferecido a contingentes ainda mais expressivos do nosso povo a experiência visceral que os governos Lula e Dilma ofereceram aos nordestinos.

O que significa isso? Que jamais poderíamos sob a alegação da responsabilidade estadual ter lavado as mãos da humanização das polícias que continuam matando negros. Que jamais poderíamos ter negligenciado com a desumanização do sistema carcerário onde se encontram presos jovens sem culpa formada muitos efetivamente inocentes em convivência impiedosa com os criminosos mais violentos, locais onde experimentam o inferno. Significa que deveríamos ter envidado os nossos melhores esforços para aniquilar a violência nas periferias onde nasce, vive e morre o nosso povo. Que deveríamos ter com maior vigor incorporado essas periferias à contemporaneidade, ao acesso à cultura, à estética urbana, ao esporte e ao lazer; que deveríamos ter assegurado a essas comunidades condições dignas para velar seus mortos, pois muitos ainda têm que ser velados em casa, na sala de 6 metros quadrados, dentre inúmeras outras coisas.

Quando sinalizo isso entre amigos, é comum que haja reações, como se isso significasse que não fizemos nada. Não se trata disto. Significa que erramos.

É evidente, por exemplo, que essa experiência visceral, juntamente com a cerebral, foi experimentada por milhares de jovens nos IFs pelo Brasil a fora e eles evoluíram como os cidadãos altivos que deveriam ser. É evidente que a renda melhorou. É evidente que a desnutrição infantil quase desapareceu. Sei de tudo.

Mas eu sei também que a mãe que teve o seu filho injustamente preso e que lá na prisão vive o impublicável, ou aqueles que continuaram tendo dificuldades para obter condições mínimas de dignidade numa vida pesada e difícil para conseguir um internamento, uma cirurgia ou um medicamento, talvez não tenham conseguido enxergar, apesar do muito que foi feito, as mudanças qualitativas capazes de produzir o salto de consciência que os nordestinos foram capazes de dar, porque ali esse fenômeno libertário se exprimiu visceralmente (comida na mesa) com maior clareza relativa provavelmente porque as condições de miséria eram piores.

 

O “pobre de direita” é antes de tudo uma chaga que nos responsabiliza. É ele, na verdade, em sua terrível situação de desamparo e inconsciência que aponta para nós.

 

Ion de Andrade

Médico epidemiologista e professor universitário

18 Comentários

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  1. Vou ter dizer onde o PT em

    Vou ter dizer onde o PT em particular e a esquerda em geral errou:

    1. Não saber reconher seus inimigos;

    2. Ser ingênuos a ponto de achar que os conservadores ultra-tapados e ultra-reacionários iam ficar sentados, esperando de braços cruzados  o governo se desmanhar por conta própria;

    3. Não saber se comunicar direito e explicar a importância das suas realizações;

    4. Não tratar a Globo com inimiga mortal;

    5. Não fincar bases sólidas nas periferias das grandes cidades.

    Tem mais, muito mais. Bom seria se ao invès de desenvolver teses o PT e esquerdas em geral calçassem as sandálias da humildade e começassem a reconher onde erraram e, mais ainda, começassem a desenvoler uma estratégia nova.

     

    1. O PT e suas lideranças

      O PT e suas lideranças erraram basicamente em:

      1) Chegar a Brasília sem um novo projeto nacional de desenvolvimento (que tinha todas as condições de capitanear, já no início do primeiro governo de Lula, agregando a maioria dos setores da sociedade, inclusive grande parte do empresariado), mas apenas com um projeto de poder, que contemplava pelo menos quatro mandatos consecutivos do partido. Todo o restante foi consequência disto.

      2) Adotar e aprofundar os métodos escusos dos governos anteriores, em nome da decantada “governabilidade”. Como Lula admitiu, naquela célebre entrevista em Paris, o PT fez “o que todo mundo fez”. Ora, não foi para isto que milhões de eleitores esperançosos o colocaram no Planalto. O troco da decepção veio com a passividade com que a grande maioria assistiu à investida contra Dilma (e outro erro crasso foi a insistência no seu segundo mandato).

      3) Render-se à alta finança “globalizada”, vide a carta de rendição de Lula (vulgo “ao Povo Brasileiro”), a nomeação de Henrique Meirelles para o BC, a demissão forçada de Carlos Lessa do BNDES e numerosas outras concessões à “turma da bufunfa”, principalmente, a política de juros altos que manteve os títulos da dívida pública, de longe, como o melhor “investimento” entre 2001 e 2016 (319% de ganhos reais, contra apenas 34% das bolsas de valores, que representavam minimamente os setores produtivos).

      4) Pouco fazer, além da inócua criação do “conselhão”, para estabelecer uma nova política industrial, que permitisse não apenas evitar a desindustrialização precoce do País, mas também prepará-lo para o enorme desafio da Quarta Revolução Industrial. (Claro, quem pensa em investir em produção, com os títulos da dívida rendendo tanto?)

      5) Adotar a agenda “politicamente correta” imposta do exterior, em particular, nas áreas ambiental e indígena. Na primeira, capitaneada por uma fanática para a qual toda e qualquer atividade produtiva deve ser reprimida em nome da “proteção” ambiental, criando toda sorte de obstáculos e penalidades para projetos de infraestrutura e uma vasta gama de empreendimentos produtivos, com critérios muito mais ideológicos do que racionais e realmente técnicos – atitude mantida pelos seus sucessores. Na segunda, em especial, inviabilizando economicamente o estado de Roraima, em nome de “compromissos internacionais com a sustentabilidade”, como admitiu publicamente o então ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra. Sem falar nos numerosos conflitos causados por invasões de propriedades produtivas instigadas por ONGs e militantes do indigenismo engajados numa agenda de confrontações, da qual os próprios indígenas pouco ou nada têm a ganhar, problema que os governos do PT (e, a bem da verdade, seus antecessores)” pouco ou nada fizeram para enfrentar a sério.

      De fato, houve vários outros erros crassos, que a arrogância e autossuficiência dos recém-chegados ao poder não permitiram identificar. Agora mesmo, depois de todos os reveses, ouvimos a presidente do PT afirmar que ninguém deve esperar uma “autocrítica” do partido. Assim sendo, não podem reclamar, estão colhendo o que plantaram.

       

  2. O “Pobre de direita” é o bode expiatório perfeito

    -> o povo se politiza pela experiência vivida do projeto de sociedade e se despolitiza por sua ausência

    -> ela tende a ser mais profunda e mais difícil de ser revertida pelo fato de que não está sujeita ao convencimento das narrativas circenses, pois fala de uma verdade experimentada e vivida e entende que o discurso que não a reconhece é que é manipulatório e mentiroso.

    contribuições:

    –  “Não é a consciência dos homens que determina o seu ser, mas, inversamente, o seu ser social que determina a sua consciência.”;

    – “Organizar-se nunca quis dizer filiar-se numa mesma organização. Organizar-se é agir segundo uma percepção comum, seja a que nível for.”;

    – “O problema é que não estamos dispostos a considerar que as relações de vizinhança, de amizade, de camaradagem, de família, que se forjam na vida cotidiana, são organizações ao mesmo nível que o sindicato, o partido ou mesmo o Estado.”;

    – “Assim se dissolve a estéril distinção entre espontaneidade e organização. Não há de um lado uma esfera pré-política, irrefletida, “espontânea” da existência e de outro uma esfera política, racional, organizada. Quem tem relações de merda só pode desenvolver uma política de merda.”;

    – “Também aí, depois de um século de querelas sobre o tema “espontaneidade ou organização”, é preciso que a questão tenha sido muito mal posta para que não se tenha encontrado ainda uma resposta válida. Este falso problema assenta sobre uma cegueira, uma incapacidade para apreender as formas de organização que se escondem, de maneira subjacente, em tudo o que chamamos “espontâneo”. Toda a vida, a fortiori toda a vida comum, segrega de si mesma formas de ser, de falar, de produzir, de amar, de lutar, regularidades portanto, hábitos, uma linguagem – formas. Só que nós aprendemos a não ver formas naquilo que se vive. Uma forma é para nós uma estátua, uma estrutura ou um esqueleto, em caso algum um ser que se move, que come, que dança, canta e se amotina. As verdadeiras formas são imanentes à vida e só se apreendem quando em movimento.”

    .

  3. Pobre de direrita usa camisa

    Pobre de direrita usa camisa da CBF? O fenômeno do populismo penal, religioso, tributário, parece advir do monopólio, parcialidade e manipulação midiatica nos temas que concernem as políticas públicas.Campanha de desinformação que acaba gerando o pensamento único.

  4. Que fazer?

    Nas eleições de 1989 – Lula contra Collor – fiz boca de urna para Lula. Fiquei com dois companheiros distribuindo santinhos do Lula e tentando conversar com eleitores a caminho do local de votação. Passaram duas moças de óbvia extração popular – não-brancas, roupas humildes, dentes em falta. Tentei entregar a elas os santinhos do Lula, dizendo: “Oi, meninas! Vamos votar num candidato que tem a cara da gente?” Resposta: “Eu, hein? Votar nessa porcaria? Eu, não!”
    Hoje, quase 20 anos depois, sabemos que Lula é o favorito absoluto entre os 2/3 mais pobres do Brasil. Alguma coisa mudou, mas falta muito a ser feito. A batalha da comunicação e organização popular só pode ser vencida com trabalho cotidiano presencial nos locais de moradia e convivência das massas. Boulos que o diga! É tarefa para muitos anos.
    Enquanto isso, temos a nosso favor a absoluta insustentabilidade social e econômica do projeto neoliberal que está sendo implantado aqui. Se conseguir sobreviver às próximas eleições (não faltam trambiques no bolso dos golpistas), vai gerar uma tsunami de descontentamento maior que o produzido pelo segundo mandato FHC. Os mais pobres vão ser empurrados para a miséria, e parcelas crescentes das classes médias vão se proletarizar. Vamos ver se 4/5 do povo brasileiro vão aceitar indefinidamente o estatuto de boiada, que lhe é destinado pelo “projeto” neoliberal.

     

  5. O ponto central da propaganda
    O ponto central da propaganda da direita é a coreupçao. É por ai que ela seduz tanto as classes medias quanto os pobres. Muita gente diplomada, que o autor chama de “cerebral” estranhamente em contraposiçao aos mais pobres, tambem acredita que o dinheiro dos “impoooostos” nao retorna em serviços por causa disso.

    Ora, basta uma noçao simples de aritmetica para perceber que os juros sao o maior item de despesa publica. Mas o alarido sobre a corrupção os “poliiiticos” esconde isso como qualquer ideologia faz.

    O PT, PT, PT simplesmente nao teve força politica para essa disputa simbólica. Nem com um vice presidente empresário, o José Alencar, repetindo isso diuturnamente.

    Sem a força dos meios de comunicaçao, já era.

  6. Partidos precisam sair das articulações e ir até o povo

    Eu costumo usar essa expressão “pobre de direita” para a classe média que pensa que é o supra-sumo do caviar.

    Como resolver esse impasse entre progressistas, esquerda e o povo que vota num joão doria? Eu vejo que a esquerda brasileira não dialoga com esse povo. Sempre disse às pessoas mais simples que eles deveriam votar em governos que defendessem os trabalhadores porque via que essas pessoas são frageis intelectualmente e se deixam levar por promessas, caras bonitas, dircursinhos etc. E são mais conservadoras também.

    Eh preciso que os partidos que defendem os trabalhadores,  que é a imensa maioria do povo brasileiro, va aonde o povo esta.

  7. Aí a chamada esquerda …

    Aí a chamada esquerda se junta ao pior do fisiologismo nacional , se achando e achando que os estavam usando , tomaram uma “perna de anão” que estão catando cavaca até agora …

    O pior 4378 vídeos elogiando os golpistas que serão usados nas campanhas …

     

  8. Pobre de direita
    Ion! Uma opinião. Não se pode perder de vista a propaganda do Capitalismo, o sistema curricular da Educação brasileira a ele ligado umbilicalmente, a lógica da Teoria da Prosperidade entre os evangélicos e a mídia oligopolizada desenhando padrões ideológicos de meritocracia, sucesso individual, de apelo ao consumo irrefletido da necessidade, etc. na formação de uma Ideologia de direita entre os pobres. A sociedade é comandada pela Ideologia dominante do Capitalismo em todo mundo e sua meta é produzir o indivíduo que seja egoísta e partcular, associado ao desejo de Ter e não de Ser. Não adianta crer possível a consciência social apurada e a Ideologia de esquerda no povo dentro do Sistema Capialista globalizado e praticamente voz única nas comunicações e modelos curriculares educacionais. No Brasil temos metade de adeptos, + ou – 25% convicto da direita e 25% convicto da esquerda, outros 50% decide pelo bolso quem apoiar, acima de uma visão coletiva, da solidariedade e de ser progressista, de esquerda. Não podemos crer que o brasileiro por ser pobre seja mais propenso a ser solidário, a favor de causas sociais, coletivo; a propaganda Capitalista é quase dominante e alienante e individualista (personalizada), mudar a formação de pobres ideológicamente de direita é possível com outro Sistema Educacional para além da Idelogia da meritocracia e do sucesso individual e em outros meios de comunicação sociais e culturais. Por hora, o que nos pode dar alento é a certeza de que o PT no Governo conseguiu dar ao Capitalismo a sua versão prática e que por ignorância de nossas elites e partes significativas da classe média e médio-alta tradicionais ruiu. Este Capitalismo petista pode ser a “pedra no sapato” do Golpe em breve, mais do que sermos capazes de conscientizar a população média atualmente de ter uma Ideologia mais progressista.

  9. pobre de direita é lobotomizado pelo classemedismo

    Acredito que pobre de direita são em predominantemente muitas vezes empregados ou clientes da classe média que a engabelam com o discurso patético da autonomia trabalhista a qual o governo é o monstro, e não por sua origem precária da periférica sem nada lá…

    O ataque em massa das esquerdas para deter a lobotomia do ‘classemedismo’ nas massas seria a total credibilidade no projeto nacional a longo prazo através de informação verdadeira sobre a realidade última dos recrusos disponiveis, exemplo não disso foi o marketing da campanha eleitoral dos candidatos a cargos públicos sem nexo com suas ações em mandato corrente.  (inclui-se o primeiro ano do segundo mandato de Dilma).

    É necessário não ver o pobre como pobre de raciocinio a vida toda, do contrario a verdade vem com reveses do insatisfeito povo que é chamado pelo antipático codinome ‘pobre de direita’.

  10. diagnóstico pífio

    Governos do PT multiplicaram por 4 a renda per capita do brasileiro. Erradicaram a fome. A riqueza só não foi distribuida adequadamente em estados como São Paulo ,onde o PT nunca foi governo. A luta material o PT venceu com méritos. Perdeu-se completamente a luta pelo simbólico, pelos valores, a luta cultural . A falta de disposição para esclarecer a população da real luta de classes que é travada dia a dia e tornada invisível pela mídia venal. A falta de compreensão de que não é possível a construção de uma nação com a rede globo estabelecendo a pauta e os valores nacionais. A falta de entendimento de que a democratização da mídia , a criação de e expansão de uma rede pública de rádio e televisão é prioridade máxima para o Brasil. 

    1. Também vejo mais ou menos

      Também vejo mais ou menos assim

      E mais: a esquerda que a direita gosta não ajudou em nada. Pelo contrário, só fazia gol contra toda vez que abria a boca, dando chance para os jornais e revistas recortarem e colarem as frases deles sempre naquele tom de “vejam que tolos!”

      Gostaram de “aparecer” enfraquecendo a centro esquerrda achando que iriam ganhar grandes coisas, vide Heloisa Helena e Luciana Genro. Jamais tiveram a tenencia de enfrentar e contrastar a direitona que quer acabar com a raça deles. Bater no PT, PT, PT sempre foi mais fácil.

      Depois caem no raciocínio circular de que não têm votos porque não têm grana….

  11. Desculpa, todos melhoraram de

    Desculpa, todos melhoraram de vida. É que o brasileiro é explorado mas “desconta” em cima do vizinho pobre, ou no único presidente que cuidou dele e o tratou como gente. Sem essa de passar a mão na cabeça, o brasileiro tem sim responsabilidade no que está acontecendo, e muita, pra não dizer toda. Muitos povos são pobre e explorados, mas diante do que aconteceu com Lula, desde seu estrondoso sucesso até sua perseguição, garanto que pegariam em armas.  Mas aqui voltam-se contra ele e adulam seus perseguidores. Como bem descreveu Darcy Robeiro, somos descendentes dos mamelucos, filhos dos conquistadores com as índias. Apesar de não aceitos pelo pai, o servimos com veneração, mesmo para escravizar e destruir  “nossa mãe”, simbolizando a terra e seus filhos. Mas isso foi muito nos povos tupi-guarani, a diferença do Nordeste vem disso, não de terem melhorado mais. Essa agressividade do Sudeste pra baixo são os mamelucos enfurecidos…..

    Um dia isso mudará? Como não ter esperança, penso que sim! Até há pouco eu achava que seria agora, já não sei mais…..

  12. Pensamento e ação

    Muito bom o texto de Ion Andrade e a discussão que ele gerou.
    É luta de classes? Sim, é.
    O que acontece hoje no Brasil é o que o já citado, mas ainda não suficientemente estudado e aproveitado Darcy Ribeiro chamou de “revolução preventiva” feita pelas elites aristocráticas e governamentais.
    Não devemos mais ter dúvida de que apenas nós, da classe média brasileira é que, unindo-nos às classes populares e levando educação e informação até elas, é que conseguiremos reverter esse quadro.Mas é tarefa para muitos anos, como disse alguém nos comentários. É uma tarefa de educação, ou melhor é uma força-tarefa.
    Uma das ideias sobre as quais o brilhante educador brasileiro Anísio Teixeira trabalhou em suas análises sobre a sociedade brasileira diz respeito aos tipos de elite que conduzem os processos de industrialização ocorridos no mundo ocidental.  Haveria aí cinco tipos de elite relacionados a esses processos: 1) dinástica; 2) a da classe média; 3) a dos intelectuais revolucionários; 4) a dos administradores coloniais; e 5) a dos líderes nacionalistas.
    Anísio foi buscar em estudos desenvolvidos por pesquisadores norte americanos, os quais criaram um modelo genérico que aponta “que a transformação da sociedade preexistente em sociedade industrializada depende, em cada contexto, da qualidade e do tipo de elite que, em cada país, toma a direção do movimento de transição”.
    Não cabe aqui detalhar cada um dos tipos de elite, mas o que nos diz Anísio, na qualidade de grande pensador da realidade brasileira, é que, “achando-se o nosso desenvolvimento sob a influência de três grupos, o aristocrático, o de classe média e o nacionalista, a salvação estaria em que a ênfase viesse caber à elite de classe média, por ser a mais aparelhada em ideias especificas relativas à nova ordem industrial”.

    Em outro trecho, o educador argumenta que, “das cinco elites, são a da classe média e a dos intelectuais revolucionários que efetivamente acreditam em educação. Ambas distribuem educação para todos. Ambas consideram a educação essencial ao desenvolvimento econômico. Ambas ligam o processo educacional, as escolas e as universidades ao desenvolvimento industrial. Ambas fazem da educação o método de ascensão social”.
    Mas a ideia e o pensamento não bastam, como disse o mesmo Anísio, é preciso ação.
    É preciso pensamento e ação. Ideias e braços
    Referências:
    “Anísio Teixeira: a obra de uma vida” Carlos Monarcha (org.) Rio de Janeiro: DP&A, 2001
     

  13. Pai, perdoa-lhes pois não aprenderam pensar;

    A direita possui porta vozes competentes para educar o povo segundo seus interesses. A mídia televisiva, por ser gratuíta e de fácil  acesso a todos, é  a principal delas. As manipulaçoes da globo, Band e Record, bombardeam diuturnamente os brasileiros impondo nas cabecinhas ingênuas, o querer de seus patrocinadores e do deus mercado.  A esquerda, resta alguns blogs nas redes sociais, luta de gigantes X anões.  Aos pobres de direita,  cuja unica fonte de informação e entretenimento é a globo e suas filhas, vítimas duas vezes do sistema, física e intelectual, devemos perdoar, Quanto aos fomentadores da desgraça nacional, a mídia vagabunda, deve ser destruída, impossível haver clemência.

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