Considerações sobre o Fórum Mundial da Água, por Franklin Frederick

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Considerações sobre o Fórum Mundial da Água

por Franklin Frederick

O Fórum Mundial da Água que começa neste 18 de março em Brasília acontece a cada 3 anos em um país diferente. É organizado pelo auto-proclamado ‘Conselho Mundial da Água’ que reúne sobretudo as grandes empresas privadas do setor com o objetivo de impor a falácia do capitalismo como ‘solução’ para os diversos e urgentes problemas ligados à água em todo o mundo. É a primeira vez que este evento ocorre em um país do hemisfério sul. É também a primeira vez em que a indústria da água engarrafada, através da Nestlé, da Coca-cola (Crystal) e da AmBev (AMA), aparece como patrocinadora deste evento. Este é um fato significativo, pois mostra um interesse particular desta indústria em nosso país. A razão é simples: engarrafa-se cerca de 7 bilhões de litros de água por ano no Brasil, um mercado que movimenta mais de 10 bilhões de reais e que tende a crescer. Em um mundo dominado pelo capitalismo, onde a água é vista como um recurso cada vez mais precioso, o Brasil, que detém 13% da água doce de superfície do mundo e mais uma imensa quantidade de água subterrânea – como no Aqüífero Guarani e no SAGA (Sistema Aqüífero Grande Amazônia) – é naturalmente um ‘alvo’ da ganância do setor privado, cujos interesses serão defendidos e promovidos no Fórum Mundial da Água.

Para o capitalismo, a água é a mercadoria perfeita: todos precisam dela, a demanda sempre tende a aumentar e os preços só podem subir. Para a indústria da água engarrafada a privatização da água é um excelente negócio: uma vez obtido o acesso às reservas de água, subterrâneas ou de superfície, através de concessões dos poderes públicos, os custos de extração e engarrafamento da água são bem baixos e a margem de lucro enorme. Querem levar a nossa água e, para piorar, deixar o lixo, pois estes bilhões de litros de água são colocados em toneladas de garrafas plásticas que acabam poluindo nossas cidades, florestas, rios, lagoas… A indústria da água engarrafada, claro, não é responsável depois pelos custos ambientais e sociais desta poluição, o que os economistas chamam de ‘externalidades’. Estes custos deverão ser mais tarde assumidos pela sociedade. Aqui a hipocrisia e a irresponsabilidade do sistema capitalista se mostram com a maior clareza, pois se por um lado o setor privado argumenta que a água deve ter um ‘valor de mercado’ que seria a garantia de seu uso mais ‘racional’ e ‘econômico’, por outro lado jamais o sistema capitalismo aceitaria – ou poderia aceitar – incorporar os custos REAIS – as ‘externalidades’ – intrínsecos à própria economia capitalista. Para dar um exemplo concreto: se a indústria da água engarrafada fosse obrigada a assumir os custos de limpeza do meio ambiente causados pelos milhares de garrafas plásticas que ela produz; se esta indústria tivesse que assumir também os custos com a erradicação da poluição química causado por toda esta matéria plástica em decomposição que acaba por contaminar o solo, a água e mesmo o corpo humano, não haveria lucro capaz de cobrir tais gastos, esta indústria seria inviável. Na verdade, o lucro destas empresas só é possível pela transferência da maior parte do custo REAL de sua produção para a sociedade em geral. Para o capitalismo, o próprio planeta é apenas ou uma fonte de recursos naturais ou um local de descarga de lixo – uma ‘externalidade’. É principalmente por esta razão que não existe ‘capitalismo verde’, ‘capitalismo sustentável’ e outras construções semânticas semelhantes, forjadas apenas para ocultar a verdade do sistema de produção capitalista e sua irracionalidade.

O que o discurso do Conselho Mundial da Água não consegue esconder, apesar de sua ‘preocupação social’, do engajamento por uma ‘economia sustentável’, etc. é que estas empresas estão aqui para obter LUCRO.

A nova água engarrafada da AmBev – AMA – patrocinadora do Fórum, ilustra particularmente bem a canhestra utilização de uma fachada de ‘preocupação social’ para esconder o realidade da economia capitalista. A AmBev apresenta a sua nova água deste modo:

“Ama é uma água mineral natural. Além de todos os benefícios que esta bebida oferece, ama tem mais um muito especial: 100% do lucro obtido com suas vendas é revertido para projetos de acesso à água potável no semiárido brasileiro.’

E a AmBev anuncia assim o sucesso desta iniciativa:

“São Paulo, novembro de 2017 – Lançada no Dia Mundial da Água (22/03) deste ano, a água AMA bateu a marca de R$1 milhão em lucro de vendas. E o valor já tem destino: ajudar mais comunidades do semiárido brasileiro.”

É realmente muito louvável doar R$1 milhão para as comunidades do semiárido brasileiro… Porém um artigo da ‘Folha de São Paulo” deste 18 de março tem como título:

‘Dono da AmBev ganha  R$ 2,2 mi por hora em um ano e sua fortuna bate R$ 100 bilhões”

(http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2016/09/1809579-dono-da-ambev-ganha-r-226-mi-por-hora-em-1-ano-e-fortuna-bate-r-100-bi.shtml )

O artigo informa que o patrimônio de Jorge Paulo Lemann, o homem mais rico do Brasil e maior acionista da AmBev, cresceu 23,76%, representando um ganho de R$ 54,34 milhões POR DIA! Caso o Sr. Jorge Paulo Lemann estivesse realmente preocupado com a situação das comunidades do semiárido, ele já dispunha de recursos suficientes para fazer alguma coisa, não precisaria criar MAIS uma empresa para vender água engarrafada, gerar MAIS lixo plástico, para ter o lucro de R$1 milhão para investir nas comunidades do semiárido…. Afinal, segundo o artigo da Folha, estes R$ 1 milhão representam apenas o que ele ganha em pouco menos de 30 MINUTOS!

Mas vamos supor que o Sr.Jorge Paulo Lemann esteja MESMO preocupado com a situação da água não só no semiárido, mas globalmente. Isso significa que a AmBev vai diminuir o seu consumo de água e inserir nos seus custos as ‘externalidades’ já mencionadas? Será que a preocupação social do Sr.Jorge Paulo Lemann o levaria a apoiar a criação de um imposto sobre grandes fortunas que gerasse mais recursos para o financiamento da infraestrutura das empresas PÚBLICAS de água?…Não creio que estes temas venham a ser discutidos dentro do Fórum Mundial da Água. Mas a AMA esta fazendo uma excelente propaganda pelo ‘engajamento social’ do capitalismo.

Ao lado do Conselho Mundial da Água, o Water Resources Group (WRG) é a outra grande instituição do lobby internacional do setor privado da água que também estará presente no Fórum Mundial da Água. O WRG concentra especialmente as grandes empresas da indústria da água engarrafada, tendo sido formado em torno da Nestlé, da Coca-cola e da Pepsi, com apoio do Banco Mundial e da Agência Suíça para a Cooperação e o Desenvolvimento – SDC da sigla em inglês, DEZA em alemão. Não é coincidência que no último Fórum Econômico Mundial em Davos, o Presidente Temer tenha tido encontros com importantes representantes do WRG, incluindo o CEO da Nestlé.   

(https://jornalggn.com.br/noticia/forum-economico-mundial-temer-entrega-o-jogo-e-a-agua-por-franklin-frederick)

(https://jornalggn.com.br/noticia/temer-em-davos-ou-de-volta-a-montanha-magica-por-franklin-frederick)

A AmBev faz parte do WRG através de sua empresa SAB Miller, outra grande engarrafadora que está entre as empresas fundadoras do WRG.

O poder econômico, e portanto político,  das empresas que compõe o núcleo do WRG pode ser melhor avaliado através de algumas comparações simples:

– A Coca-cola gastou 4 bilhões de dólares com propaganda em todo o mundo no período de 2014-2016. Já a Nestlé gastou 3.12 bilhões em 2013 de dólares também apenas com propaganda. O orçamento da Organização Mundial de Saúde para 2018-2019 é de 4,4 bilhões de dólares.

– Segundo um artigo publicado no jornal independente suíço ‘Wochenzeitung’ no último dia 15 de março, o volume de vendas de água engarrafada da Nestlé em todo o mundo em 2016 foi de 8 bilhões de Francos Suíços, cerca de 8 bilhões e 400 milhões de dólares. O orçamento da UNICEF – a Agência das Nações Unidas para a Infância – em 2015 foi de 5 bilhões de dólares.

Estes números mostram a disparidade global da distribuição de recursos. Esta desigualdade econômica gera uma enorme desigualdade política, criando um círculo vicioso em que cada vez mais as grandes corporações têm mais capacidade de intervir na formulação das políticas de Estados soberanos com o objetivo de aumentar ainda mais os seus ganhos e o seu poder. É o que está acontecendo no Brasil onde um governo apoiado pelos interesses destas grandes corporações entrega cada vez mais a exploração de seus recursos naturais, como o petróleo e a água, a estas mesmas corporações. Estados que procuram defender as suas riquezas naturais e públicas do ataque corporativo das multinacionais, sofrem com violentas campanhas internacionais de difamação, como a Venezuela.

O artigo acima mencionado do ‘Wochenzeitung’ mostra como a visão do setor privado como a ‘salvação do mundo’ coloniza até mesmo a política de cooperação internacional de um país que tem um excelente setor de serviços públicos, a Suíça. O artigo é muito claro ao descrever a ligação entre a Agência Suíça de Cooperação para o Desenvolvimento – SDC – e o WRG.  De acordo com este artigo, o SDC já contribuiu com 5,3 milhões de Francos Suíços – U$D 5, 567 milhões – para o WRG desde 2012. Para os anos de 2018 até 2020 são previstos mais 3 milhões de Francos Suíços – U$D 3, 15 milhões. O apoio político do Governo da Suíça ao WRG é ainda mais significativo: o Diretor do SDC – Embaixador Manuel Sager -faz parte do Governing Council do WRG (https://www.2030wrg.org/who-we-are/governance/).

Para um país que tem um dos melhores sistemas públicos de água do mundo, este apoio do SDC à privatização da água e ao WRG não deixa de ser surpreendente, mostrando uma clara contradição entre a política interna da Suíça – onde a água é um bem público sobre controle democrático – e sua política externa. A lamentar é a quase ausência de apoio do SDC às parcerias PÚBLICO-PÚBLICOS na cooperação internacional, onde toda a competência e conhecimento das empresas públicas de água da Suíça muito teriam a contribuir.

No Pavilhão da Suíça dentro do Fórum Mundial da Água estarão lado a lado a Nestlé, o WRG e agências de desenvolvimento como a CARITAS Suíça -ligada à Igreja Católica – e a HEKS –ligada às Igrejas Protestantes da Suíça, além do próprio SDC. (https://www.swisswaterpartnership.ch/swp-news/program-swiss-pavilion-world-water-forum/) Nenhuma empresa pública de água da Suíça está presente neste Pavilhão.

Talvez por também dependerem de fundos do SDC, nem a CARITAS Suíça nem a HEKS fazem qualquer crítica às políticas de privatização da água da Nestlé e do WRG.  Os diversos problemas ligados à exploração de água pela Nestlé em países como Canadá, EUA e Brasil, apesar de bem conhecidos e divulgados, também não são mencionados por estas instituições.  A HEKS, apesar de ter um escritório no Brasil e realizar projetos no estado de MG, nunca se manifestou sobre os problemas com a Nestlé na região do Circuito das Águas, também em MG, nem tampouco apóia os movimentos sociais da região que lutam por defender as suas fontes de água mineral da privatização.

A humanidade enfrenta atualmente três graves ameaças à sua própria sobrevivência: guerra nuclear, mudança climática e poluição química do meio ambiente. O sistema capitalista está na origem destas ameaças, contribuindo a cada dia para o seu aumento. Não é preciso comentar aqui sobre as conseqüências destruidoras óbvias de um conflito nuclear, onde quer que ele ocorra, para todo o planeta. A mudança climática é uma realidade a provocar cada vez mais eventos extremos, secas e inundações, calor e frio, tendo um impacto enorme sobre a distribuição de água no planeta. A poluição química é um perigo menos conhecido, mais insidioso, porém não menos letal para a vida no planeta: estudos apontam para uma significativa extinção de espécies de insetos, a base da cadeia alimentar planetária, cuja causa principal parece ser a poluição química. Nossos solos estão morrendo, perdendo sua capacidade de reter água. O sistema econômico que prevalece em nosso mundo, incapaz de ver ou reconhecer a VIDA como VIDA, incapaz de reconhecer limites à sua própria expansão, está colocando em perigo todo o delicado equilíbrio ecológico da Terra. É a mentalidade deste sistema que estará arrogantemente apresentando suas propostas e soluções no Fórum Mundial da Água, é esta forma de consciência doente, deturpada pelo modo particular de relação com a realidade que é o capitalismo, que vai tentar nos convencer de ser ela a salvadora. Temos que dizer BASTA. Nossas raízes são mais profundas, nossa consciência mais vasta e abrangente. O nosso futuro neste planeta, o futuro da civilização, depende em grande parte da defesa da água como bem comum da humanidade.

 
 
Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

5 Comentários

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  1. Sou morador de SP/SP e
    Sou morador de SP/SP e ouvindo a rádio Mundial fiquei sabendo de um prêmio do BID dado à Sabesp por proteger os mananciais daqui(pasmem)como é de meu conhecimento acabaram com um Parque chamado dos Búfalos aqui na capital todinho só para construir vários conjuntos habitacionais e isso bem ao lado mesmo da represa Billings,um escândalo,em plena escassez de água e fora q Bairro não tem estrutura para receber tantos moradores pq são muitos prédios construídos, COMO PODE ESTE PRÊMIO E JUSTO PELO BID,PURA INTERFERÊNCIA E MANIPULAÇÃO DOS FATOS !!
    Obs:Haaa lembrei q agora tem uma taxinha a mais na conta de água aqui,nem sei o q é, ESCÁRNIO PURO !

  2. Considerações….

    Muito interessante. Estas multinacionais estrangeiras tão interessadas na nossa água são dos mesmos países das ONG’s tão renomadas e afamadas, que lutam por burocratizar e criminalizar o Meio Ambiente de outros países, Brasil em especial, tirando a soberania das decisões sobre seu território, do próprio Povo, repassando a Organismos e Instituições Internacionais. Com Sede nestes mesmos Páises de Multinacionais tão interessadas e ONG’s tão renomadas. E o Vira-Lata Anão Diplomático ainda não se tocou de “tanta bondade”?!!! E em pleno 2018 continuamoas defecando na água que bebemos? O bem mais precioso que existe? O Brasil é de muitop fácil explicação. 

    1. considerações….

      Que preocupação com Água e com o Povo Brasileiro tem Australianas, Anglo-Americanas, Norueguesas Mineradoras? E o silêncio de ONG’s renomadas e afamadas é ensurdecedor. Na Amazônia, preciso é preservar os corais amazônicos? E o Povo Brasileiro Amazonense? “Conheceis a Verdade. E a Verdade Vos Libertará”.

  3. Água, de direito à ônus público…
    Nassif, para quem escreve há mais de meio século sobre essa questão, o Fórum Mundial da Água deveria estar sendo precedido por grandes reportagens dos principais meios de comunicação econômicos do mundo inteiro, pois graças à inércia da sociedade civil e a cumplicidade das instituições que deveriam zelar pela saúde pública, o Brasil conseguiu converter um direito coletivo reconhecido mundialmente – o direito à água pura ou isenta de contaminantes – em um bem econômico de alta lucratividade e ônus popular. Para tanto, bastou deixar de investir nos sistemas públicos de abastecimento de capitais como São Paulo para que os vazamentos passassem a responder por 30 e 40% das perdas dessa matéria prima e o mesmo percentual de infiltração de esgotos na rede de distribuição, obrigando a Sabesp a utilizar quantidades descomunais de cloro para desinfetar sua mercadoria, sob pena de disseminar epidemias decorrentes da ingestão de coliformes fecais e outras impurezas presentes nos esgotos. Como o gosto do cloro é pronunciado, ao invés de reconhecer essa falha e recomendar à população o uso de filtros de barro com velas capazes de neutralizar o sabor, o governo paulista se omitiu e deixou a solução entregue ao mercado de água engarrafada ou plastificada – já que a obrigatoriedade das garrafas de vidro e da cultura da troca do casco vazio pelo cheio deixou de existir entre os anos 80 e 90 do século passado -, que se tornou líder mundial a merecer o reconhecimento dos principais investidores internacionais, já que água engarrafada, em garrafas de vidro, como a do grupo Perrier, continua a ser um artigo de luxo no Exterior, aonde concorre com água pública de boa qualidade e preço acessível às classes sociais mais carentes. A presença de nano-partículas de plástico extremamente nocivas à saúde vem merecendo destaque nas publicações científicas internacionais, responsabilizadas pelo incremento de neoplasias e até de mudanças endocrinológicas, o que pode desencadear o retorno dos cascos seguros em países exportadores como o nosso, mas enquanto lá fora o assunto não desperta muita comoção – dada à existência de água pública de excelente qualidade e preço acessível -, aqui a população é mantida desinformada e desassistida pela mídia e por instituições como o MPF, que desde os anos 80 e 90 possuem instâncias especializadas na questão que se mantêm omissas, graças à falta de pressão popular de uma opinião pública lúcida e de ONG´s ou organizações não governamentais confiáveis, como demonstra o silêncio criminoso destas últimas em relação ao abandono premeditado das redes públicas e à privatização dos nossos aquíferos subterrâneos. Ou sobre essa troca insensata do vidro ou embalagens de papel reforçado pelo plástico, sem que nenhuma instância ouse responsabilizar a indústria petroquímica pela reciclagem obrigatória de suas embalagens ou pelas consequências do plástico microscópico na saúde pública, o que equivale a permitir a comercialização de medicamentos nocivos à saúde, sem quaisquer medidas preventivas. Com o pré-sal privatizado ou internacionalizado, essa indústria petroquímica irresponsável nesse quesito não resiste à avaliação comparativa necessária com a indústria de embalagens de vidro ou de papelão facilmente reutilizáveis ou biodegradáveis – até pelo simples fato de nossas florestas plantadas estarem semi-ociosas diante da invasão do plástico e do silêncio geral sobre as consequências desse lixo petroquímico para a economia e saúde orgânico-ambiental coletivas. Por último, uma lembrança: quem obrigou o Governo a criar as áreas de proteção aos mananciais foi a população, nos tempos em que ainda tínhamos onguês e mídia responsáveis, mas a Sabesp está fazendo por merecer o prêmio do BID. Afinal, dispendeu US$ 9 bilhões para despoluir os rios Tietê/Pinheiros/Tamanduateí e estes continuam mais poluídos do que antes, levando para o interior 33 metros cúbicos de água suja por segundo, exatamente a quantidade de água necessária ao abastecimento da RMSP. Um abastecimento que neste 2018 corre o risco de entrar em colapso, rodízios e outras consequências advindas do fato do sistema Cantareira ter apenas 53% de reservas hídricas para enfrentar a estiagem do outono e inverno, quando precisaríamos de ter pelo menos 65% de estoque.

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