Acessibilidade, Cidadãos e Governo Eletrônico

Acessibilidade, Cidadãos e Governo Eletrônico

Como o leitor já viu em outra postagem, governos podem e devem utilizar tecnologias de informação e comunicação para prestarem mais e melhores serviços à população e canais de conversação entre governos, sociedade e o setor privado. Recentemente, uma destas áreas, a acessibilidade de usuários portadores de deficiências teve sua merecida importância destacada e premiada. Trata-se do Primeiro Prêmio Nacional de Acessibilidade na Web (http://premio.w3c.br/).

Apesar de governos empreenderem esforços para a melhoria da acessibilidade dos portais de órgãos, secretarias e ministérios, infelizmente apenas 5% possuem nível satisfatório de acessibilidade. O número só não é desanimador porque ano passado a porcentagem era de apenas a metade – 2,5% de todos os portais governamentais brasileiros. Se por um lado mostra a necessidade de investimentos e atenção, por outro lado é possível destacar que o Brasil possui soluções criativas, inovadoras e baratas para o assunto.

Na categoria personalidades, foram reconhecidas instituições e atores da promoção da acessibilidade no país. Em primeiro lugar, empatados estavam o pioneiro brasileiro na promoção de acessibilidade em portais, Marco Antonio de Queiroz (MAQ), blogueiro do Bengala Legal (http://bengalalegal.com/) e Hudson Augusto, funcionário público do Estado de São Paulo, que pesquisou o nível de acessibilidade de todos os portais municipais de São Paulo. Em terceiro lugar, a UFSCar e seu programa de Ensino a Distância totalmente acessível.

A categoria de serviços e comércio eletrônico premiou como primeiro colocado o Hotel Fazenda Parque dos Sonhos, por sua total acessibilidade a deficientes. Em segundo lugar, o Site Acessibilidade Virtual, portal com informação ao alcance de todos. Em terceiro, a iniciativa do primeiro buscador de sites acessíveis do Brasil, o Clareou.

Diante dos premiados, Wagner Diniz, representando do W3C Brasil apontou, resume bem a lição a se tirar do Primeiro Prêmio Nacional de Acessibilidade. Não há como se esquecer dos mais de 40 milhões de cidadãos brasileiros portadores de deficiências. Excluí-los da internet, dos portais de compras, dos serviços públicos, dos direitos políticos e sociais, bem como de canais de comunicação com a gestão pública é politicamente incorreto, humanamente imoral, corporativamente irresponsável e economicamente burro!

E agora o leitor pergunta-se como pode ajudar aí de casa. Simples, colaborando com o governo! Existe um processo de coleta de dados e informações das pessoas com deficiência no município de São Paulo para que seja conhecido o perfil e a localização destes cidadãos. Assim, com a informação do local e das necessidades, a prefeitura poderá formular, implementar e avaliar melhor suas políticas públicas. Para isso, basta preencher uma carta que recebeu em casa tratando da temática e direcioná-la a prefeitura. Se perdeu esta carta ou prefere fazer pela internet, o portal para acessar é: https://www.censoinclusao.sp.gov.br/PaginasPublicas/Default.aspx. Se conhece alguém com deficiência, divulgue a iniciativa e colabore para uma São Paulo mais inclusiva dentro e fora da internet!

Ricardo Matheus é mestre em gestão pública pela Universidade de São Paulo. Atualmente é consultor e professor da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP). 
Redação

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