Acordo Aécio-Marina atende viés conservador dos protestos 2013

A resposta dos protestos de 2013 nas urnas teve viés conservador, pelo menos a partir dos resultados que se apresentam nestas eleições. Marina joga com essa tendência apoiando Aécio.

Marina se vinculou fortemente com as manifestações do ano passado. Embora difusos, os protestos se mostraram interessados em uma “nova política”, uma “3ª via”, que Marina acabou se apropriando. O seu grupo político, a Rede, sublinhava isso naquele período.

Por esse quadro, é de se imaginar que os paços de Marina estejam seguindo menos a afinidade com o PSDB e possíveis mudanças em seu programa para atendê-la, e mais a conveniência política de se aproximar do eleitor com viés conservador (pelo menos nestas eleições) simpatizantes dos protestos que ela tanto tentou se aderir. A neutralidade absoluta da ex-senadora poderia representar omissão às vozes das manifestações.

É curioso que os resultados nas eleições pós-manifestações indiquem um Congresso Nacional com tendência mais conservadora. A reeleição de Alckmin também revela um viés conservador nos resultados das eleições, até porque o Estado foi onde nasceu e teve os principais protestos nas ruas ano passado – esperava-se conduta mais firme do eleitorado contra o atual governador.

Alguém pode dizer que sempre aconteceu de candidatos conservadores se elegerem com expressivas votações mais por desconfiança à política do que qualquer outra coisa – Enéas Carneiro (já falecido) talvez tenha sido um dos maiores exemplos desse tipo de comportamento. Mas pós-manifestações de 2013 vira caso de análise mais profunda, com as expressivas votações em Levy Fidélix, Russomano, Bolsonaro e por aí vai. É frágil explicar que os votos foram anti-PT quando o espectro de candidatos no Brasil é imenso.

Porém, é bom lembrar que massa importante das classes C, D e E do País teve pouca participação (e decisão) nos protestos do ano passado. Reside aí a grande expectativa de como deverão se comportar em 26 de outubro. Alguns acompanharam o viés conservador nestas eleições, mas nada que não pareça irreversível daqui a alguns dias.

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