Acordo nuclear do Irã encerra sanções dos EUA e União Europeia

Da Agência Brasil

Irã assina acordo nuclear; veja principais pontos

O acordo sobre o programa nuclear iraniano, assinado hoje (14) assinado em Viena após 21 meses de negociações, está incluído num documento com aproximadamente 100 páginas, um texto principal e cinco anexos. Segundo a delegação francesa, citada pelo diário Le Monde, as principais linhas do acordo entre Teerã e o Grupo 5+1 (Estados Unidos, China, Reino Unido, França e Rússia, e Alemanha) – num processo que se arrastava há 12 anos, preveem:

Limitar o enriquecimento de urânio

O objetivo principal consiste em pôr em prática severas restrições para garantir que o break-out, o tempo necessário para produzir urânio enriquecido que permita fabricar uma bomba atômica, seja de pelo menos um ano e durante uma duração de dez anos.

Limitar a produção de plutônio

O plutônio é, com o urânio, a outra matéria físsil que pode ser usada na fabricação de uma bomba atômica. O acordo de Viena estipula que o reator da central de água pesada de Arak será modificado para não produzir plutônio com poder militar.

Reforçar as inspeções

Era um dos pontos mais delicados das negociações. Será aplicado um regime reforçado de inspeções durante toda a duração do acordo, e mesmo para além em relação a certas atividades. A Agência internacional de energia atómica (AIEA) poderá assim verificar durante 20 anos o parque de centrifugadoras e durante 25 anos a produção de concentrado de urânio (‘yellow cake’). O Irão compromete-se em aplicar, e depois ratificar, o protocolo adicional da Aiea, que permite inspeções intrusivas.

Terminar com as sanções

O principal objetivo dos iranianos consistia em obter o fim das múltiplas sanções (da Organização das Nações Unidas, Estados Unidos e Europa) que prejudicam o desenvolvimento do país. As sanções adotadas pela União Europeia e EUA dirigidas aos setores financeiro, energia e do transporte iranianos seriam levantadas a partir da aplicação pelos iranianos dos seus compromissos, atestados por um relatório da Aiea. O mesmo procedimento será aplicado para anular as seis resoluções adotadas pelo Conselho de Segurança da ONU contra o Irã desde 2006.

Manter o embargo de armas

Mantêm-se as sanções relativas aos mísseis balísticos e às importações de armas ofensivas. A transferência de materiais sensíveis que possam contribuir parra o programa balístico iraniano também será proibida durante oito anos, salvo autorização explícita do Conselho de Segurança da ONU.

O texto não prevê o fim do programa iraniano, como admitido no início das primeiras negociações entre 2003 e 2005, conduzidas pelos europeus.

As infraestruturas iranianas também passam a ser vigiadas mais de perto para impedir Teerã de iniciar uma corrida clandestina à bomba atômica.

Redação

7 Comentários

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  1. Mais alguém aí pensou no seguinte:

    Interessa agora às potências ocidentais permitir a volta do Irã à sua condição plena de nação, pra conter o avanço do Estado Islâmico?

  2. Dos desonestos na modalidade

    Dos desonestos na modalidade “intelectual” que posam de analistas “profundos” e que tal o galo Chantecler da fábula que se auto enganava afirmando que o Sol “nascia” em razão do seu belo canto,  de nada pode se esperar se não críticas a esse acordo por dois aspectos:

    1) Alinhamento automático com a Direita americana e com os interesses do Estado de Israel. 

    2) Sua gênese remeter ao protagonismo de certo “sapo barbudo” que governava este país até certo tempo que conjuntamente com o odiado(pelo desonestos citados e suas referências) Ahmadinejad e o “suspeito” Recep Tayyip, tricotaram um acordo cujos termos iam além do assinado agora. Duvido que lhes sejam dados os créditos pela coragem do ineditismo. 

  3. Confundiu tudo

    Acredita que i Irâ deixou de ser Demonio porque a União europeia se viu obrigada a encontrar uma alternativa ao gás russo, Russia que por sua vez já achou alternativa ao dinheiro  europeu (a China comprará gás russo).

    Agora a Europa não depende da Russia nem a Russia deénde da Europa.

    Porém. a europa comprando gás do Irã irá fazer do país persa, com certeza um país MUITO rico, e consequentemente fazer frente a Arabia Saudita e Israel. 

    sendo que Ira é..e sempre será aliado da Russia.

     

  4. Olha o Lula aí!

    Não foi o Lula que foi ao Irã e conseguiu um acordo  que deu inicio a esta negociação????????!!!!

    Lembrando: o ambiente era de pré ataque ao Irã; o Lula foi lá e conseguiu um acordo que os grandões exigiam, mas como o Lula conseguiu eles desconsideraram, mas quebrou a  “moral” dos atacantes.  Logo após teve inicio a esta nova conversa que chega a este excepcional resultado.

    Este Lula é mesmo um danado! General do bem contra a fome e aq miséria no mundo e negociador que salvou o Irã. Nobel nele, senhores.

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