Brasilianas: Cadeia Produtiva e Rede de Relacionamentos do Agronegócio Brasileiro

Plataforma Brasilianas inaugura o bloco do Agronegócio, com um estudo sobre a cadeia produtiva e o PIB do agronegócio

Cadeia Produtiva e Rede de Relacionamentos do Agronegócio Brasileiro

Fernando Nogueira da Costa[1]

Como blogueiro generalista, sempre tive ânsia de conhecimento a respeito da dimensão efetiva do agronegócio brasileiro. Será que, de fato, “agro é tudo”, como afirma a propaganda televisa? Será que tem lastro econômico a força congressual da bancada ruralista com 207 deputados? A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) é uma das maiores e mais organizadas bancadas da Câmara dos Deputados com tamanho cerca de três vezes maior do que qualquer um dos grandes partidos políticos.

Perguntava a meus colegas especialistas em agropecuária qual era o tamanho da agroindústria e eles estimavam até em 42% do PIB. Eu, como bom mineiro, desconfiava da veracidade dessa estimativa que superava a soma do percentual da agropecuária em 2016 (5,5%) e de toda a indústria geral (21,2%), mas me calava…

Eu não tinha dúvida que a agroindústria era uma cadeia produtiva estratégica, seja para o balanço comercial, seja para a alimentação da população. A exportação do agronegócio é estimada em cerca de 45% do total brasileiro e a importação em quase 10% (veja quadro abaixo). No acumulado do ano 2017 até outubro, o Balanço Comercial do Agro registrou superávit de US$ 70,2 bilhões, 13% superior ao mesmo período de 2016. O Balanço Comercial Brasileira Total no acumulado dos primeiros nove meses do ano obteve saldo foi positivo em US$ 58,5 bilhões, ou seja, o superávit do agronegócio compensa o déficit comercial dos demais setores predominantemente importadores.

Entre os produtos básicos, em 2016, destacaram-se a exportação de soja (10,4% do total), carne (5,6%), café (2,6%) e fumo (1,1%). Comparam-se com minérios (8,2%) e petróleo (5,4%). Na exportação de semimanufaturados, destacam-se o açúcar com 4,5%, couros 1,1%, e celulose 3%. Mesmo entre manufaturados há o açúcar refinado com 1,2%. Somando esses produtos de destaque, segundo estatística do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, atinge 29,5%, ou seja, 2/3 daquela estatística do MAPA (Ministério da Agricultura). Na verdade, não se pode classificar mais a economia brasileira como primário-exportadora. A exportação de industrializados corresponde a 55%, somando semimanufaturados (15%) e manufaturados (30%).

Finalmente, fui atrás das informações desejadas sobre a cadeia produtiva e rede de relacionamentos do agronegócio brasileiro. Consultei o Dr. Google e o utilíssimo assistente de pesquisa me apresentou o Relatório sobre o PIB do Agronegócio Brasileiro. É uma publicação mensal resultante da parceria entre o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA), da ESALQ/USP, e a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

O agronegócio é entendido como a soma de quatro segmentos: insumos para a agropecuária + produção agropecuária básica ou primária + agroindústria (processamento) + agrosserviços – como na figura acima. A análise desse conjunto de segmentos é feita para o ramo agrícola (vegetal) e para o pecuário (animal). Ao serem somados, com as devidas ponderações, obtém-se a análise do agronegócio.

Pelo critério metodológico do CEPEA/ESALQ-USP, o PIB do agronegócio é medido pela ótica do produto, ou seja, pelo Valor Adicionado (VA) total deste setor na economia. Ademais, avalia-se o VA a preços de mercado, considerando-se os impostos indiretos menos subsídios relacionados aos produtos. O PIB do agronegócio brasileiro refere-se, portanto, ao produto gerado de forma sistêmica na produção de insumos para a agropecuária, na produção primária e se estendendo por todas as demais atividades que processam e distribuem o produto ao destino final. A renda, por sua vez, se destina à remuneração dos fatores de produção (terra, capital e trabalho).

O CEPEA/ESALQ-USP dispõe toda a série histórica de 1996 a 2017 para os pesquisadores fazerem download em arquivo Excel. Por razão de espaço, reduzi a série ao período social-desenvolvimentista (2003-2014) e mais o da volta da Velha Matriz Neoliberal (2015-2017). Os dados mais agregados estão na tabela acima.

Primeiro ponto interessante a se registrar: em média anual, o agronegócio adiciona 20% do valor agregado total na economia brasileira. A análise dessa série temporal falseia a hipótese de que “Lula deu sorte pelo boom de commodities agrícolas”. Em 2003, a participação do agronegócio no PIB era 27% e foi declinando até 16,9% em 2014. Com a Grande Depressão em 2015 e 2016, o PIB real caiu -7,2% no biênio, então, o agronegócio aumentou sua participação, regressando à média de 20% do PIB.

Segundo ponto que me chamou a atenção: as oscilações anuais das variações reais em % de cada segmento do PIB do agronegócio. No total, as taxas de crescimento de 2004 a 2006 foram seguidamente negativas; recuperou-se em 2007 e 2008; 2009 teve queda de -5,9%; 2010 e 2011 tiveram taxas positivas; 2012 negativa (-5,9%); 2013 positiva (1,7%); 2014 negativa (-0,1%); 2015 e 2016 positivas. Serão todas essas oscilações frutos de “acidentalidades climáticas” (seca no tucanês)?

Curiosamente, o IPCA caiu no ano corrente devido a dois fatores exógenos à Autoridade Monetária com sua equivocada overdose de taxa de juro Selic para combater “quebra de oferta agrícola”. Houve um “bônus climático” neste ano que permitiu o boom da agricultura no início do ano, elevando o PIB do 1º trimestre em contrapartida à queda da indústria. O efeito secundário desse bônus climático tem sido a queda do grupo Alimentação dentro do IPCA, grupo este que representa ¼ de toda a inflação ao consumidor até 40 salários mínimos. Se antes houve a alta do tomate, que em abril de 2013 havia subido em 12 meses 149,7%, hoje este mesmo tomate apresenta deflação de 17,8% e chegou a cair em janeiro deste ano nada menos que 46,6%.

A sustentação do PIB Brasileiro nos primeiros sete meses do ano foi possível pelo agronegócio, conforme indicam pesquisadores do CEPEA/ESALQ-USP. A safra recorde no campo estimulou a atividade também de outros segmentos, impactando no crescimento de 5,81% no PIB-volume do agronegócio na avaliação de janeiro a julho de 2017. Desse modo, o desempenho positivo da agropecuária pôde amenizar o efeito das retrações da indústria e dos serviços sobre o PIB nacional. Segundo o IBGE, o PIB brasileiro recuou ligeiro 0,04% na comparação do primeiro semestre de 2016 com o mesmo período deste ano – queda que seria bastante superior não fossem os resultados da agricultura.

Apesar dos relevantes ganhos de produção no agronegócio, sobretudo na agropecuária, não houve aumento de empregos no setor. Ao contrário, no primeiro semestre de 2017, houve queda de 3,1%, ou mais de 580 mil pessoas, no total de ocupações. De modo geral, as principais reduções ocorreram na própria agropecuária para trabalhadores atuando por conta própria e com baixa escolaridade. No grupamento de atividades ligadas à agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura, a PNADC registra 8,621 milhões de pessoas ocupadas com rendimento médio real habitual de R$ 1.239. A CAGED apresenta o estoque de empregos formais para esse setor de atividade: 1,479 milhão.

Pesquisa apoiada pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário calcula que 36% da população brasileira é rural, diferentemente dos cerca de 16% apontados pelo último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2010. O percentual maior considera a aplicação de um conceito de rural defendido pelos sociólogos. De acordo com o levantamento, como só existe o conceito de urbano na legislação, a ruralidade acaba sendo definida por exclusão. O argumento é que 90% dos municípios brasileiros têm menos de 5 mil habitantes, e que, sociologicamente, deveriam ser considerados zonas rurais, e não urbanas. Ora, 36% da população de 208,263 milhões são cerca de 75 milhões de pessoas, mesmo considerando a proporção da população na força do trabalho (104,2 milhões ou metade do total), apenas ¼ dela estaria ocupada.

Finalmente, destaco as participações médias dos distintos segmentos da cadeia produtiva, de transporte e comercialização no total do agronegócio: insumos para a agropecuária (5%); produção agropecuária básica ou primária (23%); processamento da agroindústria (31%); e agrosserviços (41%). Interessante, não?

Demonstra que a Classificação Nacional de Atividades Econômicas – CNAE, que utiliza a metodologia de classificação do setor de serviços definida pela Standard Industrial Classification, classificação esta formulada por especialistas reunidos pela Organização das Nações Unidas (ONU), tem de rever seus conceitos para apurar as estatísticas das cadeias produtivas que ultrapassam as fronteiras dos tradicionais setores primário-secundário-terciário. Dentre as 59 divisões de atividade econômica do setor de serviços da CNAE, 26 divisões caracterizam o setor de serviços. Se cabe falar em agroindústria, não caberia falar em servindústria, por exemplo, em atividades de transporte e informática e serviços relacionados?

                                                     


[1] Professor Titular do IE-UNICAMP. Autor de “Brasil dos Bancos” (2012) e “Bancos Públicos no Brasil” (2016). http://fernandonogueiracosta.wordpress.com/ E-mail: [email protected].  

 

Luis Nassif

20 Comentários

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  1. Professor titular do

    Professor titular do instituto de economia da UNICAMP e em 2017 foi aprender sobre o agronegócio brasileiro no Google? Que fase…

    1. professor….

      Eu tinha reparado também. Mas mostra o abismo entre as cidades e o interior do país. É como se fosse outro mundo. Mostra muito da nossa realidade.

    2. Falta educação

      Mas o título não se refere às necessidades que o povo brasileiro tem direito.

      Ele se refere  a falta de compostura, grosseria deste senhor, este sim, dígno de um cemitério suspenso.

    3. Nabuco

      O texto começa assim: “Como blogueiro generalista, sempre tive ânsia de conhecimento a respeito da dimensão efetiva do agronegócio brasileiro. Será que, de fato, “agro é tudo”, como afirma a propaganda televisa?”

  2.  
    O BRASIL é mais rural do

     

    O BRASIL é mais rural do que imaginamos..Durante muito tempo negamos isso ..José  Ely da Veiga sempre falou isso: cidades imaginária…Os Estados exportadores são penalizados  por conta disso..Lei Kandir

  3. Antonio César

    Antonio César Ortega

     

    Cidades imaginárias é o título do mais recente livro do Professor José Eli da Veiga da USP. A temática do livro chama a atenção para a maior preocupação atual do autor: demonstrar que o Brasil é menos urbano do que se calcula se utilizarmos critérios mais comumente usados internacionalmente. Porém, mais do que uma preocupação meramente contábil, seu objetivo é apontar para “a necessidade de uma renovação do pensamento brasileiro sobre as tendências da urbanização e de suas implicações sobre as políticas de desenvolvimento que o Brasil deve adotar” (p. 31). Portanto, os artigos selecionados tratam de temas que vão muito além do debate censitário em torno das populações rural e urbana brasileiras.  

  4. Brasilianas…..

    Professor: AMÉM. Uma visão sobre o agronegócio ou agropecuária ou produção comercial em áreas rurais sem o fanatismo ideológico esquerdopata. A maior fonte de salários, capital, desenvolvimento, melhoria de condições sociais, produção de conhecimento, que este país tem. E muito pouco explorado. E muito combatido. Ideologicamente, atrasadamente, ignorantemente combatido. Um país continente que não usa ainda 1/4 do seu território, Até os anos de 1980, uma faixa litorânea de aproximadamente 1/5 do país. Não passavamos da BR 101. A partir daí estendeu-se um pouco mais, abrangendo Belo Horizonte, Pouso Alegre, Brasilia, interior da BA. O resto ainda é um deserto. E dizem que temos que parar. É surreal !! O primor pela capacidade brasileira já começa por sua fonte: CEPEA/ESALQ-USP. Poderia ser melhor?!  O Agronegócio não pode ser combatido, de forma alguma. Ele deve ser aprimorado, desenvolvido, financiado, implementado…AGRO não é tudo. Mas é muito. Uma fonte inesgotável de possibilidades, que entregamos relegamos a interesses estrangeiros, de forma imbecil. Basta ver as marcas que aproveitam deste mercado, oferecendo atraso, sucatas, restolhos a preços extorsivos. E que poderiam ser todas nacionais. Empregos e tecnologia nacionais: Massey, John Deere, Caterpillar, Ford, Mercedez Benz, New Holland, Volvo, Pfizer, Dow, Syngenta, Bungle, Basf, Bayer, Monsanto, GE, VW, Cargill….Enquanto isto vamos fomentando enxurradas de preconceito contra atividade e trabalhadores genuinamente brasileiros. E ainda dizem não entender a latrina tupiniquim de 2017?! Nossa Política precisa acabar com este discurso dúbio, bipolar, sem convicção quando trata desta atividade nacional e dizer com todas as letras seu absoluto apoio à AGROPECUÁRIA. Sem classificá-la ou rotulá-la de forma preconceituosa e ideologica entre empresarial ou familiar.  Basicamente em mais de 99% dos casos e uma atividade da Família Brasileira, do Povo Brasileiro. Grandes extensões de terras à Propriedade Estrangeira deve ser considerado Crime de Traição e Lesa-Pátria. Esta aberração deve ser combatida sem protelações. AGRO é Brasil. 

    1. Essa é boa

      “(…) discurso dúbio, bipolar”(…) e ze sergio sempre, mas bota sempre ai, “sempre” que pode escreve esquerdopata.

      No seu dicionário não existe direitopata?

      Pelo menos atenuaria o seu toc.

    2. Alvíssaras

      Ainda bem que você concordou com o o texto do professor, ao contrário do Rui.

      Pelo menos…, não, estou exagerando, eu ia dizer que concordamos nesse ponto.

      Não é verdade.

      Os seus comentários são bons e usando uma parábola na pecuária de leite eu diria: aquela vaca produziu 40 litros, que maravilha! mas meteu o pé no balde.

      Abula do seu dicionário essa palavra “esquerdopata”.

      Pega mal, pois você tem muito a contribuir com seus comentários que são bons e ótimos.

      Abração ze.

      Não me queira mal, mas não cabe no seu discurso que é bom, essa palavra.

      1. Alvíssaras….

        Não estou aqui para defender ninguém Jogo a pergunta no ar para ouvir a resposta. Minha ignorância é gigantesca. Nada sei. Por isto tantos questionamentos para ler daqueles que sabem e conhecem. Creio que o sr. é que esteja enganado ou não entendeu a argumentação de Rui Daher. Entendo perfeitamente o que ele descreveu. É como se mostrassemos a Av. Paulista e afirmassemos que toda capital é assim. Na Agropecuária não é. É muito longe disto. Mas nas argiuumentações sinceras e honestas, está embutido muito das visões ideológicas e politicas que atrasam este país. De quaisquer lados. A Esquerdopatia a que refiro é uma delas. E a mais forte, pois foi a vencedora que controla esta nação nestas décadas todas. Quando eu entender mais Brasil e menos ideologia nas argumentações, então esquerdopatia pode ser abolido. Mas hoje não. Contamina qualquer discussão. abs.   

  5. “Vista assim do alto,

    mais parece um céu no chão”. Com frequência, valho-me de Paulinho da Viola nas colunas sobre agronegócios que escrevo, semanalmente, para CartaCapital e aqui as reproduzo.

    Sempre, no entanto, insisto na necessidade da lupa. 

    O texto do professor da Unicamp não traz qualquer incorreção, pois vai às mais tradicionais e usadas fontes de estatísticas do setor, mais uma vezz, erroneamente, em Brasilianas, tratada como agronegócio, e não como agrária, pois o buraco, nunca percebido, é mais embaixo. É agrário,  meus senhores, como pediam Celso, Julião, Gondim Fonseca, Vitor Nunes Leal, esse sim a ser reformado, mas que acabou feito como Deus fez a mandioca, de qualquer jeito.

    No caso do professor, em seu texto, ele não sobe ao alto do morro da Mangueira para ver assim do alto, mas a uma estratosfera, que se eu conseguisse e tivesse paciência para alcançar, comentaria na próxima coluna de CC.

    Mas, como me diz o amigo Pires, o raso, aqui a meu lado: “Rui, não suba à estratosfera das planilhas. Muitos não descem mais”.

    Rasos, vez ou outra, têm percepções geniais. Então, continuarei com minhas andanças rasteiras – (logo, logo, Simpósio de Agroecologia na Embrapa Solos de Pelotas, RS -, depois piso em arrozais com espertas botas. Assim aprendi a não ser “especialista” em agronegócios. Prá quê? E mais não digo. 

    1. Preocupação

      Rui, cada um na sua cara!

      Só porque você põe o pé no barro, acha que um belo compilado do “agronegócio” sim, é menos importante do que você escreve?

      E vem você fazer crítica semântica! Se é agronegócio ou agrário?

      Caim matou Abel.

      Caim era agricultor e Abel pecuarista.

      Eu sou formado em Ciências Agrarias, sou Médico Veterinário e trabalho na área.

      E não fico com essas frescuras, até porque estou diretor e estão sob o meu comando as duas áreas: agricultura e pecuária.

      1. preocupação…..

        franciscopereira neto, desde 1979 vivemos uma era esquerdopata. Promessas esquerdopatas que não foram se quer implementadas. Esquerdopatia é nas minhas criticas, algo próximo ao que o Prof. Florestan Fernandes dizia sobre a esquerda. Que nunca existiu neste país. Um catado de boas intenções, catolicismo, caudilhismo embrulhados em pseudo-esquerdismo. E só. Como nunca tivemos direita. Temos uma elite parasitária dentro do Estado Brasileiro, a se perpetuar. Nada mais. Esquerdopatia é PSB de Arraes, depois Campos agora com o restante da família comandando esta Capitania Hereditária juntamente com Bezerras, Maias, Coelhos, Mellos. Rui Daher sabe muito bem de quem estou falando. Todos, juntos e misturados no PSB de Arraes. Ou PPS de Freire (comunista !!) lançando Hulk a Presidência. O sr. é médico? Deve saber que bipolaridade e esquerdopatia devem ter tratamento. O mais incrível é esta legião de fanáticos tupiniquins dizer não entenderem o Brasil de 2017.A tal esquerdopatia deve causar febres e delírios. abs. 

      2. Caro cara,

        Em 15 anos de colunismo, em Terra Magazine, CartaCapital, e aqui, 42 de trabalho no setor, já fiz centenas de “compilados” assim. É do que vivo e, para isso, nunca precisei mostrar as botas de minhas andanças a ninguém. Quem me acompanha com frequência, como o Zé Sérgio, embora vez ou outra me critique, sabe de minhas posições quanto ao agronegócio , QUE INCLUI A AGRICULTURA FAMILIAR, (meu Deus, quantas vezes terei que repetir isso, sempre fora dos “brilhantes compilados”), e quanto o quantifico e reconheço o valor.

        Com uma diferença: são comentaristas que me respeitam e tenho a educação de aa todos responder em meu blog (dá trabalho).

        O Brasil está muito difícil para a esta altura de minha vida aceitar desrespeito.

        Portanto, frescura semântica é a … e como dizia Monsueto, “me deixa em paz”, que abaixo dedico ao seu comentário. Fui. E espero que você vá!. 

        [video:https://www.youtube.com/watch?v=wh-eSlqi900%5D

        1. Dá pauladas

          Você menospreza o trabalho do professor e sou eu que o desrespeito?

          Se você é colunista desses órgãos que cita, deveria ter ao menos o cuidado, ao estar do lado de cá, comentando trabalhos de terceiros, e pior, com empáfia.

          Do que vale os seus 15 anos de colunismo, 42 de trabalho, se a humildade não faz parte da sua personalidade.

          Você deveria ter em mente que quando ocupa os dois lados, vidraça e pedra, sempre estaria sujeito a críticas.

          Eu não me atrevo a ser colunista de lugar nenhum sobre os conhecimentos adiquiridos após 39 anos de formado.

          Se eu aceitasse, deveria ter a humildade, assim como nós todos, que a gente vive a vida inteira sempre aprendendo.

          E sem empáfia.

    2. vista….

      O Agronegócio é o Paraná. Não é TUDO, mas é MUITO. Antes de falar do PR, alguém se lembra a última vez que ouviu sobre a Ilha do Bananal? Até os anos 80, um mundo de corpos jogados no Araguaia. Uma briga interminável por grilagem de terras. Assim era o PR, para quem não se lembra. Pistoleiros para todos lados, grilagem, terra de ninguém. Um mundo de café apanhando de geadas, todos os anos. Uma crise absurda na década perdida. A EMBRAPA chegando por lá. GIGANTE EMBRAPA.. SOBERANA EMBRAPA.Adaptando o café do frio paranaense ao duro, ácido, quente cerrado. E então o café migrando para MG. ES, BA. No PR, a chegada da soja, da volta do algodão (que sofreu com o Plano Lá Tinha de FHC), do milho, do sorgo, do girassol, da cana de açúcar, da laranja, da volta do trigo (concorrendo com argentinos, dá pra acreditar?!)…Esquerdopatas estariam ainda olhando a dificuldade dos anos de 1980. Não fizemos Reforma Agrária !!!!!!!!!!!!A Agropecuária criou o PR de 2017. Não é TUDO. Mas é MUITO. Como o AGRO. .     

  6. Na agropecuária, PIB

    Na agropecuária, PIB brasileiro cresce acima das taxas chinesas

    Estudo do Ipea mostra que PIB do setor deverá expandir 10,9% neste ano, enquanto crescimento previsto para economia chinesa é de 6,7%

    Arquivo/Gazeta do Povo | Arquivo/Gazeta do Povo 23/08/2017 | 08p9 | Da redação, com informações da Agência Brasil

    -a+aComentários (0)

    O Produto Interno Bruto Agropecuário deverá ter um crescimento de 10,9% em 2017, de acordo com previsão do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O número faz parte da seção de Economia Agrícola, da Carta de Conjuntura nº 36, lançada nesta semana (22/08). A seção traz dados e análises de diversos segmentos da economia agrícola.

    ASSINE A GAZETA DO POVO E TENHA ACESSO ILIMITADO AS ANÁLISES E TENDÊNCIAS DO MERCADO DO AGRONEGÓCIO.

    Segundo o estudo, embora apresente uma participação relativamente modesta no PIB do país, que foi de 4,7% em 2016, o setor agropecuário se caracteriza por um alto nível de encadeamento com outros setores produtivos.

    Veja tambémAplicativo permite adoção de galinha e criação de horta a distânciaPara salvar a lavoura, famílias rurais planejam sucessãoApós vender empresas, JBS investe R$ 30 milhões em novo setor

    O Indicador Ipea de PIB Agropecuário apontou uma alta de 13,5% acumulada no ano até o mês de junho, com destaque para a lavoura, que cresceu 19,2% no período, enquanto a pecuária apresentou queda de 0,8%. Apesar desse elevado crescimento no ano, o indicador mostrou uma variação negativa de 2,9% no segundo trimestre em relação ao trimestre anterior. Mesmo assim, a expectativa para o ano é de crescimento.

    “O setor agrícola tem muitas peculiaridades. Enquanto a economia está numa direção, o setor está indo para uma direção diferente. Então, a análise do setor agrícola tem que ser diferente. Não é a mesma coisa que analisar a indústria e serviços. O que se produziu no setor, vai vender, ou no Brasil, ou exterior. Então mesmo que a demanda esteja aqui deprimida, [o produtor] consegue vender para o exterior”, analisou o diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea, José Ronaldo Souza Jr., um dos editores da seção.

    Empregos

    Em tendência contrária à do PIB, o total de pessoas ocupadas no agronegócio caiu 3,9% entre o primeiro trimestre de 2017 e o mesmo trimestre do ano passado, passando de cerca de 18,7 milhões para 18,05 milhões de pessoas. Dentro do agronegócio, a maior redução no total de ocupados se deu no segmento primário, com cerca de 700 mil ocupações a menos, uma queda de 7,6% no primeiro trimestre de 2017.

    Segundo o estudo, a geração de postos de trabalho difere da lógica da geração de valor na agricultura nacional. Por exemplo, culturas representando 70% do valor bruto da produção agrícola empregaram apenas 32% do pessoal ocupado nessas atividades em 2016. A soja, com 34% do valor bruto da produção agrícola, empregou apenas 4,7%. “Desse modo, diante da diversidade socioeconômica e tecnológica na agropecuária nacional, não se espera uma associação importante entre as oscilações do PIB e do pessoal ocupado no setor”, diz o texto.

    De modo geral, há indicativos de que, provavelmente, a redução do pessoal ocupado se deu principalmente entre trabalhadores vinculados a atividades de menor importância econômica, localizados majoritariamente no Nordeste. A queda do emprego se deu principalmente entre os produtores rurais mais pobres e aqueles com menor grau de instrução.

    Apesar da redução no número de pessoas ocupadas, na comparação entre os primeiros trimestres de 2016 e de 2017, verificou-se, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) contínua trimestral, ganho real nos rendimentos médios: de 3,5% para os empregados, chegando a R$ 1.664; de 5,4% para os empregadores, chegando a R$ 5.260; e, de 2,9% para os trabalhadores atuando por conta própria, chegando a R$ 1.192.

    Expectativas

    A produção de grãos deverá passar de 232 milhões de toneladas, em 2016/2017, para 288,2 milhões de toneladas em 2026/2027. Isso indica um acréscimo de 56 milhões de toneladas à produção atual do Brasil, o que representa uma taxa de crescimento de 24,2%. Já a produção de carnes bovina, suína e aves entre 2016/2017 e 2026/2027 deverá aumentar em 7,5 milhões de toneladas, o que representa um acréscimo de 28% em relação à produção de carnes de 2016/2017.

    As estimativas realizadas para os próximos dez anos são de que a área total plantada com lavouras deve passar de 74 milhões de hectares em 2016/2017 para 84 milhões em 2026/2027, ou seja, um acréscimo de 10 milhões de hectares. Essa expansão está concentrada em soja, mais 9,3 milhões de hectares; cana-de-açúcar, mais 1,9 milhão; e milho, 1,3 milhão de hectares.

    Segundo o Ipea, os produtos mais dinâmicos do agronegócio brasileiro deverão ser algodão em pluma, milho, carne suína, carne de frango e soja grão. Entre as frutas, os destaques são a manga, a uva e o melão. O mercado interno e a demanda internacional serão os principais fatores de crescimento para a maior parte desses produtos, pois indicam também o maior potencial de crescimento da produção nos próximos dez anos.

    “O Brasil é um país que tem um potencial extraordinário. Toda informação, quando bem levantada, compilada e transmitida, é sempre muito benéfica, seja positiva ou negativa. Nesses números agora temos só coisas boas. O setor está sendo locomotiva da economia em todos os aspectos, geração de empregos, balança comercial, na própria indústria”, diz o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e ex-ministro da pasta, Nery Geller.

    A seção de Economia Agrícola é feita pelo Ipea em parceria com a Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, da Pecuária e do Abastecimento (SPA/Mapa) e o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq-USP).

     

  7. O artigo aborda os números do

    O artigo aborda os números do agronegócio, mas não o seu lado perverso que é o latifúndio

    O latifúndio, ao longo da história, matou e escravizou milhões de índios e negros (e pelo visto quer continuar fazendo), destrói o meio ambiente, envenena o solo e as nascentes, é extremamente concentrador de renda e riqueza, praticamente não produz alimentos (falo do latifúndio e não da agricultura familiar), quase não gera empregos (de novo, quem gera é a agricultura familiar) e, o que talvez seja pior, mantem uma bancada no congresso das mais conservadoras que, nos últimos anos, posicionou-se contra toda e qualquer ação afirmativa em favor dos mais fracos. Last but not least, teve atuação marcante no golpe e, por consequeência, é corresponsável pela tragédia em que se transofrmou o país. Recentemente foi fator fundamental para impedir o avanço das investigações contra o quadrilhão, como diz a PF, além de tentar impor o trabalho escravo e sangrar o tesouro com bilhões e bilhões de benesses para o setor em detrimento de outras áreas extremamente carentes do país. Enfim, os ricos cada vez mais ricos e os pobres que se danem.

    Tem exceções? Imagino que sim

    O histórico do que vem acontecendo em Correntina, Bahia, mostra com clareza seu poder destrutivo. A propósito, dos duzentos e tantos bilhões empregados a juros de mãe – em termo de Brasil – quanto vai de fato para a agropecuária? 

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