Campo de debate do PSDB: a economia e o Brasil

A economia brasileira vai mal. Crescemos pouco, bem abaixo do que crescem países bem menos pujantes que nós. Mas o mais preocupante é que a maneira como nossos fundamentos econômicos estão sendo (mal) administrados está nos conduzindo a um beco de perigosos desequilíbrios e instabilidades. É necessário corrigir o rumo.

Este ano, pela terceira vez seguida, nosso PIB terá desempenho medíocre. Conforme previsões feitas pela Cepal, em toda a América do Sul apenas a Venezuela crescerá menos que o Brasil; em 2012, só não ficamos na lanterna porque superamos o Paraguai.

Este é um processo que não é de hoje. Já vem, na verdade, de alguns anos. Mesmo nos tempos da bonança global – aquele céu de brigadeiro como há muito o mundo não atravessava e que foi muito mal aproveitado pelo governo Lula – o Brasil sempre teve desempenho pior que a média dos demais países sul-americanos. A única exceção foi 2010, mas sabemos da motivação eleitoral cuja fatura até hoje estamos pagando.
Nos últimos três anos, a defasagem se aprofundou. Enquanto a média de crescimento do Brasil mal chega a 2% ao ano, o resto da América do Sul – para ficarmos num exemplo mais condizente com a nossa realidade – cresceu mais de 5% anuais. Alguma coisa está errada aí, e muito errada.

Na nossa visão, a economia brasileira está pagando um preço alto demais pelo agigantamento da presença do Estado, que acabou por dificultar a vida da iniciativa privada, sobrecarregar os cidadãos com tributos e onerar demais a produção no país.
Hoje, embora nossas empresas continuem a produzir com boa qualidade, nossos produtos estão perdendo mercado tanto aqui quanto ao redor do mundo porque se tornaram caros demais.
Esta hipertrofia estatal foi acompanhada por um novo experimento de política econômica que, definitivamente, não deu certo. A matriz baseada em incentivo ao consumo, doses cavalares de crédito e ajuda desmesurada de instituições financeiras públicas a empresas eleitas para serem “campeãs nacionais” naufragou.

A economia brasileira sobreviveu bem enquanto perduraram os benefícios advindos da adoção do vitorioso tripé formado por um regime de metas de inflação voltado a preservar a estabilidade conquistada com o Plano Real, pela maior abertura ao mercado internacional, com livre flutuação do câmbio, e pela responsabilidade no trato das contas públicas, ordenando com severidade os gastos do governo.

Nenhuma destas condições continua presente no desenho atual da política econômica brasileira.

Nossa inflação é renitentemente elevada: hoje apenas economias muito menos desenvolvidas exibem índices gerais de preços mais altas que os 6% anuais que se tornaram a norma no Brasil.

A gestão das contas públicas encontra-se sob amplo descrédito, dada a disparada dos gastos do governo e, principalmente, a manipulação da contabilidade oficial. Em proporção do PIB, nossa dívida pública bruta atinge o dobro da média dos emergentes, engordada nos anos recentes por repasses do Tesouro a instituições como o BNDES.

Para completar, o Brasil passou a adotar uma postura de isolamento em relação ao resto do mundo, apequenando sua política externa e reduzindo sua participação no comércio global. Assistimos nossas empresas perderem competitividade e ficarem para trás no intenso movimento de formação de cadeias produtivas globais, das quais foram sendo alijadas.
Mas o Brasil tem plenas condições de se reerguer e voltar a buscar um lugar de maior destaque no mundo. A saída é promover uma agenda de reformas estruturantes e de modernização do Estado, para que o país reencontre o caminho do desenvolvimento sustentado.

Entre os objetivos devem estar melhorar a estrutura de tributos, oxigenar o mercado de trabalho, destravar o investimento privado e livrar o aparato estatal – em especial os órgãos de regulação – de qualquer influência política.

Em suma, ter um Estado mais eficiente para atender melhor os cidadãos e um ambiente mais adequado para que o investimento privado floresça, gerando mais riqueza, bem-estar e melhores oportunidades para os brasileiros.

Redação

23 Comentários

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  1. economia

    pelo que sei o Brasil so perdeu em crescimento para a  China  ela  creceu  7%9  e o Braisl  2,5 % ano passado, ate o momento pelo que sei  o Brasil  so estar perdendo  ainda para  China, =esta  acima dos  EUA  e de toda a Europa. 

  2. nosso PIB terá desempenho medíocre

    Esquerdista é esquerdista não importa se é social democrata ou comunista troskista maoista.

    Qualquer texto que contêm a palavra  PIB já perde credibilidade.

    PIB não significa nada em questão de medir a saúde economica de um país.

    Mas também tem economista formado que confunde juros com lucro, e diz que inflação é o aumento generalizado dos preços.

     

    1. Vende-se

      Porque voce não assinou o texto, sr.Aliança? E mais, poderia ter sido mais sintético. Tipo assim, “a economia brasileira vai mal, o estado interfere em tudo. Temos que vender a Petrobrás, Caixa Economica, BB, o Cristo Redentor, o Pão de açucar. o Masp, o Pelourinho, a Amazonia, a……”

      1. E quem disse que a

        E quem disse que a petrobrás,BB, e o Estado brasileiro  não foram  privatizados?

        Todos aparelhados e  a serviço do partido e não da coletividade.

         

        1. Não me consta que quando o

          Não me consta que quando o governo era do PSDB esse não tenha nomeado nenhum dos seus para essa e outras estatais. Além disso, o podeer é para ser usado mesmo, e não há ninguém tolo que tendo poder até para conseguir mais voto por isso, investindo capilazeiramente recursos  dessas, deixe de fazer isso.

  3. A degradante situação social

    A degradante situação social brasileira piora

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    Os índices sociais brasileiros revelam a triste situação em que o petismo atroz, verdadeira praga nacional, criou para esta nação, transformando-a cada vez mais em uma nação de desvalidos, cuja única esperança verdadeira para os homens de bem está em abandonar esta terra ingrata e se asilar de vez em Miami. O Brasil se tornou um lugar estéril para aqueles que lutam pela família, pela tradição e pela pátria não conspurcada pelo bolchevismo marrom, a mãe de todas as infâmias que uma classe de homens bons pode sofrer, aumentando ainda mais a lista negra dos crimes do comunismo mundial.

    Degradadas, as ordens estamentais que compõem a pirâmide social brasileira foram desarranjadas, o equilíbrio se rompeu e aqueles cuja posição designada pela leis divinas imutáveis deveriam se conformar em seu lugar, foram guindados indevidamente a posições maiores, sem que estivessem prontos para tal up-grade, o resultado é o caos que podemos constatar nos aeroportos e nos boulevards das nossas cidades, indicativo maior de tal tragédia.

    Urgente torna-se, pois, reedificarmos a ordem nacional reestabelecendo cada qual a sua devida posição piramidal para que as engrenagens de funcionamento da sociedade nacional voltem a trabalhar corretamente, lubrificada pelo suor daqueles aos quais cabem sustentar a nata brasileira, verdadeira jóia cujo o brilho não deve ser ofuscado pelas estratégias malignas marxistas, como bolsa-família, aumento do salário mínimo, prouni ou outras bobagens.

     

  4. campo de debate do PSDB

    OK, façamos de conta que nos rendemos  as avaliações e as propostas econômicas dos neoliberais e esqueçamos toda a história contemporânea e apostemos que valeria  segui-las no Brasil. Mas quem  as  administraria ou as  implantaria? Os economistas do PSDB, os Laras, Francos, Áridas, Mendonças e Marlans? Nesse caso valeria pensar em importar economistas, como importamos médicos, pois esses nativos são  incompetentes demais. Forjaram o  plano de estabilização do Real e tivemos de esperar o Lula para tirarmos algumas boas consequências, digo,  para nação como um todo e não somente os 1%,se tanto. Se é para vivermos no capitalismo que ao menos não seja tão selvagem e desvastador.

  5. Texto de uma hipocrisia assombrosa…

    que mostra a total incapacidade do PSDB de fazer autocrítica, e construir uma visão de futuro.

    O texto é uma “visão do passado”, passado esse que provocou 3 derrotas sucessivas em eleições presidenciais, e talvez seja o prenuncio do desaparecimento do partido por falta total de futuro possível.

  6. Fato inusitado

    Um fato inusitado do texto do PSDB é que você não precisa ler para saber o que ele irá dizer pelo simples fato de que ele é uma repetição do que aparece todos os dias na mídia. Ou a mídia repete o que diz o PSDB.

     

    Tendo acreditar mais na primeira opção. Efetivamente o PIG é a única oposição real no Brasil.

     

     

  7. O texto fica falando mal do

    O texto fica falando mal do governo e só no final trás algumas soluções tão genericas que não levam a nada.

    O PSDB fala em melhorar os tributos mas o maior entrave dessa reforma esta no ICMS e que boa parte dos maiores Estados estão na mão do PSDB. Então se ‘é desejo do PSDB fazer uma reforma tributária se SP, MG, PR, PA, GO puxar a corda não tem como não fazer. O problema é que a turma do PSDB não tem vontade, coragem e capacidade para fazer isso, no máximo eles podem dificultar essas reformas como vem fazendo desde de sempre.

    Na verdade o PSDB não esta preparado para voltar a ser governo porque não consegue compreender o Brasil. O Psdb viu o PT derrubar vários mitos.

    1) O Brasil não desenvolve porque tem a dívida externa. Antes do Lula era comum as reportagens de tempo em tempo mostrar que cada brasileiro que nascia devia tantos mil dolares. Isso era uma forma de fazer as pessoas não cobrar dos governantes mais saúde, mais educação porque coitado do governo tinha que conviver com uma dívida enorme. Agora a dívida esta paga ou pelo menos não assusta e ninguém nasce devendo uma dívida enorme.

    2) O Brasil só vai crescer quando os juros forem menores. Agora que a taxa de juros oficiais é nemor que os 12 % que muitos políticos devediam que deveria ser a taxa. Mas oque aconteceu que não é a taxa de juro que faz o custo do dinheiro ser caro no Brasil são várias outras coisas e que aos poucos o lucro vai sendo visto como o principal fator no custo do dinheiro ou das coisas. Veja o preço dos carros.

    3) O Brasil tem uma carga tributária maior do mundo. Derrepente é maior entre os emergêntes já que como comparar com os ricos já que lá o governo funciona. Quando a Dilma abaixou os impostos da cesta básica os preços até aumentaram. Porque? Primeiro no Brasil a sonegação de imposto é muito grande, segundo o dinheiro do imposto vai para o lucro.

    Veja os preços dos carros não é imposto, não custo Brasil é lucro abusivo mesmo. Como pode hoje o Brasil vende muito mais que a dez anos e os carros não diminuem os preços. A montadoras tem custo menor na fabricação, menor na logistica e nada de diminuir o preço.

    O que faz a econômia crescer é mercado consumidor. Quem produz tem que ter para quem vender. Não adianta juros 0, imposto 0 se não tem ninguém para vender. E isso o PT fez certo. Criou um grande mercado consumidor que se expande naturalmente.

    Hoje a construção civil produz a plena capacidade, porque tem mercado, tem financiamento para casa prórpia, minha casa minha vida, o governo tem grande demanda de obras.

    Hoje o campo produz mais do que nunca. Nunca se viu tantos silos sendo construidos, tanta colheitadeiras no campo é muito dinheiro. E tem o dinheiro de financiamento público nisso. 

    Ou seja o PSDB quer acabar justamente o que esta dando certo. Quando diz que o governo deve intervir menos na econômia mostra que financimento público vai acabar o diminuir. Daí se foi a construção civil, a agricultura só para ficar nesses setores.

    1. Mesmo que fosse só um Estado

      Mesmo que fosse só um Estado do PSDB já estaria tudo travado. O pestismo só vai puider fazer alguma coisa que preste quando eleger todos e para todos os cargos

    2. Mais do mesmo!
      Li até a última linha e se não me falhe a memória, li este mesmo texto no programa de governo do Aécio! Um vazio idéias total! PSDB só no ctrl-c / ctrl-v!

  8. Só falaram verdade, mas …

    Em relação ao disgnóstico não há uma simples linha equivocada. O problema é saber se é o PSDB (quem?) que vai consertar isso tudo. Até agora eles não apontaram nenhuma solução. Concordo inclusive com o comentarista que disse que os estados dominados pelo PSDB são os que menos colaboram com a absolutamente urgente reforma tributária.

  9. Alguém disse isso nos

    Alguém disse isso nos comentários, mas ninguém falou a respeito: o texto do PSDB preconiza nada mais nada menos que a receita neoliberal que levou o mundo ao estado calamitoso em que hoje se encontra. Se acham que isso vai dar certo mais adiante, por milagre, estão tá, ficamos combinados assim!! 

  10. Dá até medo de imaginar o

    Dá até medo de imaginar o PSDB no poder novamente. Apesar que governo Lula é muito diferente de governo do PT, que o diga a FHC de saias!!!

  11. Liberalismo na veia.
    Cansa gastar preciosos minutos lendo o mesmo de sempre do PSDB.
    O que eles tem a dizer sobre as idas ao FMI, sobre a alta inflação e o desemprego galopante nos cinzentos anos FHC?

  12. Qualquer economista até um

    Qualquer economista até um pouco medíocre já deve ter lido o maior e mais completo nisto que há no Brasil, Delfim, e esse prova que 2% no PIB clássico com distribuição de renda, caso dos governnos petistas, isso vale  realmente por um PIB de 12%

  13. O PSDB e o Estado

    A prefeitura de Teresina é governada pelo PSDB desde que me entendo por gente. Até pouco tempo, eu não entendia como uma gestão municipal tipo “feijão com arroz” conseguia se perpetuar. Quando comecei a conversar com alguém da prefeitura sobre política, descobrir nas entrelinhas como o partido sabe aparelhar o governo. Descobri que até os gatos de rua que circulam nas repartições públicas, são obrigados a fazer campanha para o PSDB em troca das migalhas que caem das mesas dos “senhores”.

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