Chapa Campos/Marina poderá agregar diversos espectros da política

Comentário ao post “A terceira via da chapa presidencial Marina-Campos

Terceira via é periférico, PSDB tornou-se periférico.

Hoje, no Fora de Pauta, indiquei um artigo de 2010,  com a instigante tese de Marcos Nobre sobre o peemedebismo.

No artigo Marcos Nobre estabele que a atual, desde Lula, polarização é entre o PMDB e oPT.

Algo proximo ao PT estar puxando a corda para a esquerda e o PMDB representanto como um grande leviatã a única possibilidade de oposição ao próprio governo do qual faz parte. É o PMDB que puxa a corda para a direita para manter o goveno ao centro.

Sobre a chapa Marina/Campos e a “terceira via” nada mais claro e objetivo, tal como cópia exata da outrora terceira via inglesa, e sobre isso digo que  não passa de um discurso maquiavélico tal como foi lá na ilha britânica.

Campos ganha com a entrada de Marina na sua chapa presidencial um discurso mais palatável à classe média. Se antes o seu discurso neoliberal de gestão e enxugamento da máquina pública agregava alguns setores mais à direita, estes são ampliados com o discurso “ecoliberal”, de “desenvolvimento sustentável”, de Marina tão agradável aos ouvidos nos jovens da classe média.

Em um mundo onde faltam ideologias claras este discurso da chapa Campos/Marina tem a possibilidade de agregar amplos espectros da política, tanto à esquerda, quanto à direita, passando pelo centro. Essa falta de clareza é o que possibilita o surgimento da chamada “terceira via”, estranha figura concebida pelo “mainstream” para capturar de volta o Estado quando este se encontra governado por forças que inserem parte da população esquecida nos ditames democráticos e amplo apoio da população.

É esse maquiavélico discurso da “terceira via” que possibilita a união de esquerda e direita para tentar ganhar eleições frente à governos de amplo apoio popular de  implantações de mais direitos e amparos sociais.

Portanto, a união de Campos/Marina forma uma forte chapa para 2014, tanto do ponto de vista do marketing, quanto por procurar representar a juventude num quadro de esgotamento da polarização PT/PSDB.

Mesmo com todas essas possibilidades candidatura Dilma tem reais chances de vitória no primeiro turno. Já era assim, conforme pesquisas recentes, quando Marina ainda aparecia como possível candidata. O que ainda falta para consolidar definitivamente esta tendência de vitória esmagadora é um programa mais ousado, que enfatize mais a mudança que a continuidade.

O artigo de Militão (PSB) já demonstra a influencia do “sonhático” de Marina.

Com o peemdebismo que prioriza as eleições locais e o afastamento do PSB do governo, levará a um fortalecimento ainda maior do PMDB e enfraquecimento do PSB nas cidades e estados.

Redação

10 Comentários

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  1. Espectros

    Quando se fala de espectros, vem a lembrança fantasmas. Deu para entender bem quando me lembro da filiação de Heráclito Fortes e Bornhausem…

  2. Certíssimo, Assis!
    A saída do

    Certíssimo, Assis!

    A saída do Governo pode enfraquecer o PSB.

    Imagina toda a máquina governamental não dando espaço para o PSB.

    Ele vai surfar em que onda?

    Nos 20% de votos da oposição em 2012?

    O PMDB agradece!

    E eu creio que o Aécio Neves, também!

    Eu enxergo um crescimento do PSDB em 2014, porque não tenho dúvidas que a velha mídia não vai abandoná-lo. A velha mídia não vive junto de quem não pode confiar 100%. E vai na hora H puxar o tapete de Eduardo e Marina e entregar para Aécio todas as condições de chegar em 2º lugar, na hora certa com os votos conservadores e oposicionistas ao PT; depois que a dupla tiver sido utilizada para falar mal do PT e da Presidenta DILMA – serão a Heloísa Helena da vez. 

    Eduardo e Marina não se sabe o que são. Esquerda? Pedintes: – velha mídia nós te aceitamos, podem embarcar com a gente!

    Esse filme, muito bem dito por Jornalistas e Cientistas Políticos da esquerda, nós já conhecemos. 

    Eu te apoio e você entrega até os dedos. E o Serra, então, sabe decor e salteado o resultado!

     

  3. Desconstruindo a ideologia de Marina.

    Caro Assis,

    Anexo abaixo um artigo do IG, em que relata o arrefecimento da tendência ambientalista de Marina, de modo a não causar conflitos com os partidários do “Dudu”, nem tanto ambientalistas, aliás, muito pelo contrário.

    Quando as duas locomotivas se encontrarem no mesmo trilho… vai voar caco prá todo lado. E mais ainda: Quem votou na Marina, o fez exclusivamente por sua bandeira ambientalista. Ao se abafar sua especialidade, para onde migrarão seus votos? Para o PSB é que não irão!

    Daí, minha dedução, já externada em comentários anteriores, de que a união Marina/”Dudu”, foi só uma forma de tirar a Marina do páreo, “matar” a candidatura do Aécio, e dar uma folguinha prá Dilma. Ao que me consta o “Dudu” continua muito amiguinho do Lula. Se for isso, jogada de mestre, digna de Benedito Valadares.

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    Último Segundo

    Política

      

    Após aliança com o PSB, Rede ameniza tom ambientalista

    Por Luciana Lima – iG Brasília |

    11/10/2013 13:41- Atualizada às 11/10/2013 13:54
      

    Em nome da governabilidade, partido que ainda busca registro definitivo no TSE admite equacionar divergências programáticas com a legenda de Eduardo Campos

    Poucos dias depois de a ex-senadora Marina Silva se filiar ao PSB do govenador de Pernambuco, Eduardo Campos, a Rede, partido idealizado pela ex-verde e que teve o registro recusado pelo TSE, se mostra disposta a flexibilizar o discurso sobre polêmicas relacionadas à área ambiental para se ajustar às posições dos novos aliados.

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    Marina sempre defendeu uma posição antagônica à de nomes como o vice-presidente do PSB, Roberto Amaral, quando o assunto é energia nuclear. Mas, de acordo com o deputado Alfredo Sirkis (PSB-RJ), que coordenou a campanha da ex-senadora ao Planalto em 2010 e é um dos envolvidos na montagem do programa de governo do PSB para 2014, as divergências poderão ser “equacionadas” em nome da “governabilidade”.

    Do vice-presidente do PSB: ‘O adversário do Eduardo Campos em 2014 é o Aécio, não a Dilma’

    Alan Sampaio / iG BrasíliaMarina Silva, principal liderança da Rede

    Marina adotou um discurso duro em relação ao tema –  ela comandou o Ministério do Meio Ambiente no primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A ex-senadora já declarou, por exemplo, que o uso desse tipo de energia deixa um “castigo” para gerações futuras. Já Amaral é árduo defensor do uso da energia nuclear e, quando foi ministro da Ciência e Tecnologia, também no início do governo de Lula, defendeu que o Brasil deveria dominar a tecnologia para a construção da bomba atômica.

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    Sirkis empenha-se em minimizar a contradição entre os dois. “Eu diria que é um ponto delicado, mas não necessariamente antagônico”, avaliou. “Acho que dá para equacionar, até porque, a frente da aliança que nós precisaríamos para ter governabilidade vai muito além daquilo que os ambientalistas defendem. Basicamente, temos que buscar compromissos com os quais a gente possa conviver e os outros também”, ressaltou Sirkis.

    Poder Online: PSB sonha com apoio de PDT e Solidariedade

    Amaral, por sua vez, diz acreditar as diferenças não atrapalharão a campanha de Eduardo Campos e Marina para a Presidência da República em 2014 nem a vivência partidária. “O que fizemos foi uma coligação, de fato. Isso não impede que cada partido tenha sua forma de pensar. Não ocorreu uma fusão. Cada partido segue de acordo com sua própria identidade”, explicou Amaral, que não perdeu a oportunidade de defender sua posição. “Eu continuo defendendo meu ponto de vista a favor da energia nuclear e posso até tentar convencer Marina e os integrantes da Rede disso”, destacou.

    Sirkis afirma ainda haver, por parte de Eduardo Campos, uma posição “simpática” a uma maior utilização de fontes energéticas consideradas “limpas” do ponto de vista ambiental. Este, segundo ele, poderá ser um ponto de entendimento para a elaboração do programa de governo.

    Os integrantes da Rede – que funciona como um partido informal acoplado ao PSB desde que a Justiça Eleitoral negou o registro para que disputasse a eleição do ano que vem – acreditam, no entanto, que o abandono momentâneo do discurso ambientalista votado para a questão energética não produzirá grandes efeitos. “Em relação ao uso militar da energia nuclear, eu acho que esse problema já está resolvido na Constituição Federal, que prevê que nós não vamos construir armamento nuclear”, justificou Sirkis.

    Já em relação à construção de usinas nucleares, para Sirkis, a própria inviabilidade econômica será um fator de impedimento. “São custos comparativamente muito elevados em relação a outras formas de produção de energia, ao ponto do próprio governo, apesar do lobby que existe no Ministério de Minas e Energia, não ter avançado com a ideia de se construir usinas nucleares para além de Angra 3”, avaliou.

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  4. A coligação PSB/Marina Silva é ciscustancial e temporária.

    Creio que não,  principalmente em relação as disputas eleitorais de 2014, que já tem vários fatores definidos, como o favoritismo da Presidenta Dilma, onde é pouco provável a desagregação da base aliada do Governo da Presidenta Dilma, e  nem da oposição PSDB, o que limita significativamente o espaço político do PSB/Marina Silva para alianças.

    Para depois das eleições de 2014, também é pouco provável, já que Marina Silva deve tentar consolidar o novo partido, desfazendo a coligação, e com o partido legalizado dificilmente teremos uma coligação do PSB e Marina Silva em 2018.

    A coligação PSB/Marina Silva não é nenhuma estratégia pensada ao longo do tempo, e sim resultado de uma situação circunstancial, que foi a decisão do TSE.

     

  5. Novo com ex-DEM?

    Como classe média eu não me identifico nem com o discurso de marina nem muito menos com o de Campos.

    Desenvolvimento eco-sustentavel não é gente no campo, é emprego e educação para todos. Como Marina propõe fazer isso?

    E Campos, bem, sua aproximação com os empresários paulistas não é bem um cartão de visitas para quem diz ser o novo…

    Sem contar o PSB abrigar ex integrantes do DEM.

  6. Marina também é reacionária
    Marina também é reacionária no campo da economia, seu guru é o economista André Lara Resende, ligado ao PSDB, ele foi um dos formuladores do Plano Real. E defende políticas recessivas de austeridade fiscal e monetária.Marina deve achar que recessão deve fazer bem ao meio ambiente, tipo menos produção e consumo, menos poluição, e já perceberam como Marina nunca levanta questões de real interesse das pessoas, ou é uma alienada econômica e social, ou uma reacionária encubada :  LARA RESENDE PODE SER NOVO GURU ECONÔMICO DE CAMPOS Marina Silva irá aproximar, nesta quinta, o presidenciável Eduardo Campos dos empresários que apoiaram a Rede Sustentabilidade, como os donos da Natura e do Itaú; o grande astro do encontro, no entanto, será o economista André Lara Resende, que foi um dos formuladores do Plano Real e vem construindo um discurso econômico de oposição ao modelo que ele enxerga na era Lula e Dilma; Lara Resende condena a política de estímulos do BNDES, o excesso de gastos de custeio com a máquina pública e até mesmo o consumismo desenfreado, focado apenas no bem-estar material; lá atrás, ele fez a cabeça de Marina; agora, é a vez de Eduardo 10 DE OUTUBRO DE 2013 ÀS 08:53 247 – Tido como um dos economistas mais brilhantes de sua geração, André Lara Resende, filho do escritor Otto Lara Resende, está de volta. Nesta quinta, numa roda de empresários em São Paulo com a presença de Marina Silva e Eduardo Campos, além de apoiadores da Rede Sustentabilidade, como Guilherme Leal, da Natura, e Neca Setubal, do Itaú, ele será apresentado ao presidente do PSB. A intenção é transformá-lo numa espécie de referência econômica – ou, por que não dizer, guru – do programa presidencial do PSB. Lara Resende sempre trafegou com desenvoltura entre o mundo acadêmico e político. Em meados de 1992, quando o então presidente Fernando Collor se via ameaçado pelo impeachment, que aconteceu em setembro daquele ano, Lara Resende lhe procurou e ofereceu a ele uma proposta de dolarização da economia, semelhante ao Plano Cavallo, da Argentina. Dois anos depois, em 1994, com Fernando Henrique no Ministério da Fazenda, Lara Resende viu a oportunidade de implantar o plano Larida – que misturava seu nome com o de Persio Arida e deu origem à URV e ao Plano Real. Fora do governo, foi sócio de Luiz Carlos Mendonça de Barros, no Banco Matrix, que lucrou com a valorização do real, mas dizia não ter informação privilegiada – e sim “formação privilegiada”. Depois, quando Mendonção foi ministro das Comunicações, Lara Resende presidiu o BNDES, mas ambos caíram no escândalo dos grampos do banco oficial, em 1998. O economista fez fortuna e passou a administrar recursos seus e de terceiros – inclusive da bilionária Athina Onassis, casada com o brasileiro Doda Miranda, e que, como ele, também tem paixão por cavalos.  Realizado economicamente, Lara Resende vinha se mantendo distante da vida pública até se aproximar, no ano passado, de Marina Silva, a quem começou a aconselhar no início do processo de formação da Rede Sustentabilidade. Como o projeto não vingou, Marina, que se encantou por suas ideias, quer agora aproximá-lo de Campos. Um esboço dessa nova agenda econômica foi revelado em junho deste ano, quando Lara Resende publicou o ensaio “O mal-estar contemporâneo”, no jornal Valor Econômico. Ali estão as principais ideias que serão apresentadas nesta quinta ao presidenciável do PSB. Eis alguns trechos: Sobre a incapacidade do Estado brasileiro Apesar de extrair da sociedade mais de um terço da renda nacional, o Estado perdeu a capacidade de realizar seu projeto. Não o consegue entregar porque, apesar de arrecadar 36% da renda nacional, investe menos de 7% do que arrecada, ou seja, menos de 3% da renda nacional. Para onde vão os outros 93% dos quase 40% da renda que extrai da sociedade? Parte, para a rede de proteção e assistência social, que se expandiu muito além do mercado de trabalho organizado, mas, sobretudo, para sua própria operação. O Estado brasileiro tornou-se um sorvedouro de recursos, cujo principal objetivo é financiar a si mesmo. Os sinais dessa situação estão tão evidentes, que não é preciso conhecer e analisar os números. O Executivo, com 39 ministérios ausentes e inoperantes; o Legislativo, do qual só se tem más notícias e frustrações; o Judiciário pomposo e exasperadoramente lento. Crítica ao desenvolvimentismo O Estado foi também incapaz de perceber que seu projeto não corresponde mais ao que deseja a sociedade. O modelo desenvolvimentista do século passado tinha dois pilares. Primeiro, a convicção de que a industrialização era o único caminho para escapar do subdesenvolvimento. Países de economia primário-exportadora nunca poderiam almejar alcançar o estágio de desenvolvimento das economias industrializadas. Segundo, a convicção de que o capitalismo moderno exige a intervenção do Estado em três dimensões: para estabilizar as crises cíclicas das economias de mercado; para prover uma rede de proteção social; e, no caso dos países subdesenvolvidos, para liderar o processo de industrialização acelerada. As duas primeiras dimensões da ação do Estado são parte do consenso formado depois da crise dos anos 1930. A terceira decorre do sucesso do planejamento central soviético em transformar uma economia agrária, semifeudal, numa potência industrial em poucas décadas. A proteção tarifária do mercado interno, com o objetivo de proteger a indústria nascente e promover a substituição de importações, completava o cardápio com um toque de nacionalismo. Crítica ao modelo do PT Nos dois primeiros anos do governo Lula, a política econômica foi essencialmente pautada pela necessidade de acalmar os mercados financeiros, sempre conservadores, assustados com a perspectiva de uma virada radical à esquerda. A partir daí, o PT passou a pôr em prática o seu projeto. Um projeto muito diferente do que defendia enquanto oposição. O projeto do PT no governo, frustrando as expectativas dos que esperavam mudanças, muito mais do que o aparente continuísmo dos primeiros anos do governo Lula, revelou-se flagrantemente retrógrado. É essencialmente a volta do nacional-desenvolvimentismo, inspirado no período em este que foi mais bem-sucedido: durante regime militar. A crise internacional de 2008 serviu para que o governo abandonasse o temor de desagradar aos mercados financeiros e, sob pretexto de fazer política macroeconômica anticíclica, promovesse definitivamente a volta do nacional-desenvolvimentismo estatal. Crítica ao “loteamento do Estado” O PT acrescentou dois elementos novos em relação ao projeto nacional-desenvolvimentista do regime militar: a ampliação da rede de proteção social, com o Bolsa Família, e o loteamento do Estado. A ampliação da rede de proteção social se justifica, tanto como uma inciativa capaz de romper o impasse da pobreza absoluta, em que, apesar dos avanços da economia, grande parte da população brasileira se via aprisionada, quanto como forma de manter um mínimo de coerência com seu discurso histórico. Já a lógica por trás do loteamento do Estado é puramente pragmática. Ao contrário do regime militar, que não precisava de alianças difusas, o PT utilizou o loteamento do Estado, em todas suas instâncias, como moeda de troca para compor uma ampla base de sustentação. Sem nenhum pudor ideológico, juntou o sindicalismo de suas raízes com o fisiologismo do que já foi chamado de Centrão, atualmente representado principalmente pelo PMDB, no qual se encontra toda sorte de homens públicos, que, independentemente de suas origens, perderam suas convicções ao longo da estrada e hoje são essencialmente cínicos. Crítica aos “campeões nacionais” do BNDES Há ainda um terceiro elemento do projeto de poder do PT. Trata-se da eleição de uma parte do empresariado como aliada estratégica. Tais aliados têm acesso privilegiado ao crédito favorecido dos bancos públicos e, sobretudo, à boa vontade do governo, para crescerem, absorverem empresas em dificuldades, consolidarem suas posições oligopolísticas no mercado interno e se aventurarem internacionalmente como “campeões nacionais”. A combinação de um projeto anacrônico com o loteamento do Estado entre o sindicalismo e o fisiologismo político, ao contrário do pretendido, levou à sobrevalorização cambial e à desindustrialização. Só foi possível sustentar um crescimento econômico medíocre enquanto durou a alta dos preços dos produtos primários, puxados pela demanda da China. A ineficiência do Estado nas suas funções básicas – segurança, infraestrutura, saúde e educação – agravou-se significativamente. Ineficiência realçada pela redução da pobreza absoluta na população, que aumentou a demanda por serviços de qualidade. Exaustão do modelo consumista No mundo todo, a população parece já ter intuído a exaustão do modelo consumista do século XX, mas ainda não encontrou nas esferas da política tradicional a capacidade de participar da formulação das alternativas. Apegada a fórmulas feitas, a política continua pautada pelos temas e objetivos de um mundo que não corresponde mais à realidade de hoje. As grandes propostas totalizantes já não fazem sentido. O nacionalismo, a obsessão com o crescimento material, a ênfase no consumo supérfluo, os grandes embates ideológicos, temas que dominaram a política nos últimos dois séculos, perderam importância. Hoje, o que importa são questões concretas, relativas ao cotidiano, questões de eficiência administrativa para garantir a qualidade de vida. É significativo que os protestos no Brasil tenham começado com a reivindicação do passe livre nos transportes públicos urbanos. A questão da mobilidade nas grandes metrópoles é paradigmática da exaustão do modelo produtivista-consumista. A indústria automobilística foi o pilar da industrialização desenvolvimentista e o automóvel o símbolo supremo da aspiração consumista. O inferno do trânsito nas grandes cidades, que se agrava quanto mais bem-sucedido é o projeto desenvolvimentista, é a expressão máxima da completa inviabilidade de prosseguir sem uma revisão profunda de objetivos. Ao que parece, a sociedade intuiu a falência do projeto do século passado antes que o Estado e aqueles que deveriam representá-la – governo e oposição, Executivo, Legislativo e imprensa – tenham se dado conta de que hoje trabalham com objetivos anacrônicos.  A insatisfação difusa dos protestos pode vir a ser catalizadora de uma mudança profunda de rumo, que abra o caminho para um novo desenvolvimento, não mais baseado exclusivamente no crescimento do consumo material, mas na qualidade de vida. Para isso, é preciso que surjam lideranças capazes de exprimir, formular e executar o novo desenvolvimento. http://www.brasil247.com/pt/247/pernambuco247/117366/Lara-Resende-pode-ser-novo-guru-econ%C3%B4mico-de-Campos.htm 

    1. Concordar para discordar

      Muito do artigo do André, até as três dimensões do Estado Moderno, são parte do que venho discutindo e criticando aqui no blog já há anos. Coisas primárias, que qualquer cidadão que olhar para a realidade sem filtros ideológicos  percebe de primeira mão.

      A Dilma e o Lula perderam chances que talvez não se repitam mais para tirar o Brasil desta singrada mal fadada.

      Mas o André não fala do dinheiro e da moeda que proteja o povo e a nação, não tem volta, está comprometido com a banca até a medula.

      Não presta para nada.

  7. A revista Exame, da Editora

    A revista Exame, da Editora Abril, não fez rodeios. Dias depois do anúncio da aliança entre Eduardo Campos, do PSB, e Marina Silva, da Rede Sustentabilidade, dedicou sua capa ao pacto político, falando sobre “a nova oposição e a economia”. O que significa declarar que a própria Abril, da família Civita, tem a esperança de que Campos e Marina abracem suas teses mais liberais e, com elas, liderem um discurso antagônico ao do PT e da presidente Dilma Rousseff.

    Na reportagem, assinada pelos jornalistas Daniel Barros e Humberto Maia Júnior, Exame lista seis pontos da agenda, que, segundo a revista, deveria ser encampada pelo governador pernambucano e pela ex-senadora. Eles seriam:

    1) A independência formal do Banco Central, garantida por lei. O que daria aos diretores do BC mais autonomia para definir as taxas de juros.

    2) Mais privatizações. O governo, em vez de definir a taxa de retorno das concessões, deveria se preocupar apenas em garantir competição aos leilões, segundo Exame.

    3) Salários maiores para os professores e mais escolas em tempo integral.

    4) Meritocracia no serviço público, com servidores remunerados e premiados ao atingir metas.

    5) Licenças ambientais menos burocráticas – o que, segundo Exame, será um problema na relação entre Campos e Marina.

    6) Mais abertura comercial, com acordos fora do Mercosul.

    http://www.brasil247.com/pt/247/economia/117484/Abril-abra%C3%A7a-alian%C3%A7a-entre-Eduardo-Campos-e-Marina.htm

  8. As primeiras reações do eleitorado.

    Até o momento podemos afirmar que o tiro saiu pela culatra.

    No cenário mais provável, a Presidenta Dilma tem 42% das intenções de voto; Aécio Neves tem  21%;  Eduardo Campos, 15%. Votos em branco, nulo ou nenhum somam 16%. Outros 7% não sabem em quem votar, segundo Datafolha.

    Pelo menos até agora, a “jogada de mestre” não passou de desejo dos analistas da maior parte da mídia e dos membros dos partidos da oposição, e está revelando que o PSB e Marina Silva marcaram sim, é um gol contra, já que no cenário mais provável a coligação PSB/Marina Silva.  nem em segundo lugar vai ficar.
    Tudo indica que a melhor “jogada”, teria sido filiar Marina Silva em outro partido para que fosse possível aumentar o número de candidatos da oposição.

    Na pequisa anterior de intenção de voto para presidente em 2014, realizada pelo mesmo Datafolha em 07 a 09/08/2013, a soma do percentual de intenções de votos de Marina e Eduardo campos era de 31%, em um cenário com a Presidenta Dilma e Aécio Neves da oposição PSDB, agora os dois juntos tem 15% no caso de Eduardo Campos como candidato, e de 29% no cenário improvável com Marina Silva como candidata.

    No momento a “grande jogada” do PSB/Marina Silva, viabiliza a vitória da Presidenta Dilma no primeiro turno, e mantém o PSDB como principal partido de oposição.
     

    anexos:

    Com Campos e Aécio, Dilma vence eleição no primeiro turno

    Dilma ganha em todas as simulações de 2º turno

    Folha online/Poder—-URL:

    http://www1.folha.uol.com.br/poder/2013/10/1355617-com-campos-e-aecio-dilma-vence-eleicao-no-primeiro-turno.shtml

    http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/133481-dilma-ganha-em-todas-as-simulacoes-de-2-turno.shtml

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