Classes dominantes e carreiras no Estado, por Roseli Coelho

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Reportagens em  jornais de circulação nacionalnos lembram  um fato que todos nós,brasileiros, sabemos:  um emprego nos escalões superiores do aparato estatal é sempre considerado uma bênção, independentemente do nível de renda dos pretendentes.Matérias da imprensa tradicional  descrevem os movimentos de ajuda às carreiras de duas advogadas do Rio de Janeiro,  filhas de ministros do Supremo Tribunal Federal. Há relatos de telefonemas, declarações e visitas com o objetivo de divulgar as aptidões profissionais das jovens advogadas. Segundo as opiniões de envolvidos na operação de “up-grade”, não há nada de ilegal ou ilegítimo nos seus procedimentos. Mas o leitor conclui rapidamente que,  para aquelas advogadas,  o projeto de conquistar cargos que pagam em torno de 25.000 reais de salário mensal será mais facilmente realizável. Ambas pertencem a famílias que podem ser definidas como integrantes da “classe dominante”, tanto em termos de renda quanto de prestígio social.

A posse dos meios de produção é o que define a condição de burguês, mas o acesso aos cargos mais bem remunerados da burocracia estatal é um importante instrumento de apropriação de fatias da riqueza social. Fatores decisivos da ligação  entre Estado e classes dominantes foram tratados por Marx no artigo O Dezoito Brumário de Luis Bonaparte. Marx demonstra como tudo aquilo que diz respeito ao Estado interessa diretamente à burguesia, destacando um  aspecto dessa relação que é frequentemente ignorado por estudiosos da sociedade capitalista:

É precisamente com a manutenção dessa dispendiosa máquina estatal em suas numerosas ramificações que os interesses materiais da burguesia francesa estão entrelaçados de maneira mais íntima. Aqui encontra postos para sua populaçãoexcedente e compensa sob forma de vencimentos o que não pode embolsar sob a forma e lucros, juros, rendas e honorários”.

No Brasil, como em outros países capitalistas, os postos no topo da burocracia estatal permancem quase como uma reserva para essa “população excedente” da burguesia.  São cargos privilegiados no sentido estrito do termo, ou seja, comparativamente à maioria esmagadora das ocupações do mercado formal de trabalho, são superiores em termos de salários, estabilidade, oportunidades de ascensão, aposentadorias equivalentes aos salários da ativa, auxílio-moradia, auxílio-mudança, auxílio-alimentação, licenças remuneradas, semestres sabáticos, férias mais longas do que asdos trabalhores CLT, e, em muitos casos, carro oficial e respectivo  motorista, além de outros benefícios menos conhecidos como financiamentos de cursos de pós-graduação e de idiomas, os quais podem ser cursados durante o período de trabalho sem desconto nos salários. Claro está que nem é preciso estabelecer comparação com o mercado informal de trabalho, no qual estão metade dos trabalhadores brasileiros, uma enorme massa de destituídos de direitos trabalhistas básicos como descanso semanal remunerado, férias, décimo-terceiro salário, entre outros.

Evidentemente, o acesso aos cargos públicos mais prestigiados não é exclusivo da “população excedente” da burguesia, mas a perpetuação de segmentos do mesmo estrato social nas altas esferas do aparato estatal é garantida, entre outros fatores,  pela qualidade da educação recebida pelos filhos desse grupo desde a infância, passando pelo ensino médio, o que facilita o acesso às melhores universidades. Tudo isso marcado por condições familiares propícias à aquisição de conhecimento, as quais podem incluir sólida escolaridade dos pais, existência de bibliotecas em casa, renda familiar garantida e paz doméstica para se dedicar aos estudos, professores particulares,  viagens ao exterior, entre outros meios  de consolidação da formação profissional. Estas são condições que estão além da capacidade de famílias da classe trabalhadora propriamente dita.

Entretanto, seria ingenuidade supor que é apenas a qualidade superior da formação profissional que garante sucesso aos  integrantes dos segmentos sociais que tipicamente formam a “burguesia estatal”, na feliz expressão de Claus Offe. Ou, pior ainda, supor que tudo se resume a uma questão de mérito intelectual. Conforme se pode constatar pelas notícias a respeito da indicação da filha de um ministro do STF para uma vaga no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, mais importante é ainserção em redes sociais de prestigiados representantes do Estado e do mercado.

Ainda estão para serem realizados estudos relacionando a reprodução da desigualdade social e os crivos de acesso às carreiras de Estado. É de conhecimento público que o sistema brasileiro de  educação comporta inúmeras melhorias, todas perfeitamente exequíveis, dependendo apenas de investimentos e de boa vontade. Eliminada, hipoteticamente, a precariedade do sistema de educação que serve às famílias de trabalhadores, poderíamos, quem sabe, iniciar campanhas pela diminuição deinfluênciasque mantém os postos mais prestigiados da burocracia estatal como “reserva de mercado” para a classe dominante brasileira e seus agregados.

*Profa. Dra. Roseli Aparecida Martins Coelho é cientista política e docente da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP).

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

22 Comentários

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  1. “Eliminada, hipoteticamente,

    “Eliminada, hipoteticamente, a precariedade do sistema de educação que serve às famílias de trabalhadores, poderíamos, quem sabe, iniciar campanhas pela diminuição deinfluênciasque mantém os postos mais prestigiados da burocracia estatal como “reserva de mercado” para a classe dominante brasileira e seus agregados.”

    Daí vem as urticárias que a classe média sente quando se fala em ações afirmativas. Melhoria na escola básica pública? Muito difíceis de realizar. Mas não é uma impossibilidade. Muita coisa que existe hoje já foi utopia há meros vinte anos… 

  2. Que coisa! Até onde eu sei, a

    Que coisa! Até onde eu sei, a entrada numa carreira típica de estado, especificamente, e no serviço público de uma maneira geral, se dá por intermédio de concursos públicos altamente concorridos, onde boa parte dos que concorrem e passam são oriundos de uma classe média-média, onde não se herda grande coisa em termos patrimoniais. A herança que recebem é de nivel intelctual, consubstanciada em um nível educaional elevado. Assim, esses filhos, justamente por serem conscientes de não serem herdeiros de bens materiais relevantes, honram o esforço de seus pais, sentam a bunda numa cadeira e estudam, estudam e estudam. Portanto, ao conseguirem passar num desses concursos, todo o mérito é deles, que – se tiveram a sorte de cursar escolas que lhes deram formação adequada, vieram de lares estáveis que lhes proporcionaram um ambiente propício à introspecção e ao foco necessário a uma atividade intelectual, também abriram mão de uma série de prazeres, para poderem atingir um determinado objetivo. Gostaria de saber como a cientista política autora da linhas traçadas acima faria diferente. Seria por intermédio de uma reserva de cotas para uma determinada faixa de renda, independentemente da capacidade intelectual do cotista?

    1. Oi adolpho

      Nã na ni na não

      Rindo

      aqui do texto::

      Com oportunidade e educacao, retirando a marca do nome e influencias, o famoso QI ( quem indica)!

      “Eliminada, hipoteticamente, a precariedade do sistema de educação que serve às famílias de trabalhadores, poderíamos, quem sabe, iniciar campanhas pela diminuição deinfluênciasque mantém os postos mais prestigiados da burocracia estatal como “reserva de mercado” para a classe dominante brasileira e seus agregados.”

       

      1. O texto está falando do

        O texto está falando do serviço publico como um todo ou de particularidades do judiciário? Porque, na boa, não vejo como com apenas um QI alguém ser fiscal da Receita, delegado da PF, analista do BC… Vc vê isso?

        1. no geral

          Respondeu-te ai acima.

          Mais vamos assim complementar.

          . Concurso público e não concursados são existente no serviço público. Com uma diferença que os nãos concursados normalmente comissionado, acessória, indicação e outros são da maior ponta salarial nos três poderes. Pode ser desdobrado ate ser nomeado sem concurso também. Os famosos trens da alegria.

          .-. Para não ferir aos apropriados é necessário que possamos em exemplificar aqueles professores visitantes que passam a ser titulares e pesquisadores. As ciências e diferentes campos tecnológicos e sociais necessitam que é bom para o Brasil, e o mundo todo faz isso, são especialistas e cientistas, alguns nem se comunica bem, mais sabem ou tem notório saber. Um Bom maestro de musica, músicos, também é um exemplo. Um programa nuclear, aeroespacial e aviação são exemplos no mundo, mais temos mais.

          ..  Os concursados entram por uma “porteira”, é larga a passagem de entrada, consistir em varias pessoas que passa e são nomeadas e a este grupo que falei. Na carreira profissional e nas promoções, as posições de cargos na singularidade se abona por (QI) quem indica, seus relacionamentos, nomes familiar, para ocupar as vagas e salários maiores.

          Há em qualquer lugar dos três poderes. Alguns são da época colonial, como nas assembleias e no judiciário. Que foi dada importância na defesa de interesses da classe dominante contra o direito e liberdade da maioria. Do texto do Mogisenio  acima que destaco uma parte (2) interessante:

          “É cediço que o Brasil NASCEU patrimonialista com o declínio de suas hereditárias companhias e mais ainda, com o declínio de suas Casas Grandes!”

          “Aliás, não há necessidade de dominar o administrado com outras técnicas além daquelas oriundas do seio familiar patriarcal brasileiro!”

        2. Ai não interessa

          São vagas ganhas em suados concursos e que depois dão muito trabalho e pouca influência política.

          Judiciário e Itamaraty devem ser as mais procuradas por famílias mais ambiciosas.

          Sobrinhos ou parentes mais distantes são introduzidos em outros lugares públicos, mediante caminhos alternativos, por exemplo, como telefonista,  e depois, pode chegar a ser gerente de alguma coisa.

    2. Um pouco mais de atenção, por

      Um pouco mais de atenção, por favor. Os cargos em questão (de desembargadoras) são vagas oriundas do quinto constitucional, que destina vagas para OAB e Ministério Público. Os advogados não fazem concurso para virarem juízes, apenas são indicados pela Ordem e escolhidos pelo chefe do Executivo.

      Além desses casos, você esquece que o serviço público está cheio de cargos comissionados de livre nomeação? E que estes cargos costumam ser os mais bem pagos?

      Assim, a autora não precisa sugerir cotas porque elas já existem para essas pessoas bem relacionadas.

      1. Esses cargos de livre

        Esses cargos de livre nomeação estão longe de representar um % significativo dentro da estrutura do Estado. Assim como essa questão do quinto constitucional também é irrisória em termos quantitativos. O serviço público é muuuuito maior do que tudo isso e para chegar nele, há que se estudar e muito. Pura meritocracia. Vinda da classe média-média. Agora, retirar os cargos em comissão é facílimo e isso qualquer político de cargos executivos pode fazer. Basta nomear pessoas os quadros técnicos…

  3. Isso é caracteristica de

    Isso é caracteristica de república de bananas como a nossa.

    Confesso que em relação ao judiciário brasileiro eu tenho complexo de vira lata, ou seja, os lá de fora são sempre muito melhores.

    Confesso que sou um vira lata pulguento.

  4. Boa tarde a todos(as)
    O texto

    Boa tarde a todos(as)

    O texto nos traz um tema importante  e, porque não dizer,  um tema  histórico do brasil.

    Constantemente, costumo provocar os economistas dizendo que a ciência econômica  não passa de um aglomerado de interesses traduzidos em gráficos e equações de segundo escalão,  ou melhor, de segundo e terceira classe. Pensando bem, são equações para a PRIMEIRA CLASSE.  De um lado a turma da casa grande dententora dos meios de produção, aí incluido ser humano do eito, e de outro, os homens “livres” vendendo o que tem, isto é, a força( às vezes com doença) de trabalho.

    É claro que há muita brincadeira ai de minha parte. Mas, há também muito de razoável nessas minhas críticas.

    Bom, mas o assunto aqui é aparentemente outro,certo? Errado. Vejamos

    Creio que a professora Dra. deve saber disso, e partindo-se dessa condição, não se sabe o porquê de não ter abordado o assunto de maneira adequada, razoável, com ou sem materialismo histórico.

    É cediço que o brasil NASCEU patrimonialista com o declinío de suas hereditárias companhias e mais ainda, com o declínio de suas Casas Grandes!  Alguém duvida ou discorda disso? Por gentileza, queira negar essa minha premissa.

    Se não houver um negativa razoável dessa premissa, podemos avançar para a outra.

    O Brasil se desenvolveu ( ou cresceu) com a ajuda total do  ESTADO. ( aqui já derruba qualquer tese mirabolante e , por isso mesmo fajuta  de  economistas sonolentos que ainda insistem em traduzir o brasil com seus gráficos  ceteris paribus).

    Aliás, podemos ampliar tal premissa para o capitalismo mundial e seu mercantilismo,  conquanto, há correntes de pensamento  que ainda estão congeladas nos tempos pré industriais revolucionários. E não tem muito jeito de debater com essa turma haja vista a sua característica atemporal e natural, portanto,  invariável ou apenas variável se a natureza variar. Curioso que o próprio homem( ser humano) também faz parte da natureza é, evidentemente, varia em muitos aspectos. Mas isso é outra história.

    Veja então que o assunto está diretamente ligado à economia brasileira.

    Nos primeiros 2 séculos de existência do que se entende com “brasileiro” o que houve foi uma total e completa ausência de um sistema regular de administração. Pode-se dizer que ai sim, estávamos num ambiente de TOTAL liberdade de ação! Seria a liberdade de ação que corresponde aos gráficos FAJUTOS de econonistas copiadores de Say.

    Leroy Beaulieu.

    Não devemos nunca jamais nos esquecermos que nossa emotividade lusa está atrelada à fomação da família brasileira e por isso mesmo, NÃO SUPORTA leis heterônomas, burocráticas, impessoais. Em suma, deseja mesmo é se ver livre do pensamento de Weber. Aliás, não há necessidade de dominar o administrado com outras técnicas além daquelas oriundos do seio familiar patriarcal brasileiro!

     

    Voltemos.

     

    Em que pese o conhecimento da Dra. , com a devida venia, ela comete inúmeros equívocos com a sua fala simples e desatenta.

    Primeiro , esses “cargos” não pagam SALÁRIO de 25000 pratas. Ora, salário, mutatis mutantis,  é coisa pra servo, escravo e seu atual representante de classe, o desinfeliz empregado. Alguns desorientados vão dizer que não existia salário lá no feudalismo e na escravidão. Ora, existia sim o sal.  “in natura” para, ao menos,  manterem-se vivos, sem, evidentemente, proporcionar  qualquer dignidade do pós primeira grande  guerra. ( estamos resumindo muito aqui)

    Portanto, não há falar em salário de 25000. Salário é para IDIOTAS que trabalham e que geram LUCRO de um lado, e TRIBUTO do outro. Isso daí é subsídio! E dos bons!

    Eis uma parte da  lei meritocrática do mercado!

     

    O empregado, principal gerador de lucro e pagador de tributos, ao gerar lucro , paga e proporciona a vida ( com dignidade, e bota dignidade nisso) aos próprietários dos bens de produção.

    O mesmo empregado, ao gerar tributos, paga e proporciona a vida ( com dignidade, e bota dignidade nisso ainda que um pouco menor da classe de cima) para a turma da aristocrácia.  Sabe como é né: Um ruy barbosa da vida, um nabuco, um euclides, um machado um monteiro e vários outros. Mesmo lá atrás e fora do brasil, com o estagira, considerando-se as condições da época.

    Quando a tese sai do papel via GOLPE de estado fajuto, do sonolento deodoro e passa para a mão pesada de floriano, os “pensadores” , copistas mor do iluminismo vão se deparar com a “realidade” brasileira de analfabetos imbecis improdutivos!

     

    Mais uma digressão: Não fica de fora nem o pai Adam smith , ao morrer como agente da alfândega. Curioso! Não deveria morrer como grande “player” do  mercado?

    Voltando.

     

    Portanto, é preciso compreender que estamos num país patrimonialista desde sempre! Mérito? Ah… conta outra!

    E a escola também fica longe dessa falácia. Não há falar em escola para um ser humano que não se alimenta ou que vive no esgoto. Vai pra escola, decora um tanto de fórmulas alienígenas e volta para casa, COM FOME, à beira do rio poluído…

     

    Para acabar e enterrar esse papo furado de meritocracia e leis de mercado aqui no brasil, vamos apenas citar os trabalhos do Caio prado, do Sergio buarque, do Gilberto freyre,Oliverida viana( os clássicos nacionais) além de florestan fernandes, Darcy ribeiro, Celso furtado, Levi strauss, e dezenas de outros pensadores franceses e americanos que frequentaram o brasil na época  em que , aparententemente, acreditava-se que  este país deixaria  de tomar apenas café com leite, sem açucar!

    Ledo engano!

     

    Pra finalizar. Não há mais necessidade de elaborar ESTUDOS sobre a desigualdade no Brasil. Chega de estudos!

    Aliás, a CR/88 já está ai tratando desses problemas  de forma claríssima! Clareza solar!  

    É preciso AÇÃO e APLICAÇÃO das dezenas, centenas, ou milhares de teses sobre o tema.

    Nesse sentido, ainda que com inúmeros problemas e erros,(inclusive com manutenção do patrimonialismo) nos útlimos anos temos observado pelo menos a redução da fome para os habitantes dessa terra. Já é muita coisa se consideramos nosso imaterialismo histórico!

    E esses episódios decritos acima não passam de aperitivos para a estrutra social brasileira. 

     

     

     

     

     

  5. E se ainda não bastasse…

    Essas carreiras do Estado para as classes dominantes- notadamente para os juízes –  impõem que o “carreirista” JAMAIS perca seus proventos mensais: é assim mesmo, ou estarei enganado?

    Vejamos: um juiz esfola a mãe, é afastado do serviço, continua recebendo sua grana. um juiz vende sentenças, é afastado, mas continua a receber aquilo mesmo que ganhava mês passado; um juiz atira num vigilante de um supermercado depois do final de expediente querendo entrar na marra, mas continua a ter o dinheiro de seu (ex) ofício caindo no contracheque. Pensa aí nalguma coisa absurda, inacreditável, repelente: se o juiz praticar tal ato, o removem, deixa de ser juiz, mas continua a receber.

    Propositalmente repeti e repeti essa coisa do receber e receber os tais proventos mensais, porque é assim mesmo que acontece com os magistrados.

    Penso que deveria haver um – pelo menos, um – ato ilícito que levasse a corporação a cortar o salário da excelência infratora, mas, até onde sei, este ato não existe.

    Pois é, e além disto ainda conseguem alçar aos postos lá do alto, sem concurso de provas e títulos, seus herdeiros.

    Reinado é isso aí.

  6. QI

    No Brasil ou brasil como quer o Mogisenio tudo depende do QI.

    Agora, que todo privilégio é odioso não depende de nada, só da cara de pau do que se acha melhor que o outro.

    1. Magos

      São os que criam coisas  do nada. Não confundir com banqueiros que emitem sem lastro.

      Evolving from an ancient Greek word mago meaning great, the Persian title magoi, describes mystical teachers, wise men or astrologers. In early Latin Bibles the word magi, imbues three wise men with royal status and gives rise to the term magician. In Tarot, The Magician surges forth as an initiator that bears a one. His appearance introduces the dynamic power of your will. An ability to materialize objects from thin air suggests he holds either Divine power or the wand of a charlatan. Like Biblical magi, The Magician follows higher powers, which direct his force outwardly as theory, practice and results. Like the term magician, early forms of the card reflect confusing evolution, depicting him as only an entertainer, until Eliphas Levi noticed that this archaic juggler hid an infinity-like shape within folds of his floppy hat. Further affecting modern imagery, Levi describes arm positions as he confers voice to The Magician: “Above, immensity: Below, immensity still! Immensity equals immensity” Epitomizing Yang, The Magician speaks with confidence and overt mental skill.

      +++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++

      It’s also worth remembering that “the Magi” were not a vague subgroup in the Ancient world. It refers specifically to adepts of the Zoroastrian tradition, which predates Christianity by millenia and is the ancestor of modern Farsi culture. Zoroastrianism was the state religion of Persia until the late Achemenid dynasty and Persia was one of the superpowers of the ancient world; not for nothing were they able fight the Greeks for so long… They had the resources and the know-how. Largely forgotten by nonacademics, Zoroastrianism had ENORMOUS impact on the preSocratic philosophers (and thence Plato, Aristotle, and Western culture) and on the various mystery religions of the Mediterranean basin. 

      Zoroastrianism is much more complicated than fire worship or dualism. In fact, while Zoroastrianism is often pointed to as the source of the relatively late theological dualism in the Bible (i.e. God/Devil deriving from the battle between Ahura Mazda and Aingra Mainyu) acquired during the Babylonian exile, in fact Zoroastrianism is essentialy animistic, investing the cosmos with divine meaning and everyday actions with divine impact. In Zoroastrianism, the battle between good and bad is being won by the black hats, and it is the duty of mortals to help Ahura Mazda (aka Ormuzd) fight the battle. A God who needs human assistance?! This strange contradiction is at the root of many theological vagueries in Christianity and created many irreconcilable ideological positions that anchored and practically insured the Church’s loathing of magical/esoteric activity. In a way, the Magi are there at the birth, but in a way also carry the seed of its dissolution. So too, the first “Magician” could be Zoroaster himself… but that’s a whole other post. 

      This all gets even weirder because the date coopted to represent the Birth of Jesus/Yeshua during the development of Christianity (post-Paul), the day given as “Christmas,” was lifted directly from the MORE popular esoteric religion of the time: Mithraism. For a big chunk of later Roman history, Mithraism looked like it was going to be the winner in the mystery religion popularity contest. And Mithra is a Zoroastrian solar demideity/archangel governing laws and contracts (i.e. the all-seeing eye of the Sun that witnesses all actions). Further, Mithra’s virgin birth takes place at the winter solstice in a cave, where he is attended by various quadrupeds. Tons of syncretism between these mystery cults (Yeshua/Jesus & Mithra).

      Also, there’s a fantastic book called Jesus the Magician written by Mort Smith,one of my professors at Columbia which examines the New Testament in light of the contemporaneous magicians and wonderworkers of the Holy Land. A terrific if slightly overreaching examination of how the population would have understood any miracles that might have been performed. Tons and tons of information that colors outside the Christian lines on this one. 

      Yipes… I need to check some references before I blather further though; I’m doing this from memory, but if anyone’s intrerested I’ll dig out my seminar notes from University.

      +++++++++++++++++++++++++++++

       

       

    2. Como um louco entra no Céu – A Casa de Deus

      La Maison Dieu

      or, how a fool gets into heaven.

      I found a giant urn inside a cavern
      which from the smell, came from a tavern.
      Inscribed in ink, which stunk like wine,
      I saw this stupefying line:

      “Neither heaven nor hell may give
      a place to fools so here I live.”

      Confused by this mysterious talk
      I levered off its monstrous cork
      and was amazed to see inside
      a bearded man with scrawny hide
      playing as one performing tricks
      with acorns, shells and little sticks.

      “Why pester me?” The strange man cried.

      “But who are you? “ I, shocked, replied.

      “I am as I was, but not as I could be,
      if you, dear Sir, would care to judge me.
      The grace of heaven won’t house buffoons,
      not even hell will take us loons;
      unless that is you’d intercede
      with one of them to take your heed.”

      “Which of the two, would you desire?”

      “If I said hell, I’d be a liar!”

      Though not a holy man at all
      I spoke such psalms I could recall
      and prayed for him Requiem eternal
      that he be spared the pains infernal,
      until at last his soul, released,
      ascended to eternal peace.

      That’s how I came to learn my lesson
      no poor fool can get to heaven
      without another’s intercession.

  7. vivo, enre esudando e

    vivo, enre esudando e docência, mas de 30 anos dentro de universidade pública. Em curso tipo nobre, como engenharia, por baixo, cerca de 40% nunca ingressaram para aprender nada. Nunca vão passar fome se não tirar, mas tudo que precisam é o diploma, pois tudo o mais pai e mamãe já provicenciou. Por isso, fazem de tudo para que o curos sejam o mais requenquela possível, se deixarem vai ter forró todo dia, emfim o curso ficará uma tremenad porc****. Não é por acaso que cotista parte nesses de 10 X 0

  8. alémm das explicções

    alémm das explicções marxistas que comprovam trambém que os burgueses fazem as leis para podrem melhor expropriar a maioria é preciso lembrar também do raymundo faoro, q2uwe fala do ancestral  patrimonialismo que impregna a história brasileira e a hipocrisia burguesa destacada pelo mestre machado de assis muito bem analisada pelo crítica roberto schwartzm na qual swe enquadrea perfeitamente os tucanos de alta plumagem. Machado ironiza a elite que vive papagueando as teorias libertárias mas sempre punia seus escravosmchicoteando-os etc e tal.

    axé, pelô pra eles!

    é o que fazem os tucanos hije em dia – falamm em democracia, em toda culturea ocidental, alinhamento automático com os eua etc e tal, todas as filosofias neoliberaism nas na hora de lidar com o público interno – o povo – criminalizam todo mundo,m desde os sindicatos aos movimentos sociais.

    é esse atraso histórico que atinge o judicíário – acrescente-se, obvioamente, o tal do estamento tb descrito por faoro em os donos do poder.

     

  9. Já foi pior. Muito pior. Hoje

    Já foi pior. Muito pior. Hoje tem concurso para tudo. E quem quiser pode furar o bloqueio – o meu caso por exemplo – pois encontra-se biblioteca pública, horario flexivel de trabalho e muita madrugada para estudar, etc. etc. Mas não é facil. Tem que ralar e pastar muito para chegar lá.

  10. Não será sem espernear muito

    Não será sem espernear muito que estes elementos de suporte estrutural dos governos com democracias frágeis, deixarão de continuar a manipular a opinião pública, induzindo-a a enxergar APENAS o 8 e o 80, PT e o PSDB, o comunismo e o capitalismo selvagem, o amigo e o inimigo… O CIDADÃO ESTÁ APRENDENDO QUE EXISTE MUITA VIDA ENTRE OS EXTREMOS e isso eles não contavam! Estes por exemplo, são os oportunistas que sempre ficam um passo abaixo do topo das atenções e retorcem as estruturas governamentais para manterem os privilégios.

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