O papel de cada núcleo da Lava Jato para mirar em Lula

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – O histórico dos despachos protocolados na Justiça Federal do Paraná, desde o final de fevereiro até um dia antes da condução coercitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, revela qual é o peso e o papel de cada um dos núcleos – procuradores do Ministério Público Federal, delegados da Polícia Federal e o juiz Sergio Moro – na investigação que busca afetar a imagem de Lula como figura política.  
 
O pedido original da equipe de procuradores da Lava Jato com mira no ex-presidente ocorreu no dia 20 de fevereiro e incluía solicitações de busca e apreensão, conduções coercitivas e prisões temporárias. Até então, Lula era alvo apenas de buscas em sua residência.
 
 
Em primeira decisão, do dia 24 de fevereiro, Sérgio Moro autorizou os mandados de busca e apreensão em diversos endereços. 
 
“Os mandados terão por objeto a coleta de provas relativa à prática pelos investigados dos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, evasão fraudulenta de divisas e de falsidade, além dos crimes antecedentes à lavagem de dinheiro”, disse o juiz. “As diligências deverão ser efetuadas simultaneamente e se necessário com o auxílio de autoridades policiais de outros Estados, peritos ou ainda de outros agentes públicos, incluindo agentes da Receita Federal”, especificou.
 
No mesmo despacho, o MPF tinha solicitado a prisão temporária de Paulo Tarciso Okamoto, José de Filippi Júnior e Paulo Roberto Valente Gordilho. Em relação a esse pedido, Moro negou: “apesar do requerimento do MPF, entendo que mais apropriado nessa fase o aprofundamento da colheita dos elementos probatórios, sem a imposição da prisão temporária. Não obstante, entendo que se justifica a condução coercitiva dos indicados para que prestem esclarecimentos nas mesmas datas das apreensões”.
 
Com a negativa, o juiz ordenou que os investigados teriam que prestar depoimentos no momento imediato à realização das buscas e apreensões. Tal despacho envolvendo os três citados daria sustentação para a decisão de Moro aceitar, posteriormente, que Lula também sofresse a coerção – se o direito de ampla defesa não é garantido a eles, também não poderia ser no caso do ex-presidente. 
 
O mesmo grupo de procuradores solicitou ao juiz “autorização para a condução coercitiva” de outros investigados “para a tomada de seu depoimento”. Para justificar que a ação já adotada desde o início da Lava Jato seguiria o que o juiz federal acredita como “legal”, justificou que o instrumento “não implica cerceamento real da liberdade de locomoção, visto que dirigida apenas a tomada de depoimento” e acrescentou que “mesmo com a condução coercitiva, mantém­-se o direito ao silêncio dos investigados”.
 
Mas naquele momento, não se registrava a intenção de usar a coercitiva com o ex-presidente.
 
 
O pedido era direcionado ao caseiro do sítio de Atibaia, Elcio Pereira Vieira, vulgo Maradona, a Luiz Antônio Pazine e Paulo Marcelino Melo Coelho, pessoas autorizadas por Paulo Tarciso Okamoto, a retirar da Granero os bens do ex-Presidente, e João Henrique Worn, taxista de confiança de José de Filippi Júnior, e encarregado por este de supostamente receber valores em espécie na UTC.
 
Como os procuradores tinham pedido a prisão temporária e Moro negou de Paulo Tarciso Okamoto, José de Filippi Júnior e Paulo Roberto Valente Gordilho, o juiz autorizou a opção de coercitiva também aos três. E lembrou: “consigne-­se no mandado que não deve ser utilizada algema, salvo se, na ocasião, evidenciado risco concreto e imediato à autoridade policial”.
 
No final daquela decisão, Moro demonstrou maior cautela do que já manteve em despachos relativos a outros processos da Lava Jato. Disse que os mandados autorizados por ele não significavam responsabilização do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, uma vez que, até o momento só haveria “cognição sumária”, que no direito processual significa probabilidades que não podem gerar a “certeza” da existência do fato.
 
“Dado o caráter das medidas, algum aprofundamento na valoração e descrição das provas é inevitável, mas a cognição é prima facie e não representa juízo definitivo sobre os fatos, as provas e as questões de direito envolvidas, algo só viável após o fim das investigações e especialmente após o contraditório”, enfatizou o juiz, com uma rara demonstração de cautela.
 
Dois dias depois, os procuradores enviam a Moro novas informações, corrigindo endereços dos pedidos de busca e apreensão. O juiz acata.
 
 
Mais três dias se passaram, e novas retificações de endereços sobre os mandados foram autorizadas por Moro no dia 29 de fevereiro, uma segunda-feira, às 10:20 da manhã. Até então, o tempo entre os requerimentos da PF ou do MPF e respostas de Moro ocorreram com agilidade.
 
 
Mas naquela segunda, três horas depois do primeiro despacho, por algum motivo, o juiz Sergio Moro recupera um pedido de Deltan Martinazzo Dallagnol, até então não respondido.
 
A solicitação do procurador e de sua equipe do MPF na Lava Jato ocorreu no dia 22 de fevereiro, antes mesmo da primeira decisão do juiz Moro sobre as buscas e apreensões. Era o pedido de coerção ao ex-presidente Lula e dona Marisa. E era um acréscimo da solicitação original de buscas e apreensões do MPF, entregues no dia 20 de fevereiro.
 
 
Conforme havia adiantado o GGN, Moro seguiu a cautela de autorizar a coerção, “caso o ex-Presidente, convidado a acompanhar a autoridade policial para depoimento, recuse­-se a fazê­-lo”. A adição do trecho era uma garantia de Moro para que a reação momentânea de Lula em sua defesa, consciente das suposições de que seria preso pela Lava Jato nos dias seguintes, provocasse nos delegados da PF a liberdade para a coerção. 
 
Os agentes da PF precisariam, apenas, serem avisados da estratégia. A declaração do delegado Luciano Flores de Lima, de que Lula afirmou que “não sairia daquele local, a menos que fosse algemado” prova que a ordem foi seguida. Em seu relato, o policial admite que apressou o ex-presidente, antes de ele anunciar que não sairia da residência. A sustentação jurídica estava posta.
 
Após aquele despacho de Moro, a orquestração da Lava Jato seguiu. É possível verificar que, nos pedidos seguintes, quem entra em cena é a Polícia Federal, e saem das solicitações os procuradores. A atuação dos delegados comprova que, a partir daquele momento, eles foram integrados nas estratégias da nova fase. 
 
No dia seguinte, dia 1o de março, os agentes pediram a Moro que incluísse nos mandados a sede da Odebrecht, em São Paulo, onde estariam computadores da empresa que poderiam armazenar provas. Os delegados solicitaram, também, a condução coercitiva do Chefe do Setor de Tecnologia da Odebrecht, Alessandro Tomazela, para auxiliar os investigadores a extrair os dados do computador.
 
 
Nessa coerção, Moro atenta que o mandado “só deverá ser cumprido se houver recusa ou demora voluntária do referido empregado no auxílio da Polícia Federal”. 
 
Na quarta (02), a Polícia Federal voltou a pedir a Moro novos requerimentos. Esclarece endereços e solicita busca e apreensão em novos pontos, que o juiz não acata por não terem as localizações confirmadas. Um dia antes da nova fase da Operação Lava Jato que conduziu coercitivamente Luiz Inácio Lula da Silva, são os delegados da PF que requerem, ainda,”mandados de condução coercitiva faltantes” em nova e última petição a Sergio Moro.
 
 
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Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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  1. Dia 03/03 – quinta a tarde – RPC -grupo globo no paraná

    Moro nas proximidades da PF de Curitiba e é meu caminho casa/trabalho/casa e no dia 03/03 – quinta a tarde – RPC -grupo globo no paraná já estava montando campana com seus veículos transmissores de imagens e vários outros aparatos já estavam montados neste dia. Ao ver tudo isso já sabia que algo estava para acontecer. Na sexta pela manhã já haviam até fechado com cones as ruas que dão acesso a PF. Realmente esperavam algo importante, tanto que o bostossauro e esse  tal de franschini (o ex-secretário de segurança do Paraná) que a mando do Beto lixo mandou espancar os professores do estado já estavam de plantão com vários fogos de artíficio pronto para comemorações. Se deram mal e Deus queira que esses monstros da desmocracia não consigam realizar seus intentos de acabar(entregar) com o Brasil.

  2. O Moro…

    O texto apenas descreve o que já se sabe. O Moro é um empregado competente, sabe ser meticuloso e paciente, solta seus jagunços só na hora certa… E não vai ter escrúpulos nessa farsa político jurídica, pois sabe que parte dos pagamentos do Instituto Lula vêm das empresas investigadas na Vaza a Jato e sabe (eu sou filho de contador e também sei) que sempre vai aparecer uma tapioca sem nota fiscal. 

    Um abraço.

     

  3. Aléthea…..menas…..menas……Operação Patetas

    Decidi fazer uma ponderação aos ilustríssimos funcionários públicos: Juiz Sergio Moro, Procuradores do MP, Agentes da PF, Escrivães, Carcereiros, Justiceiros,“Japonês da Federal” e demais responsáveis pela “inteligência” da espetaculosa operação de 04/03/2016 para colher depoimento do hoje cidadão comum Luiz Inácio Lula da Silva que, é bom lembrar, já foi Presidente da República Federativa do Brasil entre 01/01/2003 e 31/12/2010.

    Não sou petista e nem fã do Lula. Para minha segurança e tranquilidade adianto que minha opinião é gratuita e apartidária. Não foi sugerida ou remunerada por empreiteiros, empresas estatais, políticos ou agentes públicos envolvidos em ilícitos, tramoias e maracutaias mil pelo nosso Brasil.

    Tenho observado que a PF gosta de usar nomes pomposos para caracterizar suas operações. Desta vez um gênio da raça, talvez um ex-seminarista que estudou grego, escolheu Aléthea. Não gostei. É puro verniz intelectual. É extravagante. É pernóstico. De um pedantismo e “jequice” de chorar.

    Acho que o nome “Operação Patetas” seria mais adequado. O Juiz Sergio Moro autorizou o espetáculo. É jurista experiente. Não me parece uma besta. Se o fez deve ser legal, embora agrida o bom senso e a lógica comum. Analfabeto de pai e mãe em direito, imagino que qualquer suspeito ou denunciado deve ser intimado e só após a recusa é que sobreviria a tal condução coercitiva.

    A ação foi desastrosa técnica e politicamente. Desqualifica e deslustra, em parte, o conjunto da operação Lava Jato e provoca a indignação de muitos brasileiros. Não só dos admiradores de Lula, mas até dos seus adversários e desafetos que colocam o Estado de Direito além das questões políticas e condenam a arbitrariedade e os que nos lembram os brucutus do morto e sepultado regime militar.

    É incrível imaginar o amadorismo desses operadores que não cogitaram do risco social, da possibilidade de confrontos, tumultos e violência. Independentemente do mérito, fundamentos ou indícios é obrigatório reconhecer que Lula é um líder popular carismático, tem qualidades, méritos, defeitos e também seguidores leais e até fanáticos. Como tem adversários do mesmo naipe, só um microcéfalo não poderia imaginar que a ação tinha tudo pra dar zica. Claro, isso é porque adoram holofotes. Mas também acho que a sanha só se arrefecerá quando produzirem um cadáver.

    Teria sido mais sensato o sigilo absoluto, audiência privada em lugar neutro ou na casa do próprio Lula e aí, não por deferência ou privilégio, mas por prudência; para não dar margem ao barraco nacional e institucional que vimos. Mostraram o que são às vezes: burros, energúmenos, venais e incompetentes. Mas, polícia e judiciário, às vezes parecem mesmo a casa da mãe joana. Todo mundo manda, vaza, se extravasa e no final do mês conferem o holerite ou contracheque. Não há punição para erros. Há aposentadorias.

    O brasileiro comum morre de inveja e ao mesmo tempo nojo dos funcionários do Judiciário e da Policia Federal. Inveja dos seus salários polpudos e raiva da sua arrogância, prepotência e questionável eficiência.

    Ah! Outra coisa que incomoda é aquela roupa com 50 tons de preto que parece uniforme de funerária. Sou a favor de bermudas e shortinho curto. E aquelas armas, pistolas e metralhadoras, para acompanhar detidos acabrunhados que mal conseguem andar? Parecem atores compenetradíssimos em cenas do FBI, Swat ou da SS Nazista. Ai que méda!

    Pra encerrar: Se algo grave acontecer na manifestação prometida para domingo, 13/03/2016, a culpa será das autoridades aqui lembradas. Se nada de excepcional houver é porque o povo tem mais juízo que nossos juízes e mais discernimento que os dirigentes da PF.

    1. Comentário mais do que

      Comentário mais do que sensato. Seria interessante enviá-lo em forma de carta às equipes da PF e do MPF envolvidas na Lava Jato, assim como ao juiz ssergio moro. Fica a sugestão.

    2. o nome real da operação

      para consumo interno é “Big Boss”. É o que estava escrito nas caixas em que a PF carregou ilegalmente um monte de informação. Aletheia é o equivalente linguistico da “condução coercitiva”: um recuo em relação ao verdadeiro objetivo, a “prisão” do “big boss”.

  4. A grande farsa será citação do Aécio só pra fingir imparcialidad

    Não aprofundarão como já fizeram nos outros casos.

    Eles estão dando atestado de idoneidade pro Aécio(seria vítima e não criminoso)

    Criminalização do Lula e do PT e da Pres. Dilma e pra prejudicar o PT nas eleições 2016.

    Um crime do Aécio materializado nos dois aeroportos das fazendas da família (é só ir no google)construidos e reformados com dinheiro público e mais as obras dos governos estaduais tucanos feitas pelas empreiteiras da lavajato é o atestado de falsa amnésia da Mídia e dessa gente .

    Eles rpresentam , os lavajatos, o ódio da elite a mudança de paradigma do poder executivo nacional que saiu do comando dela pra iniciar o resgate  da dignidade dos cidadãos brasileiros que a quinhentos anos são vilipendiados nos seus mais comesinhos direitos.

  5. Onde se fundamentou a ordem

    Onde se fundamentou a ordem do investigado acompanhar a autoridade policial sob pena de condução coercitiva?

    Essa pra mim é nova… nunca vi no Código de Processo Penal…

     

    E, no mais, o que afinal de contas abortou a condução de Lula a Curitiba? O junior50 poderia esclarecer os pontos fortes e fracos da versão de que a Polícia Aeronáutica agiu para impedir o vôo do aviçao da Polícia Federal…

     

     

    1. Não é possível ter certeza de

      Não é possível ter certeza de mais nada, porém, um conhecido meu diz que é vizinho de um militar da Aeronáutica e, que tal vizinho chegou a entrar em contato com alguns colegas lá em Congonhas para confirmar o “ocorrido”.

      Tais colegas desmentiram que houve esta ação da polícia da Aeronáutica e, que o avião da FAB estava lá por mero acaso de uma atividade interna deles.

      Será?

      1. Se interferência externa houve sua origem são os limites da LJ

        Também acho que nunca teremos certeza…

        veja bem, às 08p5 jornais e blogs já davam conta de que Lula seria ouvido em congonhas… então se ocorreu alguma interferência externa (ministro; deputados; povo; militares ou todos os anteriores) para impedir o traslado para Curitiba foi coisa rápida, de supetão, pois não houve tempo para maiores negociações e ponderações…

        Mas se interferência externa houve, saber sua origem é conhecer os limites da Lava-Jato…

  6. Moro já está queimado,

    Moro já está queimado, possivelmente o Departamento de Estado já está selecionando outra peça para funcionar em novo mecanismo desestabilizador .

    No Brasil existem inúmeras outras peças para reposição .

     

     

  7. tem também as ações

    tem também as ações concatenadas do núcleo político(PSDB) , do núcleo midiático (TtV globo e revistas istoé, epoca e veja)

    Todos eles fazem parte da operação e tudo parece combinado com o núcleo judicial (os lavajatos)

    São tres núcleos e uma só organização golpista:a) Judicial: os lavajatos(senhores puresas)

                                                                                             b) Midiático: os lavacerebros.

                                                                                              c)Político: os Caralavada.

  8. Gran Finale

    Nassif,

    Estou aguardando o Gran Finale de sua investigação. Quem deu o suporte de inteligência e dados das empresas e da Petrobrás. Quem direciona o que atacar, quando e porquê!

    Derrube logo os traidores!!

    Abraço,

    Djalma

  9. boteco é informação

    No domingo anterior a esta patacoada, estava eu na cerveja sagrada em boteco pra lá de infecto entre tantos de cabelos brancos, quando um conhecido casado com aposentada ligada ao sistema Guantánamo de Curitiba, levantou o tom afirmando que a semana seria definitiva na prisão de Lula e agregados.

    Achava eu a manifestação ou desejo de batedor de panelas inconformado com as urnas e nada mais alem da cerveja e da branquinha. Agora percebo que todos estes despachos pra lá e pra cá com dezenas de pessoas envolvidas num segredo com necessidade da mais ampla propaganda foi vazado sem querer querendo.

    O beato dallagnol deve conhecer da Bíblia o versículo do olho por olho e dente por dente, sempre no olho e dente dos seus inimigos. Triste patética vingativa figurinha.

  10. É preciso entender todo o

    É preciso entender todo o sistema. Parece que a Lava Jato, embora encerre os esforços centrais da conspiração, é apenas uma das diversas engrenagens de um único mecanismo golpista. Ela, como operação executiva, não se dividiria em núcleos, mas em sub-núcleos. Dentro dela há, como na classificação do Nassif se vê, o sub-núcleo do juiz Moro, o sub-núcleo dos procuradores e o sub-núcleo dos policiais. Isso é o óbvio. Mas a Lava Jato, embora dele faça parte, não é o Golpe e também não compreende o comando golpista. O golpe é muito maior do que a Lava Jato. Classificando a conspiração como um todo, temos o núcleo jurídico, que inclui o juiz Moro mas também outras figuras de grande importância na área jurídica. Temos o núcleo do Ministério Público, que inclui os procuradores do Paraná, mas também inclui diversos outros procuradores. Temos o núcleo midiático, que inclui jornais, revistas e teleradiodifusão, em diferentes níveis de participação, desde os níveis mais altos, caso da Globo, até os níveis meramente colaborativos, caso de emissoras do interior que republicam notícias forjadas nas ofinas golpistaas. Temos o núcleo político, também em diversos níveis de participação. Desde os níveis mais altos, caso de lideranças de diversas correntes mais e menos radicais, caso de fascistas, centristas, pessedebistas e democratas. Temos o núcleo de promoção de eventos, que promove as manifestações diversas e inventa motivos tais como o boneco pixuleco e outras figuras de massa. Temos o núcleo de guerra de informação extra-midiática, que inclui técnicas de criação e espalhamento de fofocas de vizinhança, bares e outras lojas de serviços, além de conduzir a guerra da informação na internet. Temos o núcleo financeiro, que arrecada o dinheiro necessário para o desempenho de todos os outros núcleos. E temos, por fim, o Comando Central da Conspiração, CCC, que coordena e supervisiona tudo e que tem a missão de entrar em contato e calibrar as ações todas de acordo com os agentes e participantes estrangeiros do grande esquema.

    Como tão cedo estas operações de conspiração e subversão não vão parar. E é necessário, para reagirem à altura, que não apenas o Governo mas também os setores organizados da população consciente acordem e afastem definitivamente qualquer perspectiva de ingenuidade diante desta brutal organização anti-nacional.

    E que se organize uma Frente Anticonspiração, com uma estrutura semelhante à que foi montada pelo inimigo: Núcleo jurídico, núcleo do MP, núcleo policial, núcleo político, núcleo midiático (porque não?) e etc..

      

    1. Bem analisado…

       

      É um sistema, sim. Com 3 partes evidêntes, com inputs e outputs variados.

      É como se fosse um processo. E este processo começa no vazamento.

       

  11. SE ISSO SEGUE UM ROTEIRO DE GOLPE, PORQUE NÃO SÃO PRESOS?

    Se isso segue um roteiro de golpe e conspiração, porque não são presos? Ou juiz mesmo que maluco não pode ir preso? O curioso é que não podem destruir uma nação economicamente dessa forma, há algo muito grande por trás de toda essa patranha televisiva. O BRASIL está sendo desestabilizado por notória conspiração, estão explodindo a casa para matar uma barata. A presidenta pode dar voz de prisão a essas por assim dizer crianças brincado de CSI, ela já tem informação suficiente para mandar as forças armadas prender essa turma, até a velhacaria da maçonaria pôs a cara velha no GOLPE. Ou respeitem a figura maior da república ou vão todos para a cadeia, o país não pode ficar refém dessa velhacaria toda que sempre mamou na república. O triste é a nossa querida PF no meio dessa patranha toda, infelizmente é triste, não temos mais em quem confiar. A Globo não pode ficar nessa zona de conforto e patrocinando golpe de estado sem ser molestada, a constituição é clara quanto a concessão pública de comunicação, lá não fala que mídia é partido político e que podem prosper golpes. Está faltando pulso e coragem. Desestabilizar uma nação como essa é irresposabilidade e crime. Os trabalhadores não são corruptos para serem por assim dizer punidos por justiçeiros bebados de fundo de faculdades. Isso passou do limite do aceitável, a república e a política tem que reagir e reagir energicamente, estão brincando de fazer justiça tipo anos 50 usando ferramentas modernas de manipulação da população criando um caos anormal e com rastro de pólvora a espera de um fosforo irresponsável. Não se pode aceitar que delegados da PF engajados vitalmente em campanha política de um candidato perdedor  sejam atores algoses de que quem os venceu em  uma operação dessa magnitude, delegados que não tem formação e nem bom senso para com uma população de mais de 200 milhões, a justiça se inverteu para justiceiros mascarados de honra e glória sem as ter. O STF tem o dever de conter essa insanidade, não é conter investigação legal e conter a sanha de vingança que se dispuseram instituições da republica a praticar até agora muitas ilegalidades e mais, pelos menos é o que parece ser um GRANDE GOLPE, perpetrado do seio de quem deveria ser o poder moderador. Estão agindo como jogadores sem dinheiro que não tem nada a perder, querem apenas transformar o país em uma zona de guerra. Algo tem que deter toda essa patranha coordenada por irresponsáveis por conta de pedido de aumento de salário em que o país não podia dá.

  12. Nem tanto o céu, nem tanto a

    Nem tanto o céu, nem tanto a terra. Se há repulsas, algumas fundadas, acerca de foro privilegiado, casos da espécie nos leva a questionar se é possível deixar na mão de APENAS uma pessoa decisões tão graves envolvendo outras,  fatos e circunstâncias com dimensão bem além da capacidade física, psíquica e até mesmo profissional de um juiz singular. 

    O que se observa nesse complexo ambiente é que o magistrado enquanto solitário nas suas análises e decisões tem, pelo lado acusador, um séquito de procuradores que mesmo sem a impetuosidade juvenil e o ânimo político-ideológico como sói ocorrer com a Lava a Jato,  tem em condições normais poder de convencimento(“fazer a cabeça”, como se diz na gíria) desproporcional a defesa. Não custa lembrar também que ambas as instâncias – Juízo e parquet – são da órbita do Estado repressor,  enquanto do “lado de lá” tem o solitário indivíduo coadjuvado por advogados.

    O certo é que um sistema assim moldado há não possibilidades, mas certezas quanto a erros e equívocos que, se por um lado quase nenhuma consequência pode acarretar para os representantes do Estado, especialmente para magistrados, do outro essas podem ser dramáticas. Um processo não são só papéis. Representam vidas. 

    Alguém já fez as contas, elaborou a contabilidade, efetuou uma análise, acerca da dimensão e complexidade desses processos advindos da Operação lava a Jato? São números assustadores. Economistas imputam à Operação Lava a Jato no mínimo 2% da queda do PIB. Tudo isso sob a responsabilidade de UM HOMEM! 

    A expressividade política-jurídica se torna ainda mais assombrosa quando agora, já tocado pela impetuosidade e  vaidade própria de quem se acha “eleito”, esse magistrado traz para sua órbita a condução de um processo egresso de outra jurisdição e envolvendo nada mais nada menos que um ex-presidente da República, Chefe de Governo e de Estado. 

    É pouco?

    Ah, mas há as instâncias superiores para as devidas retificações ou ratificações? O quê? Depois de milhões, talvez bilhões gastos pela fazenda Pública; após todos os estragos na vida de pessoas, é só recorrer que tudo será recuperado? Sofrimento, dor, revolta por injustiça, jamais poderão ser resgatados. Frente a isso até os prejuízos materiais se anulam. 

    Passou da hora do país repensar esse modelo. Criar mecanismos jurídicos-administrativos que impeçam tanta amplitude de comando, tanta abrangência geográfica e econômica; enfim, tanto Poder. Por que não a criação de alçadas como existe nas organizações privadas? 

  13. abortivas

    Quisera que Dilma tivesse em relação à Lava Jato a mesma presteza que Lula teve ao ajudar no aborto da Satiagraha.

    Deu aqui mesmo no Blog Nassífico:

    “[A Operação] Satiagraha foi abortada pela ação conjunta do Ministro Gilmar Mendes – defendendo o seu grupo político – e do próprio Lula, afastando Paulo Lacerda da Abin e os policiais que conduziam a operação, depois dos factoides plantados pela Veja e por Gilmar. E também devido às investidas da operação sobre José Dirceu.

    “Foi a primeira chaga aberta nas relações da PF com o PT e Lula.”

    https://jornalggn.com.br/noticia/como-o-pt-blindou-o-psdb-e-se-tornou-alvo-da-pf-e-do-mpf

    Talvez não tenha sido apenas por causa das investidas sobre José Dirceu…

    Recomendo aqui a leitura do capítulo “O processo italiano” da obra OPERAÇÃO BANQUEIRO, do Rubens Valente.

    1. Exatamente

      Isso! Já afirmei em vários comentários aqui que o PT perdeu a PF nos episódios da Satiagraha e do grampo. Foi aí que perceberam que o governo era fraco e decidiram que o PT não ia mandar mais neles… Agora TOMA!

      Um abraço.

      1. Haja paciência…

        Depois de toda a paciente explicação sobre o que está em jogo neste processo, os de sempre vem encontrar um episódio, que no final de tudo é culpa do PT. Haja paciência, nós estamos diante de um esbulho da nação e continuam os mesmos a falar o de sempre tentando desviar o foco. PF deveria PF, e não uma meninazinha cheia de mimos que se sente ofendida com qualquer coisa. PF tem obrigações como o país, e não com as idéias de chefetes.  Então chega , haja paciência para ouvir este mesmo lenga lenga diversionista. 

        1. Sabra

          “meninazinha cheia de mimos que se sente ofendida com qualquer coisa.”

          Procure saber o destino dos investigadores das operações Macuco e Satiagraha.

        2. Hã?

          Vamos lá!

          Comecei a trabalhar na época da ditadura e vejo que boa parte do povo autoritário em política e costumes da época, hoje segue autoritário nas mesmas questões… Culpa minha, sua e de todos nós…

          A minha opinião eu sustento embasado em 40 anos de trabalho e vários momentos de luta. Conheço nossa história muito bem, não por inteligência superior, mas por aplicação teórica, muito suor e muita participação prática em vários momentos…

          Também tô de saco cheio dessa lenga lenga cegueta e idólatra, na base de tudo perdoar por causa do “momento”, da Globo, da oposição, da PF… Parecem menininhas que achavam que iam governar num Brasil ideal, com partidos de oposição “republicanamente envergonhados”, com uma mídia compreensiva, republicana e talvez virada à esquerda , formando um povo ideal, bonzinho, politizado e pensando “certinho”, do jeito que pessoas como você pensam…

          Aprenda, a PF é o que é… O judiciário, a imprensa, os políticos, o povo e sua consciência, são o que são… É preciso aprender e ensinar ao mesmo tempo. Quando eles põem mais de 500 mil pessoas nas ruas defendendo algo que a gente considera errado, com ou sem razão, é preciso analisar primeiro ONDE A GENTE ERROU, para depois saber como eles chegaram onde estão e como vamos pegar esse povo e convencê-lo a MUDAR de opinião. As vezes a coisa só vai no pau, mas para isso é preciso muita organização e uma sólida base. Infelizmente não é o caso!

          Já para pessoas como eu, inseridas a muito nas miudezas da base operária, foi muito pior ver que na prática, a trairagem às ideias do que seria um governo de esquerda, foi quase instantânea e com Dilma alcançou níveis inimagináveis. Agora querem o apoio de quem estupraram, dizendo que ao menos usaram lubrificante, pois o outro lado estupra sem usá-lo… Quanto alívio!

          Agora estão de sacanagem com o Lula? Claro que estão, mas o Lula e todos políticos profissionais deveriam saber que eles fazem isso a décadas com a esquerda. Fazem porque tem liderança e poder junto a boa parte do povo. Enquanto isso nós culpamos as elites, os capitães do mato, os traíras, a classe média, os pobres que não se politizam, os pastores evanjegues… Menos nós mesmos… Em política a conciliação só existe, se é que existe, quando os poderes e as forças são equivalentes…

          Porém aqui no blog só contesto fascistas idiotas. Os idiotas da esquerda geralmente eu preservo… Então não gostou da minha opinião? Tô nem aí…

          Tchau…

      2. Sérgio

        Espero que tenha percebido que meu comentário se pretendeu irônico.

        O que tem restado ao PT é a chamada defesa política: fizemos o que todos já fizeram.

        A estratégia é correta, mas não me comove.

        Posso até participar de manifestações contra o impeachment de Dilma – as consequências deste seriam catastróficas-; jamais, porém, em defesa de Lula.

        Mesmo que eu alimente dúvidas ante o direcionamento das ações de Moro e procuradores, não compro esse pacote de que solidarizar-se com Lula é defender os interesses da população ou da Pátria – seja lá o que isto signifique.

        Se há um golpe jurídico em andamento, grande parte da munição foi fornecida pelo próprio lulopetismo.

        1. Percebi…

          Percebi e concordo…

          Sou um antigo eleitor do PT, gosto do hibridismo do poder entre privado e público/estatal e achava a maior parte do PT um bom depositário de ações de centro esquerda. Fez por merecer alcançar o poder, principalmente diante do deserto político partidário brasileiro…

          Porém meu senso crítico me impede de sentir idolatrias e apegos a egos… Lula está sendo claramente injustiçado, porém deveria saber melhor do que nós todos o risco que corria. Esteve no olho do poder e não mudou (nem tentou) as estruturas que deveria mudar, justamente para poder preservar a ele e o mais importante, o legado de seu governo e de seu partido… Defendo-o por convicção moral, mas não como “grande líder”, o sempre “sincero”… O cara que seria “diferente”, fez até “Instituto”, igualzinho aquele idiota desprezível que o antecedeu… Sei…

          Abaixo retruquei para um que “a conciliação, se é que existe, só se dá entre poderes e forças equivalentes”…

          E mais cedo ainda escrevi: “o Moro é um empregado competente, sabe ser meticuloso e paciente, solta seus jagunços só na hora certa… E não vai ter escrúpulos nessa farsa político jurídica, pois sabe que parte dos pagamentos do Instituto Lula vêm das empresas investigadas na Vaza a Jato e sabe (eu sou filho de contador e também sei) que sempre vai aparecer uma tapioca sem nota fiscal.”

          Um abraço.

          1. recordações

            “Sou um antigo eleitor do PT”

            Que ninguém nos ouça: também fui… Até a primeira eleição de Lula.

            Na verdade, era eleitor convicto do PT antes mesmo dos meus tempos de UERJ – e bota tempo nisso. Na terminologia da época: era “voto ideológico”.

            Nos centros acadêmicos, em geral, quem não era PT era PC do B.

            Bons tempos.

            Passou.

  14. Mas……

    O Ilmo Juiz Moro , assim como o PGR, não atendem as nossas leis e mt menos a LEI MAIOR. E os seus chefes não as conhecem tb. Daí os constantes erros resultantes. Mas “eles pulam por cima” em benefício de um mal maior : O PT. “.

  15. Lembrar…

     

    Lembrar que, 30 dias antes, o ex-presidente Lula afirnou que:

    “Não existe ninguém mais honesto do que eu. Pode ser igual. Mais, não.”

    Ao que a imprensa toda e os grupos ativistas antiPT truncaram no primeiro ponto.

    Assim como agora, quando Lula solicita a suspensão das investigações até que o STF defina quem investiga ele, para evitar conflito de competência ou de atribuição, a imprensa alardeia em letras PIGAIS:

    “Lula pede a suspensão das investigações contra ele”.

    Como se vê, se colocarmos uma lupa com zoom menor, a força-tarefa da operação Lava-a-Jato é apenas um núcleo da operação para derrubar o governo (com chapa branca!!!).

    Depois desta força-tarefa aí, tem mais suas. A FT midiática e a FT política (no congresso).

    Uma se alimenta da outra e todas dependem uma da outra para se legitimar.

    Cortado o vazamento, cortado o combustível para grande força-tarefa.

    O sistema está quase nú.

     

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