Disputa eleitoral começa a fundamentar estratégias na bolsa de valores

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – As expectativas para o cenário da bolsa de valores em junho tem como principal vetor as eleições presidenciais em outubro. E tal influência pode ser vista nas fortes oscilações apresentadas pelo índice conforme as pesquisas são divulgadas: os índices avançam conforme os dados apontam queda da presidente Dilma Rousseff nas intenções de voto, e vice-versa. E isso deve se prolongar ao longo do período.

Após uma agenda carregada de fatos e indicadores econômicos nas principais praças mundiais, divergindo entre números positivos e negativos, o Ibovespa (índice da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo) fechou o mês de maio em baixa de 0,75%, aos 51.239 pontos, após valorização de 2,40% em abril, passando a acumular -0,52% no ano e 4,24% em 12 meses.

A mudança de metodologia dos cálculos também exerceu um fator de influência que não deve ser esquecido, uma vez que as novas medidas levam em consideração o free float (ações em circulação) das ações, levando ao aumento dos pesos do setor de bancos, que acabou sofrendo revés em um julgamento desfavorável para as instituições financeiras no STJ (Superior Tribunal de Justiça), sobre correção de juros de planos econômicos anteriores.

Para os agentes da Ativa Corretora, a disputa eleitoral é o assunto central para os agentes econômicos. “Com uma inflação resistente em patamares elevados e os responsáveis pela política fiscal adotando políticas que já foram utilizadas em épocas passadas, e sabidamente seu resultado não é positivo. Para o povo brasileiro, os próximos meses serão cruciais para o futuro da nação. O país está em um momento de baixo crescimento econômico, alta inflação e recorrentes escândalos políticos”.

Para a equipe de analistas do BB Investimentos, o panorama para os investimentos em junho não é dos mais animadores. “A postura do governo da China parece corroborar para um crescimento este ano um pouco mais próximo de 7%, afetando outras economias ditas emergentes. Também, toda vez que o índice Xangai composite se aproxima dos 2 mil pontos, surgem boatos que haverá novo pacote de estímulos, que nunca são efetivados a contento”.

Nos Estados Unidos, os analistas dizem que é preciso aguardar a publicação de indicadores para confirmar se a queda do PIB durante o primeiro trimestre foi reflexo de um inverno mais rigoroso ou se a economia voltou a patinar. No Brasil, “os investidores deverão monitorar, principalmente, os dados de atividade econômica, inflação e desemprego, ao longo de junho”m dizem.

Ceticismo se torna palavra de ordem

Mesmo com as recentes ondas de valorização registradas, a influência do cenário eleitoral faz com que corretoras mostrem um pouco mais de ceticismo, assim como as questões envolvendo a economia internacional – como a divulgação de dados abaixo do esperado na China, a possibilidade de novos incentivos na zona do euro e o processo de recuperação econômica nos Estados Unidos.

Segundo a Ativa Corretora, o cenário global faz com que o posicionamento seja um pouco mais cético, mas reconhecem “que as especulações eleitorais domésticas poderão continuar elevando a volatilidade do mercado financeiro brasileiro”. Entretanto, os agentes “acreditam que algumas teses de investimento permanecem válidas e apresentam, concomitantemente, sólidos fundamentos e interessantes potenciais de valorização, mesmo nesta conjuntura aparentemente desfavorável para equities”. Confira as carteiras sugeridas por algumas corretoras:

Ativa: ItauUnibanco PN (ITUB4), Pão de Açúcar PN (PCAR4), Petrobras PN (PETR4), Suzano Papel PNA (SUZB5), Vale PNA (VALE5), Telefonica Brasil PN (VIVT4), Estácio Part (ESTC3), Tractebel ON (TBLE3), Multiplan ON (MULT3) e Equatorial ON (EQTL3).

BB Investimentos: Bradesco PN (BBDC4), Cielo ON (CIEL3), Cyrela ON (CYRE3), Ecorodovias ON (ECOR3), Embraer ON (EMBR3), Hypermarcas ON (HYPE3), Lojas Renner ON (LREN3), Natura ON (NATU3), Petrobras PN (PETR4), Raiadrogasil ON (RADL3), Sabesp ON (SBSP3), Smiles ON (SMLE3), Suzano Papel PNA (SUZB5) e Vale PNA (VALE5).

Socopa: BRFoods ON (BRFS3), Grendene ON (GRND3), Vale PNA (VALE5), Hering ON (HGTX3) e Suzano Papel PNA (SUZB5).

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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