Extrema-direita francesa assume o discurso anti-banca

O quê vocês acham?

http://internacional.elpais.com/internacional/2012/01/14/actualidad/1326566473_231100.html

La indomable ascensión de madame Le Pen (trechos)

A extrema-direita cresceu para 21,5% das intenções de voto, contra 23,5% de sarkozy e 27% de hollande.

Existem vários dados nas pesquisa que deixam claro que o discurso da Frente Nacional avançou durante o último ano. 31% dos franceses se declaram de acordo com estas idéias. Na faixa até 35 anos a adesão cresceu de 11% para 28%.

53% dos franceses ainda consideram a Frente Nacional um perigo. Porém os que se declaram totalmente contra passaram de 70% em 1999 para 35% neste ano. Stephanés Rozès, professor da Science Po, não crê que existam razões específicas para os jovens apoiarem Marine Le Pen, somente uma atitude geral de identificação devido às mudanças ideológicas feitas pela Frente Nacional.

As razões para o seu crescimento são duas. Primeiro, Marine Le Pen utiliza os princípios da República e a laicidade para atacar os imigrantes, explica Rozès. Em segundo lugar incorporou a idéia do protecionismo nacional frente a união européia que já não protege os seus países. As fronteiras são para ela e seus eleitores simbólicas, econômicas e sociais. É um símbolo porque define a identidade francesa, sócio-econômica porque descartam os imigrantes. Isto foi ao encontro do imaginário coletivo.

Embora nenhum analista político acredita que ela possa vencer.

Poucos candidatos se atrevem a falar tão claro, e todos estão preocupados com a sua capacidade de conseguir votos entre os trabalhadores (40% de apoio) e entre os agricultores (41%). Perguntam-se como enfrentar este perigo. A socialista aubry propõe não falar dela ou recordar que houve corrupção em cidades governadas pela FN. Hollande, a candidata socialista, acredita ser necessário recordar a violência social e a vingança etnicista do seu projeto. O centrista bayrou prefere criticar o seu antirepublicanismo. A ump de sarkozy faz as contas para “provar” que o custa das medidas propostas levariam o país à ruína.

Seu socialismo étnico, como batizou o analista dominique reynié, oferece uma vantagem nestes tempos de medo e indefinição. É a receita mais concreta oferecida aos eleitores. Le Pen parece ter todas as certezas sobre o Euro (abandoná-lo para retornar ao Franco e emitir moeda), sobre a Europa (parar a integração), sobre os bancos (nacionalizá-los e fazer com que paguem pela crise) e sobre a globalização (enfrentá-la com protecionismo).

Ao contrário do discurso antiestatal do seu pai, Marine Le Pen diz que vai defender este sistema contra à Europa, os ricos e os banqueiros

Por Aliancaliberal

A insegurança de um partido de direta vencer as eleições na França, creio que é essa a questão, parece se igualar a mesma dos que falavam que 100 mil empresários sairiam do Brasil se o PT fosse eleito.

Corram para as montanhas os nazistas estão chegando.

A visão estereotipada gera a insegurança, que gera o medo, que gera o preconceito, que leva a desinteligência,a irracionalidade , a violência por fim.

Marine Le Pen: “Acredito que a União Europeia está morta”

http://pt.euronews.net/2011/02/18/marine-le-pen-acredito-que-a-uniao-eur…

Loira, olhos azuis, 42 anos: Marine Le Pen é o novo rosto da Frente Nacional, a extrema-direita francesa. É vista como aquela que vai modernizar a controversa formação fundada pelo pai em 1972.

Creditada com 18% das intenções de voto para as presidenciais de 2012, Marine Le Pen pegou à pouco mais de um mês nas rédeas do partido após 40 anos de liderança de Jean Marie Le Pen. O seu objectivo é conquistar o poder.

Maria Cecilia Cacciotto, euronews:
Depois de 40 anos de liderança do seu pai sucede-lhe como presidente da Frente Nacional. Anunciou mudanças. Pergunto-lhe: como é que vai distanciar-se em relação à política do seu pai?

Marine Le Pen, presidente da Frente Nacional:
Antes de mais eu não tenho de distanciar-me porque tenho particular orgulho do percurso do meu pai, que conseguiu criar, em França, um partido que defende a nação, que é o único movimento face ao conjunto de partidos mundialistas que colonizam a classe política e que conseguiu perdurar. Mas acredito que este é um novo capítulo na história da Frente Nacional. O que chamei de despertadores e construtores.

O meu pai foi, com muitos outros, um despertador de consciências sobre uma larga série de problemáticas que hoje atingem duramente a França. Nós queremos ser construtores, isto é, abrir um capítulo na Frente Nacional que vai conduzir-nos ao poder. É essa a nossa vontade e colocámo-nos em pé de guerra para poder aplicar as ideias, aceder ao poder e aplicar as nossas ideais.

euronews:
Como? Já tinha evocado isso e se compreendo bem refere-se às eleições presidenciais de 2012, para as quais está creditada com 18% das intenções de voto. Como pensa aumentar esta percentagem?

M. Le Pen:
Antes de mais, com a Frente Nacional, temos de fazer um trabalho de implementação a nível local e depois já multiplicamos as aberturas de discurso do partido. Sabe, durante muito tempo, a imprensa e a classe política limitou a Frente Nacional a problemáticas de insegurança e imigração. Mas nós temos um programa muito mais abrangente. A minha missão é, antes de mais, dar visibilidade ao programa económico e social da Frente Nacional, que é pouco conhecido, mas também ao programa ecológico, à imagem que temos do Estado, do papel que o Estado deve ter em França.

euronews:
A França está pronta para ter uma presidente?

M. Le Pen:
Ah, sim. Acredito que em relação a isso não há absolutamente nenhum problema. Na realidade se Ségolène Royal não foi eleita é mais por causa da sua personalidade do que pelo facto de ser mulher.

euronews:
A Europa não vos interessa muito, cito-vos,…

M. Le Pen:
Não, eu nunca disse isso…nunca disse isso. Pelo contrário, a Europa interessa-me porque a combato com todas as minhas forças. Em todo o caso a União Europeia, não a Europa. A Europa é uma civilização, um território e eu sou europeia. Mas a União Europeia é uma estrutura que considero totalitária, é a União Soviética Europeia.

Sim, quanto mais avança, mais ela se constrói sem povo e mesmo contra o povo. Depois impõe-nos diretivas. Não vemos bem o que nos dá, é preciso dizê-lo, a não ser arruinar a nossa economia, reprimir-nos no plano orçamental, reprimir-nos no plano monetário, impor-nos um modelo de vida de que não é o nosso.

euronews:
Se for eleita presidente vai fazer sair a França da Europa?

M. Le Pen:
Eu acredito que a União Europeia está morta, ela brilha com a luz de uma estrela morta. Ela pensa que está viva mas ela já está morta, porque a moeda, que ela constituiu e em torno da qual se criou, está também morta. Hoje tenta-se salvar o euro a todo o custo. Mas a que preço?

Não quero que o meu povo seja obrigado, como o irlandês, a baixar 12% do salário mínimo, a reduzir o abono de família, a reduzir os subsídios de desemprego, a reduzir os direitos dos funcionários. Se esse é o preço que temos de pagar para salvar o euro eu digo que é melhor sair da Europa é melhor sair do euro.

euronews:
Que futuro vê então para a Europa?

M. Le Pen:
Acredito que é preciso reconstruir tudo. Penso que a Europa pode viver se se construir em redor do conceito de Europa das Nações, que respeite as soberanias nacionais, que seja uma Europa da cooperação. É, de forma objetiva, a única que deu bons resultados.

euronews:
No passado dia 23 de Outubro, em Viena, houve uma reunião de vários partidos de extrema-direita, incluindo os italianos da Liga do Norte e o FPO austríaco. Eles decidiram lançar uma campanha para promover um referendo sobre a adesão da Turquia à União Europeia. Você não participou. Não foi convidada ou tem uma posição diferente sobre esta adesão?

M. Le Pen:
Não, de todo. Sabe, estávamos em plena competição interna na Frente Nacional e esperávamos saber quem seria eleito presidente para iniciar os contactos necessários. Eu creio que precisamos de ter contactos com um certo número de partidos europeus e estou pronta a participar na organização, em França, de um referendo sobre a entrada da Turquia. Eu sou contra a adesão da Turquia.

euronews:
Os acontecimentos na Tunísia e no Egito surpreenderam-na?

M. Le Pen:
Não, nem por isso. Porque creio que na realidade mais do que verdadeiras revoluções democráticas tratou-se de revoluções da fome. Penso que o sistema monetário internacional e as más decisões tomadas pelos organismos internacionais, como o FMI e a OMC, levaram ao aumento massivo dos preços dos bens de primeira necessidade, sobretudo, dos bens alimentares.

Tenhos dois receios. O primeiro é que o benefício destas revoluções, as aspirações democráticas, que apoio, os benefícios destas aspirações sejam aproveitados pelos partidos políticos de fundamentalistas muçulmanos para tomar o poder nesses países. É um receio e negá-lo é absurdo. A segunda preocupação é a de movimentos migratórios massivos.

euronews:
Apesar da eleição para a liderança da Frente Nacional, apesar das expetativas que repousam sobre os seus ombros, continua a ser filha de Jean Marie Le Pen. O seu pai alguma vez a embaraçou?

M. Le Pen:
Sabe, na história de um movimento é preciso assumir tudo, porque é muito fácil assumir o que é bom e rejeitar o que nos pode embaraçar ou as coisas que eram menos eficazes. Eu assumo toda a história deste movimento. Não me autorizo, porque penso que não honroso, fazer uma triagem entre o que era bom e menos bom. Tento tirar lições do passado e dos eventuais erros. Sirvo-me da experiência das boas coisas e das grandes coisas realizadas pela Frente Nacional. É um partido sozinho contra todos os outros, com muito pouco financiamento em relação aos outros, que lutou em condições muito difíceis. Mas acredito poder dizer hoje que nunca nos enganamos.

 

Luis Nassif

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