Governabilidade adia pedido de impeachmnent de Dilma, avaliam juristas

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
[email protected]

Jornal GGN – Especialistas costumam dizer que são três os ingredientes fundamentais para o impeachment: fato jurídico (crime de improbidade administrativa, por exemplo), baixa popularidade (fomentado por escândalos políticos ou problemas que afetam o bolso do brasileiro) e falta de suporte no Congresso. No atual momento, para os juristas consultados pelo PSDB, Dilma Rousseff (PT) até acumula deslizes no primeiro mandato que renderiam o processo de impedimento, mas falta “clima” para que o pedido avance.

A análise obriga os tucanos a colocarem o pé no freio poucos dias após o deputado federal Carlos Sampaio (PSDB) ter anunciado que entregaria o pedido de impeachment de Dilma ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), até a próxima quarta-feira (29).

Há semanas, entretanto, os tucanos estão divididos. Grosso modo, o PSDB do Senado e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso exigem cautela, mas o PSDB da Câmara não quer esperar sequer o parecer jurídico contratado ao advogado Miguel Reale Júnior, e já buscam adesão de outras legendas de oposição ao PT para fazer o pedido prosperar no plenário, caso Eduardo Cunha tente segurá-lo na mesa diretora.

Segundo o Estadão, Reale Júnior não quis dar entrevistas sobre o parecer que está elaborando, mas o jurista já deu sinais de que as pedaladas fiscais de Dilma e o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega configuram crime de responsabilidade fiscal, ainda que tenha sido um ato do primeiro mandato. Carlos Sampaio questiona a visão de que supostos crimes cometidos nos primeiros anos do governo Dilma não possam ser alvo de investigação, pois quando esse dipositivo foi criado, não havia no Brasil a possibilidade de reeleição, obra do final dos anos 1990. Além disso, para Ives Gandra, as pedaladas fiscais teriam impacto sobre o Orçamento 2015.

Quem falou ao Estadão sobre a falta de clima para impeachment foi Ives Gandra e José Eduardo Alckmin. Para o primeiro, o processo de afastamento de um presidente é muito mais político do que teórico e, por isso, é necessário ter apoio do Congresso. “Do ponto de vista jurídico já existem elementos para pedir o impeachment. Mas, do ponto de vista político, a presidente ainda conta com mais de um terço do Congresso. Portanto, não haveria muita chance. Não é o momento ainda”, disse ele. Para Alckmin, “talvez seja bom esperar um pouco para ver o que mais aparece.”

O presidente nacional do PPS Roberto Freire disse ao jornal que “considera que não há condições objetivas para o impeachment. É preciso a análise de uma correlação de forças para isso. O principal fator é a ingovernabilidade, o que, neste momento, não existe”.

Para Freire, o país não está desgovernado e Dilma ainda conta com o apoio do setor financeiro, esperançoso de que o ministro Joaquim Levy conduza bem a economia. “Os grandes empresários ainda acreditam que Levy vai dar confiabilidade ao governo. Além disso, a presidente tem o partido para lhe dar sustentação, o que Collor não tinha”. 

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

9 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Quer dizer agora que o senhor

    Quer dizer agora que o senhor Ives Grandra Martins irá decidir, a qualquer momento, a sorte dela?! Ou seja, a presidente está nas mãos de pelo menos, o outro “jurista” não sei, um tucano.

    País patético!

  2. Não Deixem o Impeachment Só

    Impressão ou o GGN está competindo com a Folha do OFF, sobre quem mais faz para que a chama do impeachment paraguayo não se apague?

  3. Quanto que o PT pagou para o

    Quanto que o PT pagou para o PSDB para não pedir o impedimento de Dilma.

    Oposição vendida vai ser “eliminada” junto com o PT.

    Impeachment de Dilma é questão de tempo e de sobrevivência do país.

  4. O mar continua calmo, o céu

    O mar continua calmo, o céu não tem nuvens pesadas, mas a cantilena dos tucanos é a mesma. Bravatas, bravatas, bravatas! Puft…puft…puft…Como bolinhas de sabão vão  estourando e dissolvendo o sonho golpista. E, sem que ninguém peça explicações, lá vem eles com cara de paisagem, disfarçarem que perderam mais uma vez. Parece um bando de Peter Pan, não crescem nem desaparecem. Oh, céus….

  5. Será que já avaliaram

    que se houver um golpe vai haver retaliação? O Aécio vai abrir mão de caminhar no calçadão do Leblon? Freqüentar a noite do Bracarense, e outras casas famosas da noite carioca? E o Carlos Sampaio vai andar o resto da vida em carro blindado nas ruas de Campinas? Bem faz o Aliança Liberal/ oneide, e outros, que se escondem covardemente, atrás de nome fantasia, e pode ficar fora do alcance dos petistas. 

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador