Governo de São Paulo ainda não conseguiu mensurar crise hídrica

Jornal GGN – O Governo do Estado de São Paulo tem falhado em comunicar a real situação da falta de água. Existem relatos de problemas de distribuição, mas os dados não são oficializados ou divulgados. Sabesp e Secretaria de Recursos hídricos não mapearam ainda quantos municípios estão sendo afetados pela crise. É como se não houvesse crise.

Enviado por Braga BH

Governo e Sabesp desconhecem dimensão da crise hídrica no Estado

Do iG

Discurso do governo não condiz com relatos de falta de água no Estado nem com possibilidade de rodízio

Pouco se sabe sobre a real situação dos municípios do Estado de São Paulo quando o assunto é falta de água. Relatos de problemas de distribuição tanto na capital quanto em outras cidades existem, mas os dados, pelo menos, não são oficializados ou divulgados. Ambos os órgãos estaduais – Sabesp e Secretaria de Recursos Hídricos – não têm mapeamento sobre quantos e quais seriam os municípios afetadas pela crise da água.

Estado afirma que não há falta d’água em São Paulo

De acordo com a Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos, muitos dos 645 municípios do Estado têm serviços autônomos de distribuição de água e, portanto, o governo estadual não tem como gerenciar a questão que cabe a cada município.

Uma afirmação que não se justifica. Apesar de muitos municípios paulistas terem a gestão da água, caberia ao Estado ter informações sobre a situação global. Tanto que no dia 29 de janeiro o governador Geraldo Alckmin se reuniu com a presidente Dilma Rousseff para falar do projeto de ligação do rio Paraíba do Sul (RJ) ao Sistema Cantareira.

Sobre os 364 municípios operados pela Sabesp, empresa de economia mista, a informação oficial é de que está tudo quase que na total normalidade. Não há problema de falta de água. Questionado pela reportagem do iG sobre a crise de abastecimento nas cidades operadas pela empresa, a companhia afirma que “não há racionamento definitivo nos 364 municípios. Na região metropolitana há apenas gestão de pressão”.  As informações desta gestão de pressão nas tubulações e o quanto ela afeta a distribuição de água é informada no site da companhia

No governo paulista, a Casa Civil reitera o posicionamento da Sabesp. De acordo com a pasta, não há racionamento nos 364 municípios operados pela Sabesp. “Os demais possuem serviços autônomos de água e esgoto e não há necessidade de informarem ao Estado como estão operando”, afirma a assessoria.

Qual é a definição de racionamento?

Em relação à região metropolitana de São Paulo, o posicionamento demonstrado pelo governo do Estado e pela própria Sabesp não condiz com a conversa entre Paulo Massato, atual diretor metropolitano da Sabesp, e Dilma Pena, ex-presidente da empresa tiveram no fim do ano passado. 

No áudio que vazou para a imprensa em outubro, Massato afirmou que seria preciso avisar à população para sair de São Paulo. “Saiam de São Paulo porque aqui não tem água, não vai ter água para banho, para limpeza da casa, quem puder compra garrafa, água mineral. Quem não puder, vai tomar banho na casa da mãe lá em Santos, Ubatuba, Águas de São Pedro, sei lá, aqui não vai ter”.

Mais recentemente, em janeiro passado, Paulo Massato afirmou que seria possível chegar a um rodízio “drástico” na região metropolitana de São Paulo de cinco dias sem água por semana. 

Três dias depois das declarações de Massato, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, negou ter tomado qualquer decisão sobre a implementação de um rodízio de água na Região Metropolitana de São Paulo. Agora em fevereiro, por motivo desconhecido, Alckmin afirmou que não descarta a hipótese, levantada pelo técnico da Sabesp, de haver um rodízio.

 

Redação

5 Comentários

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  1. O QUE mesmo o governo de Sao

    O QUE mesmo o governo de Sao Paulo conseguiu “mensurar”?!?!?!

    Oferecam nos um historico qualquer, gente.  Tentem.

    Ele nao existe.

  2. A Grande Ficha:

    Infelizmente, a ficha política do desgovernador só vai cair, quando os protestos ganharem as ruas; quem tem uma chance de derrubar a ficha dele antes disso, é o seu novo presidente da Sabesp, o professor Jerson Kelman, que pelo menos se mostrou ciente em dezembro passado da gravidade da situação. De lá para cá, parece que as chuvas não vieram no volume desejado, a Academia Brasileira de Ciências estimava “a menos que ocorram no mínimo 25% acima da média de chuvas previstas para este verão, a atual escassez não será minorada”. O verão se aproxima do fim, temos mais um mês, o professor sabe fazer cálculos probabilísticos e deve estar consciente do aumento do risco de colapso.

    O professor assinou junto com seus pares da Academia Brasileira de Ciências, logo após o Simpósio ‘Recursos Hídricos na Região Sudeste: Segurança Hídrica, Riscos, Impactos e Soluções’, realizado na capital paulista, um documento com o título Carta de São Paulo, de 11/12/2014.

    No documento assinado pelo professor está escrito, “Constatou-se que: Há uma ameaça real à segurança hídrica no Sudeste… configurando uma ameaça à segurança hídrica da população… especialmente da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP)”
        
    Entre muitas medidas, o professorJerson Kelman e seus pares recomendavam “às autoridades municipais, estaduais e federais as seguintes ações”:

    “Modificações imediatas no sistema de governança de recursos hídricos…”

    “Implementação de planos de contingência…”

    “Reconhecimento público e conscientização social da amplitude da crise
    O sistema público de governança de recursos hídricos necessita da participação e mobilização da sociedade para resolver conflitos, reduzir o consumo e apoiar ações de controle e gerenciamento integrado”.

    “Ações de divulgação e informação de amplo espectro
    As medidas emergenciais, os planos de longo prazo e a gravidade da crise necessitam da implantação de ações de divulgação e informação de amplo espectro, atingindo toda a sociedade”.

    O professor deve receber todo apoio pelas medidas enunciadas pela Academia Brasileira de Ciências, e se responsabilizar por elas perante a sociedade; o que não deve é fazer o joguinho politiqueiro do desgovernador e esquecer das recomendações que assinou com a Academia em dezembro, nas quais fica nítido que o esclarecimento público, a conscientização social e a mobilização da sociedade são fundamentais, para a solução dos múltiplos problemas que aparecerão.

    Para ganhar apoio social, é preciso o professor se dirigir à sociedade com sinceridade, não deixar espaço para dúvidas, vir em público declarar em bom som: E.S.T.A.M.O.S. E.M. R.A.C.I.O.M.E.N.T.O!

    E deixa ao desgovernador a tarefa politiqueira, a única que sabe fazer, de desmentir isso à vontade.

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