Henrique Meirelles atuava na J&F, controladora de empresa que teria pago propina

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – O ministro da Fazenda de Michel Temer, Henrique Meirelles, era membro do Conselho de Administraçã da J&F, no período em que a holding controlava a Eldorado Brasil Celulosa, empresa investigada por suposto pagamento de propina a Eduardo Cunha e ex-vice-presidente da Caixa.

De acordo com a Agência Brasil, as medidas de Meirelles na J&F transformou a empresa numa das maiores financiadoras de campanhas políticas no País.

No passado, a J&F também tentou comprar a empresa Delta, que ganhou o noticiário no início do governo Dilma, por ter sido favorecida por Carlinhos Cachoeira e seus aliados.

A investigação envolvendo a Caixa e a Eldorado Brasil é desdobramento da Lava Jato.

Da Agência Brasil

Na manhã desta sexta-feira (1), a Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão na sede da Eldorado Brasil, em São Paulo. A empresa de celulose é um dos alvos da ação que investiga um suposto recebimento de propina por parte do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha, que teria sido beneficiado por 12 operações de grupos empresariais que obtiveram aportes milionários do Fundo de Investimento do FGTS (FI-FGTS).

Há suspeitas de que a companhia tenha pago propina, por meio do doleiro Lúcio Funaro, para obter apoio desse fundo. Uma das irregularidades relatadas na delação de Fábio Cleto, ex-vice-presidente da Caixa Econômica, diz respeito à captação de recursos feita em 2012 pela Eldorado Brasil, do grupo J&F, holding que controla também o frigorífico JBS/Friboi.

O que pouca gente lembra é que a J&F, durante o período investigado pela PF, contou com um nome de peso no comando dos negócios: o atual ministro da Fazenda de Michel Temer, Henrique Meirelles. O ex-presidente do Banco Central, desde março de 2012, está à frente do Conselho de Administração da J&F, a convite do empresário Joesley Batista.

Segundo executivos que acompanharam o processo, o contrato previa uma remuneração anual de até R$ 40 milhões para o ministro. Na ocasião, foi confiada a Meirelles a elaboração de estratégias para expansão da empresa dentro e fora do país. Além de investir em vultuosas campanhas publicitárias, ele também transformou a holding em uma das maiores financiadoras de campanhas políticas do Brasil.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

5 Comentários

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  1. A equipe inteira….

    ” mais suja que pau-galinheiro ” !!

    Brasil: sem-futuro !   A  luz que disseram que estava no final do túnel  era só este trem desgovernado !!

     

  2. JBS financiando campanhas em 2014….

    Lendo esta matéria que relaciona Henrique Meirelles, Presidente do Conselho de Administração do Grupo J&F, grupo que tem em sua constituição a JBS/FRIBOI, o maior grupo do mundo em produção e exportação de proteína animal, agora envolvido por um desdobramento da Lava Jato em corrupção de altos valores, através do pagamento de gordas propinas aos mesmos parlamentares e respectivos partidos  já sobejamente conhecidos da população brasileira, mais graças aos blogs e sites do que à mídia tradicional (tvs, rádios, jornais e revistas) que seletivamente escolhem a quem divulgar, digo para complementar o parágrafo, que a não muito tempo atrás, esta mesma mídia seletiva páginas e mais páginas, horas e mais horas de tvs e rádios para incutir nas mentes patrícias “as imensas responsabilidades de Dilma Rousseff no caso da compra da Refinaria de Pasadena, por ser ela Presidente do Conselho de Administração da Petrobrás, conselho este que autorizou a compra”…sugiro acessarem delação premiada de Nestor Cerveró ao Juiz Moro, disponível no Youtube em 3 vídeos que somam cerca de 01hs e 20 minutos, onde o mesmo delator afirma “ser Pasadena a única refinaria da empresa que dá lucro”, ou ainda “que a Braskem é um grande esquema fraudulento desde sua constituição como joint venture entre Petrobrás e Odebrecht “….tendo Juiz Moro dito não serem assuntos de interesse na investigação em curso . Apenas a título de informação, a BRASKEM foi constituída em agosto de 2002, já nos últimos extertores do governo de FHC.

    Outro detalhe que trago na memória dos meses seguinte à eleição de 2014, quando OAéSsio e o PSDB do Gilmar Mendes já moviam céus e terras e bastidores mais sujos da política e da justiça em busca do chamado “terceiro turno presidencial”, diz respeito às doações oficiais aos candidatos aos postos em disputa no parlamento (câmara dos deputados e senado federal) em que o Estadão disponibilizou em sua página um infográfico onde se podia conhecer os valores de cada doador para cada candidato em cada estado e no DF….aí pude saber que o Grupo JBS, só ele, doou R$ 20 milhões para a campanha da Deputada Federal (eleita) Cristiane Brasil, do PTB-RJ, Presidente Nacional do PTB e filha do ex-Deputado Roberto Jefferson, àquela época ainda cumprindo prisão como condenado, pelo STF, no caso da AP470, o Mensalão.

     

  3. Não é propina, é concussão

    Tenho observado, há muito tempo, que a imprensa em geral, por ignorância ou má fé, confunde as coisas. “Paga propina” o corruptor, que age junto ao servidor público para obter vantagem mediante o oferecimento de vantagens indevidas. Nos casos examinados na Lava Jato, até onde sei, o que ocorria era concussão, que é a exigência de, novamente, vantagens indevidas praticada por servidor público ou agente político.

    No noticiado hoje, segundo a delação do tal Cleto, fica escancarado que as empresas eram extorquidas pelo Eduardo Cunha. Não há nada de “propina” nisso. “Propina” é quando o dinheiro é oferecido. Quando é exigido, é concussão ou extorsão. O que nos leva a conclusão principal: as empresas eram vítimas e não autoras do delito.

    1. Concordo

      Temos na Lava-Jato um conjunto chamado de “conduta criminosa”, onde há uma mistura de: empresários achacados e empresários corruptores; políticos gatunos e políticos que pagam contas de campanha com o dinheiro vindo da sua tesouraria; temos intermediadores e doleiros que ganham por operar o esquema, depositando em contas externas. Neste circo, além de não tipificar os crimes e diferenciar os criminosos entre sim, são exatamente os piores os que recebem premio por delação e descansam nas suas luxuosas casas, enquanto a sanha por justiça é focada em forma política.

      Há preguiça ou má fé da Justiça, ao não tipificar e separar os delitos e os infratores.

  4. Mas se ele era membro do

    Mas se ele era membro do conselho da J&F e a Dilma era presidente do conselho da Petrobrás, qual a diferença?

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