Ilegalidades com presídio de Mossoró chegam a Tabanez, policial ligado a Bolsonaro

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Tabanez é dono de clube de tiro e esteve envolvido em irregularidades das vacinas de Covid e contratos milionários com governo Bolsonaro

Em publicação nas redes, Tabanez defendia Bolsonaro como “amigo” – Foto: Reprodução/Redes

As ilegalidades da empresa que atua na manutenção do presídio federal de Mossoró (RN) chegou ao policial civil bolsonarista Carlos Alberto Tabanez, que não é figura nova em polêmicas e acusações de irregularidades dos últimos anos, conforme mostram reportagens do GGN.

Reportagem do Estadão desta quinta-feira (22) revela a influência de Tabanez na empresa R7 Facilities, ontratada para a manutenção da prisão de Mossoró e da penitenciária de Brasília, e que foi registrada em nome de um laranja.

O policial aposentado era o responsável por recomendar funcionários da R7 Facilities e tinha bom trânsito junto aos diretores da empresa, segundo o jornal. O contrato da empresa para a manutenção do presídio está sob o nome de um laranja, homem de 47 anos beneficiário de auxílio emergencial na pandemia e que vive em casa simples na periferia do DF.

O histórico do empresário, político e policial

Tabanez tem ampla ligação com a família Bolsonaro e o ex-governador Ibaneis Rocha, seja pela atuação em negócios de tiros e contratos milionários obtidos do governo, como também ligado a empresa acusada de propina em venda das vacinas Covid-19 e treinamento de militares em missão do general Heleno ao Haiti

Carlos Alberto Rodrigues Tabanez é policial civil, especialista em explosivos, instrutor de tiro e dono de um clube de tiros do Distrito Federal, o G.S.I., que era frequentado por Jair Bolsonaro e por Marcos Pollon, reconhecido defendor das armas e ligado ao clã Bolsonaro.

Tentando as eleições de 2018 sem sucesso, conseguiu uma cadeira na Câmara Legislativa do Distrito Federal em 2022, pelo PROS antes de migrar para o MDB, com a renúncia do deputado Guarda Jânio (PROS).

Trânsito com general Heleno, Ibaneis e contratos milionários

Na política, ainda assessorou o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha. E, como policial ligado a militares e instrutor de tiros, Tabanez fez o treinamento de técnicos em explosivos para a preparação do 4º e 9º Contingentes da Companhia de Engenharia do Exército para a Força de Paz no Haiti, missão que foi comandada pelo general Augusto Heleno.

Na reportagem “Xadrez do verdadeiro gabinete do ódio”, Luis Nassif mostrou que o clube de tiros de Tabanez, juntamente com outras pequenas empresas da família, receberam R$ 21 milhões, entre 2018 e 2020, de contratos com Ministérios do governo, predominantemente no mandato de Jair Bolsonaro.

Corrupção na venda de vacinas Covid-19

Tabanez também foi membro de uma organização evangélica do Distrito Federal, a Senah (Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários) acusada de tentar vender ilegalmente milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 da AstraZeneca e da Janssen, em 2021.

A ONG Senah era comandada pelo reverendo Amilton Gomes de Paula e também tinha como membro o cabo Luiz Paulo Dominguetti, ambos arrolados nas acusações das vendas das vacinas durante a pandemia.

Carlos Alberto Tabanez também figurou na tentativa da venda das vacinas Covaxin, do laboratório indiano Bharat Biotech, que posteriormente gerou uma multa à empresa Precisa Medicamentos, de R$ 3 milhões por fraude no contratos junto ao governo Bolsonaro.

Relembre mais do envolvimento de Tabanez:

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

3 Comentários

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  1. Bom dia, Patrícia.

    Ao ler seu artigo me fiz a seguinte pergunta, sem ter a resposta.

    Será que ele conhece aquele “terrorista” que tentou explodir o caminhão em Brasília no dia 24/12/2022?

    Talvez sua pesquisa tenha essa resposta ou, quem sabe, poderá ampliar…afinal ele é especialista em explosivos, amigo do CLÃO BOLSONARO, mora em Brasília, tem negócios milionário$ com o Governo anterior e com o atual de Brasília. Muita coincidência e merece desconfiar.

    Att,

    Marcio Cotrim

  2. Nossa! Com essa sequência de inacreditável de denúncias, a necessidade de uma mobilização federal do setor da segurança pública se faz urgentíssima.
    Damares – Tabanez – o verdadeiro gabinete do ódio – a história do cabo das vacinas – elos de militares com a ultra direita – mercenários – influência do clã Bolsonaro em hospitais federais – a suposta coincidência das trocas no comando da PM paulista,etc.
    Também tem a matéria sobre o presidente atual do STF, que considero sendo um abuso perigosíssimo de poder, pelo fato de deixar entender que a alteração na ordem dos julgamentos agendamentos, sem qualquer justificativa plausível, parece ter sido feita intencionalmente, para beneficiar um lado envolvido em detrimento do outro lado, também envolvido. Aliás, a forte impressão que ficou foi de favorecer, através do uso vergonhoso do corporativismo judicial, uma ingênua mocinha juíza que está bastante encalacrada até o pescoço por acusações de favorecer os ingênuos mocinhos juízes e procuradores da Lava Jato.
    A verdadeira justiça acompanhada da verdadeira polícia, tem que dar um basta em todo festival de delinquência, que sequencialmente se sucede, como uma água fervente, por todo país.
    São gravíssimos os acontecimentos listados,

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