Inelegível, Bolsonaro associa decisão do TSE a ditaduras e afirma que estudará recurso

Bolsonaro diz a jornalistas que estudará recursos cabíveis contra decisão do TSE que o impede de disputar eleições até 2030

Jair Bolsonaro reage com novos ataques à lisura do processo eleitoral e às instituições, após ser declarado inelegível pelo TSE. Foto: Reprodução/CNN Brasil

Jair Bolsonaro desferiu uma nova rodada de ataques à lisura do processo eleitoral, às instituições e à democracia nesta sexta (30), ao comentar a respeito da decisão do Tribunal Supremo Eleitoral (TSE), que por 5 votos a 2 decidiu declarar o ex-presidente inelegível até 2030.

Bolsonaro disse que o TSE arrumou um “crime sem corrupção” para impedi-lo de disputar a próxima corrida presidencial. A corte analisou denúncia do PDT, que apontou abuso de poder político por parte de Bolsonaro, ao reunir, em julho de 2022, um grupo de embaixadores no Alvorada, ocasião em que atacou o sistema eleitoral.

Em entrevista coletiva logo após o TSE formar maioria pela inelegibilidade, Bolsonaro tentou novamente colocar a segurança das urnas eletrônicas em xeque, ao afirmar que, até hoje, o TSE não concluiu um inquérito instaurado em 2018 pela ministra Rosa Weber para apurar supostas irregularidades na eleição daquele ano.

“Eu não posso ser julgado por algo que ainda não existe”, protestou Bolsonaro. 

Ele também criticou o fato de ministros do TSE terem associado, em discursos, o teor dos discursos antidemocráticos de Bolsonaro com a invasão em Brasília, em 8 de janeiro de 2023.

“Quem fala em golpe do 8 de janeiro não sabe o que é golpe. Com todo respeito, é um analfabeto político. Ninguém vai dar golpe com senhorinhas e senhorzinhos com a bandeira do Brasil nas costas”, provocou Bolsonaro.

Mesmo inelegível, Bolsonaro voltou a defender o voto impresso e disse que, sem isso, as eleições são facilmente fraudáveis.

Bolsonaro ainda enquadrou a decisão do TSE como um ato típico de regimes autoritários, citou Cuba e afirmou que o Brasil está caminhando para uma ditadura.

Bolsonaro também afirmou que eleição sem confronto “não é democracia”, e disse que não existe hoje oposição ao “atual mandatário”, se referindo ao presidente Lula e as eleições de 2026.

Ainda, Bolsonaro ainda insinuou que o TSE favoreceu a candidatura de Lula em 2022, ao impedir sua campanha de disseminar conteúdo considerado fake news.

Ao final, o ex-presidente disse que vai analisar os recursos cabíveis contra a decisão do TSE e disse que sua carreira política não morreu, e que a direita no País terá futuro com outro nome em 2026.

Leia também:

Isadora Costa é estagiária em redação sob supervisão de Cintia Alves

Isadora Costa

2 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Tal qual Putin, Bolsonaro diz que levou uma facada nas costas. Quem seria o Prigozhin do Bolsonaro? O TSE? Ou os Ministros por ele nomeados? Mas esse votaram a favor desse nojento

  2. Placar do julgamento no TSE: TSE 5 TSE do B 2.

    Com a derrota do coiso, ele agora, vai ser office boy do Valdemar, desculpe-me digo: Cabo (de guerra) Eleitoral. Como a ideia é fazer força, que não é o forte dele, desconfio que o Valdemar pode ter feito um mal negócio.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador