Líder comunista quer julgar responsáveis pelo fim da URSS

Do Opera Mundi

Vinte anos depois, líder comunista pede julgamento de responsáveis pelo fim da URSS

Para Ivan Melnikov, acordos liderados por Boris Yeltsin foram uma traição ao povo

 

Um crime contra o interesse nacional. Para o vice-presidente do Partido Comunista da Rússia, Ivan Melnikov, assim foi a assinatura dos acordos de Belovezhskaya Pushcha, que há 20 anos selaram o fim da União Soviética, com a criação da CEI (Comunidade dos Estados Independentes).

Melnikov defendeu que os responsáveis pela assinatura do acordo sejam julgados. O principal deles, contudo, não poderá ser levado à Justiça, já que Boris Yeltsin, que viria a ser o primeiro presidente da Federação Russa, morreu em 2007. Estão vivos, porém os então presidentes da Bielorrússia, Stanislau Shushkevich, e da Ucrânia, Leonid Kravchuk.

“O dia da assinatura dos acordos de Belovezhskaya Pushcha é o dia da traição aos interesses do Estado, as suas conquistas históricas, ao seu povo e a toda uma geração de patriotas soviéticos”, disse Ivan Melnikov à agência local Interfax.

Segundo o parlamentar, que foi vice-presidente da Duma, a câmara baixa do Congresso russo, “as pessoas que puseram uma cruz sobre uma forte estrutura geopolítica criada por nossos pais e avôs devem ser julgados”. Para ele, os acordos “afetaram muitas famílias e puseram fronteiras estatais entre esposas e maridos, irmãs e irmãos”.

“As causas de muitos problemas que afetaram os chamados ‘estados independentes’ não são apenas de terem liberais desaforados e burocratas corruptos no governo, mas no enfraquecimento da economia nacional e da segurança, na fratura de toda uma cobertura cultural e econômica”, destacou Melnikov.

rferl.org

Líderes da Rússia, da Ucrânia e da Bielorrússia assinam a criação da CEI e aceleram derrocada da URSS

As iniciativas promovidas, entre outros, pelo primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, para formar novas estruturas supranacionais no território pós-soviético, como no caso da chamada União Euro-asiática, não foram apreciadas pelo vice-presidente do PCR.

“São oligarcas das antigas repúblicas soviéticas que tentam ampliar seus mercados, procuram novos benefícios, e as consequências disso podem ser vistas no exemplo da União Europeia, onde o bloco se formou na base do dinheiro e dos interesses materiais”, apontou. 

*Com informações da Efe.

Luis Nassif

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