Xadrez de Temer, o Rei de Ouro e a Libra

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Cai o rei de paus, cai o rei de copas, cai o rei de espada, falta o rei de ouro.

Com a travessia de mais um rubicão – o pedido de prisão de José Sarney, Renan Calheiros, Romero Jucá e Eduardo Cunha, os inquéritos contra Aécio Neves – falta apenas o rei de ouro: o interino Michel Temer, e algumas peças acessórias do PSDB. E aí se chega ao rei de ouro.

Não haverá como o interino Temer se livrar, pois, ao contrário de José Serra – que sempre operou através dos fundos de investimento de sua filha – Temer deixou rastros por toda a sua carreira.

O primeiro rastro é o crescimento vertiginoso do seu patrimônio especialmente nos últimos dez anos, de alguém que, no período,  exerceu apenas a carreira política. O segundo, suas ligações com o porto de Santos, especialmente com a Libra Terminais.

Em Santos, quando se menciona a Libra, o bordão é antigo: Libra é Temer.

Os inquéritos arquivados

O caso do agora presidente interino Michel Temer com o grupo Libra e as obras do Porto de Santos data de, pelo menos, 14 anos atrás. Somente em 2016, entrou um novo personagem, estreitamente ligado a Temer: Eduardo Cunha.

Entre esses dois momentos, ao longo de dez anos, houve dois inquérito arquivados.

A primeira investigação ocorreu em 2002, em um processo administrativo preliminar, que apontava a suspeita da participação de Temer em esquema de cobrança de propina de empresas detentoras de contratos no porto de Santos, no Estado de São Paulo. À época, o então procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, determinou o arquivamento por considerar que não havia provas suficientes.

Passados quatro anos, a Polícia Federal encontrou novos indícios e voltou a investigar Temer, então deputado federal pelo PMDB. A PF instaurou um inquérito em 2006, indicando-o como possível beneficiário de pagamento de propinas.

O inquérito levou quatro anos para chegar ao Supremo Tribunal Federal (STF), apenas em fevereiro de 2006. Antes nas mãos da Procuradoria da República em Santos, a então procuradora que comandava o caso, Juliana Mendes Daun, afirmou que “Temer figura efetivamente como investigado nesta apuração”. 

Por esse motivo, encaminhou o caso à Suprema Corte no dia 15 de setembro de 2010, em plena campanha eleitoral, já como vice da presidente Dilma Rousseff. O delegado responsável pelas investigações, Cassio Nogueira, queixou-se da demora para o caso ser enviado ao STF, o que teria atrasado toda o processo e impossibilitando o seu aprofundamento.

“Após quatro anos, muito pouco avançou a apuração naquilo que se poderia chamar aprofundamento das investigações, até porque as pessoas citadas na denúncia como envolvidas não foram nem sequer inquiridas”, escreveu o delegado à então procuradora responsável.

Em reportagem publicada em abril de 2011, a Folha de S. Paulo também aponta que houve uma “tramitação arrastada” e “manobras dos advogados dos envolvidos”.

Mas após, por fim, chegar ao STF, contudo, a equipe de procuradoria era outra – sob o comando do então procurador-geral Roberto Gurgel. Gurgel solicitou o arquivamento da investigação de mais de oito anos por considerar, assim como o seu antecessor, que não havia fatos novos contra Michel Temer e que ele deveria ser excluído do processo.

Com a manifestação de Gurgel, o ministro que detinha a relatoria do caso, Marco Aurélio, determinou a exclusão do nome de Temer do processo, ordenando o seu arquivamento e remetendo os autos referentes a quem não tinha foro privilegiado à Justiça Federal em Santos.

O misterioso MT, beneficiário da propina

 Por outro lado, a investigação feita até então da Polícia Federal reunia indícios de que empresas distribuíram propinas para vencer concorrências para a exploração de áreas do porto de Santos, administrado pela Companhia de Docas do Estado de São Paulo (Codesp). A exemplo do que foi revelado com a Operação Lava Jato, no caso dessas obras, a influência política era de Temer e de seu partido, o PMDB.

O presidente da Codesp entre 1995 e 1998, Marcelo de Azeredo, foi indicado pela sigla e, posteriormente, tornou-se o principal investigado do processo. Os dados da investigação tomaram como base planilhas e documentos enviados pela ex-esposa do empresário, Érika Santos, que pediu a dissolução de união estável na Vara da Família em Santos.

As planilhas mostravam que a propina foi entregue a Azeredo, a um terceiro sujeito chamado como “Lima” e a alguém identificado como “MT”. Para a PF e os procuradores, MT seria Michel Temer. Nas negociações, o agora presidente interino, Lima e o PMDB teriam recebido indevidamente R$ 1,28 milhão, o equivalente a 7,5% do contrato da Libra para explorar dois terminais do porto. Apenas o interino teria angariado a metade deste valor.

Paralisado em 2011, apenas no início deste ano foi revelado mais um capítulo da influência do PMDB no Porto de Santos. O presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), atuou para beneficiar a Libra em nova legislação.

Cunha incluiu na Medida Provisória dos Portos uma emenda parlamentar, permitindo que o grupo renovasse contratos de concessão de terminais portuários – sendo que mantinha uma dívida milionária com o governo federal nas obras da Codesp e, por isso, estava impedido de fechar novas contratos. A emenda foi criada por Eduardo Cunha e mantida pelo deputado Edinho Araújo (PMDB-SP), outro aliado de Temer, em seus últimos dias no comando da Secretaria Especial de Portos (SEP).

Ainda na campanha de 2014, o então vice Michel Temer criou uma Pessoa Jurídica apenas para receber doações eleitorais e repassá-las a candidatos a outros cargos públicos, aliados do PMDB, entre deputados estaduais e federais. A conta PJ de Temer recebeu do grupo Libra R$ 1 milhão de dois sócios da empresa que se beneficiou na compra de 100 mil m² no Porto de Santos há mais de 20 anos.

O fato novo

O fato novo foi a pressão do já vice-presidente Michel Temer sobre o Advogado Geral da União, Luiz Adams, visando preparar um decreto para a criação de uma comissão de arbitragem destinada a analisar as dívidas das operadoras de terminais do Porto.

Adams foi alvo de intensa pressão de Temer. Segundo fontes bem situadas, Temer chegava a fazer ligações telefônicas diárias para ele.

Quando o caso apareceu na operação Castelo de Areias, Adams recuou e, na linha de frente, entrou seu vice.

Quando o tempo melhorou, o decreto da arbitragem voltou à cena e foi assinado por Dilma Rousseff. O primeiro caso foi o da Libra, que recebeu perdão de R$ 1,8 bilhão de dívidas passadas.

Uma análise superficial das propostas de Moreira Franco para os portos certamente indicará medidas de interesse direto da Libra.

 

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

51 Comentários

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  1. Nassif, e daí ?
    Um Presidente

    Nassif, e daí ?

    Um Presidente não pode ser sequer investigado por fatos anteriores ao cargo enquanto estiver no mesmo.

    Isso só servirá para manter Temer como rainha da inglaterra, não ajudará Dilma a voltar ao Poder.

    Nada sobre o auto comando querer transformar o Brasil em um Haiti ? Sobre os políticos se unirem contra essa turma ? Se isos não ocorrer ai sim, estaremos totalmente perdidos.

    Voltando ao assunto do post, em nenhum momento o Wagner Rossi é citado nessa relação com o Porto de Santos ? Estranho…

     

  2. Impressionante a  ” Rapidez”,

    Impressionante a  ” Rapidez”, do nosso Glorioso MPF……..parece que esse Marcelo Azeredo, é recolhedor de “Doações” ao Temer, desde a Época das Caravelas….

  3. Não fosse o viés nitidamente

    Não fosse o viés nitidamente partidário da Lava Jato essa operação poderia ter recebido aplausos de todos os brasileiros, exceto dos envolvidos, claro. Não sou alienado nem analfabeto político mas confesso estar estupefato com as notícias do dia a dia. PQP, que extensão tem a nossa “medalha de ouro! E que volume de dinheiro ela representa! Medalha de ouro, do maior quilate, para Patricia Faermann e Luis Nassif. E que não fique pedra sobre pedra.

  4. Divido que o indiciados por

    Divido que o indiciados por Janot, sintam na pele a dor e sofrimento que o José Dirceu sentiu e vem sentido.

    Duvido e pago para ver, Sarney e Renan, raposas velhas, sendo encaminhado ao chilindró e lá permanecendo por pelo menos um ano. D U V I D O ! 

    Entre o Janot pedir a prisão e o STF aceitar, deve levar o tempo de uma geração.

    Ainda acho que o pano de fundo disso tudo  é o Lula.

    Que malandramente vem negando que será candidato em 2018. Mas se for preciso …

    Em relação ao Temer… melhor calar.

     

  5. Ficarei em êxtase vendo o

    Ficarei em êxtase vendo o Sarney preso ou com tornozeleira. Inda vai ficar barato pelo mal que esse verme e sua família fizeram ao país por 5 anos e por 50 ao maranhão. Até hoje o estelionato eleitoral dele com oplano cruzado foi o maior de todos [ o pmdb só não ganhou um governo de estado]; levou o país a hiperinflação e conseguiu um ano a mais em seu mandato – e assim impediu a eleição de Ulisses, o nome mais importante em 88 e nos deu, como a cereja do bolo, um collor, um outsider completo. E pra variar ainda é um escritor meia boca, nem isso o salvo. Enfim, é nosso antiChurchill rss

  6. Camex

    Um dos primeiros atos do interino foi puxar para si a presidência da Câmara de Comércio Exterior (Camex). Antes, o comando do órgão cabia ao ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. A Camex é quem define políticas e alíquotas de importação e exportação – http://goo.gl/OlGp6C

    Fosse o interino um vice-presidente republicano, não seria nada de mais. Sabendo dos seus rolos no Porto de Santos, sua movimentação nessa área é suspeita até prova em contrário.

     

  7. E o Serra é o que?

    O Serra que é o rei de Ouro. Não sei por que estão dando menos importância a ele, já que durante todo os atos pró-impeachment desde 2014 ele agiu às escondidas.

    1. O Coringa.

                                                   

      O Temer continua seguindo o roteiro, no papel que lhe cabe dado por  ACM: mordomo do Cavaleiro das Trevas.

  8. Nassif
    É joguinho de cena de Janot e do STF, dois dos mais eufóricos arquitetos desse golpe de estado, nenhum desses calhordas será incomodado pelos federais, muito menos o sádico machista e porco chauvinista conspirador Michel Temer; Cunha tem todos eles é elas na mão e na agenda financeira, a começar por Teori.

    Não acredito em mais nada com ar de legalidade vindo do MPF e STF, eles estão ajudando a sepultar e trucidar nosso Estado Democrático de Direito em troca de uns tostões a mais é do status quo deles e delas.

  9. Nassif;
    Por falar em Porto de

    Nassif;

    Por falar em Porto de Santos (LIBRA É TEMER) ninguem mais fala no Feudo vizinho a COSIPA (COSIPA É SERRA),   o serra deitava e rolava mas estava tudo em casa e na época a precoce filhinha ainda não sabia os fundamentos das maracutaias.

    Outro aproveitador ilustre daCOSIPA era o ínclito e notável pelo seu notório saber jurídico IVES GANDRA MARTINS, veja só ein!!!!!

    Este honradíssimo brasileiro  era proprietário da empreiteira PAU BRASIL  que ganhava dinheiro a rodo na COSIPA com a cobertura do serra e as vezes o maluf.

    Esta empreiteira mantinha uma equipe fixa de caldereiros (tratados a pão e água) para sanar vazamentos de BENZENO (altamente cancerígeno) em uma Torree de Processo.

    Se alguém puder investigar melhor, com certeza deste mato sairá muito coelho. E a máscara deste cínico e hipócrita do Ives cairá com certeza. Mas como ele é muito religioso no final de tudo ele irá para o céu.

     

    Genaro

    1. COSIPA.

      Me parece que quem era um dos donos da Pau Brasil era o Maestro João Carlos Martins. A se verificar a veracidade.

      Hoje ninguém fala mais nada.

  10. ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA ROUBANDO A NAÇÃO MAIS FACILMENTE!

    Meu deus do céu! É impressionante os planos diabólicos destes ladrões DESTA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA GOLPISTA NO GOVERNO! Meu deus do céu!!!

  11. Essa coalizão para governar

    cobrou um preço muito alto à Dilma e aos progressistas. Mesmo MT sendo investigado e pairando inúmeras suspeitas, tiveram que engolir o temeroso e sua trupe (ou quadrilha, ou bando, como preferirem).

  12. “rei” de ouro, dos tolos !

    Ouro de Tolo é um compacto do cantor e compositor Raul Seixas, lançado em maio de 1973 pela gravadora Philips Records e presente no álbum Krig-ha, Bandolo!. Em 2009, foi escolhida pela revista Rolling Stone Brasil a 16ª entre as 100 maiores músicas brasileiras.

    Contexto e análise

    O nome faz uma alusão a sua utilização durante a Idade Média quando falsos alquimistas prometiam realmente transformar chumbo em ouro, quando a linguagem da alquimia era, na verdade, metafórica ou simbólica, referindo-se à transformação espiritual do homem de um estado “pesado”, o chumbo, para outro de elevação, o ouro. Assim, transpondo para os próprios ideais e aspirações de Raul Seixas na época, percebe-se que ele indica que o verdadeiro ouro estava no despertar da consciência individual, visando à construção da Sociedade Alternativa, e não no discurso ufanista e triunfalista da ditadura militar da época. Logo, o disco voador ao final da letra seria uma referência a essa nova sociedade a ser construída.

    Lançamento e promoção

    Em 7 de junho de 1973, de acordo com uma estratégia de marketing proposta por Paulo Coelho, Raul Seixas convocou a imprensa para registrar sua aparição na Avenida Rio Branco, onde cantou a música Ouro de Tolo. A cena foi exibida no horário nobre da TV, no Jornal Nacional. A canção era um ataque ao conformismo do país a respeito das ilusórias vantagens oferecidas pela ditadura. O evento catapultou as vendas do compacto, tornando-se sucesso instantâneo e preparando o lançamento do seu primeiro LP solo, Krig-ha, Bandolo!, em 21 de julho de 1973.

    https://pt.wikipedia.org/wiki/Ouro_de_Tolo

  13. Algo me diz que está muito

    Algo me diz que está muito cedo para se partir para o rei de ouros. Michel Temer ficará no cargo até janeiro de 2017 pelo menos pois não há interesse de nenhum dos conspiradores em termos eleições diretas este ano ainda para presidente. Eles com certeza desejam a presidência mas sabem que isso só será possível ano que vem. Vão cozinhar o galo até lá.

  14. Briga antiga, com CPI e tudo mais, Rubens Fortes é o nome

    Publicado em sábado, 19 de junho de 1999 às 17:25 Histórico

    Dossiê sobre irregularidades no Porto de Santos pode incriminar Temer

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    Do Diário do Grande ABC

    A briga entre os presidentes da Câmara, Michel Temer, e do Senado, Antônio Carlos Magalhaes, vai ganhar mais combustível esta semana. Os vereadores da Câmara Municipal de Santos, no litoral Sul de Sao Paulo, estao preparando um dossiê sobre irregularidades na administraçao da Companhia Docas do Estado de Sao Paulo (Codesp) para entregar ao presidente do Senado, Antônio Carlos Magalhaes, às lideranças dos partidos no Congresso e ao Tribunal de Contas da Uniao (TCU). Os vereadores querem que o Senado instale uma Comissao Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o Porto de Santos e apure o suposto envolvimento de dois ex-presidentes da empresa, Marcelo Azeredo e Paulo Fernandes do Carmo, com irregularidades.

    “Todo mundo que sabe que eles foram indicados pelo Temer”, afirma o vereador Fausto Figueira (PT). “Houve muita maracutaia no Porto de Santos nas barbas da direçao da Codesp indicada pelo PMDB. ACM se aproveitou disso para atingir o Temer. Isso é briga de cachorro grande, mas tem de ser apurado. Só que o ACM nao pode virar o ombudsman da moralidade”, diz. “Vamos dar a muniçao”, disse o vereador Odair Gonzalez (Prona).

    Investigaçao ampla _ Autores de denúncias contra a Codesp, os dois vereadores esperam apenas um sinal verde do presidente da Câmara de Santos, Carlos Mantovani Calejon, para formar a comissao que irá á Brasília na próxima semana. Eles querem uma investigaçao ampla, que inclua também a gestao de Azeredo (1995 a 1998), mas só têm indícios sobre o período em que Carmo – substituído pelo ex-deputado Wagner Rossi (PMDB), há dois meses – assumiu o cargo.

    A denúncia mais grave é o arrendamento de dois armazéns de embarque e desembarque de contêineres de cargas da Codesp – os terminais 34 e 35, considerados como o filé mignon do Porto de Santos – para a empresa Libra-Linhas Brasileiras de Navegaçao S/A, cujo contrato, ao ser alterado, segundo Figueira, provocou prejuízos da ordem de R$ 32 milhoes à Codesp. “Foram incluídas 14 cláusulas no novo contrato alterando prazos e pagamentos”, sustenta o vereador. A principal alteraçao do novo contrato se refere ao momento em que a empresa passa a recolher as taxas de arrendamento à Codesp: em vez de pagar a partir da entrega dos dois terminais para exploraçao, há dois anos, o novo contrato estipulou que a Libra só recolhesse depois que o projeto fosse definitivamente aprovado.

    Vulnerável – “Nos primeiros 24 meses de vigência houve a discrepância de R$ 32.667.220. O valor do aluguel sumiu no segundo contrato”, afirma Figueira. Segundo ele, até o edital da concorrência vencida pela Libra era vulnerável para permitir as alteraçoes. Além das condiçoes de preço e formas de pagamento, as novas cláusulas fazem remissoes a tabelas nao previstas no contrato original e a normas da Codesp que, na época, nem sequer foram cogitadas. Houve também, conforme a denúncia do vereador, diminuiçao de valores de aluguel e extinçao de garantias que levariam a Codesp a receber um valor mínimo da movimentaçao de contêineres nos dois terminais arrendados. Foram incluídos também prazos de carência que nao existiam, extintos itens que garantiam cobranças mínimas pela Codesp.

    A denúncia já está sendo apurada pelo procurador da República Antônio José Donizette Molina Dalóia, de Santos. Nela o vereador Fausto Figueira cita o ex-presidente da Codesp Paulo Fernandes do Carmo como o signatário dos dois contratos como representante da estatal e pede seu enquadramento por improbidade administrativa.

    O vereador Odair Gonzalez vai anexar ao dossiê uma denúncia que ele mesmo encaminhou ao Tribunal de Contas da Uniao (TCU) em fevereiro apontando que a Codesp, em outro contrato feito com a Libra – para movimentaçao de contêineres à margem direita do Porto de Santos – está perdendo o equivalente a R$ 6 milhoes por ano ao reduzir drasticamente os preços das tarifas. Segundo Gonzalez, o contrato foi firmado em 1996, e permite que a empresa pague taxas equivalentes a 85% a menos dos preços cobrados pela Codesp de outras empresas que também exploram o mercado portuário.

    Uma outra irregularidade envolvendo Carmo foi denunciada à Procuradoria da República pelo presidente do Conselho de Autoridade Portuária (CAP), o capitao de mar e guerra da Marinha, Francisco Luiz Gallo. Segundo um documento que chegou ao CAP, assinado pelo representante dos trabalhadores portuários, Rubens Fortes Antonio, sem amparo legal a Codesp aceitou o pagamento de R$ 2,3 milhoes como quitaçao de uma dívida de R$ 9,3 milhoes, acumulada pela empresa Boa Vista Comércio e Serviços Ltda, antiga dona de um navio cimenteiro que ficou vários anos atracado no Porto de Santos. Segundo o documento, em nenhum momento a Codesp apresentou fundamentaçao legal para renegociar uma dívida que estava no contrato.

    Parecer – O vereador Fausto Figueira lembra que, nesse caso, embora o acordo só tenha sido homologado no dia 16 de setembro do ano passado, só em 21 de outubro é que o ex-presidente da Codesp apresentou um parecer, assinado pelo advogado Ivan Barbosa Rigoli, de Santos, para respaldar a negociaçao. “O parecer tem uma pérola impressionante. O advogado justifica a diminuiçao do valor da dívida argumentando que esse tipo de acordo é comum na Justiça do Trabalho. Como se uma coisa tivesse a ver com a outra”, ironiza Figueira.

    “Tem gente ficando rica com as privatizaçoes às custas do Porto de Santos, enquanto a populaçao está perdendo”, diz Figueira. Segundo ele, a Câmara e a Prefeitura nao têm nenhuma informaçao sobre a real situaçao da Codesp, principalmente depois que o órgao foi loteado entre grupos políticos que formam a base de sustentaçao do governo federal. “Só sabemos que depois da privatizaçao os empregos caíram de 40 mil para dez mil e a cidade sofreu uma diminuiçao de R$ 200 milhoes por mês na massa salarial”, afirma.

     

    1. Rubens Fortes Antonio, ex-diretor da Codesp

      Contratos de porto paulista são revisados

      FAUSTO SIQUEIRA
      A Codesp (Companhia Docas do Estado de São Paulo) está revisando 50 contratos de arrendamento de áreas e de prestação de serviços no porto de Santos (SP). A finalidade é apurar eventuais irregularidades ou identificar contratos economicamente defasados e desvantajosos. Nesse caso, o objetivo da empresa é renegociá-los. A decisão foi tomada pelo diretor-presidente da Codesp, Wagner Rossi, na semana passada, dias antes da troca de acusações que envolveu o porto entre os presidentes do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), e da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), responsável por nomeações na empresa. “”Quando fui nomeado, vim com a recomendação do partido para consertar o que estivesse errado. Mas não há neste momento qualquer ato em relação às administrações anteriores”, disse Rossi, ex-deputado federal do PMDB, que assumiu o cargo em abril. Segundo Rossi, dos 50 contratos, estão sendo priorizados os que foram alvo de denúncia por políticos de Santos e pelo CAP (Conselho de Autoridade Portuária), que regulamenta as atividades do porto. Dois desses contratos já estão sob investigação da Procuradoria Geral da República em Santos e outro é objeto de avaliação do Tribunal de Contas de União. O promotor Gustavo Pessanha Velloso apura denúncia do CAP a respeito de uma dívida da empresa Boa Vista com a Codesp que somaria R$ 9,3 milhões, dos quais teriam sido cobrados somente R$ 2,1 milhões, por conta de um acordo. A dívida resultou de um contrato pelo qual a Boa Vista utilizou durante cinco anos (de 1993 a 1998), pagando tarifa especial, uma faixa de cais para o navio-fábrica Heraclis Spirit produzir cimento. O contrato exigia movimentação mínima de 300 mil toneladas de cimento por ano, o que não ocorreu. Assim, a Boa Vista teria de pagar a diferença entre tarifas à Codesp. Segundo o promotor Velloso, a investigação está em fase preliminar. Ele disse que poderá solicitar perícia no contrato para saber se os valores exibidos estão corretos. “”Esse acordo é completamente alheio a qualquer procedimento administrativo. Não há nenhuma base legal para se conceder o perdão de uma dívida”, afirma Rubens Fortes Antonio, ex-diretor da Codesp e representante dos trabalhadores no CAP. Outro caso foi denunciado ao Ministério Público Federal pelo vereador Fausto Figueira de Mello Júnior (PT). Segundo ele, alterações após as assinaturas de contratos de arrendamento de dois armazéns à empresa Libra geraram prejuízo de R$ 32,6 milhões à Codesp. As obras de infra-estrutura do Tecon 2 (Terminal de Contêineres 2), que será privatizado, também se encontram sob suspeita. Em 15 de abril, foram embargadas pelo Tribunal de Contas da União. Desde 1988, o contrato firmado com a construtora Andrade Gutierrez para a realização da obra já sofreu nove aditivos, que fizeram o preço original saltar de R$ 120 milhões para R$ 295,1 milhões. De acordo com a lei federal que regulamenta as licitações, o preço original não pode sofrer acréscimo superior a 25%. Nessa hipótese, a lei exige a abertura de novo processo licitatório -o que deverá ocorrer se, após a decisão final do TCU, a obra seja retomada. Outro lado O ex-diretor-presidente da Codesp Paulo Fernandes do Carmo não quis se pronunciar sobre supostas irregularidades cometidas durante sua gestão. Na representação encaminhada ao Ministério Público pelo vereador Mello sobre o contrato com a empresa Libra, Carmo é acusado de improbidade administrativa (má gestão pública). Ele também assinou o acordo com a Boa Vista. “”Procure o doutor Wagner Rossi e o Departamento Jurídico da Codesp. Sobre esse assunto, não tenho nada a declarar”, disse Carmo. Procurada pela Agência Folha, a Libra, do Rio de Janeiro, informou, por meio de sua assessoria, que não se manifestaria. Uma mensagem eletrônica diz que os telefones da Boa Vista em Santos estão temporariamente fora de serviço. A assessoria de imprensa da Andrade Gutierrez, de Belo Horizonte, informou que a empresa se encontra impedida, em razão de cláusula contratual, de se manifestar sobre as obras do Tecon 2.

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      Temer, Cunha e Libra

      03 Janeiro 2016

      O jornal O Estado de S.Paulo, neste domingo (3/01), trouxe novas informações sobre situação escabrosa que vem sendo denunciada pelo Portogente há muitos anos. Trata-se da dívida bilionária que a Libra Terminais tem com o Porto de Santos, no litoral paulista. Segundo a reportagem, o deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), braço de ferro do vice-presidente da República Michel Temer, incluiu emenda parlamentar à Lei dos Portos (12.815/2013) que beneficiou diretamente o grupo empresarial. Com a emenda, permitiu-se que a empresa em dívida com a União pudesse renovar contrato de concessão de terminais portuários. O periódico informa que Temer recebeu de dois sócios da Libra mais de R$ 1 milhão para campanha eleitoral em 2014, valor que teria distribuído entre candidatos seus a outros cargos, como deputados e senadores.

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      Libra Terminais e o golpe de mestre

      Da mesma forma, o ex-ministro Edinho Araújo, também do front peemedebista e da cota de Temer, ajudou a mesma empresa ao editar decreto em junho de 2015. Leia o que Portogente denunciou, sozinho, à época:

      “Quem tem olhos para ouvir e ouvidos para ver deve ter ficado com a “pulga atrás da orelha”, como diz adágio popular, ao ver publicado, no Diário Oficial da União (DOU), do dia 9 de junho último, o Decreto nº 8.465/15, que regulamenta o parágrafo 1º do art. 62 da Lei nº 12.815/2013, “para dispor sobre os critérios de arbitragem para dirimir litígios no âmbito do setor portuário”. O mundo portuário e a torcida do flamengo com certeza pensaram na eterna dívida da Libra Terminais com o Porto de Santos. É quase um decreto “prêt-à-porter”.”

      Até agora não se entende qual o “poder” desse grupo empresarial que conseguiu até tirar um processo já julgado procedente das mãos da Justiça e fazer com que ele se enrosque e prolongue cada vez mais. Essa novela já dura quase uma década. Ao invés de regularizar sua situação, o terminal conseguiu renovar seus contratos sem dispor um centavo do que deve aos cofres públicos do Porto de Santos. Haja mistério!

       

    3. Ex­presidente da Codesp acusado de “gestão temerária”

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      Ex­presidente da Codesp acusado de “gestão temerária”Siga @Estadao no 

      O ex­presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), Marcelo de Azeredo, está sendo acusado de ser um dos responsáveis pelo aumento do déficit financeiro da empresa e de praticar uma “gestão temerária”, ao autorizar a redução de tarifas portuárias em agosto de 96, fazendo com que a estatal deixasse de arrecadar cerca de R$ 200 milhões. Em representação encaminhada à Procuradoria da República em Santos, o vereador Fausto Figueira (PT) e o exfuncionário da Codesp, Rubens Fortes Antonio, acusam não só Marcelo de Azeredo, mas ex­diretores e ex­conselheiros pelo rombo financeiro acumulado pela companhia, que até dezembro do ano passado era calculado em R$ 658 milhões. Os denunciantes destacam que, ao baixar a resolução 13/96, que previa a redução de 46,86% de duas das principais tarifas portuárias, o então presidente alegava que tal medida era necessária para tornar o Porto de Santos mais competitivo. O barateamento das operações, segundo afirmam, não se concretizou, uma vez que as reduções não foram repassadas aos usuários finais. De acordo com Rubens Fortes Antonio, só a Companhia Siderúrgica Paulista (Cosipa) deixou de pagar R$ 33,5 milhões à Codesp, no período compreendido de outubro de 1996 a outubro de 1997, ao ser beneficiada com a redução de tarifas, que caiu de R$ 4,42 para R$ 0,45 por tonelada de produtos movimentados. O vereador Fausto Figueira, por sua vez, não se conforma com o fato de a atual diretoria da Codesp solicitar recursos ao Tesouro Nacional para cobrir o rombo financeiro da empresa. “Eles arrebentam com as finanças da empresa, que era superavitária, e querem que o contribuinte pague a conta”, denuncia.

  15. Meu vice não caiu do céu

    Finalmente, as coisas vão clareando.  Tratava-se de um grupo bastante coeso até implodir.

    Perdão de dívidas, regularização do porto irregular da Odebrecht em Santos feito com dinheiro do BNDES,  PPP com a Libra no porto do Rio com dinheiro do BNDES, autorização  para integração da Libra em Santos ( mais 750 milhões do BNDES ), etc

    Peço ao Nassif  permissão pegar uma carona na sua metáfora, mas acho que não se trata de um four de reis, e sim de royal straight  flush.  Tem o rei, a rainha e o ás de copas. Hehehe

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=PvFyrDuMGoM%5D

     

  16. sangria desatada

    “ah, Lady Jane! eu sinto o gosto dos esgotos no chão. sob essas catedrais. sob essa escuridão. os edifícios tem de cair. ah, Lady Jane! toda essa terra vai se consumir. com os seus mistérios. como uma fogueira. vai queimar. ah, Lady Jane! eu tive um sonho estranho. de morte. e vida.”

    “Lady Jane”, A Barca do Sol

    o governo interino não é capaz de estancar a sangria (link). a hemorragia jorra. o castelo de cartas ameaça ruir. as torres desabam. reis, damas e valetes estão nus. o esgoto do capitalismo de laços brasileiro escorre a céu aberto. a lumpen burguesia já não pode mais esconder sua horrenda face. a crise avançou longe demais. nenhum pacto garantirá a coexistência do Brasil & o Brasil.

    mesmo com todo o aporte de capital, o Impeachment Ltda. está insolvente. nenhuma possibilidade de recuperação judicial. já não se fazem soluções à la Brasil como antes (link). falência múltipla de órgãos.

    Temer, o usurpador inelegível (link), vê seu mal costurado governo Frankenstein se despedaçar rapidamente. Eduardo Cunha, com envolvimentos demais para ser preso (link), é a caixa preta do comprometido sistema de poder exposto pela Lava Jato. com a cassação de seu foro privilegiado, não ficará pedra sobre pedra (link). a investigação sobre Eduardo Paes, ainda sem conseguir inaugurar seu trenzinho milionário (link), anuncia uma Olimpíada inesquecível. Aécio finalmente conseguirá ser comido (link). e o núcleo central do PSDB ainda não aceitou que será tragado por último.

    enquanto os abutres se bicam e as cobras se devoram, o Povo sem Medo nas ruas ergue com sua resistência um dos mais bonitos e emocionantes momentos da História do Brasil: o pacto entre o Povo e a Nação.

    .

  17. Todos deveríamos concordar…

    Nassif, Faerman e Demais,

    Estou chegando a uma conclusão que todos deveríamos concordar, ou melhor, à mesma conclusão de um dos envolvidos no áudio do Jucá, que disse: “ninguém do zoológico político que tá aí escapa, salvo uns cinco”

    Nesse caso, não havendo quem escapa, independente da sigla partidária, há que se buscar uma medida de governo excepcional sem esse congresso e convocar eleições gerais sem a participação de indivíduos com qualquer tipo de suspeita na sua vida pregressa.

    1. esta é a armadilha

      Considerar todos políticos criminosos. 

      E elegemos um salvador da pátria. Uma Blablarina, um Moro, um Joaquim Barbosa. 

      Este é o caminho indicado pelo grande império. Cardoso. É armadilha. 

       

  18. O Romário está negociando uma

    O Romário está negociando uma diretoria de Furnas com o Temer. O peixe manja  muito sobre energia e rede de distrubuição.

    O próximo a fazer negociação será Cristovam Buarque.

    A “insatisfação” com o governo Temer vem dando resultado.

    Agora é só o Temer procurar mais alguns senadores “insatisfeitos” ,para que do dia para noite fiquem felizes.

     

    1. Temer é como Dilma: a cada

      Temer é como Dilma: a cada dia que passa vai entregando mais anéis, fica mais refém da gana das feras até ser engolido por elas.

  19. A quem interessa implodir o

    A quem interessa implodir o Brasil?  Do que adianta prender corrupto fora do estado normal das coisas?  Qual político não alegará depois que foi vitima de delações e prisões arbitrárias?  Qual empreiteiro não acionará as cortes internacionais para denunciar os abusos do Judiciário brasileiro?  Quem, em sã consciência, investiria num país onde um único juiz de 1ª instância causa um estrago descomunal usando de artifícios fascistas?  O povo já está levando no lombo por conta disso.  A princípio parece bom, mas essa caça às bruxas sem nada para por no lugar, e sem apoio popular, tende ao nazismo, ao fascismo.  Delegados ameaçando jornalistas, procuradores e juízes ameaçando jornais, blogues tendo de pagar matérias a pedido da justiça, tudo isso é muito pior que qq corrupção.  Mais de 100 membros do MP do Paraná recebem mais de 200.000,00 por mês.  Isso é ou não imoral, descabido, semvergonha.  Esses salários falam mais do Brasil do que a corrupção da nossa política.

    1. Essa turma não perde por

      Essa turma não perde por esperar, primeiro a grana sai dos cofres do executivo, segundo, alguns são demissiveis pelo DO, e todos eles pagos com nosso dinheiro.

  20. Pois é,

    Será que nada disso era conhecido por PT, Lula, Dilma, ao escolherem contumaz criminoso para vice-presidente? Justamente, em momentos de altíssima aceitação popular bancada pelos programas de inserção social. Ah, a governabilidade, o apoio do PMDB … Quando Lula escolheu José Alencar para vice precisou desse partido escroto? Como alguém escreveu aqui: “Dá nisso”. Querer correr agora atrás do prejuízo, com Romário, na área, e Cristóvão, meio tontão, na ponta-direita, é perda de tempo. As “genialidades” petistas que aceitaram entregar tudo para a Senhora Governabilidade jogaram fora a história do renascimento da esquerda no Brasil. Contam agora com os movimentos sociais, a combatividade do PCdoB e, sim, do PSOL, a quem ou deram as costas ou esnobaram. Maldade. Pedem agora todos na rua. Para perderem. Bobear não era preciso.

    1. Acho que ver por esse ângulo

      Acho que ver por esse ângulo é simplista.  O PT era pequeno, se agigantou com as adesões oportunistas e não soube formar quadros técnicos a altura do Brasil.  O PT não pode pagar essa conta sozinho.  Nunca houve muito espaço de manobra.  O Brasil voo baixo em função das commodities e Lula-Dilma fizeram o possível para isso durar.   Não se resolve séculos de abandono do povo com decretos. Todo presidente precisará de governabilidade, negociar é preciso, e é inocência afirmar que só no Brasil político leva oo dele.  Essa histório que só no Brasil a corrupção é sistêmica é furada, basta conhecer um pouco do mundo para saber que a maioria dos corruptores são de “boa origem”, européia ou norte-americana.  O grande mal do Brasil é a sua elite parasita, são os monopolios de mídia.  PT é um nada comparado aos 100bilhões de dólares da fortuna dos Marinho.

    2. A escolha de Michel Temer foi correta, mas os fatos não ajudaram

       

      Rui Daher (terça-feira, 07/06/2016 às 12:54),

      Não é do jeito que você está analisando que as coisas aconteceram. Veja as eleições no primeiro turno no Peru onde a Keiko Fujimori, presidente do partido Fuerza Popular da direita somou 39,18% dos votos, Pedro Pablo Kuczynski, do partido de centro-direita Peruanos por el Kambio, obteve 24,25%, e a parlamentar Verónika Mendoza, da sigla esquerdista Frente Amplio, recebeu 16,57% dos votos. Mesmo em tempos bons a direita é maioria no mundo todo.

      No parlamento do mundo inteiro quanto mais desigual for o país mais é a força da direita. Se não bastasse isso no mundo e no Brasil houve a crise econômica. E se você olhar os comentários lá no post “Recessão alimenta a criação de monstros da intolerância, por Laura Carvalho” de quinta-feira, 28/04/2016 às 14:39, aqui no blog de Luis Nassif e com a transcrição do artigo “O mar está para monstros” de Laura Carvalho publicado na Folha de S. Paulo, vai ver comentário meu enviado quinta-feira, 28/04/2016 às 20:45, para ML junto ao comentário dele de quinta-feira, 28/04/2016 às 15:40, em que eu deixo os links para artigos que mostram que em crises econômicas a direita cresce. O endereço do post “Recessão alimenta a criação de monstros da intolerância, por Laura Carvalho” é:

      https://jornalggn.com.br/noticia/recessao-alimenta-a-criacao-de-monstros-da-intolerancia-por-laura-carvalho

      Há um post aqui no blog de Luis Nassif que precisa ser mais acessado. Trata-se do post “O raio X da política e o fator Temer” de sexta-feira, 07/08/2015 às 19:45, e de autoria de Luis Nassif e que pode ser visto no seguinte endereço:

      https://jornalggn.com.br/noticia/o-raio-x-da-politica-e-o-fator-temer

      E se você for junto ao post “O raio X da política e o fator Temer”, você verá, atualmente no oitavo comentário da primeira página, o link, é em que se resume o comentário, deixado por Luiz Felipe de Alencastro para artigo dele publicado na Folha de S. Paulo de domingo, 25/09/2009, portanto, um ano antes da eleição de 2010.

      O artigo de Luis Felipe Alencastro intitulado “Os riscos do vice-presidencialismo” é uma crítica a escolha do Michel Temer sob o argumento de que Michel Temer é uma pessoa muito mais preparada politicamente do que a Dilma Rousseff. Não deve ser o seu caso, mas pela dificuldade de acesso ao link da Folha de S. Paulo, deixo também o link para o artigo “Os riscos do vice-presidencialismo” no site do Instituto Humanitas Unisinos e que é o seguinte:

      http://www.ihu.unisinos.br/noticias/noticias-anteriores/26917-os-riscos-do-vice-presidencialismo

      O comentário de Luiz Felipe de Alencastro foi enviado sexta-feira, 07/08/2015 às 23:56 e junto ao comentário dele há um comentário meu enviado sábado, 08/08/2015 às 11:39, em que eu transcrevo do artigo dele os parágrafos mais fortes e vinculados à questão do impeachment. Além disso eu transcrevo também um comentário muito bom de Marco Antonio Castello Branco, que é provavelmente de uma família do PSDB, mas que foi assessor de Fernando Pimentel na campanha de 2014 e atualmente ocupa cargo no governo. O comentário de Marco Antonio Castello Branco foi enviado quinta-feira, 26/06/2014 às 01:45, para o post “Para entender o desgaste do governo Dilma” de segunda-feira, 16/06/2014 às 16:47, publicado aqui no blog de Luis Nassif e de autoria dele e que pode ser visto no seguinte endereço:

      https://jornalggn.com.br/noticia/para-entender-o-desgaste-do-governo-dilma

      O comentário de Marco Antonio Castello Branco, que atualmente é o primeiro da primeira página do post “Para entender o desgaste do governo Dilma”, foi enviado dez dias depois que o post fora publicado e mostra a presidenta Dilma Rousseff como alguém de formação técnica que não gosta do fisiologismo da política, esquecendo que o fisiologismo é da essência da democracia representativa.

      Deixo também um link para o post “FMI pede desculpas por ter imposto o neoliberalismo por três décadas” de sexta-feira, 03/06/2016 às 19:23, também aqui no blog de Luis Nassif e com a transcrição do artigo “FMI pede desculpas por ter imposto o neoliberalismo por três décadas” de autoria de José Carlos de Assis. O post “FMI pede desculpas por ter imposto o neoliberalismo por três décadas” pode ser visto no seguinte endereço:

      https://jornalggn.com.br/noticia/fmi-pede-desculpas-por-ter-imposto-o-neoliberalismo-por-tres-decadas

      Bem, em resumo eu queria dizer que o problema de Dilma Rousseff foi basicamente de natureza econômica em uma realidade essencialmente favorável à direita. E no primeiro governo o problema econômico além de fatores externo pode ter advindo das manifestações de junho de 2013. E no segundo governo ela adotou a política que seria melhor para o Brasil. Por fatores principalmente externos, a recuperação atrasou de quase um ano. Apesar de tudo, a presidenta Dilma Rousseff deixa o Brasil no país com melhores condições de iniciar uma recuperação.

      Clever Mendes de Oliveira

      BH, 07/06/2016

  21. Muito interessante você tocar

    Muito interessante você tocar nessa questão do Porto de Santos e o aparalhamento da Codesp. Se fizéssemos uma busca por todos os orgãos e instituições brasileiras, veriamos muitas pegadas dos caciques que ha mais de meio século mandam na politica brasileira e todos, sem exceção, cairiam. E Ferrnando Henrique Cardoso, com sua empafia e hipocrisia, fecharia a boca quando se tratasse de apontar o dedo para quem ele adora humilhar – Lula e o PT – chamando de quadrilha, corruptos etc. E ele sua quadrilha faliram o Brasil com aquela privataria indecente, aparelhamento da Petrobras, Agências etc.

    Mas a Lava Jato preferiu apontar sua artilharia para um so partido e em alguns nomes, como Dirceu, preso por imensamente menos do que fez toda essa corja do PMDB e do PSDB. E Serra é outro que precisa ser muito bem investigado. Um dia a casa pro lado dele e da Laranja-mor, chamada Verônica, ah, se cai!

  22. Tenho pena é dos bodes, que

    Tenho pena é dos bodes, que vão ser sacrificados para alguém ter que tomar banho e ganhar “proteção” do Cramulhão.

     

    Quem tem um Cramulhãozim na garrafa não tem nada a temer.

  23. Jogo de cena do Janot. Essa

    Jogo de cena do Janot. Essa gentalha, como diria o Chaves, faz que faz pra não fazer nada. A investigação do Gilmar no caso Aécio e mensalão do Psdb está aí pra comprovar.

    Estamos assistindo uma imensa encenação onde honestidade e corrupção são personagens usados com astúcia por autores policiais federais/procuradores/ juizes para ludibriar a grande platéia Brasil. Trabalham a serviço, não da nação que lhes paga o salário, mas da plutocracia brasileira e de interesses internacionais. A mensagem final da peça não será nem um pouco moralizadora. Busca-se apenas a troca de uma trupe de ladrões para outra: aquela a quem sempre foi permitido roubar. A mesma que o Teori fez questão de entregar ao seu verdadeiro “patrão”,  o proprietário do Instituto Brasiliense de Direito Público e nas horas que interessa juiz do Supremo, Gilmar Mendes.

    Pro inferno com  esses traidores da pátria e suas instituições. Fascistas perseguidores de grupos políticos de esquerda  e jornalistas.

  24. Esse estado atual do País, só

    Esse estado atual do País, só tem uma chance de acabar.

    Com um executivo forte.

    Pode ser com uma ditadura ou pode ser com um Presidente que tenha maioria segura no congresso – senado e camara – e que mande em instituições e corporações como MPF e PF. E com um judiciário que, no mínimo, baixe a bola.

    Sem isso, vamos virar um Haiti. A economia vai se esfacelar.

    Como conseguiriamos isso ? Com novas eleições ? Nâo tenho certeza.

    Poderia haver então novas eleições com voto vinculado para o congresso e destituição do atual PGR e o fim da LJ.

    Ai sim quem for eleito, terá alguma chance de Governar.

    A alternativa é uma ditadura muito mais forte que a que tivemos em 64.

     

  25. Prezado Nassif e Editoria

    Prezado Nassif e Editoria Política do GGN, já começa a pipocar em sites como Estadão e Exame.com que o contrato do Nassif com a EBC foi cancelado. Proponho aqui que o Brasilianas.org continue como um  canal no youtube, e tenho certeza que a audiência será mantida. Que tal uma vaquinha dos comentaristas masters para cobrir custos, como JB Costa, Cafezá, Diogo Costa, Gilson As, Anarquista Lucida, Alexandre Weber, sem falar no Motta Araujo (patrocinador master), para que possamos continuar a ter o melhor forum televisivo (agora no youtube) sobre política e economia. 

    1. Reginaldo, obrigado pela

      Reginaldo, obrigado pela lembrança do meu nome.

      Mas acredite, entre todos os comentaristas do blog, sou o menor, entre os menores.

      Aqui no blog recebemos muito mais informações do que doamos.

      No blog existem verdadeiros craques em praticamento todos as áreas do conhecimento. Participo ativamente de quatros blogs,  não existe blog mais plural que este. Pelo menos não conheço.

      Aqui é um verdadeiro centro de discussão e divulação do conhecimento e do saber.

      Parabéns a todos !

  26. Porto de Sant

    Se houver uma investigação decente sobre o “porto do temer”, muita coisa será revelada, além da participação de outros políticos muito conhecidos.

    Se puxar uma pena, vai sair um pavão.

    Aí está a fonte. “Porto do Temer”

    Mãos à obra.

  27. “Porto do Temer”

    Durante muitos e muitos anos, existiu o “porto do temer”, talvez agora com outro dono.

    Todos aqui em Santos sabemos dos acontecimentos, apesar de tudo merecer muito silêncio.

    Se puxar uma pena, vai sair um pavão inteiro. É só puxar.

    Mãos à obra.

  28. Atenção: spoiler!

    Tudo vai se desenhando aos poucos. 

    Vão explodindo o PMDB, ameaçando e acuando o PSDB. 

    A república policialesca deixa Temer sem manobras. 

    Um interino impedido e com medo. Medo do fracaso e da cadeia.   

    PGR e Moro tem muitos capítulos escritos que ainda não foram ao ar. 

    Aos poucos vão liberando um episódio aqui outra ali até que 2016 passe destroçado.

    Em 2017 as fartas provas contra Aécio e Temer serão mostradas na penultima Season Finale. 

    Dá-se então, a vacância do cargo. 

    E teremos eleições indiretas. 

    Não interessa quem serão os candidatos. 

    O que interessa é que o congresso se tornou curral eleitoral da republica policialesca. 

    Isto tudo no penúltimo episódio que promete muito suspense e emoções. 

    Chega o esperado Season Finale.

    Mas o povo destrói a cópia original do final da série. 

    E exigem da FOX participação no enredo.

    Querem algo mais original. Pegar e prender Lula não tem graça alguma. Isto todo mundo já esperava. 

    A FOX seguindo orientação da NSA cancela a série. 

    O povo põe fogo na praça dos 3 poderes. 

    Enquanto isso, o presidente biônico se tranca em seu quarto para dar os retoques finais ao discurso que fará em Francês em evento beneficente nos arredores de Paris. Mas o barulho lá fora é enorme e tira sua concentração. Ele resmunga:

    – Assim não dá, assim não pode!

    A série termina com o povo furando a barreira do Palácio indo em direção ao quarto do Presidente Biônico que já tinha quase todo o discurso em Francês na ponta da língua.

    E um fundo musical com “La vie en rose” contrastando o tumulto revolucionário nas dependências do Palácio e ao mesmo tempo, o Presidente decorando o último discurso de sua vida.

    Não reclamem. Avisei que era spoiler!!!

  29. Viomundo

    Marcelo Zelic: Dúvidas na degravação das conversas entre Jucá e Machado deixam em aberto papel de Temer no complô; compare você mesmo

     

     

     

    07 de junho de 2016 às 16p9

     

    Dúvida: Jucá falava com Machado em nome de Temer?

    Os inaudíveis de Jucá e Machado

    por Marcelo Zelic*, especial para o Viomundo

    Na semana passada, a comissão de impeachment no Senado negou a inclusão da conversa gravada de Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, com senador Romero Jucá (PMDB-RR), na defesa da presidenta Dilma Rousseff.

    O áudio mais completo disponível na internet tem nove minutos de duração. Está no pé desta matéria.

    Por curiosidade, resolvemos confrontá-lo com a transcrição publicada pela Folha de S. Paulo, em 23 de maio de 2016, e com outras que circulam pela mídia.

    Depois de ouvir várias vezes, notamos que alguns trechos considerados inaudíveis podem ser compreendidos.

    Por cautela, limpamos um pouco os ruídos. Escutamos mais várias vezes, com fone e sem fone de ouvido, em diferentes níveis de volume.

    Conclusão: há, de fato, algumas omissões e incongruências em relação ao que foi veiculado. As falas pintadas em amarelo não constam das transcrições publicadas. Ao final deste post, a íntegra de ambas.

    Logo no começo, o primeiro trecho que não aparece na transcrição publicada é a afirmação de Sérgio Machado de que não sabe se a Queiroz Galvão irá refazer sua delação, o que lhe seria péssimo, segundo o próprio. O “Queiroz” é omitido. Em relação à Camargo Corrêa, ele diz que ela “vai fazer de novo (delação)” em vez de “vai fazer ou não”, como foi publicado.

    3 - trechos-1 

    Diante disso, por que uma nova delação da Queiroz seria péssima para Machado?

    Ao dizer “e, aí, amigo, eu vou falar de mim…”, ele estava ameaçando Jucá e os demais poderosos do PMDB?

    Imediatamente, reagindo à situação descrita, Jucá questiona Machado sobre a situação. Aí, em meio a falas superpostas, Jucá, depois de concordar com Machado de que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, não vale um “cybazol” (cibalena, remédio antigo para dor de cabeça), solta uma frase que não aparece nas transcrições divulgadas: “o governo vai te segurar”.

     4 - trechos-2

    Aqui, é importante lembrar que a conversa entre os dois peemedebistas ocorreu em março de 2016.

    Àquela altura dos acontecimentos e no contexto da conversa, “o governo vai te segurar” não se refere ao de Dilma Rousseff, mas, sim, ao que os golpistas buscavam instalar no país.

    As forças golpistas capitaneadas pelo presidente da Câmara, o deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na Câmara, e por Jucá no Senado, já articulavam às claras a derrubada de Dilma e a sua substituição pelo vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP).

    A fala de Jucá — “o governo vai te segurar” – reforça a denúncia sobre uma conversa do deputado federal Cabuçu Borges (PMDB-AP), vazada no domingo, 17 de abril, antes da votação do impeachment.

    Pelo Whatsapp, Cabuçu revela a um interlocutor não identificado a suposta promessa de Temer (que ele identifica como T) de parar a Lava Jato se o impeachment de Dilma fosse aprovado pelo Congresso.

    Diante da dúvida do interlocutor, Cabuçu diz: “[ele] me botou na linha os ‘chefes do MP e Judiciário e confirmaram’; “Confirmaram q param tudo se votarmos com cunha”.

    2 - conversa cubucu-001

    Cabuçu não negou a autenticidade da conversa. Nem ela foi desmentida posteriormente.

    Aparentemente, Cabuçu termina a conversa com o tal interlocutor sem estar convencido de que a estratégia de Cunha, Temer & cia dará certo.

    Sérgio Machado também tem dúvidas sobre uma solução jurídica para o seu caso e pressiona Jucá por uma saída política.

    5 - trechos-004

    Após esse diálogo segue-se um longo silêncio.

    Jucá retoma, perguntando a Sérgio Machado se conversou com o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado.

    Após manifestar sua confiança em Jucá em resolver a situação, Machado diz que quer conversar com o ex-presidente José Sarney e o “vice”.

    Naquele contexto, tudo indica que se referisse ao então vice-presidente Michel Temer. Porém, pelo que foi divulgado, ficou parecendo que Machado queria um encontro apenas com Sarney e Renan.

    6 - trechos-4

    Portanto, os “esses três” apontados por Jucá em frase não divulgada na íntegra são: Renan, Sarney e provavelmente Temer.

    Machado faz uma cobrança: que esses “encontrem uma saída” para a situação.

    A conversa torna-se dramática com a exposição da suposta estratégia de Janot de enviar o processo de Sérgio Machado para o juiz Sérgio Moro, em Curitiba (PR). Descer é confessar, é fazer a delação.

    Para começar, num trecho incompreensível, Temer pode ter sido citado por Machado. Ficou essa dúvida na transcrição do áudio tratado, por isso está pintada de laranja.

    Pela transcrição incompleta do áudio, fica omitida também a atuação de Jucá: “Eu converso com o Renan, converso com o Sarney, ouço a eles e vamos sentar pra gente…”

    Jucá diz ainda que “precisará ver também as suas coisas”.

    7 - trechos-5

    Na conversa, Juca e Machado reafirmam um acordo. Na transcrição divulgada, é omitida uma fala crucial de Jucá: “É o acordo, botar o Michel”.

    trechos-6

    Fica claro que Romero Jucá não apenas opina que a única saída política é trocar o governo.

    Jucá atuava para isso e ali, na conversa com Machado, ele estava ali articulando uma ação política, como afirmou no começo da conversa. Um conluio para depor a presidenta Dilma.

    Diante dessas incongruências, cabe ao ministro Teori Zavascki e ao procurador-geral Rodrigo Janot a divulgação da íntegra dos áudios e das degravações das fitas de Sérgio Machado, livres de erros de transcrição ou omissões.

    É vital que a sociedade conheça, diretamente da fonte, o inteiro teor dessas conversas nada republicanas. Se ainda existe justiça neste país, os áudios não podem ficar de fora do processo de defesa da presidenta Dilma Rousseff.

    *Marcelo Zelic é vice-presidente do Grupo Tortura Nunca Mais-SP e membro da Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo. Coordenador do Projeto Armazém Memória. www.armazemmemoria.com.br

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    Machado: o homem-bomba detonou

    Abaixo a íntegra da degravação revista do áudio publicado pela Folha de S. Paulo, em 23/05/2016.

    Em amarelo partes do diálogo, cujas partes inaudíveis foram recuperadas, onde lacunas e incongruências foram corrigidas. Em laranja, trecho onde há dúvida sobre o conteúdo.

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    Degravação publicada pela Folha de S. Paulo

    Primeiro Trecho

    Sérgio Machado – Acontece o seguinte, objetivamente falando, com o negócio que o Supremo fez [autorizou prisões logo após decisão de segunda instância], vai todo mundo delatar.

    Romero Jucá – Exatamente, e vai sobrar muito. O Marcelo, e a Odebrecht, vão fazer.

    Machado – Odebrecht vai fazer.

    Jucá – Seletiva, mas vai fazer.

    Machado – A Camargo vai fazer ou não. Eu estou muito preocupado porque eu acho que… O Janot está a fim de pegar vocês. E acha que eu sou o caminho.

    Jucá – [inaudível]

    Machado – Hum?

    Jucá – Mas como é que está sua situação?

    Machado – Minha situação não tem nada, não pegou nada, mas ele quer jogar tudo pro Moro. Como não tem nada e como eu estou desligado…

    Jucá – É, não tem conexão né…

    Machado – Não tem conexão, aí joga pro Moro. Aí fodeu. Aí fodeu para todo mundo. Como montar uma estrutura para evitar que eu “desça”? Se eu descer…

    Jucá – O que que você acha? Como é que voc…

    Machado – Eu queria discutir com vocês. Eu cheguei a essa conclusão essa semana. Ele acha que eu sou o caixa de vocês, o Janot. Janot não vale “cibazol” [algo sem valor]. Quem esperar que ele vai ser amigo, não vai… […] E ele está visando o Renan e vocês. E acha que eu sou o canal. Não encontrou nada, não tem nada.

    Jucá – Nem vai encontrar, né, Sérgio.

    Machado – Não encontrou nada, não tem nada, mas acha… O que é que faz? Como tem aquela delação do Paulo Roberto dos 500 mil e tem a delação do Ricardo, que é uma coisa solta, ele quer pegar essas duas coisas. ‘Não tem nada contra os senadores, joga ele para baixo’ [Curitiba]. Tem que encontrar uma maneira…

    Jucá – Você tem que ver com seu advogado como é que a gente pode ajudar. […] Tem que ser política, advogado não encontra [inaudível]. Se é político, como é a política? Tem que resolver essa porra… Tem que mudar o governo pra poder estancar essa sangria.

    Machado – Tem que ser uma coisa política e rápida. Eu acho que ele está querendo… o PMDB. Prende, e bota lá embaixo. Imaginou?

    Jucá – Você conversou com o Renan?

    Machado – Não, quis primeiro conversar contigo porque tu é o mais sensato de todos.

    Jucá – Eu acho que a gente precisa articular uma ação política.

    Machado -…quis conversar primeiro contigo, que tenho maior intimidade. Depois eu quero conversar com Sarney e o Renan, com vocês três. […] Eu estou convencido, com essa sinalização que conseguiu do Eduardo [incompreensível]. Desvincula do Renan.

    Jucá – Mas esse negócio do Eduardo está atacando [incompreensível].

    Machado – Mas ele [Janot] está querendo pegar vocês, tenho certeza absoluta.

    Jucá – Não tem duas dúvidas.

    Machado – Não, tenho certeza absoluta. E ele não vale um ‘cibazol’. É um cara raivoso, rancoroso e etc. Então como é que ele age? Como não encontrou nada nem vai encontrar. [inaudível]

    Jucá – O Moro virou uma ‘Torre de Londres’.

    Machado – Torre de Londres.

    Jucá – Mandava o coitado pra lá para o cara confessar.

    Machado – Pro cara confessar. Então a gente tem que agir como [incompreensível] e pensar numa fórmula para encontrar uma solução para isso.

    Jucá – Converse com ele [Renan], converse com o Sarney, ouça eles, e vamos sentar pra gente…

    Machado – Isso, Romero, o que eu acho primeiro: que é bom pra gente.

    […]

    Segundo Trecho

    Jucá – Eu acho que você deveria procurar o Sarney, devia procurar o Renan,e a gente voltar a conversar depois. [incompreensível] ‘como é que é’.

    Machado – É porque… Se descer, Romero, não dá.

    Jucá – Não é um desastre porque não tem nada a ver. Mas é um desgaste, porque você, pô, vai ficar exposto de uma forma sem necessidade. […]

    Machado – O Marcelo, o dono do Brasil, está preso há um ano. Sacanagem com Marcelo, rapaz, nunca vi coisa igual. Sacanagem com aquele André Esteves, nunca vi coisa igual.

    Jucá – Rapaz… [concordando]

    Machado – Outra coisa. A frouxidão de vocês em prender o Delcídio foi um negócio inacreditável. [O Senado concordou com prisão decretada pelo STF]

    Jucá – Sim, pô, não adianta soltar o Delcidio, aí o PT dá uma nota, tira o cara, diz que o cara é culpado, como é que você segura uma porra dentro do plenário?

    Machado – Mas o cara não foi preso em flagrante, tem que respeitar a lei. Respeito à lei, a lei diz clara…

    Jucá – Pô, pois então. Ali não teve jeito não. A hora que o PT veio, entendeu, puxou o tapete dele, o Rui, a imprensa toda, os caras não seguraram, não.

    Machado – Eu sei disso, foi uma cagada.

    Jucá – Foi uma cagada geral.

    Machado – Foi uma cagada geral. Foi uma cagada o Supremo fazer o que fez com o negócio de prender em segunda instância, isso é absurdo total que não que não dá interpretar, e ninguém fez nada. Ninguém fez ADIN, ninguém se questionou. Isso aí é para precipitar as delações. Romero, esquentou as delações, não escapa pedra…

    Jucá – [incompreensível] no Brasil.

    Machado – Não escapa pedra sobre pedra.

    [incompreensível]

    Machado – Eu estou com todos os certificados do TCU, agora me deram, não devo nada, zero. E isso adianta alguma coisa? Então estou preocupado.

    Jucá – Não, tem que cuidar mesmo.

    Machado – Eu estou preocupado porque estou vendo que esse negócio da filha do Eduardo, da mulher, foi uma advertência para mim. E das histórias que estou sabendo, o interesse é pegar vocês. Nós. E o Renan, sobretudo.

    Jucá – Não, o alvo na fila é o Renan. Depois do Eduardo Cunha… É o Eduardo Cunha, a Dilma, e depois é o Renan.

    Machado – E ele [Janot] não tem nada. Se ele tivesse alguma coisa, ele ia me manter aqui em cima, para poder me forçar aqui em cima, porque ele não vai dar esse troféu pro Moro. Como ele não tem nada, ele quer ver se o Moro arranca…

    Jucá -…para subir de novo.

    Machado -…para poder subir de novo. É esse o esquema. Agora, como fazer? Porque arranjar uma imunidade não tem como, não tem como. A gente tem que ter a saída porque é um perigo. E essa porra… A solução institucional demora ainda algum tempo, não acha?

    Jucá – Tem que demorar três ou quatro meses no máximo. O país não aguenta mais do que isso, não.

    Machado – Rapaz, a solução mais fácil era botar o Michel.

    Jucá – [concordando] Só o Renan que está contra essa porra. ‘Porque não gosta do Michel, porque o Michel é Eduardo Cunha’. Gente, esquece o Eduardo Cunha, o Eduardo Cunha está morto, porra.

    Machado – É um acordo, botar o Michel, num grande acordo nacional.

    Jucá – Com o Supremo, com tudo.

    Machado – Com tudo, aí parava tudo.

    Jucá – É. Delimitava onde está, pronto.

    Machado – Parava tudo. Ou faz isso… Você viu a pesquisa de ontem que deu o Moro com 18% para a Presidência da República?

    Jucá – Não vi, não. O Moro?

    Machado – É aquilo que você diz, o Aécio não ganha porra nenhuma…

    Jucá – Não, esquece. Nenhum político desse tradicional não ganha eleição, não.

    Machado – O Aécio, rapaz… O Aécio não tem condição, a gente sabe disso, porra. Quem que não sabe? Quem não conhece o esquema do Aécio? Eu, que participei de campanha do PSDB…

    Jucá – É, a gente viveu tudo.

     

    Machado – Mas o cara não foi preso em flagrante, tem que respeitar a lei. Respeito à lei, a lei diz clara…

    Jucá – Pô, pois então. Ali não teve jeito não. A hora que o PT veio, entendeu, puxou o tapete dele, o Rui, a imprensa toda, os caras não seguraram, não.

    Machado – Eu sei disso, foi uma cagada.

    Jucá – Foi uma cagada geral.

    Machado – Foi uma cagada geral. Foi uma cagada o Supremo fazer o que fez com o negócio de prender em segunda instância, isso é absurdo total que não que não dá interpretar, e ninguém fez nada. Ninguém fez ADIN, ninguém se questionou. Isso aí é para precipitar as delações. Romero, esquentou as delações, não escapa pedra…

    Jucá – [incompreensível] no Brasil.

    Machado – Não escapa pedra sobre pedra.

    [incompreensível]

    Machado – Eu estou com todos os certificados do TCU, agora me deram, não devo nada, zero. E isso adianta alguma coisa? Então estou preocupado.

    Jucá – Não, tem que cuidar mesmo.

    Machado – Eu estou preocupado porque estou vendo que esse negócio da filha do Eduardo, da mulher, foi uma advertência para mim. E das histórias que estou sabendo, o interesse é pegar vocês. Nós. E o Renan, sobretudo.

    Jucá – Não, o alvo na fila é o Renan. Depois do Eduardo Cunha… É o Eduardo Cunha, a Dilma, e depois é o Renan.

    Machado – E ele [Janot] não tem nada. Se ele tivesse alguma coisa, ele ia me manter aqui em cima, para poder me forçar aqui em cima, porque ele não vai dar esse troféu pro Moro. Como ele não tem nada, ele quer ver se o Moro arranca…

    Jucá -…para subir de novo.

    Machado -…para poder subir de novo. É esse o esquema. Agora, como fazer? Porque arranjar uma imunidade não tem como, não tem como. A gente tem que ter a saída porque é um perigo. E essa porra… A solução institucional demora ainda algum tempo, não acha?

    Jucá – Tem que demorar três ou quatro meses no máximo. O país não aguenta mais do que isso, não.

    Machado – Rapaz, a solução mais fácil era botar o Michel.

    Jucá – [concordando] Só o Renan que está contra essa porra. ‘Porque não gosta do Michel, porque o Michel é Eduardo Cunha’. Gente, esquece o Eduardo Cunha, o Eduardo Cunha está morto, porra.

    Machado – É um acordo, botar o Michel, num grande acordo nacional.

    Jucá – Com o Supremo, com tudo.

    Machado – Com tudo, aí parava tudo.

    Jucá – É. Delimitava onde está, pronto.

    Machado – Parava tudo. Ou faz isso… Você viu a pesquisa de ontem que deu o Moro com 18% para a Presidência da República?

    Jucá – Não vi, não. O Moro?

    Machado – É aquilo que você diz, o Aécio não ganha porra nenhuma…

    Jucá – Não, esquece. Nenhum político desse tradicional não ganha eleição, não.

    Machado – O Aécio, rapaz… O Aécio não tem condição, a gente sabe disso, porra. Quem que não sabe? Quem não conhece o esquema do Aécio? Eu, que participei de campanha do PSDB…

    Jucá – É, a gente viveu tudo.

  30. 54 milhões de votos

    Ou fazem, como era sua obrigação, os 54 milhões de votos valerem ou teremos uma bagunça geral e irrestrita. Todos vão se queimar, a começar pelo grandões que não fazem o que devem.

    Que tal dar aos 54 milhões de votos o poder que eles têm. É isso ou o caos. Todos veremos.

    54 milhões de votos é muit coisa.

  31. 54 milhões de votos

    Se 54 milhões de votos não valem nada, qual o problema de deixar o temer, comandado pela globo e telegiado pelo cunha, no governo. Se isto já é uma republiqueta banasosa e gilmarense, qual o problema de deixar o governo na mãos de ladrões?

    Eles já sabiam ( “essa gente é que vai nos governar!), acovardaram, então deixa. Nada vale nada mesmo. Nosso padrão de moral é a bandida da globo. E o aumento, quando sai?

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