Luislinda Valois entrega cargo de ministra

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Jornal GGN – Luislinda Valois, ministra dos Direitos Humanos, entregou o cargo ao presidente Michel Temer. A entrega se deu ontem, dia 19. O Palácio do Planalto confirmou a informação, mas não contou o motivo da demissão.
 
Segundo a assessoria de comunicação do Planalto, o cargo será ocupado interinamente por Gustavo do Vale Rocha, subchefe de assuntos jurídicos da Casa Civil, que passa a acumular as duas funções.
 
Luislinda se tornou ministra em fevereiro de 2017, quando Temer editou medida provisória dandos status de ministério à secretaria especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial do Ministério da Justiça. 
Do PSDB, Luislinda era o penúltimo nome no governo Temer, restando agora o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, que continua no cargo.

 
Em novembro do ano passado, Luislinda foi notícia de jornal quando apresentou um pedido para acumular o seu salário de desembargadora aposentada com o de ministra. Como proventos, a ministra receberia, bruto, R$ 61,4 mil. A ministra falou por 207 páginas, reclamando que por conta do teto constitucional só poderia ficar com R$ 33,7 mil do total das rendas. Afirmou que a situação ‘sem sobra de dúvida, se assemelha ao trabalho escravo, o que também é rejeitado, peremptoriamente, pela legislação brasileira desde os idos de 1888 com a Lei da Abolição da Escravatura’.
 
Não caiu bem.
 
A ministra tentou justificar, no documento, que por conta da regra do abate-teto, pela qual nenhum servidor ganha mais do que um ministro do Supremo, seu salário de ministra cairia para R$ 3.292 brutos. O de desembargadora ficaria preservado, de R$ 30.471,10. Como aposentada, não teria penduricalhos, que não são computados como proventos.
 
Mas saiu das manchetes.
 
Agora assume interinamente Gustavo Rocha, que goza de proximidade com a turma de Temer. Quando assumiu a Secretaria Especial veio com aval de Eliseu Padilha e Moreira Franco. Não se deve esquecer que foi abençoado por Geddel Vieira Lima, que ainda era ministro na época. Mas não é só.
 
Rocha era muito ligado ao ex-deputado Eduardo Cunha, e por ele advogou em processos relacionados ao partido e com quem diz ter ‘ótima relação’. Apesar desta relação, o Rocha nega que a indicação tenha vindo pelas mãos do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha.
 
Quanto a acumular dois cargos, não haverá muito problema, já que Direitos Humanos não estão em alta atualmente.
 
Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

2 Comentários

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    1. O Ministerio continua

      O Ministerio continua existindo. A demissão a pedido é um eufemismo. Ela foi demitida.

      O grande misterio é quem a indicou e porque.

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