Militantes da Marcha Mundial das Mulheres dizem que Jean Wyllys “desqualifica luta feminista”

Sugerido por IV AVATAR
 
Do blog da Marcha Mundial das Mulheres
 
Nota de apoio ao posicionamento das mulheres da CUT sobre a regulamentação da prostituição
 
6 de Dezembro de 2013 por Marcha Mundial das Mulheres
 
A Marcha Mundial das Mulheres saúda as companheiras da Central Única dos Trabalhadores (CUT) pelo processo de debate e reflexões que as levou a tomar um posicionamento contrário à regulamentação da prostituição.
 
A reação à posição da CUT, expressa pelo autor do atual projeto de lei que visa regulamentar as casas de prostituição, reforçou uma vez mais sua visão que desqualifica a luta feminista.
 
O argumento de que as feministas são moralistas e conservadoras porque questionam a prostituição, é desrespeitoso e não contribui para o debate. Vemos a desqualificação de um longo processo de lutas das mulheres por liberdade, igualdade e autonomia e que nada tem a ver com conservadorismo. As feministas defendem o direito das mulheres a viver livremente sua sexualidade, com autonomia sobre seus corpos e seus desejos, questionando a heteronormatividade e a violência. E negamos a falsa liberdade, oferecida pelo mercado, que se encerra unicamente na ideia de não ter impedimentos para a ação “econômica”. Esta ideia está na base da banalização da sexualidade, tornando-a mais um produto.

 
Não podemos ignorar as experiências das mulheres na sexualidade e simplesmente afirmar que exercer a prostituição é uma forma de vivenciar sua liberdade sexual. Sobretudo, não podemos ignorar que estamos falando, em sua imensa maioria, de mulheres sendo prostituídas por clientes homens. E que entre a maioria das mulheres que vivem em situação de prostituição, sobretudo as pobres, está presente o desejo de sair desta situação.
 
A naturalização da prostituição reforça um modelo em que a sexualidade feminina se constrói em função do desejo masculino. Conservadora é uma visão de liberdade sexual que se baseia na satisfação dos desejos dos homens e que oculta/inibe/oprime o desejo das mulheres. Conservadora porque conserva e reforça privilégios acumulados historicamente pelos homens na sociedade patriarcal.
 
Ao afirmar que “seguiremos em marcha até que todas sejamos livres”, a Marcha Mundial das Mulheres se posiciona em um campo que questiona profundamente as desigualdades do sistema capitalista, patriarcal e racista. Propõe um horizonte no qual haja a real superação da divisão sexual do trabalho, o fim da violência contra as mulheres e em que prevaleça a autonomia das mulheres, em relações de liberdade que só podem se realizar, para todas as mulheres, com a igualdade. Esta perspectiva é, portanto, radicalmente distinta do individualismo liberal que defende a liberdade de cada mulher para fazer o que quiser com seu corpo, mas que não é capaz de identificar que, no atual modelo, a liberdade não caracteriza a vida da maioria das mulheres.
 
Desde essa perspectiva, também questionamos a visão, dita de esquerda, que reduz o debate com a naturalização da prostituição como algo que sempre existiu, invocando um fatalismo que rebaixa o debate político e não questiona as relações patriarcais. Este raciocínio é contraditório com toda a história da esquerda que persegue a utopia de superar o capitalismo e construir um mundo de igualdade, tarefa que é tão difícil quanto a construção da igualdade e liberdade das mulheres, mas que lutamos pra realizar, ao pretender “mudar o mundo e mudar a vida das mulheres em um só movimento”.
 
A luta em defesa da liberdade e autonomia de todas as mulheres está fortalecida com esta posição do Coletivo Nacional de Mulheres da CUT, inserida em sua luta histórica por outro modelo de sociedade em que o corpo e a vida das mulheres são respeitados e não são mercantilizados. A CUT tem sido pioneira em pautar no conjunto do movimento sindical as lutas das mulheres, seja com sua posição em defesa da legalização do aborto ou na aprovação da paridade entre homens e mulheres na direção política da entidade.
 
Nossa expectativa é que outras organizações e entidades sejam estimuladas a realizar seus debates e questionar o projeto de regulamentação da prostituição para que, com o conjunto das forças progressistas, possamos derrotar o atual projeto no Congresso.
Marcha Mundial das Mulheres
Luis Nassif

43 Comentários

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  1. Peraí. As feministas em

    Peraí. As feministas em questão são contra a regulamentação da prostituição? Até entendo que sejam contra a prostituição. Mas daí a ser contra a regulamentação dela? Isto é deixar as atuais prostititutas à margem da lei. Que belas “companheiras” estas feministas.

  2. “O argumento de que as

    “O argumento de que as feministas são moralistas e conservadoras porque questionam a prostituição, é desrespeitoso e não contribui para o debate”:

    A nivel mundial a posicao dos moralistas e conservadores eh essa mesmo.  Nao da pra abanar a mao no ar e disassociar uma coisa da outra.  Se ele disse que AS FEMINISTAS sao “moralistas e conservadoras”, foi so um erro menor no ato de se expressar.  A posicao delas esta do lado dos moralistas e conservadores mundiais e nao da pra apagar isso do mapa.

    1. Ivan, essa eu nao esperava de você… Zero em lógica, p/ começar

      Entao, porque a posiçao dos moralistas é uma, qualquer outra pessoa que tenha a mesma posiçao é moralista? Francamente! (Os tubaroes nadam e sao peixes; as baleias nadam, logo sao peixes? Ai a lógica!)

      Esclareço que estou de acordo com a regulamentaçao, por questao de achar que é um mal menor. Mas posso entender os argumentos levantados (e neste texto estao muito bem levantados). E desqualificar os defensores de uma posiçao atribuindo a eles argumentos que eles nao endossaram, e até negaram, é má-fé, Ivan. 

        1. Haja dificuldade de entendimento!

          Eu NAO COMPAREI o ato mecânico de nadar com açoes morais, E SIM O RACIOCÍNIO usado pelo Ivan, que inverteu a direçao do silogismo (no silogismo verdadeiro, pode-se deduzir de “Todo A é B” e “X é A” que X é B; mas nao dá para deduzir de “Todo C é D”, e “F é D” que F seja C). Deu para entender agora, ou é preciso desenhar? 

          1. Anarquista, desta vez

            Anarquista, desta vez concordo com você. Sou contra a prostituição mas talvez a regulamentação seja uma necessidade.

  3. Não há como discordar dos

    Não há como discordar dos argumentos defendidos no texto, mas também não foi respondida uma questão primordial, ao meu ver, como garantir segurança e o mínimo de direitos e proteção para as mulheres que realizam a prostituição? Como combater a prostituição infantil e o abuso sobre as mulheres se a sociedade não atacar a questão das casas ilegais de prostituição? É preciso mais debate.

    1. Taí, um bom exemplo de argumentaçao HONESTA

      Em vez de atribuir aos adversários o que eles nao disseram, reconhecer o valor dos argumentos deles, mas contrapor outros. 

  4. Nao deu pra entrar no

    Nao deu pra entrar no aprisionamento de discurso de qualquer um pelos conservadores (nao da pra mim desenvolver ideia nenhuma), mas a “vitoria” da nao regulamentacao da prostituicao seria instantaneamente roubada por eles como sua propriedade intelectual, e o feminismo em si perderia quilometros e quilometros de chao duramente ganho atravez de decadas de luta.

  5. O debate na Europa não difere do que acontece no Brasil.

    Como o assunto é o mesmo de outro contéudo elevado a post, vou repetir isso aqui.

    Não tenho opinião formada sobre o tema, a não ser o sentimento de piedade quando me deparo com esse pessoal(os spin amantes) nas ruas.

    Aqui dois artigos interessantes:

    1- Debate via rádio com a  presença da representante britânica das trabalhadoras do sexo:

    A propósito da criação do primeiro sindicato britânico de trabalhadores do sexo pela antropóloga Ana Lopes, o Directo ao Assunto deste domingo fala sobre a liberalização do sexo. De Londres, ao telefone, Ana Lopes junta-se a esta conversa.Em estúdio estão presentes Henrique Barros, coordenador nacional da infecção VIH/SIDA, Isabel do Carmo, doutorada em medicina, Rui Leal, presidente da Liga Portuguesa de Profilaxia Rural, e Maria, trabalhadora do sexo. Temos também depoimentos telefónicos de Graciete Cruz, da comissão executiva da CGTP, Paula Esteves, coordenadora da Comissão de Mulheres da UGT.

    http://www.tsf.pt/Programas/programa.aspx?audio_id=891809&content_id=918315

    2- Artigo do Observatório das Mulheres:

    Legalização da Prostituição: o Poder aos Cafetões

      

    By Rachel Moreno,

     

    Pragmatismo.Este era o termo favorito de nossos vizinhos europeus regulamentaristas. Higiene, segurança, bem-estar… Graças às leis votadas nos Países-Baixos em 2000, e na Alemanha em 2002, a prostituição se tornaria uma profissão como as demais, com os respectivos direitos. Liberada das redes criminosas, ela logo se tornaria o emblema da liberdade e da democraria. 

    Estamos em 2012. E o fracasso é explosivo.

    Pragmatismo. Esta foi a palavra favorita dos nossos vizinhos europeus regulamentaristas.

    Higiene, segurança e bem-estar… Sob leis votadas na Holanda em 2000 e a Alemanha em 2002, a prostituição se tornaria uma profissão como outra qualquer, com direitos. Livre das redes criminosas, ela seria em breve um emblema da liberdade e da democracia. 

    Estamos em 2012. E a falha é explosiva. De acordo com um estudo citado pelo Le Monde, entre 50% e 90% da ocupantes das vitrines e dos  “salões” holandês e Windows seriam prostitutas sob coação. Quanto aos proxenetas e redes, eles nunca estiveram tão bem.   

    A colunista do Jornal Volkskrant, Evelien Tonkens, fala hoje da “liberdade” tão apregoada como um puro “álibi à escravidão”. A nova geração de representantes eleitos da esquerda denuncia de seu lado um “equivoco nacional” e a Prefeita  de Amesterdã está para se posicionar a favor da penalização dos clientes, como no modelo sueco.  

    A entrevista só é concedida para o alemão revisto Emma, o  Comissário principal da cidade de Stuttgart, Sr. Hohmann, traça uma imagem também catastrófica, do outro lado do Reno.1. Diretor do serviço de inquérito sobre a prostituição nos últimos 15 anos, ele observa que os proxenetas, os únicos beneficiários do ato, “são como colar de galo”.

    Do lado das prostitutas, 3 a 5% apenas são independentes. Sr. Hohmann descreve a lógica em marcha: as autoridades tomam claramente o partido dos “líderes empresariais”, denominação agora atribuída aos que nós  chamamos na França de proxenetas. 

    A justiça rejeita uma denúncia contra um bordel de Augsburg

    Assim, o tribunal regional de Augsburgo, na Baviera, rejeitou a queixa por lenocínio contra um bordel onde as prostitutas não tinham nenhum direito. O gerente fixava a tarifa, o tempo de “trabalho”, os detalhes das práticas sexuais; ele tinha instituido uma obrigação  de nudez e a proibição de telefonar. Os clientes tinham um “direito de queixa”, sua insatisfação resultando em multas impostas às mulheres. Longe de tomar o partido das exploradas, o tribunal voou em socorro dos patrões. CQFD. 

    Na Catalunha, Espanha, os decretos de  2002 que legalizaram a prostituição e, por conseguinte,  descriminalizaram o proxenitismo, também em grande parte foram provadas. Um mercado de escravos gigantesco se espalhou por toda a região. nennhum um trecho da estrada é poupado.

    O argumento  de fachada que queria que as prostitutas tivessem voz no assunto, rapidamente entrou em colapso. Modelado para agradar ao  “consumidor” – a quem o estado indica que está totalmente em seu direito – não tem outro recurso senão apertar os dentes. 

    Os proxenetas ganharam: promovidos ao posto de empresários, na cabeça de um setor dos mais promissores e dotados de uma margem de manobra sem precedentes, não mais temem ser contrariados.

    Resta à  França extrair as consequências e  fugir, como da peste, de todas as  tentações similares. O exemplo sueco, sem complacência nenhuma pelos proxenetas nem pelos “clientes”, parece desenhar um caminho infinitamente mais promissor.

    —————–

    Légalisation de la prostitution : le pouvoir aux proxénètes

    Publié le 2 février 2012 par Égalité
     

     

  6. Quem entende de mulher são as mulheres. E não LGBTs.

    “….A naturalização da prostituição reforça um modelo em que a sexualidade feminina se constrói em função do desejo masculino. Conservadora é uma visão de liberdade sexual que se baseia na satisfação dos desejos dos homens e que oculta/inibe/oprime o desejo das mulheres. Conservadora porque conserva e reforça privilégios acumulados historicamente pelos homens na sociedade patriarcal.”

    Enfim, uma atitude sóbria e inteligente sobre o tema. Parabéns pelo texto!!!

    1. Quem entende de prostituição não sou pseudo feministas

      “Quem entende de mulher são as mulheres. E não LGBTs.” –  Ignorância sua, o projeto é sobre prostituição. LGBTs se prostituem e são explorados aos montes nas ruas, assim como mulheres!

       

      Reduzir esse debate apenas às mulheres é preconceito. E até onde me consta, para a produçao desse projeto foi ouvida (na verdade estimulada por) as associações de prostitutas (só de MULHERES nesse caso, porque a de LGBTs não está organizada em associação).

       

      Negar, não querer enfrentar um problema que tá aí e todos sabem que existem é, SIM, conservadorismo. É deixar como está. Quem diria, feministas querendo deixar como está. Patético.

    2. Ou são muito ingênuas ou estão de má fé mesmo

      Do jeito que o texto coloca, só as mulheres exploram ou são exploradas no mercado de trabalho do sexo. E os travestis? E os transgêneros? E os homens que também se prostituem? Pelo que entendo, eles também mereceriam os mesmos direitos dados pelo PL. Para a CUT e a marcha mundial das mulheres, essas outras pessoas não existem?

      1. Zarostro
        Homem é homem.

        Zarostro

        Homem é homem. Mulher é mulher. E cada um deles, homens e mulheres, tem idiossincrasias e problemas diversos. Travestis e transgêneros são  categorias à parte e com soluções igualmente singulares. Não dá para misturar alhos com bugalhos.

        Ademais, segundo  a Organização Munidal de Saúde, a partir de 2015, travestismo e transexualismo não serão mais considerados transtornos ou doenças. 

  7. Caiu a máscara das

    Caiu a máscara das feministas.

    Impedir a regulamentação é perpetuar as condições exploratórias a que muitas mulheres são submetidas; é desconhecer a realidade em que vivem boa parte das prostitutas; é típico de movimentos pequeno-burgueses que, em defesa de valores ideais e abstratos, fecham os olhos para a realidade concreta que os cerca.

  8. Legalizar o quê?

    As prostitutas sempre estarão à margem da lei meus caros. É ilusão achar que esta lei vai ajudar. Vai ajudar o comerciante do sexo. É ele quem manda e comanda a vida das prostitutas. Que as entope de álcool ou drogas para que “trabalhem” sem parar. É ele (ou ela), o dono dos inferninhos e da vida de quem trabalha por ali, é que vai ganhar.  Vocês concordam com o mercado do sexo atual? Com a violência inerente a ele? Meninas, jovens, muitos jovens, e não as famosas prostitutas velhas de tanto andar pelas ruas, cada vez mais escassas por aí, são exploradíssimas pelos seus “donos” neste mercado. Em que a lei vai ajudá-las? Elas vão sobreviver para receber aposentadoria? Acordem! Sexo  é livre no país. Prostituição é degradação. Simples assim.

    1. Se o problema é o cafetão, a

      Se o problema é o cafetão, a solução poderia ser a formação de cooperativas, que futuramente seriam geridas pelas profissionais que foram “aposentadas” pelo mercado.

  9. Militantes da Marcha Mundial das Mulheres dizem que Jean Wyllys

    Existe uma falácia na argumentação consistente e assertiva da CUT e esta é a de quem mais faria o trabalho da prostituição feminina sem ser uma mulher. Sim, porque a partir do momento em que há remuneração, há trabalho recompensado.Em que acreditam as ativistas da CUT ? Na extinção deste trabalho como aconteceu com várias atividades como a fabricação de papel manual na revolução industrial ? Talvez, e digo talvez ,a prostituição independente do gênero seja levada a quase instinção por alguma forma de “robo” . Afora de uma situação desta, não vejo horizonte possível diante de um mundo “libertário”, de moral gelatinosa e comestível. 

    Um tanto ingênuo e dosonesta a posição da CUT ao negar direitos a regulamentação a um trabalho que existe e não dá sinais de extinção. Então por que não protegê-lo ? Inclusive de seus algozes e promotores ? Extingua-se a indústria por que ela é o caldo de cultura dos “robber barons” (os empresários gananciosos que transformaram assalariados em escravos no início do séc. passado) ? 

    A atividade existe!

    Por que não dar-lhe um mínimo de dignidade e segurança para que ao menos a vida esteja mais preservada ?

    Quem pode negar que uma melhor condição de proteção não vá garantir a “possíbilidade” de porta de saída a condição considerada degradante? 

    A CUT parece não estar disposta a fazer o debate da condição de sobrevivência no estado cru e protegeu-se com o tradicional manto de um código platonico do que seja o certo. Só expôs um lado do debate e inverteu, de forma ardilosa, o conceito libertário como se fosse um reforço do opressor.

    Onde uma legislação que proteje com direitos favorece o opressor ? 

    A principio a vida, a condição de sobrevivência, mesmo que  não concordemos com ela. 

    O melhor é ZERO de proteção legal a um trabalho de fato ?

    Melhor continuar pagando segurança para corrupção institucional e social ?

    Um pouco de realismo as ativistas faria bem principalmente considerando que muitas tem famílias também.

  10. Soluções prontas

     Fico pasma de ver como as pessoas já têm soluções prontas pra tudo. Todas as mazelas se resolvem por meio de leis. Se a criminalidade aumentou, vamos tentar aprovar uma lei que reduza a idade penal; se há muitos acidentes no trânsito, vamos aprovar leis mais rigorosas que punam os motoristas; se há exploração sexual, vamos criar uma lei para regular o mercado. Mas nada de se discutirem os aspectos sociais e educacionais desses problemas. Vamos apenas naturalizá-los e regulá-los para o mercado. Não vamos querer saber do que está  na base desses “probleminhas”. E vamos patrulhar  quem se atreve a pensar fora dessa lógica e a levantar argumentos contra as soluções baseadas no imediatismo. 

  11. Acho q há gente aqui c/ medo d perder seu “direito” ao consumo

    Sou a favor do PL porque acho que a regulamentaçao é um mal menor. Mas a defesa da prostituiçao como um “direito das mulheres”, que estou vendo em alguns aqui, me parece mais medo de perder o seu “direito” ao consumo sexual. 

    1. Acho que não, AnaLú. A

      Acho que não, AnaLú. A situação atual é que é ideal. Você pode bater em prostituta, vilipendiá-la de qualquer maneira que não dá nada. Desde que evite matar (o que poderia chamar mais atenção).

      A questão é que a NÃO regulamentação não vai acabar com a prostituição. Mas dificulta que as prostitutas tenham acesso ao mínimo de direitos trabalhistas, previdência, controle do ambiente de trabalho, higiene, saúde, etc. Vai resolver totalmente esses problemas? Não, evidentemente, como vemos nos casos de violação da legislação trabalhista. Mas aumenta um pouco as garantias.

      É como a redução de danos no uso de drogas. Não é a situação ideal, mas é melhor do que a situação atual.

      Os comentaristas, usuários ou não do serviço, estarão na mesma situação de antes. Ou melhor, estarão melhor! Pelo menos, com alguma regulamentação, diminui-se o risco de que sejam transmissores de doenças sexualmente transmissíveis que podem ser devastadoras para suas vidas e para as vidas de outr@s parceir@s.

      1. Até vc com problemas de leitura, Morallis?

        Gente, eu SOU A FAVOR DA REGULAMENTAÇAO. Apenas entendo bem os argumentos contrários, que acho válidos (mas há outros, como os que você aponta). E que nao me digam que é um “direito” das mulheres vender o corpo, nem que é um trabalho como outro qualquer. Nao é. É uma violência enorme à intimidade do próprio corpo. Fácil para homens dizer o contrário. Com exceçao de travestis, mesmo os homens “prostitutos” (garotos de programa) tem muito mais poder na situaçao que as mulheres. Geralmente têm clientes velhas, sem força física, que nao representam ameaça (mesmo assim é uma situaçao horrorosa, de uma intimidade falsa e ultrajante). 

        1. Bem, realmente, em relação a

          Bem, realmente, em relação a esse aspecto, por ser homem, não posso opinar. Pessoalmente, imagino que nenhuma mulher, por livre e espontânea vontade, estaria disposta a ter relações sexuais COM QUALQUER UM, INDISCRIMINADAMENTE, se não fosse compelida, por exemplo, pela questão financeira. O gosto pelo sexo, eu suponho, pelo menos, estabelece critérios, o que excluiria alguns – talvez, uma grande quantidade de – homens. Em uma sociedade ideal, as mulheres (e os homens) teriam toda a liberdade sexual. Mas não venderiam, nem alugariam seus corpos. E é de se supor que seriam seletivos com @s parceir@s, de acordo com gostos e preferências.

          1. E nao apenas isso…

            Nao apenas fazer sexo com um desconhecido que nao se escolheu. Ficar sujeita a violência, doenças, mau cheiro, humilhaçoes, etc. Ainda mais hoje em dia, em que qualquer homem que nao tenha algum defeito físico muito saliente pode conseguir uma mulher que faça sexo voluntariamente com ele com facilidade (se nao quiser uma top model de capa de revista). Homens que ainda recorrem a prostitutas sao doentes, nao querem sexo, querem dominar uma mulher. 

  12. O atraso brasileiro é atávico

    O atraso brasileiro é atávico e constrangedor. Essa discussão, exatamente com esse discurso manjado, é totalmente superada nos lugares mais avançados do mundo. Mas o Brasil é ainda atrasado, muito atrasado.

    Daqui a pouco elas vão reeditar, para ratificar o atraso, uma discussão havida na sociedade americana ao longo de décadas sobre a pornografia, que teve os seus últimos dias de suspiro na década de oitenta. Ronald Dworkin, constitucionalista e jusfilósofo americano, célebre autor do clássico Taking Rights Seriously (1977) fala disso no seu livro sobre a leitura moral da Constituição americana.

    Uma das que mais falavam contra a indústria pornográfica era a feminista, advogada, professora, ativista política, Catharine MacKinnon. Ph.D. por Yale, professora da Faculdade de Direito da Universidade de Michigan, chegou a ter os seus tempos em Harvard, enquanto professora visitante.

    Desnecessário dizer que ela e as feministas que a seguiam perderam o debate na sociedade americana. MacKinnon era tão radical em seus argumentos contra a indústria pornográfica que dizia, já nos anos noventa, que os filmes pornôs influenciavam o estupro e citava o exemplo da Guerra Civil na ex-Iugoslávia como uma evidência disso, pois, segundo ela, a grande quantidade de estupros observados durante a Guerra Civil foi resultado ou consequência de um aumento do consumo de pronografia naquele país nos anos anteriores ao conflito.

    A Suprema Corte Americana disse que fazer filmes de sexo não era aviltante à dignidade da mulher.

    Mutatis mutandis, é a mesma conclusão sobre a prostituição, apesar de, evidentemente, haver diferenças entre ser atriz pornô e ser prostituta, ainda que uma prostituta possa também fazer filmes pornográficos e vice-versa.

    Mas a discussão de fundo é a mesma: atividade indigna para a mulher, degradação, conduta imoral, opressão etc.

    É um suposto mundo “ideal” onde as mulheres não possam ser livres para fazer com o seu corpo o que quiserem em termos de sexualidade. Apesar da contradição, há quem compre essa farsa, superada há mais de trinta anos no debate de alto nível, coisa inexistente no Brasil e suas discussões desequilibradas emocionalmente, carentes de racionalidade, repletas de clichês miseráveis, extremamente pobres em termos intelectuais.

    Esse manifesto mesmo é uma ode ao atraso. Cheio de clichês panfletários falsos. A quantidade de falácias e de argumentos inválidos dá no meio da canela. Moralismo tacanho disfarçado de progressismo.

     

    1. Larga mão de ser mentiroso

      O atraso brasileiro é atávico e constrangedor. Essa discussão, exatamente com esse discurso manjado, é totalmente superada nos lugares mais avançados do mundo. Mas o Brasil é ainda atrasado, muito atrasado.

       

      Nas sociedades com melhor IDH do mundo e conhecidos pelo alto nível de educação, a escandinávia, a compra de serviços sexuais é considerada uma VIOLÊNCIA contra a mulher e quem pagar por serviços sexuais vai em cana. 

      Negócio é o seguinte, gordinho, você escreve prá caramba aí, cheio de tro-ló-ló de quem é contra essa violência contra a mulher é por um fundo moralista e tals e que vender sexo é um trabalho como outro qualquer. Se é uma prestação de serviços como outra qualquer para quem presta, também deve sê-lo para quem contrata, certo ?

      Agora eu quero saber de você, que pela autoridade com que discorre sobre o assunto deve ser usuário contumaz deste tipo de serviço, se você liga para a sua esposa e diz que vai chegar um pouco mais tarde porque vai tirar um atraso com uma prostituta com a mesma naturalidade que liga e diz que vai chegar mais tarde porque precisa cortar o cabelo ?

      Na sua família, em uma reunião familiar os homens discutem diante das esposas, filhos, etc o serviço prestado por uma prostituta da mesma forma como discutem o serviço prestado pela decoradora, pela engenheira, pela arquiteta, pela dentista, pela advogada, pela médica, etc ?

      Entre seus/suas colegas de trabalho é normal ficarem discutindo como estava a chupeta da prostituta no dia anterior com a mesma natuiralidade que  discutem como estava o almoço ?

      Quando perguntado pela sua filha ou pela sua mãe porque se atrasou, você diz que foi só dar uma aliviada com um prostituta e por isso se atrasou ?

       

      Se a resposta for sim, você realmente vive numa sociedade diferente da minha e eu devo ter parado no tempo e nem adianta continuarmos discutindo, mas se a resposta for não, deixa de ser hipócrita e afirmar que ser profissional do sexo, em nossa sociedade, é uma profissão como qualquer outra.

      1. Mentiroso é você

        Quem mente aqui é você, Chiapas, inclusive usando falácias muitas vezes constrangedoras.

        Ainda fala asneira aí sobre a Escandinávia. Nunca esteve lá e deve ter lido algum gato por lebre na imprensa brasileira, que desinforma os outros. Na Dinamarca, a prostituição é legalizada. As prostitutas têm todos os seus direitos legalizados. Pagam inclusive dinheiro ao Poder Público para ficar nas calçadas reservadas a elas. Na Dinamarca, os casais fazem sexo nos parques, ao ar livre. As pessoas são inclusive orientadas para apenas jogarem as camisinhas nas lixeiras que existem nos parques. Existem cartazes informando isso aos casais. A Escandinávia é totalmente liberal sexualmente. Existem banhos públicos onde as pessoas usam o serviço praticamente nuas ou nuas. As mulheres fazem topless nos parques. Tu sabes de porra nenhuma. É mais um brasileiro desinformado e conservador.

        E não sei de quem você está falando para me chamar de gordinho. Eu não sou gordinho, filhinho. Tenho mais de um 1,93 m e estou dentro do peso. Cerca de 90 kg.

        Gordinho deve ser você.

        E ainda por cima envereda para afirmar que eu sou usuário contumaz do serviço, na habitual falta de educação brasileira e desequilíbrio emocional em discutir assuntos como esse.

        Ainda que eu fosse usuário contumaz do serviço, o que não é o caso e nunca foi, pois eu sempre me relacionei com mulheres sem precisar pagar diretamente pelo sexo, muitas delas bastante bonitas, lindas até, isso não mudaria em nada a validade dos meus argumentos. Eles não são inválidos porque eu supostamente usaria os serviços de forma contumaz, é óbvio. Isso é papo de brasileiro, que acha que vai conseguir “ter razão” dessa forma. Patético.

        As tuas perguntas são tão despropositadas, são tão sem nexo com o cerne da discussão, que me causa um tédio abissal ter que respondê-las. É claro que a prostituição não é uma atividade como outra qualquer. Se fosse, não estaríamos aqui discutindo o assunto da forma que estamos.

        E tampouco eu defendo que as pessoas encarem a prostituição uma profissão como outra qualquer, porque isso certamente não é. Nem todo mundo encararia a vida de uma prostituta com naturalidade. Isso por vários motivos, os principais deles, por questões morais, de criação, religiosos, familiares, de segurança e etc.

        O que eu estou dizendo é que ela deve ser legalizada. Se existem pessoas que querem ser prostitutas, a profissão deve ser legalizada. O querer, associado à demanda e ao fato de não prejudicar direitos de terceiros, legitima a atividade, do mesmo jeito que isso vale para outras profissões. É desinfluente o que as pessoas, em suas subjetividades, pensam moralistamente e conservadoramente sobre isso.

        As tuas perguntas são tão despropositadas, que, por elas, que tocam em questões subjetivas sobre como as pessoas encaram determinadas atividades, inúmeras profissões não seriam legalizadas. Tem gente mesmo que diz que nunca seria médico, porque não suporta sangue e ver certas coisas (ok, nem toda atividade médica lida com isso, mas esse é um tipo de opinião corriqueira). Outros dizem que nunca seriam advogados, porque não aceitariam defender clientes sem razão alguma, como pessoas que cometeram crimes bárbaros. Muita gente certamente deve achar imoral ou indigno um advogado criminalista defender um bandido cruel em troca de dinheiro. Mas nem por isso a advocacia criminal é uma área profissional ilegal. Um delegado de polícia uma vez me disse que desistiu da advocacia porque, pela morosidade do judiciário, sentia-se um pedinte quando tinha que comparecer aos cartórios das Varas para pedir o andamento dos processos que patrocinava. Para ele, isso era indigno, uma coisa humilhante. Imagine então profissões de alto risco, como aqueles operários que limpam janelas de arranha-céus. Ou profissões onde existe alto grau de periculosidade ou de insalubridade. A maioria das pessoas não aceitaria fazer aquilo, mas nem por isso a profissão é ilegal.

        Quer dizer, a menor popularidade ou a menor aceitação social de uma determinada profissão, por si só, não são razões legítimas para proibi-la. O que você fala está errado, é um argumento falacioso.

         

        1. Seguinte, gordinho

          Ser sexualmente liberal não tem nada a ver com prostituição.

          Você é desinformado, mal-intencionado e aindo por cima expõe todo o seu complexo de vira-latas, quando diz que outros sociedades, na sua visão supostamente melhores que a brasileira, já resolveram esse problema da prostituição. MENTIRA.

          Na Dinamarca a prostituição é legalizada mas NÃO é profissão, e nem dá direitos trabalhistas ou coloca sob o guarda-chuva do bem-estar social do Estado quem a pratica, ou seja, é legalizada apenas para que a polícia não perca tempo com ela.

          Na Suécia pagar por serviços sexuais é crime, na Noruega também.

          Leia aí, babaca. Instrua-se antes de discutir um assunto.

          Na Suécia

          The Swedish Government states that the reason behind this legislation is the importance to society of fighting prostitution. [49]

          Prostitution is considered to cause serious harm both to individuals and to society as a whole. Large-scale crime, including human trafficking for sexual purposes, assault, procuring and drug-dealing, is also commonly associated with prostitution. (…)The vast majority of those in prostitution also have very difficult social circumstances.

          The law is in accordance with Sweden’s gender equality programme. [50] Theoretically the gender of the seller and buyer are immaterial under the law, that is it is gender neutral. However, the law is politically constructed, discussed and enforced in the context of women selling sex to men. The Swedish Government believes that women selling sexual services to men constitutes a form of violence against women which should be eliminated by reducing demand. Demand for women’s sexual services is constructed as a form of male dominance over women, and as a practice which maintains patriarchal hegemony. [51][52] (see feminist arguments against prostitution). This legal and social approach to prostitution, which has become known as the “Swedish Model” or more recently the “Nordic Model”, needs to be understood—at least partly—in the context of radical feminism (a philosophy which focuses on the theory of the patriarchal roots of inequality between men and women), which is very prominent in Sweden. [31]

          Today, the law is largely uncontroversial across the whole political spectrum. The view of prostitution as a legacy of a societal order that subordinates women to men being officially accepted. Consequently it has become a taboo subject to question the legitimacy and effectiveness of the law. and those who have criticised the law have faced considerable opposition. Nevertheless there is a body of criticism, within and without parliament but this has had no measurable effect on the official position and party policy (see below).

           

          Na Noruega

           

          Current law[edit]

          In November 2008 the Storting passed legislation which criminalised purchasing sex. This became section 202a of the Norwegian Penal Code[13]

          Section 202a

          Any person who

          (a) engages in or aids and abets another person to engage in sexual activity or commit a sexual act on making or agreeing payment,
          (b)engages in sexual activity or a sexual act on such payment being agreed or made by another person, or
          (c) in the manner described in (a) or (b) causes someone to carry out with herself or himself acts corresponding to sexual activity,

          shall be liable to fines or to imprisonment for a term not exceeding six months or to both.

          If the sexual activity or sexual act is carried out in a particularly offensive manner and no penalty may be imposed pursuant to other provisions, the penalty shall be imprisonment for a term not exceeding one year

          1. O fake desonesto já partiu para o destempero habitual

            Engraçado o fake acima: só cita os países escandinavos que se enquadram no perfil de ilegalidade da prostituição. Esqueceu da Dinamarca. 

            O fato é que o modelo sueco considera apenas ilegal a compra dos serviços sexuais, não a venda. Quem comete o crime é quem compra os serviços de quem pratica a prostituição. É o que querem fazer na França atualmente.

            Mas tudo isso, claro, dentro do debate de ideias, no campo onde existe o confronto dos argumentos, é irrelevante. O que verdadeiramente importa no debate são os argumentos. Eu, claro, discordo, neste ponto, do modelo sueco, que não chega a ser nenhuma novidade, pois eles são um tanto intervencionistas no âmbito individual.

            A discussão moral mais profunda que se conhece sobre o assunto vem do excelente direito americano, que um jeca desses, se não fossem as minhas referências citadas aqui, jamais teria ouvido falar, como, de fato, não conhece nada a respeito. É um completo neófito no assunto. Basta ver o nível sofrível dos argumentos dele. Coisa que, se conhecesse o que o pensamento mais avançado sobre liberdade individual defende, jamais teria a audácia de defender o atraso como correção moral do jeito que faz.

            Deve doer pacas na alma de um provinciano desses saber que o que ele defende são ideias tacanhas, atrasadas, moralistas, hipócritas, piegas, conservadoras e, como todo mundo que está a par do debate sabe, sumamente atrasadas.

            Na falta de argumentos para enfrentar o restante da minha argumentação, ele, depois de ter pesquisado horas a fio na Internet para ver se tinha algo a objetar, se sai com citações previsíveis, inclusive retiradas …da Wikipédia. Ok, nada contra a fonte em si (ser da Wikipédia não quer dizer que esteja errado), mas é muito pouco para aprofundar o debate.

            Todo o resto da minha argumentação ele ignora, porque, claro, não possui argumentos. Prendeu-0se ao fato da Suécia e da Noruega criminalizarem a prostituição.

            Bem, para quem sabe ler, eu citei os EUA, que desde Roe x Wade e outras célebres decisões, vem detendo a melhor jurisprudência sobre a leitura racional das ações, os atos morais, com debates extremamente profundos do ponto de vista jusfilosófico. Suécia e Noruega não são e nunca foram parâmetros para a minha argumentação, obviamente. No máximo, a Dinamarca, país que eu conheço (minha mulher morou lá), tenho amigos e etc.

             Vou fingir que os escandinavos, usualmente avançados quando o assunto é sexualidade, consideram a prostituição um “pecado mortal”, como é o caso dele, vide os argumentos nitidamente conservadores que ele trouxe para o debate.

  13. Exemplo de tom pomposo, mas com argumento inválido

    “A luta em defesa da liberdade e autonomia de todas as mulheres está fortalecida com esta posição do Coletivo Nacional de Mulheres da CUT, inserida em sua luta histórica por outro modelo de sociedade em que o corpo e a vida das mulheres são respeitados e não são mercantilizados. A CUT tem sido pioneira em pautar no conjunto do movimento sindical as lutas das mulheres, seja com sua posição em defesa da legalização do aborto ou na aprovação da paridade entre homens e mulheres na direção política da entidade.”

    Tirando os auto-elogios típicos dos discursos pomposos moralistas, o que sobra nesse trecho é a ideia de que a luta contra a prostituição seria uma “luta histórica por outro modelo de sociedade em que o corpo e a vida das mulheres são respeitados e não são mercantilizados”.

    Se alguém conseguir me citar um único exemplo onde a força de trabalho humana não seja mercantilizada, o que implica, por imperativo lógico,  a mercantilização do corpo e também da vida da pessoa humana, eu considero o argumento acima válido.

    O fato é que em toda e qualquer atividade humana que seja considerada trabalho, mesmo dentro da mais ortodoxa definição de trabalho, há mercantilização da atividade, do corpo e, consequentemente, da vida.

    A falácia está em dissociar mercantilização do corpo do trabalho, como se apenas as protitutas mercantilizassem o corpo, quando isso é totalmente falso.

    Um operário que é obrigado a ficar oito horas por dia, todos os dias úteis do mês, trabalhando numa fábrica está fazendo o quê, senão mercantilizando o seu corpo a partir da mercantilização da sua força de trabalho?

    Come on…

    Não adianta mudar o sentido das palavras para encobrir qual o verdadeiro problema: tem gente que não aceita que uma mulher faça sexo abertamente em troca de dinheiro. Consideram isso “imoral”, “indigno” e etc. Ou seja, é papo conservador.

    Aceitam qualquer trabalho, menos o efetivo trabalho exercido por uma prostituta. A questão é de fundo moralista. É o tabu da sexualidade, dos pais cristãos que não querem que suas filhas se prostituam, pois é “feio”, “indigno”, “degradante”, dentro dos padrões morais tradicionais familiares. Mesmo quando muita gente sabe, mas finge que não sabe, que muitos desses pais querem que suas filhas se casem com um marido rico. Mas isso pode e tá valendo. Pura hipocrisia.

     

     

  14. Lars Von Trier que se cuide

    Pelo andar da carruagem, as feministas da CUT podem até tentar proibir a exibição do filme “Ninfomaníaca”. No mínimo, vão protestar hehe. Elas não vão querer saber se o roteiro é sobre uma ninfomaníaca. A questão é a estética do filme. Mulheres transando, usando o seu corpo num filme, certamente deve ser por elas considerado “degradante”, “indigno” ou “imoral”.

    Será considerado um péssimo exemplo para as mulheres, a tal “banalização do sexo”, principalmente se existir alguma cena que, de longe, no roteiro, lembre a “mercantilização do corpo”. Para as feministas da CUT, nenhuma mulher tem o direito de dar vazão à excitação ou ao desejo de ser prostituta, por exemplo.  Isso está proibido, é “indigno”, “degradante” e etc.

    Enquanto isso, Lars Von Trier faz o filme mais esperado em anos no cinema, que tem inclusive cenas de sexo explícito (sexo oral) e cenas de lascívia explícita (beijos lascivos, cenas de salivas em partes íntimas e etc) o que serve para mostrar o quanto as feministas da CUT estão “sintonizadas” e “em dia” com a liberdade sexual do século XXI (o detalhe é que o filme conta com a participação de atrizes de ponta do cinema mundial, mas isso é uma coisa “irrelevante”, essas atrizes todas são umas “indignas”, “imorais” e etc):

    [video:http://www.youtube.com/watch?v=hqn7DKPjgf4%5D

     

     

  15. E tome mais argumentos inválidos

    “As feministas defendem o direito das mulheres a viver livremente sua sexualidade, com autonomia sobre seus corpos e seus desejos, questionando a heteronormatividade e a violência. E negamos a falsa liberdade, oferecida pelo mercado, que se encerra unicamente na ideia de não ter impedimentos para a ação “econômica”. Esta ideia está na base da banalização da sexualidade, tornando-a mais um produto.”

    Contradição em cima de contradição. Como conciliar o trecho onde se afirma que as feministas defendem “o direito das mulheres a viver livremente sua sexualidade, com autonomia sobre seus corpos e seus desejos” e o trecho em que se afirma “E negamos a falsa liberdade, oferecida pelo mercado, que se encerra unicamente na ideia de não ter impedimentos para a ação “econômica”.

    Fala-se em “heteronormatividade”, “violência” e que essa ideia, a de não ter impedimentos para a ação econômica, está na base da “banalização da sexualidade, tornando-a mais um produto”.

    De alguma forma obscura, não explicada como deveria, as “feministas” que assinaram esse panfleto defendem que a sexualidade não deve ser banalizada, o que já denota uma posição de controle sobre as escolhas alheias, apesar de terem afirmado que são favoráveis ao direito das mulheres de viverem livremente sua sexualidade, com autonomia sobre seus corpos e desejos.

    A contradição é evidente. Se quem decide o que faz com o seu corpo e seus desejos sexuais é precisa e justamente a mulher, ninguém tem nada a ver se ela decidir “banalizar a sua sexualidade” ou seja lá o que isso significa.

    As feministas pregam uma ideia que sequer são capazes de sustentar de forma válida.

    Elas deviam pelo menos explicar por que uma mulher livre não deve ter o direito de “banalizar a sua sexualidade”, se assim o desejar ou quiser.

    E deveriam, ainda, discorrer, de forma fundamentada, sobre o que seria exatamente essa “banalização”, quando ela estaria presente e quando não estaria.

    Focar apenas o caso da prostituição é muito fácil. Sexo por dinheiro não pode. Mas, além disso, existe outra forma de “banalizar” a sexualidade? Sim ou não? E quando aconteceria?

    Elas sequer conceituam corretamente o que seria banalizar a sexualidade. Fazer sexo casual é banalizar a sexualidade? Sim ou não? Se não, por quê? Tirando o efetivo pagamento, qual a diferença? E se uma mulher usar isso como forma de se promover na sociedade, inclusive no mercado de trabalho, ou satisfazer o seu ego de mulher conquistadora? Pode ou não?

    Se uma mulher só quiser transar com negros ou com anões (escolhendo pessoas com perfis específicos), isso seria banalizar a sexualidade? Uma mulher pode querer transar apenas com homens ricos? É aceitável isso, dentro dessa proibição representada pela “banalização”?

    Eu quero entender exatamente esse conceito e por que exatamente ele autoriza se intrometer na vida sexual dos outros, que seriam supostamente “livres” rsrsrs. É livre, mas não para “banalizar a sexualidade”? Não faz qualquer sentido isso.

    O problema do discurso é que ele é verdadeiramente opressor quando passa a dizer o que é válido ou não em termos de sexualidade. É uma intromissão grotesca no exercício da sexualidade individual das pessoas. É querer padronizar a sexualidade. Isso pode, isso não pode.

    Por que alguém tem o direito de intervir na forma que a pessoa escolhe para si de exercer a sua sexualidade, sob a alegação de que isso é (sic) “banalizar” a sexualidade? Isso é compatível com a idéia de liberdade sexual que se defende como premissa? Por que seria compatível?

    E se a pessoa achar que não é uma “banalização” ou que ninguém tem nada a ver se ela está “banalizando”, o que fazer? Proibi-la?

    Simplesmente não faz sentido.

     

  16. O “movimento feminista” ,de
    O “movimento feminista” ,de forma equivocada, está focando no corpo da mulher. O grupo femen com loiras, lindas e magras; as marcha das vadias, e agora e sempre, a questão da prostituição, que na grande maioria é uma conseqüência de pobreza…O Ativismo gay, de forma parasita, está financiando ou se apossando dos movimentos feministas, erotizando ainda mais a imagem  da mulher , e colocando o TRANSEXUALISMO na agenda das reividicações feministas, observo isso no portal IG, que tem um ativismo gay , e quando posta uma cena polêmica de homossexualismo , simultaneamente, posta videos pornograficos de mulheres!. !….A consequência, é o afastamento das mulheres ao movimento feminista.   Enquanto isso, na periferia,  quadro crianças  morreram queimadas enquanto dormiam, filhos de mãe solteira, que no total tem seis  filhos, com parceiros diferente e semianalfabeta.

    A mãe não tendo creche, não tendo dinheiro para contratar uma babá, deixava as crianças sozinhas,  os outros dois  irmãos só se salvaram, por que estavam na casa da avó.

    Na periferias, onde a grande maioria são mulheres pobres, miseráveis, semianalfabetas,sem qualificação; seu filhos ou tem uma morte trágica ,ou vão para presídios ou febem,  99% dos detentos dessas instituições, são filhos de mães solteiras.

     

    1. Falta pouco para você começar

      Falta pouco para você começar a defender a esterilização em massa das mulheres pobres.

      O problema do desamparo social, da falta de perspectiva econômica, da falta de planejamento familiar e etc, passa também, mas não exclusivamente, por questões como a da clandestinidade da prostituição.

      O quadro que você descreve, que acomete algumas mulheres nas periferias, é influenciado por fatores outros, não relacionados ao que se deve analisar em termos de legalização da atividade. Ao contrário, a legalização pode ajudar a melhorar o quadro, pois as trabalhadoras poderão contar com uma rede de proteção, dependendo da dimensão que o mercado em questão atinja (planos de saúde, previdenciários, auxílio-creche, auxílio-alimentação e etc). A prostituição, pela sua natureza, poderá ser exercida como profissão liberal ou com vínculo empregatício. E aí toda uma gama de situações se abre no horizonte. Quanto mais competente a prostituta, quando mais reunir as aptidões necessárias, maior o sucesso na profissão. Será como em outras áreas.

      É justamente isso, essa equiparação, que choca as pessoas, do mesmo jeito que deve chocar quando elas pensam na possibilidade de estarem numa restaurante e, na mesa ao lado, dois homossexuais masculinos estarem se beijando. Falo homossexuais masculinos de propósito, porque choca mais a sociedade machista brasileira. Muita gente se sente desconfortável em relação a isso, do mesmo jeito que se sente desconfortável quando pensa na legalização da prostituição. Imagina logo, por exemplo, uma criança na escola tendo que dizer a profissão da mãe. Preconceitos, discriminações. É disso que se trata no fim das contas.

      O que você fala de mulheres pobres, solteiras, analfabetas e etc, desamparadas, com muitos filhos, acontece em muitos outros casos e não depende exatamente do que elas fazem para ganhar a vida. A mulher do teu exemplo poderia ser uma empregada doméstica explorada pelos patrões daquele setor da classe média que costumeiramente não paga os direitos trabalhistas como previstos em lei.

      E alguns deles (não estou dizendo que é o teu caso), ainda arrumam um tempinho para discursar na Internet contra a prostituição, enquanto atividade opressora da mulher.

      C’est la vie…

  17. Mulher tem que ser médica,

    Mulher tem que ser médica, engenheira, cientista, advogada, juiza, mãe e donas de casa –  pois dona de casa e mãe também é uma profissão tão importante como qualquer outra –  NUNCA, PROSTITUTA.
    A prostituição sempre foi, e é ,sinônimo de pobreza, da miséria, do analfabetismo, do abandono, a ausência do estado e da família. A grande maioria das prostitutas, no mundo, só são, por que não tiveram outra alternativa!….É o movimento que defende a prostituição, está equivocado!.  

    1. Argumento inválido

      Muitas outras profissões também são ocupadas por pessoas pobres, miseráveis, que não tem outras opções, como gari de rua, lixeiro, catador de latinha de refrigerante ou de cerveja (trabalhadores de rua da área de reciclagem), e nem por isso essas atividades são consideradas ilegais ou devem ser proibidas. Existem vários outros exemplos, como o da empregada doméstica mesmo, majoritariamente uma profissão ocupada por pessoas pobres e que não tiveram tantas chances assim na vida. Mas ninguém vai querer proibir o emprego doméstico, mas sim exigir que elas tenham os mesmos direitos que os demais trabalhadores.

      E também comecemos a exigir que as mulheres, principalmente as de classe média criadas com os vícios e/ou preconceitos de classe da sociedade brasileira, que supostamente são contra a opressão feminina, criem vergonha na cara e não explorem as empregadas domésticas, como, aliás, acontece muito neste país povoado por gente hipócrita.

      A alegação da falta de opção ou do desamparo do Estado é péssima para amparar a proibição da prostituição, até porque o que se pretende, por meio da legalização, é justamente amparar melhor as prostitutas.

      O teu argumento é tão inválido que, por ele, profissões que geralmente são executadas por pessoas pobres, que não tiveram tantas chances na vida, seriam sumariamente proibidas. A relação que se faz é, portanto, inválida.

      Há muito tempo que a profissão de prostituta não é sinônimo de pobreza. Existem mulheres de clásse média, média alta, e até mesmo ricas, que se prostituem.

      Por último, mas não menos importante, mulher tem que ser o que ela quiser e puder ser, desde que isso não prejudique terceiros.

  18. .

    Esta posição contrária à regulamentação é das mulheres da central e não da própria CUT que, pelo que sei, não  se pronunciou sobre o tema, talvez nem vai se pronuncie, uma vez que para a central esta profissão não existe do ponto de vista legal, sendo que foi este o comportamento de algumas centras européias quando o assunto foi debatido por lá.

    Claro que, caso a atividade seja regulamentada, a CUT fará a defesa tmbm dos profissionais do sexo como qualquer outro. Caso o projeto seja aprovado os cafetões entrarão na formalidade, hoje respondem pelo nome de “Agências”. Como ocorreu na Europa, os garotos e garotas de programa nao são obrigados a atuar de carteira assinada, e muitos não formalizarão suas atividades, isso é óbvio, de forma que, ao contrário do que  muitos pensam, a atividade não se tornará legalizada para grande parte das(os) profissionais do sexo, isto, como disse, face ao livre arbítrio de cada um(a).

    Outra alegação é que a idade de no máximo 30 anos para que os profissionais do sexo tenham algum sucesso ou mérito, isso acontece também em profississões como jogador de futebol, modelo. E o projeto visa proteger mesmo são os(as) profissionais do sexo da classe pobre(que são chamadas de putas ou prostitutas) e não de garotas de programa da classe rica(que são chamadas de modelos), estas não vão trabalhar de carteira assinada.

    Sei lá, acho muito triste a situação deste pessoal, um amigo que trabalha num hotel me contou que quando um cliente rico está hospedado o hotel liga para uma Agência e ai chegam 5 até 10 garotas, elas são levadas ao cliente que, dentre as candidatas, escolhe uma, as demais são dispensadas, de forma que eu gostaria mesmo é que as pessoas pudessem ficar somente com quem fosse para elas atraente e não por obrigação de contrato mercantil, mas não é isso que ocorre, o problema está colocado, que seja dado a(os) spin amantes todo a proteção da lei e do Estado.

  19. Jeans Wyllys defende e sempre

    Jeans Wyllys defende e sempre defendeu os gays, no caso das mulheres , o deputado sempre defende de forma demagoga, usando as mulheres como boi de piranha para conseguir vitórias para o ativismo gay!. 

  20. Enquanto isso, na escandinávia..

    Conhecida pelo seu alto IDH e a educação de sua sociedade, usar serviço de prostitutas é crime de violência contra a mulher.

    E os bacana aí, do alto da sua incompetência com as mulheres, do seu machismo enrustido, defendendo seu direito de usar e abusar de prostitutas, via de regra em condições sociais e econômicas inferiores as deles, tratando-se portanto de pura exploração de fragilizados pelo capitalismo, e fazendo a defesa da regulamentação para o alívio das suas consciências. 

    E muitos ainda se dizem de esquerda. 

    Haja paciência.

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