Por Marco Antonio L.
Do Sul21
“Bolsa Família não gerou efeito preguiça”, diz ministra do Desenvolvimento Social
Ministra disse que cidades nordestinas se desenvolveram com o Bolsa Família. | Foto: Bernardo Jardim Ribeiro/Sul21
Samir Oliveira
Cumprindo agenda em Porto Alegre nesta quinta-feira (6), a ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello (PT), disse, em entrevista ao programaFrente a Frente, da TVE gaúcha, que o Bolsa Família não gerou “leniência” e “efeito preguiça” de seus beneficiários. Essa era uma das principais críticas da oposição ao programa logo que ele começou a ser implantado no primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Quando começamos a implementar o Bolsa Família em 2004, não havia dado estatístico sobre ele. Hoje não existe nada mais pesquisado no mundo. Todos os trabalhos de mestrado e doutorado comprovam que o Bolsa Família não levou à leniência e ao efeito preguiça”, assegurou a ministra, informando que as cidades que mais cresceram no Nordeste foram as que possuem mais habitantes beneficiados pelo programa.
Tereza Campello também rebateu a acusação de que as pessoas que recebem o Bolsa Família não trabalham e vivem apenas da renda transferida pelo governo federal. “Há uma visão comum na classe média de que a pessoa é extremamente pobre porque ela não trabalha. 56% de quem está no programa tem até 18 anos. Não queremos que nossos filhos trabalhem até essa idade, porque iríamos querer que os filhos dos pobres trabalhassem? Esses jovens e crianças precisam estudar, essa é a porta de entrada deles em um mundo melhor”, comentou, acrescentando que, na população adulta atingida pelo Bolsa Família, 72% possuem emprego.
A reportagem do Sul21, junto com jornalistas de outras redações, também participou da gravação da entrevista e questionou Tereza Campello sobre a influência que a crise financeira pode ter nos rumos dos programas sociais do governo federal. Ela garantiu que a presidente Dilma Rousseff (PT) está preservando a área dos cortes orçamentários, assim como fez quando determinou o contingenciamento de R$ 50 bilhões nas verbas deste ano.
“Nenhum recurso do programa Brasil Sem Miséria foi afetado por cortes no orçamento. Ao contrário, houve um crescimento importante para o próximo ano. A aposta da presidenta é que a inclusão social fará com que a economia continue crescendo”, explicou.
Atualmente, de acordo com dados da ONU, o Brasil é o 4º país com maior desigualdade na distribuição de renda em toda a América Latina, atrás apenas de Guatemala, Honduras e Colômbia. A ministra argumentou que a situação era muito pior na década de 1990, quando o país ocupava a última posição. “Na próxima medição das Nações Unidas, estaremos muito à frente. Somos um exemplo mundial de que é possível crescer e reduzir a desigualdade social. Não foi só o Brasil que melhorou sua distribuição de renda, outros países da América Latina também melhoraram. Mas temos que olhar de nós para nós mesmos”, justificou.
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