MPF-SP denuncia cinco integrantes da pirâmide BBom

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Jornal GGN – Cinco pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público Federal em São Paulo (MPF/SP) por associação criminosa com vistas a montar um esquema de pirâmide financeira sob o disfarce de marketing multinível, bem como por negociar contratos de investimento coletivo sem registro perante a autoridade competente. A empresa em questão é a BBom e o número de consumidores lesados pode chegar a um milhão com faturamento do negócio estimado em R$ 2 bilhões.

Os denunciados foram João Francisco de Paulo, Paulo Ricardo Figueiró, Ednaldo Alves Bispo, Sérgio Luís Yamagi Tanaka e Fabiano Marculino Montarroyos. Eles vão responder pela prática de crimes contra o mercado de capitais, o sistema financeiro e a economia popular. Além disso responderão por lavagem de dinheiro, já que se articularam para movimentar, em contas de terceiros, os recursos ilicitamente obtidos dos consumidores que se associaram ao chamado Sistema BBom.

Bonificação

O esquema atraia os consumidores ao anunciar o pagamento de diversos tipos de bonificações. Um fator grande de atração seria a garantia de uma rentabilidade fixa de aproximadamente 25% ao mês aos investidores, que nada precisavam fazer além de entregar um valor estabelecido, configurando verdadeiro contrato de investimento coletivo.

As demais bonificações pagas estavam atreladas à apresentação de novos investidores para o sistema, o que lhe dá características de autêntica pirâmide financeira, pois quem entra depois neste esquema não consegue recuperar seu investimento.

A comercialização de rastreadores veiculares, anunciada pela BBom como a sua principal atividade, serve apenas como pretexto para disfarçar a pirâmide financeira. O MPF apurou, ainda, que os denunciados apropriaram-se de valores milionários dos investidores, que ficaram somente com os prejuízos.

“Os cinco denunciados trabalhavam com a emissão de contratos de investimento coletivo e assim criaram uma gigantesca pirâmide financeira”, explica o procurador da República Andrey Borges de Mendonça, autor da denúncia. “Os valores são incríveis: apurou-se um faturamento de R$ 2 bilhões, e cerca de um milhão de pessoas entraram na pirâmide”, completou.

O procurador da República afirma que, para se dar uma aparência de legalidade ao negócio, os denunciados afirmavam que eram parte de um sistema de mercado multinível, baseado na venda destes rastreadores “Mas não havia a venda efetiva de rastreadores, tratava-se de um engodo para ludibriar as vítimas”, registrou o procurador na denúncia.

Estrutura BBom

João Francisco de Paulo, criador do Sistema BBom, comandava todas as atividades da empresa utilizada para o esquema, a EmbraSystem/BBom, tendo sido o maior beneficiários dos R$ 2 bilhões arrecadados. Segundo o MPF, ao consultar as informações do Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS), João Francisco possuiu apenas um vínculo empregatício, até 2004, e seu salário era de R$ 1,3 mil. Mas na época da fraude ele passou a receber até R$ 4 milhões por mês – apenas no primeiro semestre de 2013, embolsou R$ 14 milhões.

Os demais beneficiados foram contratados por ele para auxiliar nos negócios relacionados ao Sistema BBom. O MPF aponta Paulo Ricardo como uma espécie de “embaixador” da BBom, com participação decisiva não só na estruturação do esquema, mas também da divulgação e na arregimentação de novos sócios.

Ednaldo atuou como gerente de marketing e foi o idealizador do grande chamariz da empresa, a distribuição de brindes luxuosos como relógios Rolex e canetas Montblanc, além de automóveis Ferrari e Lamborghini. Ele também inventou o “sistema binário” que funcionou como alicerce da pirâmide, remunerando o associado (recrutador) a partir do ingresso de novos associados (recrutados).

Fabiano Montarroyos também atuou na divulgação e na arregimentação de novos integrantes, participando de eventos e vídeos que demonstravam o “grande sucesso” da empresa e as vantagens de ser um associado.

Sérgio Luís entrou no esquema como integrante do time de “líderes” e sua função era trazer novos investidores, ludibriando-os ao incentivá-los a investir no Sistema BBom. Sérgio, segundo o MPF, foi quem vislumbrou a sustentabilidade do “negócio” idealizado por João Francisco. Como “especialista na área de marketing e multimídia”, avistou a possibilidade de se ganhar “rios” de dinheiro com a fraude.

Com informações do MPF

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

5 Comentários

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  1. 25%. A  cada 4 meses dobra-se

    25% ao mês.

    A  cada 4 meses dobra-se o capital. Em poucos anos terão todo o dinheiro do mundo.

    Que fraude o que, o negócio é totalmente factível, tem toda lógica.

  2. Aécio Neves dirá que ficou

    Aécio Neves dirá que ficou horrorizado e Marina “Neca Setubal” Silva prometerá resolver esta grave injustiça bancária se for eleita. Ha, ha, ha…

  3. é a piramide de wall steet

    é a piramide de wall steet contaminando a ijniciativa privada na ambição e no  fetichismo pelo dinheiro no mercado por aqui?

  4. imaginem o Brasil inteiro…

    dando uma otário nas mãos dessa gangue e sem o controle do Bacen

    de repente a mesma que pagou para derrubarem a cpmf, porque se ainda estivesse em vigor esses pilantras teriam sido identificados rapidinho, sem tempo para causar todo este preju

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