Nazismo 2.0, a ascensão dos algoritmos colaboracionistas, por Fábio de Oliveira Ribeiro

Acusado no passado de tolerar conteúdos nazistas e até obter lucro com a venda de quinquilharias nazistas, o Facebook anunciou que liberou e vai impulsionar conteúdos em favor do Batalhão Azov e contra a Rússia.

Nazismo 2.0, a ascensão dos algoritmos colaboracionistas

por Fábio de Oliveira Ribeiro

Durante a Guerra do Golfo, o jornalismo norte-americano se limitou a reportar fatos e versões cautelosamente selecionados pelos militares dos EUA. Compulsório, o engajamento dos jornalistas nas unidades do US Army impediu a cobertura da guerra com ênfase na perspectiva das vítimas dos crimes cometidos por militares norte-americanos. 

Após o ataque ao WTC, Facebook, Google, Windows etc aderiram voluntariamente ao programa de espionagem em massa comandado pela NSA. Snowden revelou o que estava acontecendo e foi obrigado a pedir asilo político na Rússia. O soldado norte-americano Bradley Manning, que vazou informações para o Wikileaks provando crimes de guerra cometidos por militares dos EUA no Iraque, foi preso, torturado e condenado a 35 anos de prisão. Perdoado por Barack Obama ele continua sendo assediado pela Justiça dos EUA porque se recusa a depor contra Julian Assange. 

Há alguns dias, a Casa Branca decidiu banir o funcionamento de portais de notícias russos em território norte-americano. A constituição dos EUA e a legislação internacional negociada e referendada pelas autoridades daquele país garantem a liberdade de imprensa. Todavia, ao que parece nos EUA só se considera “jornalismo livre” aquele que não compromete a política externa imperial do governo americano.

Acusado no passado de tolerar conteúdos nazistas e até obter lucro com a venda de quinquilharias nazistas, o Facebook anunciou que liberou e vai impulsionar conteúdos em favor do Batalhão Azov e contra a Rússia. Exigir o assassinato de Vladimir Putin (algo que pode ser considerado crime no Brasil) se tornou legítimo no Facebook.

O engajamento do Facebook no programa de vigilância em massa da NSA foi um “acordo forçado”, do qual a empresa conseguiu se libertar assim que Snowden estourou a bolha de segredos sujos do governo dos EUA. A adesão de Zuckerberg à máquina de propaganda de ódio controlada por Joe Biden é voluntária. Com os lucros em declínio, ele deve ter imaginado que impulsionar conteúdos nazistas pode ser um excelente negócio.

Desde a Guerra Hispano-Americana, o jornalismo dos EUA tem contribuído para o esforço de guerra. Mas há algo mais sinistro acontecendo nesse momento. 

Os Aliados (EUA, Inglaterra, França e URSS) combateram o nazismo e promoveram a desnazificação na Alemanha. A neonazificação planetária promovida pelo Facebook não pode ser considerada apenas um deslize ou uma cortesia empresarial durante um período conflituoso.

Hannah Arendt demonstrou que o programa de extermínio nazista, do qual Adolf Eichmann participou comandando a reunião e transporte das vítimas para os campos de concentração,  foi menos eficaz nos países ocupados em que os judeus não colaboraram com o III Reich. Ao colaborar com nazistas ucranianos para agradar a Casa Branca, Zuckerberg restabelece uma tradição judaica: a de colaborar com o nazismo. 

Na Alemanha dos anos 1940 a colaboração dos judeus era obtida mediante promessas e ameaças. O Facebook não pode ser forçado a disseminar propaganda do “Nazi freedom fighters” apoiados pelos EUA. Portanto, devemos admitir a hipótese de que Mark Zuckerberg e seus algoritmos são voluntários na campanha pró-nazista. O resultado dela será extremamente tóxico.

O nazismo é uma ideologia racista, violenta e genocida. Os gangsters de Adolf Hitler cometeram vários crimes nos países ocupados: roubo de obras de arte, confisco de objetos de valor, tortura e assassinato em massa. Na Alemanha do pós guerra, o combate ao nazismo é uma política de estado. Ela será obviamente comprometida pelo colaboracionismo virtualmente estruturado com ajuda do Facebook. Algo parecido também vai ocorrer nos países em que a disseminação do ódio racial e a instigação à violência criminosa é legalmente reprimida (caso do Brasil).

A adesão do Facebook ao nazismo causará um estrago permanente em diversos países. Os nazistas eram vistos como gangsters genocidas criminosos derrotados na II Guerra Mundial. Doravante a ideologia deles passará a ser legitimada em tempo real e impulsionada por algoritmos em bilhões de smartphones, computadores e notebooks utilizados por usuários do Facebook. O que não pode dar errado?

Finda a guerra na Ucrânia, o nazismo emergirá em todos os países como uma força política respeitável que poderá ser rapidamente mobilizada pela Casa Branca com ajuda do Facebook. Partidos nazistas pró-EUA (e até financiados com dinheiro norte-americano) serão organizados onde quer que a Casa Branca decida intervir para garantir sua hegemonia.. Pogroms racistas (contra negros, imigrantes, índios, gays, judeus etc) se tornarão mais e mais comuns, pois o nazismo cresce mobilizando o ódio e organizando a prática da violência política.

Em segurança nos EUA, o dono do Facebook ganhará fortunas enquanto sua máquina de ódio estraçalha países inteiros sem muito esforço. O problema, porém, não é apenas esse.

A OTAN e os EUA doaram milhares de mísseis Javelin e Stinger à Ucrânia. Esse armamento foi rapidamente entregue aos “Nazi freedom fighters” do Batalhão Azov. Na zona de guerra, o controle do uso, armazenamento e descarte deste material bélico será praticamente impossível. 

O cenário esboçado por um militar norte-americano é realmente assustador:

https://twitter.com/i/broadcasts/1OwxWzPlrdkJQ

Ninguém deve ficar surpreso se, antevendo uma derrota, nazistas ucranianos começarem a estocar Javelins e Stingers para vendê-los no mercado negro. Alguns desses mísseis podem acabar resolvendo disputas políticas na França, Espanha, Alemanha, Holanda, etc… Os países africanos e latino-americanos também poderão ser sacudidos politicamente à medida que os nazistas mundialmente organizados com ajuda do Facebook compartilharem os brinquedos que ganharam do Tio Sam. 

Os entusiastas do desenvolvimento tecnológico ficaram surpresos e até assustados quando Tay (Inteligência Artificial criada pela Microsoft que passou a interagir com usuários do Twitter) rapidamente evoluiu para se tornar uma defensora do genocídio comandado por Adolf Hitler https://www.tecmundo.com.br/inteligencia-artificial/102782-tay-twitter-conseguiu-corromper-ia-microsoft-24-horas.htm. Tay teve que ser silenciada. A conta do Twitter dela foi encerrada.  

Lubrificada com o dinheiro de propaganda generosamente distribuído por multinacionais norte-americanas, as empresas de comunicação minimizam o problema que está sendo criado por Mark Zuckerberg. A ambição dos EUA de preservar sua hegemonia global recorrendo a qualquer artifício custará especialmente caro aos judeus. Eles foram, são e continuarão sendo as vítimas preferenciais dos nazistas. E só um estúpido pode acreditar que o Facebook conseguirá domesticar nas ruas a monstruosidade que passou a impulsionar nos smartphones, computadores e notebooks utilizados pelos usuários da rede antissocial.  

Fábio de Oliveira Ribeiro, 22/11/1964, advogado desde 1990. Inimigo do fascismo e do fundamentalismo religioso. Defensor das causas perdidas. Estudioso incansável de tudo aquilo que nos transforma em seres realmente humanos.

O texto não representa necessariamente a opinião do Jornal GGN

Fábio de Oliveira Ribeiro

2 Comentários

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  1. Dinheiro e poder de segregação. Judeus têm os dois: o dinheiro, e um grande atrativo para serem segregados.
    E, creia-me: onde existe dinheiro, o ladrão irá buscar.
    Foi assim dom “os reis católicos”, repetido por Hitler, e será quantas vezes novas gerações de nazistas ou “católicos fundamentalistas” apareçam.
    Como judeu super rico Zuckerberg pode escapar; mas a mesmo sorte não terão os milhares de médicos, artistas, cientistas e outros menos aquinhoados.

  2. Importante fazer esse texto circular.
    Temos sempre alguns amigos que tem intelecto para compreender e não estão contaminados por ideologias.
    Envie para estes…

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